Bem Vindo

- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida da Cidade de Porto Alegre inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado. A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

- Este Blog esta sempre em crescimento entre o Jornalismo, Causos e a História.

Haverá provavelmente falhas e omissões, naturais num trabalho tão restrito.

- Qualquer texto, informação, imagem colocada indevidamente (sem o devido crédito), dúvida ou inconsistência na informação, por favor, comunique, e, aproveito para pedir desculpas pela omissão ou inconvenientes.

(Consulte a relação bibliográfica e iconográfica)

- Quer saber mais sobre determinado tema, consulte a lista de assuntos desmembrados, no arquivo do Blog, alguma coisa você vai achar.

A Fala, a Escrita, os Sinais, o Livro, o Blog é uma troca, Contribua com idéias.

- Em História, não podemos gerar Dogmas que gerem Heresias e Blasfêmias e nos façam Intransigentes.

- Acompanhe neste relato, que se diz singelo; a História e as Transformações de Porto Alegre.

Poderá demorar um pouquinho para baixar, mas vale à pena. - Bom Passeio.

Me escreva:

jpmcomenta@gmail.com






sábado, 24 de março de 2012

Porto Alegre - 1875 à 1899 - Parte XII (Em Montagem)

Cronologia- 1875/1899


Em 1875, em Porto Alegre, é aberta a Livraria Americana, pelo sócio da Sociedade Parthenon Literário Carlos Pinto, “primeira livraria do Rio Grande do Sul”, na Rua da Praia, esquina Rua da Ladeira (General Câmara), no Largo dos Medeiros.

Entre 1875/76, Porto Alegre tem a “segunda epidemia do cólera-morbo”, esta seria mais forte.

Nota:
- As freqüentes epidemias na cidade levariam o governo a implantar a Linha Férreo Riacho/Tristeza, em 1900, do Centro até a Ponta do Dionysio no arraial da Tristeza para esgotamento de águas servidas e do lixo, longe da captação da água.

Em 1875, em Porto Alegre, as touradas ajudavam a animar as tardes de domingo nos Campos da Várzea (Parque Farroupilha), uma empresa trouxe o toureiro Frascuelo e o bandarilheiro português Almeida Fontes, celebridades internacionais na época. 

- Mais tarde, o Grande Circo de Touros se estabeleceu na frente da Rua do Imperador (da República).
Semelhantes a arenas, de forma circular com arquibancada em madeira, não tinham cobertura, e os camarotes ficavam na parte superior das arquibancadas; no começo contam:
- Esses espetáculos atraíram público numeroso.
As crianças e as mulheres, principalmente, vibravam com os embates entre homens e touros.
Mais para o final da década de 1890, porém os circos começavam a perder a graça. Decepcionados com a pouca ferocidade dos animais, os espectadores mais vaiavam do que aplaudiam, e um jornalista chegou a definir os touros como “um mais manso do que o outro, uma legítima terneirada tambeira”.

Em 1875, em Porto Alegre, fim de tarde, quando o sol estava se pondo no Guaíba, já quase noitinha, o palacete da Baronesa do Gravataí, conhecido por “Solar da Baronesa”, no Areal da Baronesa foi iluminado por um forte clarão. - Era fogo!
Um incêndio repentino tomou conta do solar. Enormes labaredas clarearam a noite do Arraial da Baronesa.
E quando o sol tornou a surgir com o novo dia, Dona Maria Emília Pereira só encontrou ali os restos calcinados dos velhos tempos de esplendor.
Os salões do Solar da Baronesa serviram de palco para grandes encontros sociais, políticos e de negócios.


Em 1875, em Porto Alegre, é fundada a Companhia de Navegação Arnt, de Jacob Arnt conhecido como “Capitão”, além de fazer o transporte de passageiros e cargas, possuía estaleiro com plano inclinado as margens do Guaíba. As barcas, lanchas e chatas da Companhia Arnt foram responsáveis pelo serviço postal, pelo escoamento da produção de grãos e pela importação de mercadorias da colônia alemã entre o vale do Taquari e Porto Alegre.

- Durante décadas pela águas dos rios dos Sinos, Caí, Taquarí e Jacuí, vapores de empresas de navegação de origem germânica circulavam num fluxo constante de gente e mercadorias. Os mais conhecidos chamados “5 Jacobs”:
Jacob Blauth no rio dos Sinos, coronel Frederico Jacob Michaelsen, Cristiano Jacob Trein e Jacob Shilling no rio Caí, Jacob Becker no rio Jacuí e Jacob Arnt no rio Taquarí. Dentre eles, quem mais se destacou foi Jacob Arnt.
Assim como o Rio dos Sinos foi para os alemães, seria o Rio Caí para os italianos: - uma estrada fluvial que, primeiro, os conduziu a seus novos lares e, depois, se tornou a via de escoamento de sua produção. As famílias mais proeminentes do Porto dos Guimarães (até 1873, atual São Sebastião do Caí) que dariam origem a impérios industriais estavam unidas através de laços matrimoniais: - Michaelsen, Trein, Mentz, Renner, Ritter e Oderich, suas empresas cresceram primeiro as margens do Caí depois em Porto Alegre.

Em 1875, em Porto Alegre, os proprietários da empresa de Bondes entraram em confronto com a autoridade municipal, exigindo aumento de “tarifa” acima do estabelecido. Mas perderam a briga.

Entre 1875/76, em Porto Alegre, a vinda de imigrantes italianos foi facilitada pelo empreiteiro Serpa Pinto Jr.. Este firmara contrato com o governo para introduzir italianos destinados as colônias.
Bancou o esperto, voltou-se para as cidades platinas Montevidéu e Buenos Aires, com o intuito de cumprir contrato com menos despesas, assim segundo Pascale Corte, cônsul geral da Itália, teriam vindo para a Província muitos italianos não agricultores.
Os lavradores miseráveis e sem terra de uma Itália recém unificada paravam com familiares e pertences no Porto de Gênova e projetava a América como a chance de recomeço.

- Os imigrantes desembarcavam na cidade e eram jogados na “Hospedaria dos Imigrantes” (atual quartel da Brigada Militar na Avenida Praia de Belas, esquina Avenida Ipiranga) e seguiam em lanchões das companhias de navegação até Caí e Montenegro, onde se iniciava a subida da Serra, a pé ou em carros de boi.
Após alguns dias arranchados em barracões partiam para a floresta em busca de seus sonhados lotes. A maioria preferia ficar na sede, em Porto Alegre.
Assim de encosta em encosta foram surgindo às colônias: - Dante (Caxias do Sul), Conde d’Eu (Garibaldi), Princesa Isabel (Bento Gonçalves).

- Cada “travessão” – ou linha – tinha em média 77 lotes cujas dimensões variavam entre 15 e 35 hectares. Na porção de terra era aberta uma clareira, faziam uma cabana de folhagens, era o seu Lar. O milho nativo do Novo Mundo crescia bem, assim tinham uma bela polenta.
La Mérica
Da Itália partimos/ Partimos com nossa honra/
Trinta e seis dias de trem e navio/ E na América chegamos/
Não encontramos palha nem feno/Dormimos no chão nu/
Como animais repousamos/ Mas a América é grande e vasta/
Formada por montes e planícies/ E com a indústria e nossos italianos/
Fundamos vilas e cidades/ Mérica, Mérica, Mérica/
O que será essa Mérica?/ Mérica, Mérica, Mérica/
É um belo ramalhete de flores.
(Tradução livre da canção popular dos imigrantes, composta em dialeto vêneto, autor anônimo)

- Os imigrantes italianos, começaram a chegar a Porto Alegre, em massa, mas já havia registro da presença de italianos na capital desde 1826.
Nos registros paroquiais, encontra-se dados sobre Rafela Magnoni, filha de italianos, que nasce no transcurso de 1826.
Entre 1830 e 1840, encontram-se quatro registros correspondentes aos filhos de Joaquim Francioni, natural de Ancon. Neste período recolhem-se informações referentes aos abusos cometidos por italianos no comércio de carne da cidade.
Entre 1840 e 1850, mantém o número de nascimentos, com registros correspondentes aos filhos do médico Friziani, de Carlos Sabatoni e de Jacques de Limoni.
Periódicos começam a apresentar notícias de italianos que vivem na cidade.
Entre 1850 e 1875, registra um progressivo aumento do número de italianos na cidade.
As agruras do primeiro pioneiros restavam duas opções:
“Vincire ou Morire”

Em 27 de janeiro de 1875, em Porto Alegre, a Provisão Episcopal cria a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro de mesmo nome, é construída a capela em terreno doado, prédio misto (alvenaria e madeira), com uma só porta.
A famosa festa é transferida de lugar e eixo:
(Igreja da Conceição – Capela Menino Deus), zona sul para,
(Igreja dos Navegantes – Igreja do Rosário), zona norte, neste palco a cada “dois de fevereiro” é realizado a Festa anual de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre.

Em 02 de fevereiro de 1875, em Porto Alegre, ocorreu à “primeira procissão” de Nossa Senhora dos Navegantes no aguardo da nova Capela dos Navegantes, no arraial (bairro) de mesmo nome, a imagem foi transladada da Igreja do Rosário por terra e a tarde pelo Rio Guaíba para a Capela do Menino Deus (de origem açoriana), onde permaneceu até a inauguração do santuário, em 1876.

Em 19 de maio de 1875, em Porto Alegre, chega o navio a vapor Isabel, “primeiro transatlântico” a entrar no porto da Capital.

Embarcação:
Transatlântico: - Aos navios a vapor faltava a prova máxima para se encerrar de vez os veleiros: - o cruzamento do oceano.
Em 1819, o vapor americano “Savannah” partiu de Nova York (EUA) para Liverpool (Inglaterra), numa viagem de 21 dias, além do motor o navio usava velas.
Em 1827, este feito coube a um bote de 438 tolenadas, impulsionado por roda de pás, de construção inglesa foi vendido ao governo holandês, que mudou de nome para “Curaçau” e enviado para o Suriname (América do Sul) na rota Rotherdã/Paramaribo, levou malas postais e passageiros depois retornou a Holanda.
Em 1833, foi a vez do navio “Royal William”, construído em Quebec (Canadá), com prejuízo foi vendido na Europa.
Em 1838, o “Sirius” foi o primeiro navio movido apenas a vapor a cruzar o Canal da Mancha, na Europa.
Os navios a vapor tinham um problema, em viagens oceânicas, deveriam conduzir mais combustível do que carga útil, o que depois de muito prejuízo foi contornado pela construção dos canais de Suez (1869) no Oriente Médio, reduziu a viagem entre Marselha (França) e Bombain (Índia) de 59% do trajeto via Cabo da Boa Esperança e Panamá (1914) na América Central.

Em atas de 01 de setembro de 1875/ 25/09/75, 21/02/75, 28/03/75, em Porto Alegre, a Câmara por proposta do Presidente, vereador Martins Lima, decidiu mandar erigir um monumento em memória do insigne “Soldado do Império” Manoel Marques de Souza o Conde de Porto Alegre, falecido em 18 de julho de 1875 na capital do Império no Rio de Janeiro.
O monumento só seria inaugurado 10 anos depois.

Em 1876, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, o Imperador D. Pedro II faz sua segunda viagem internacional, a Princesa D. Isabel assume a Regência pela segunda vez.

Em 1876, no Brasil, Rio de Janeiro, fundação da Sociedade Positiva do Rio de Janeiro sob a influência da doutrina do francês Augusto Comte.

Em 1876, em Porto Alegre, é criado o Instituto Brasileiro, por Apolinário Porto Alegre, no Beco da Marcela (Avenida Ramiro Barcelos), junto a Estrada do Meio (Independência), numa chácara tida como lugar aprazível e saudável.
Audaciosamente Apolinário Porto Alegre atacava a educação tradicional, reformando os programas de estudo, abolindo o castigo corporal, meio tirânico que aviltava os mestres e os discípulos, pois estudo não se impõem, ensina-se.
Apolinário encarava a educação sob tríplice aspecto:
- Física, intelectual e moral.
Em seu instituto introduziu a “Educação Física” com carreiras, saltos, passeios aos morros de Porto Alegre e natação. Como o instituto ficava no subúrbio na época, os alunos eram admitidos como pensionistas, ou meio-pensionistas.
O instituto possuía o curso primário, secundário e o artístico.

- Em cada 20 de setembro (dia da Revolução Farroupilha) e 14 de julho (dia da Revolução Francesa) a banda do Instituto Brasileiro desfilava pelas ruas de Porto Alegre tocando os hinos, Rio-Grandense e Marselhesa; soltando fogos de artifícios por uma cidade atônita em plena Monarquia.

Em 1° de janeiro de 1876, no Brasil, Rio Grande do Sul, na linha ferroviária Porto Alegre - São Leopoldo foi inaugurado o prolongamento ligando São Leopoldo até Novo Hamburgo no Vale dos Sinos da concessionária “The Porto Alegre and New Hamburg Brazilian Railway”.

Em 13 de fevereiro de 1876, em Porto Alegre, é fundada a pedra fundamental do primeiro Templo Maçom na capital.
Os jornais “Deutsche Zeitung” e “Acácia” (jornal maçônico de Carl Von Koseritz) publicaram a seguinte mensagem:
“Aos Pósteros” (Der Nachwelt)
O presente número de nossa folha “Acácia” vai ser colocado a par de outros documentos, na pedra fundamental do templo que vai ser construído pela loja do rito simbólico “Zur Eintracht”.
É o primeiro templo maçônico erecto nesta cidade e é justo que o órgão da maçonaria rio-grandense se dirija a tão solene ocasião a geração vindoura, que um dia tirara a luz estes documentos, quando cair em ruínas ou for desmontado o edifício que ora é erigido pela Glória do Supremo Arquiteto do Universo e honra de nossa arte real, pelos nossos irmãos que trabalham em língua alemã e segundo o “Rito de Schröder”.

... Os grãos mestres que ora depositamos na terra, semeando as idéias de Humanidade e Fraternidade Universal, estarão entre os transformados em frondosas árvores, à sombra das quais se abrigará o gênero humano...

... Respeitai pois, vindouros, os irmãos que hoje lutam para que vós possaiscolher os frutos.
A nós a luta e o sacrifício; a vós a abundante messe de benefícios!
Reina agora o Sr. D. Pedro II, augusto filho do heróico fundador do Império e príncipe magnânimo, sendo seu primeiro Ministro o venerando Duque de Caxias, sucessor do Ilustre Visconde do Rio Branco, que libertou o ventre das escravas e é Grão Mestre dos nossos Irmãos do Círculo do Lavradio. (Grande Oriente do Brasil) ...

Em maio de 1876, na América do Norte, nos Estados Unidos, o imperador do Brasil Dom Pedro II compareceu na Exposição Internacional na Filadélfia comemorativa ao Centenário da Independência dos Estados Unidos, comprou passagem em navio de linha regular, como sempre fazia quando viajava; recusava o cruzador como escolta que o Parlamento lhe oferecia, e viajava em navio de passageiros.
Quando o navio se aproximou das águas territoriais norte-americanas, uma esquadra americana o esperava, para escoltá-lo até o porto.
D. Pedro era convidado oficial do Governo Americano.
O presidente americano Ulisses Grant fez questão de que o imperador brasileiro cortasse junto com ele a fita de abertura, inaugurando a exposição.

No dia 10 de maio de 1876, na América do Norte, na Filadélfia, Pensilvânia (EUA), é aberta a primeira Exposição Mundial dos EUA, para comemorar o centenário da assinatura da declaração de independência que aconteceu em 1776, também na Filadélfia.
Oficialmente chamada “International Exhibition of Arts, Manufactures and Products of the Soil and Mine”, a exposição era absolutamente gloriosa.
Foi montada em Fairmount Park, ao longo do rio Schuylkill. As instalações foram projetadas por Hermann Schwarzmann.
Foram construídos mais de 200 edifícios novos no interior de um recinto que media mais de quatro quilômetros de comprimento. No interior dos edifícios os visitantes podiam ver enormes máquinas a vapor em funcionamento, animais exóticos e objetos vindos de todo o mundo (participaram 44 países). Juntamente com uma celebração do poder científico e industrial, um mundo já globalizado mostrava-se e deixava-se tocar no seu esplendor. Para ter uma idéia, basta pensar que o edifício principal, uma elegante estrutura em ferro e vidro, tinha 580 metros de cumprimento e cobria uma área de 81.000 metros quadrados.

Para anunciar a abertura da “Exposição do Centenário”, sinos soaram sobre toda a Filadélfia. Estava presentes à cerimônia o presidente dos Estados Unidos, Ulysses Grant e sua esposa e Dom Pedro II, Imperador do Brasil com sua esposa.
A cerimônia terminou no pavilhão de máquinas e equipamentos com Grant e Dom Pedro dando a partida no motor a vapor “Corliss Steam Engine” que fornecia energia para a maioria dos outros equipamentos da exposição.

Bananas foram oficialmente apresentados ao público americano em 1876 na Exposição do Centenário, embrulhadas em papel de alumínio, era considerado um tratamento exótico e vendido por 10 centavos.
Antes dessa data, bananas vieram para a América no convés de navios com os marinheiros levaram algumas hastes para casa depois viajar no Caribe.
Alguns dos produtos mostrados ao público pela primeira vez na exposição de Filadélfia foram:
Alexander Graham Bell e o telefone
Remington tipográficas Machine (máquina de escrever)
Ketchup Heinz e o katchup
Wallace-Farmer Dynamo Electric, precursor (luz elétrica),
Entre outros.

Além de D. Pedro II, a obra, “A Primeira Missa no Brasil”, de Victor Meirelles (1861), após participar da exposição em Paris, o quadro foi um dos escolhidos para representar o Brasil na Exposição Universal da Filadélfia, em 1876. “As duas viagens foram seguramente a causa da primeira restauração da obra”, já em 1878.
A exposição contou com 9 milhões de visitantes (quando a população dos EUA era de 46 milhões) na época, entretanto os visitantes foram contados novamente a cada vez que entraram na mostra.

Um escocês que vivia nos Estados Unidos, o professor Graham Bell apresentou um aparelho para se falar à distância.
Ninguém deu atenção ao professor e pesquisador de métodos de dicção. Nem mesmo os juízes responsáveis por escolher os melhores inventos. Pensativo e solitário diante do aparelho, o inventor ficou surpreso ao ouvir saudação tão calorosa:
“Meu caro professor Bell, folgo muito em reencontrá-lo.”
Era Dom Pedro II que começou a fazer perguntas sobre a novidade, assim ele conseguiu despertar interesse e aceitação dos juízes do concurso de invenções da exposição para o aparelho (não é claro, mas parece que Dom Pedro era um dos juízes), seu invento, uma coisa chamada “Telephono”.
Ele já conhecia o professor, tendo assistido uma palestra sobre surdos-mudos ministrada por Graham Bell.
Os juízes da exposição (que ao final auferiam prêmios aos vencedores) começaram a se interessar.
O “telephono” (telefone) foi examinado. - Graham Bell estendeu um fio de um lado a outro da sala, e colocou Dom Pedro na extremidade onde ficava a parte receptora do aparelho e dirigiu-se ao transmissor, após um momento de total silêncio o Imperador do Brasil que tinha o receptor ao ouvido exclamou de repente:
- Meu Deus, isto fala!

O Imperador ficou fascinado e fez uma encomenda de 100 aparelhos para o Brasil, tornando o Brasil o segundo país do mundo a empregar o Telephono.
Um ano depois, Graham Bell e seu sogro fundavam nos Estados Unidos a primeira companhia telefônica do mundo.

Em 16 de setembro de 1876, em Porto Alegre, é inaugurada a loja maçônica “Zur Eintracht”, situado ao lado da Igreja Protestante, frente a “Gemeinnütziger Knabenschule” na Rua Senhor dos Passos.
Por ocasião houve grandes festividades durante dois dias, pois era um acontecimento inédito, sem precedentes, do primeiro Templo Maçon contruído pelos próprios maçons. Uma banda musical militar executava marchas festivas.
O prédio posteriormente passou e ser propriedade do “Gemeinnütziger Verein” sendo demolido, dando lugar a uma garagem.

Em 29 de agosto de 1876, em Porto Alegre, é fundada a Sociedade Libertadora, que se empenhou na libertação das crianças nascidas de mães escravas.

Em 1877, na Ásia, Índia, a Rainha Vitória da Grã-Bretanha se torna Imperatriz da Índia, sem nunca ter pisado em suas terras.

Em 1877, no Brasil, chega o “telephono” (telefone), portanto um ano após a Exposição da Filadélfia - 1876 (EUA).
Graham Bell fabricou o primeiro aparelho especialmente para D. Pedro II, que o instalou no Palácio Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista (atual Museu Nacional no Rio de Janeiro).
O espírito inovador e a grande visão futurista de D. Pedro II, no entanto, não deixariam o sonho esmorecer.
O telephono, desenvolvido em 1877, pela Western e Brazilian Telegraph Company.
A imprensa recebeu a inovação como:
"o instrumento transmissor e ao mesmo tempo receptor de sons, tendo meio palmo de comprimento e constando de um pequeno cubo de madeira de cerca de uma polegada de diâmetro e três de extensão, com uma rodela de duas a três polegadas de diâmetro.” (A Província de São Paulo, de 1º de dezembro de 1877).

Em 1877, em Porto Alegre, alguns elementos italianos todos ligados ao comércio são fundadores da primeira Sociedade Italiana de Porto Alegre, a “Vittorio Emanuelle II”, se destacam: - Carlos Fossati e Adriano Pittanti, escultores, Ângelo Cadermatori, Giovanni Muratori, José Viale, João Batista Blengini, João Batista Amoretti.

Em 21 de janeiro de 1877, em Porto Alegre, é instalada a primeira Fábrica de Gelo.

Em 24 de maio de 1877, em Porto Alegre, é instalada a Junta Comercial.

Em 31 de maio de 1877, em Porto Alegre, aparece pela primeira vez o jornal de Carl von Koseritz “A Lanterna” de influência maçônica.

Em 1878, em Porto Alegre, surge a importante Sociedade Filarmônica Porto-Alegrense, transformada no Club Haydn entre 1896 e 1968, deixando clara a influência da imigração alemã adentrando-se na tradição lusa, enriquecendo-a.

Em 1878, em Porto Alegre, com relação à prestação de serviços de transportes e comunicação, a Estrada de Ferro Porto Alegre/ Novo Hamburgo, entre as cidades de Porto Alegre e São Leopoldo tem 2 a 3 horários diários.

- A viagem de “Barcos a Vapor” pelo Rio dos Sinos que já foi o único meio de comunicação com a Colônia de São Leopoldo, nesta época faz a viagem 2 a 3 vezes por semana levando remessa de mercadorias, a viagem tem a duração de 6 horas entre São Leopoldo e Porto Alegre.

- O “serviço de Telégrapho”, funciona mal, o serviço chegou a ser suspenso por alguns dias por causa da morte do telegraphista local. Ou as mensagens não são enviadas, pois o telegraphista do destinatário não esta no local para receber a mensagem.

- O “serviço de Correio” como também nas maiores cidades do Brasil, as cartas não são entregues, quem espera uma carta precisa de tempos, se por acaso não for informado por conhecidos, ele mesmo ir ao Correio verificar.
As cartas que não são retiradas são mencionadas num quadro pendurado para o público. Passado um mês, estas cartas são noticiadas mais uma vez no jornal local e se isto ainda não produz efeito, então são queimadas.
Cartas registradas são engavetadas para que não se percam, pois sobre estas há responsabilidade.
As cartas são envidas com o selo o qual o receptor tira e utiliza novamente para as respostas de maneira que alguns selos são tão usados de idas e vindas que ficam completamente inutilizados.
Os únicos entregadores de cartas em São Leopoldo são meninos dos quais cada qual procura receber mais cartas do chefe do Correio para receber gorjeta no seu endereço.
(adaptado de Hans Hofmann – Para o Brasil e de Volta para à Pátria – 10º cap. –  1878)

Em 1878, em Porto Alegre, tem início a instalação do “serviço de esgoto” para descarte das águas servidas, com a coleta em algumas ruas centrais da cidade.
Desde 1850, com a instalação da primeira Comissão de Higiene de Porto Alegre pelo Dr. Flores (existe a rua com seu nome) que tinha o interesse de incentivar movimentos para melhorar o fornecimento de água e criar serviço de esgotos na cidade.

Em 1878, em Porto Alegre, a Câmara concede licença para implantação de um rinque de patinação (skating rink), pelo prazo de cinco anos, “formando para este efeito um grande circo”.

- Um ringue de patinação, onde rapazes e moças deslizavam mostrando suas habilidades e, no dizer de um cronista da época “aproveitando” os tombos para iniciar um namoro. As quedas eram pretextos para pegar na mão das “mocinhas” e ajuda-las a levantar-se.

Ao lado do ringue de patinação foi instalado um quiosque onde se bebia um chope geladinho, acompanhado de saborosos petiscos.
Foi esta a “época de ouro” da Praça da Harmonia, reunindo ali, democraticamente, ricos, pobres e remediados.
Era o “ponto chique” de Porto Alegre, um local de encontros e bate-papos nos tranqüilos “fins-de-tarde”, apreciando o “pôr-do-sol” do Guaíba.

Em 1878, em Porto Alegre, com a morte do vereador José Martins de Lima, protetor da Praça da Harmonia, a Câmara decidiu mudar o nome da Praça para Praça Martins de Lima, em homenagem àquele que tinha conseguido dar ao local o tratamento que merecia.
O povo, entretanto, continuou chamando de Praça da Harmonia.

Em 1878, em Porto Alegre, é fundado o Clube Republicano, por Apolinário Porto Alegre, que tinha como objeivo dirigir um movimento democrático republicano através da imprensa.

Em 1878, em Porto Alegre, o alemão, Bernhard Sassen, casado com Elisabeth Ritter (viúva de Wilherm (Guilherme) Becker da Cervejaria Becker), abriu a Cervejaria Sassen, nove anos depois de ter chegado da Alemanha.

Em 1879, na Europa, a Alemanha forma aliança com o Império Austro-Húngaro.

Em 1879, na América do Norte, Estados Unidos, surgiu o primeiro “Supermercado” onde o cliente se serve sozinho.
Os “carrinhos de supermercado” só aparecem em 1937.

Em 1879, em Porto Alegre, a Câmara faz um grande plano de urbanização, ajardinamento e embelezamento da área da Praça Conde d’Eu e Largo do Mercado (atual Praça XV) para transformá-lo em uma praça digna do nome.
Para o projeto grandioso é contratado o francês Louis Nectoux que desenha os caminhos e jardins como das belas praças européias, árvores serão plantadas e a praça cercada com gradil requintado, uma gruta construído com cascata e ponte de ferro, estilo da época.

- Conforme o viajante alemão Wilhelm Breitenbach (1856-1937), que viveu em Porto Alegre (1880-1883) registrou em seu livro de memórias “Do sul do Brasil: lembranças e apontamentos”:
- “Ao sairmos do recinto do mercado, temos diante de nós um belo, amplo e bem instalado jardim, repleto de bom gosto em suas formas. Antigos visitantes de Porto Alegre lembrar-se-ão deste local somente como sendo um pântano; atualmente, porém, a antes denominada Praça Conde d’Eu, que, pelas mãos de um jardineiro alemão, foi transformada em um jardim verdadeiramente bonito, veio a torna-se um dos locais prediletos para encontro entre os moradores de Porto Alegre, ao entardecer. Aqui as damas permitem que se admirem suas novíssimas toaletes, como o fazem no teatro e na igreja; também nesse local podemos distrair-nos observando a jovem e feliz nova geração alemã. Assim como ocorre na nossa terra, também aqui a praça é o local preferido para a permanência das babás com seus bebês.”

- A Princesa Imperial D. Isabel em sua visita a Porto Alegre em 1885, escreveu em seu diário no dia 07 sobre as Praças D. Pedro II e Conde d’Eu:
- “A Praça aqui do Palácio (Praça D. Pedro II) tem bonitos edifícios à roda: Câmara Municipal, Teatro, etc. A Praça denominada Conde D’Eu, perto do Mercado, é planada como a do Palácio, e forma um muito bonito square, onde se encontram peuplires, erobles, chenes, etc, todos muito viçosos, já bastante grandes.”

- Em 1904, o gradil que cercava a praça, como as praças e parque europeus foi retirado.

- O viajante Victor W. Esche, em 1888, observador do cotidiano, fala sobre as praças:
- “Como bonitos lugares, além da já citada Praça Dom Pedro II, localizada no ponto mais alto da cidade, dever ser lembrados ainda como jardins públicos bastante freqüentados a Praça Conde D’Eu, assim denominada em homenagem ao genro do Imperador, bem como a Praça da Alfândega. A Praça Conde D’Eu é grande, quadrangular, localizada perto do porto e, com seus jardins verdejantes, representa um importante pulmão e, ao mesmo tempo, uma verdadeira honra para a cidade.”

- Em 1928, a Praça XV de Novembro perdeu uma parte de sua área que ia até a metade do Largo do Mercado (atual Glênio Peres) para a circulação dos bondes.

Em 1879, em Porto Alegre, a “primeira referência da questão servil” na Assembléia Legislativa da Província veio por parte do deputado Liberal Henrique D’Avila, numa comparação entre a situação dos escravos e a dos imigrantes em relação aos direitos políticos, concluindo que pelo menos os “ingênuos”, nascidos após a aprovação da Lei do Ventre Livre, tinham mais chances.
O argumento teve um caráter nitidamente estratégico para apressar a aprovação da Lei Saraiva (1881), de iniciativa de Gaspar Silveira Martins que concedia direitos políticos aos acatólicos e estrangeiros naturalizados.

- Com o tempo a medida de manutenção da estrutura servil, foi se revelando inviável, os partidos passaram a disputar entre si a primazia das iniciativas abolicionistas.
Durante o período de ascensão Liberal na Assembléia Legislativa, a postura destes parlamentares rio-grandenses era de promover a emancipação gradual, que não perturbasse a economia da Província.
Contra esta posição iriam insurgir-se os deputados republicanos que se elegeram pelo partido Liberal: - Francisco Xavier da Cunha, Ramiro Barcellos e Wenceslau Escobar.

Em 21 de outubro de 1879, na América do Norte, Estado Unidos, o norte-americano Thomas Alva Edson inventa a “Lâmpada Elétrica”. Edison viveu 84 anos e é o recordista de invenções com 1.093, só não teve um sucesso a que se dedicou; a criação de um carro elétrico.

1880

Em 1880, no Brasil, Amazonas, a cidade de Manaus torna-se centro mundial de exportação da borracha.

Em 1880, no Brasil, Rio de Janeiro, o conservador e monarquista Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, ou Joaquim Nabuco, fundou a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e tornou-se o maior porta-voz do abolicionismo legalista e parlamentar.

Em 1880, no Brasil, no Rio de Janeiro, o ministro da Guerra, Marechal José Antônio Corrêa da Câmara, 2º Visconde de Pelotas, resolveu instalar em Porto Alegre a Escola Militar da Província do Rio Grande do Sul, com internato, no Casarão da Várzea, nos Campos do Bom Fim (atual Avenida José Bonifácio).

Em 1880, em Porto Alegre, na Assembléia Legislativa da Província na pessoa do deputado Prestes Guimarães, iria condenar a imigração chinesa como alternativa ao uso do “negro”, sob alegações raciais que insinuaram falta de habilitação para os trabalhos realizados por negros escravos.

Em 1880, Porto Alegre tem seu Clube Republicano, o PRR – Partido Republicano Rio-Grandense, aproveitando os antigos símbolos do republicanismo farrapo, conspirando sem censura contra o Imperador, a Corte e o Conselho, mas sem censura do Governo Imperial. Somente os militares não podiam fazer manifestações públicas.

Em 1880, em Porto Alegre, a concessionária The Porto Alegre and New Hamburg Brazilian Railway já transportava 40.000 passageiros por ano entre Porto Alegre e Novo Hamburgo.

A partir de 1880, em Porto Alegre, foram fundadas “escolas públicas e particulares”.

Em 1880, em Porto Alegre, surge a Sociedade Culto as Letras, com o objetivo de propagar o Positivismo em sua revista.

Por volta de 1880, em Porto Alegre, existiam “21 cervejarias”, pertenciam à pioneira Kauffmann, os chalés e recreios da cidade, os recreios eram mais abertos, serviam cerveja, charutos e cigarros.
Nesta época os freqüentadores costumavam brincar gritando ao garçom:
-“Viva a Pátria!”, que era a marca da cerveja mais popular.

Firmas de Importação
- A grande maioria dos produtos, importados para Porto Alegre provinham da Inglaterra e da França, os produtos da Alemanha não eram bem aceitos por serem de qualidade inferior. Os produtos de Hamburgo (Alemanha) farinhas, óleos, conservas, estofos, telas, sedas, quinquilharias, cutelaria, relojoaria, chegavam ao Porto por intermédio dos grandes comerciantes alemãs do Rio de Janeiro, isto perdurou de 1875 a 1880, quando devido às linhas de navegação trans-oceânicas diretas, os comerciantes teutos rio-grandenses se libertaram da tutela do Rio de Janeiro.
Nesse período eles também começaram a se impor no comércio da capital, então dominado pelos luso-brasileiros.
Assim em 1878 dos 146 membros da Praça de Comércio de Porto Alegre, 26 já eram propriedade de alemães. O número de navios alemães que entraram no porto da Capital (56), só era superado por aqueles provenientes da Inglaterra (78).

Embarcações:
Navios de Ferro: - O comércio precisava de calado e velocidade, 72 anos depois da história de Wilkinson, o ferro foi empregado pela primeira vez na Inglaterra em um navio para transportar soldados a Guerra da Criméia, junto estava Charles Napier para garantir o prestígio do navio de ferro.  A partir daí navios a vapor e de ferro tornaram-se comuns nos mares, nas rotas do Pacífico e do Índico ainda era dominado pelos veleiros.

Curiosidade:
- Tomando cerveja em uma taberna da aldeia, o ferreiro John Wilkinson basofiara acerca de suas qualidades. Bastava querer e poderia construir tudo em sua forja. Até mesmo um navio. Passaram à aposta e Wilkinson, homem de palavra e de bons músculos, bateu em sua bigorna todas as chapas e peças do barquinho com que foi passear solenemente com a família no rio da localidade. A história correu mundo, mas poucos a levaram a sério.

Em 23 de maio de 1880, em Porto Alegre, é inaugurado o Prado Boa Vista (Hipódromo Porto-Alegrense), o primeiro da cidade, localizado na Rua Boa Vista (Vicente da Fontoura), arraial do Parthenon.
Realizava quatro páreos e uma corrida especial.

Em 1881, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Império, é aprovada a “Lei Saraiva”, que concedia o direito de voto aos acatólicos e estrangeiros naturalizados, idéia pela qual bateu-se o senador gaúcho Gaspar Silveira Martins, através desta Lei, os Liberais, constituídos esmagadoramente por pecuaristas, estabeleceram uma aliança política com a ala mais representativa da comunidade alemã colonial: - os comerciantes e a elite intelectualizada.

- Foi assim que a Assembléia Provincial recebeu deputados teutos, como Carlos von Koseritz, ter Brüggen ou Friedrich Haensel, que realizaram uma mediação entre o mundo colonial e a política dos senhores rurais.

Em 1881, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, Machado de Assis publica “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.

Em 1881, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, criação da Igreja Positiva do Brasil, baseado no líder positivista Augusto Comte, que influenciará os jovens republicanos, os proclamadores da República, principalmente do Rio Grande do Sul.

Em 1881, em Porto Alegre, inicia-se a construção do Asilo de Mendicidade, no Caminho de Belas junto à orla do Guaíba pelo padre Joaquim Cacique de Barros, projeto de Grandjean de Montigny, quase 20 anos em obras vão passar até sua conclusão.

Em 1881, em Porto Alegre, surge o Prado Rio-Grandense (atual Secretaria da Agricultura do RS), com entrada pela Rua 13 de Maio (atual Getúlio Vargas), no arraial do Menino Deus, já servido por linha de bonde.
Havia ali, certo clima de cancha reta, pois se permitiam desafios particulares:
“desde que avisassem a gerência a tempo e os jóqueis fossem de boa conduta”.

Em 1881, em Porto Alegre, os 3 maçons alemães Carl Von Koseritz, Ernesto Hänsel e Wilherm Bartholomay são eleitos deputados estaduais, onde com o auxílio de outros deputados maçons conseguiram melhoramentos não só para a colônia alemã, mas para a coletividade em geral.
- Carl Von Koseritz era um grande amigo de Saldanha Marinho, Silveira Martins, General Bento Gonçalves e muitos outros maçons de alto grau, amizade esta que ajudou a Kozeritz vencer vence grandes obstáculos, conseguindo que as igrejas protestantes podessem construir torres junto aos templos e instalar sinos como as igrejas católicas.
Foi Koseritz que conseguiu a igualdade política para os imigrantes e seus filhos.

Em 1881, em Porto Alegre, as atividades jornalísticas locais tiveram grande movimento e surgiram as “Folhas” variadas. Estes jornais traziam muitos debates sobre o Abolicionismo e a República, enchendo de entusiasmo a mocidade porto-alegrense.

Em 1881, em Porto Alegre, o “primeiro cronista” Antonio Álvares Pereira (1806 POA -1889 RJ) o “Coruja”, que incorporou ao nome, publica o livro “Antigualbas”, preciosas reminiscências de Porto Alegre do início do século XIX.
Professor, pesquisador de História, cronista e deputado, nunca esqueceu sua terra.

Em 1881, em Porto Alegre, é fundada a “sociedade de canto masculino” “Sängerdund Eintracht” que atuou até 1940, com a entrada do Brasil na Segunda Guerra, sendo uma das primeiras do Rio Grande do Sul.

- No Rio Grande do Sul havia também uma Federação de sociedades de canto (Deutscher Sängerbund von Rio Grande do Sul) composta por cerca de 28 sociedades, presidida pelo Sr. Julio Kunz de Hamburgo Velho. Em todo o Estado havia mais de 500 sociedades de canto alemão.

Em 09 de janeiro de 1881, no Brasil, é introduzida pelo Governo Imperial, através da Lei Eleitoral, a “eleição direta” para deputados gerais e provinciais, continuando a eleição para senador em lista tríplice e vitalícia.

Em outubro de 1881, em Porto Alegre, é fundada por Karl Bopp a Cervejaria Bopp, então conhecida como “Fábrica da Figueira”, na Rua Voluntários da Pátria.
Em 1898, a Bopp passou a ser dirigida pelo filho mais velho Arthur Bopp, e por um irmão mais moço.
Em 1911, com a construção da suntuosa nova sede na Rua Cristovão Colombo “O Palácio da Cerveja”, a Bopp se tornou a principal cervejaria do sul do Brasil.

Em 08 de novembro de 1881, na Europa, França, o brasileiro Júlio César de Souza descobriu a dirigibilidade dos balões. Subiu e dirigiu como quiz seu balão o “Vitória” o qual apelidou de “dirigível”. Projeto e construção de Júlio César conseguiu voar sem o mínimo esforço, contro os ventos sem nenhum propulsor.

Em 1882, em Porto Alegre, surge a Sociedade Literária José de Alencar.

Em 1882, em Porto Alegre, na Assembléia Legislativa da Província os deputados de tendência republicana, como Wenceslau Escobar, conseguiram aprovar um “imposto de 4$000” sobre cada escravo que residisse fora dos limites urbanos, o que atingia os senhores rurais.

- Faltava aos proprietários locais recursos para importar mão-de-obra, tal como fizera a Província de São Paulo com os imigrantes.

Em 1882, em Porto Alegre, é fundado o Partido Republicano Rio-Grandense – PRR se apresentava como alternativa política para os problemas da Província.
Formado por um grupo de recém formados profissionais liberais (advogados, médicos, filhos de fazendeiros), que retornavam de seus estudos em São Paulo.
Extremamente radicais, os jovens bacharéis impregnados da filosofia de Augusto Comte agruparam-se em torno de um líder: - Júlio Prates de Castilhos.
Foram definidas as estratégias para a atuação partidária, como realização de congressos, a criação de um jornal e elaboração das bases de um programa dos candidatos republicanos, que deveria nortear a ação dentro do sistema monárquico.

- Manifesto Republicano do Rio de Janeiro (1870).
- Convenção de Itu, São Paulo (1873).

- Neste momento e até o fim da Monarquia os republicanos não haviam revelado claramente sua fonte de inspiração política: - o Positivismo.

Em 23 de fevereiro de 1882, em Porto Alegre, na Convenção Republicana, o grupo de bacharéis, liderados por Júlio de Castilhos excluíram os republicanos históricos do movimento em nome de uma doutrina que pregava a ditadura científica positivista.
As divergências entre os dois líderes eram grandes, Apolinário Porto Alegre defendia a abolição dos escravos imediatamente, Julio de Castilhos impôs sua idéia de abolição gradual (como já fazia a Monarquia) e com a indenização dos Senhores

Em 31 de outubro de 1882, na Europa, Alemanha, Berlim, foi inaugurada uma “Exposição Brasileira”, Carl von Koseritz foi um dos maiores propagandistas deste certame, foi uma enorme satisfação para ele poder apresentar no “stand reservado ao Rio Grande do Sul” uma grande quantidade de produtos da lavoura, madeira de lei, pedras preciosas, frutas, bebidas, etc. O próprio Koseritz expôs 293 peças, a grande maioria sendo artigos de artesanato dos índios, machados de pedra, flechas e arcos, ferramentas de pedras, amostras de ouro e prata das minas de lavras, chumbo e muito mais. Fizeram se representar, além de Koseritz mais de 40 alemães e descendentes de imigrantes. O sucesso foi absoluto.

Em 1883, na América do Norte, Estados Unidos, é construído o primeiro arranha-céu na cidade de Chigado.

Em 1883, em Porto Alegre, surgem a Sociedade Literária 28 de Setembro e a Sociedade Literária Gonçalves Dias.

Em 1883, em Porto Alegre, a apaixonada rivalidade dos integrantes das sociedades, Esmeralda e Venezianos se entreveraram, e só não provocaram tumulto maior porque a polícia agiu a tempo.
Aos poucos, os desfiles foram engordando, a Sociedade Germânia e vários blocos foram para as ruas, e o colorido do centro da cidade aumentou com os desfiles dos carros alegóricos. Ricamente ornamentados, com seus foliões em fantasias, esses carros se concentravam na Praça da Alfândega e percorriam as ruas do Centro.
A animação só diminuiria durante a Revolução Federalista, mas a partir de 1896 voltaria com força maior ainda.

Em 1883, no Brasil, Rio de Janeiro, na Questão Militar, o tenente-coronel Sena Madureira atacou nas colunas dos jornais um projeto de lei que interessava o exército.
Havia a proibição no Governo Imperial de os oficiais discutirem na imprensa assuntos militares sem ordens do Ministro da Guerra, as penalidades impostas aos infratores agitaram os meios militares.

- Em Porto Alegre, houve protestos de oficiais apoiados pelo comandante das Armas da Província, o general Manuel Deodoro da Fonseca.
Chamado ao Rio de Janeiro, onde os pedidos de cancelamento das penalidades haviam sido recusados.
Deodoro assinou um enérgico manifesto, redigido por Rui Barbosa, em defesa do Exército. As punições foram canceladas.

- Através das maquinações que Julio de Castilhos em Porto Alegre, aproveitando-se da situação criada pela Questão Militar no Império, e influências, vai conduzir à derrubada da monarquia em 1889.

Em 1883, no Brasil, Província do Rio Grande do Sul, São Jerônimo, é fundada a mineradora Cia. Minas de Carvão do Arroio dos Ratos no mesmo lugar onde 30 anos antes a Imperial Brazialian Colleries havia se instalado em Arroio dos Ratos.
Em 1889, a mineradora foi incorporada à Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo.
Em 1917, foi transformada em Cia. Carbonífera Rio-Grandense.
Em 1941, Companhia Carbonífera Minas do Butiá.
Em 10 de janeiro de 1948, é constituída a Companhia de Pesquisas e Lavras Minerais – Copelmi.

Em 1883, em Porto Alegre, é inaugurada a Igreja do Nosso Senhor Jesus do Bom Fim, na Rua do Bom Fim (Osvaldo Aranha), em estilo eclético (colonial português, neoclássico e neo-gótico) é representativo das três fases da construção.
Uma das três igrejas que restam da época Imperial em Porto Alegre, sendo também, o terceiro templo católico mais antigo da cidade, abriga a imagem de Nosso Senhor do Bonfim originária das missões Jesuítas de São Borja.
Teve como capelão em 1887, o Padre Landell de Moura, inventor do telégrafo sem fio, e grande cientista gaúcho.

Em 1883, em Porto Alegre, os “sobrenomes dos alemães ricos” em consoantes fariam a lista que seriam impressas nos logotipos de tantas lojas, firmas e fábricas criadas:
- “Adams, Arnt, Becker, Berta, Bier, Bins, Biehl, Bohrer, Bopp, Bromberg, Dreher, Gerdau, Geyer, Hermann, Jung, Klein, Khawe, Lamb, Lang, Linck, Löw, Mentz, Metz, Müller, Neugebauer, Poock, Renner, Rheingantz, Ritter, Rotermund, Sassen, Schapke, Schmidt, Schneider, Schreiner, Sperb, Springer, Steigleder, Strassburger, Streibel, Vetter, Volkmer, Wallig, Weinmann, Wolf”.

Em 1883, em Porto Alegre, é criado o Centro Abolicionista.

Em 1883, em Porto Alegre, a Escola Militar do Rio Grande do Sul passa a funcionar no novo prédio construído nos Campos da Várzea (Redempção), atual Colégio Militar no atual bairro Bom Fim.

Em 1883, em Porto Alegre, já existindo desde esta data a Livraria e Editora Globo “O Templo da Cultura” por Laudelino Barcellos, na Rua dos Andradas, Centro de Porto Alegre.
Em 1899, é publicado o primeiro livro “Opúsculos da Filosofia Social” de Augusto Comte.
Em 1918, com a morte de Laudelino, José Bertaso que trabalhava desde 1890, compra a livraria.
Em 1919, é lançada a “Revista do Globo”, que ajudaria a moldar a cultura e tradições gaúchas no Brasil.
Em 1924, o prédio é reformado com sua imponente fachada para as duas ruas: da Praia e Praça XV de Novembro.
Em 1930, Henrique Bertaso, filho de José Bertaso.
Em 1931, Érico Veríssimo assume a direção da Revista, Mansueto Bernardi tornou-se editor.
Em 1933, Veríssimo tornou-se consultor editorial de Bertaso. A Editora Globo lança as célebres coleções:
- Amarela (de romances policiais),
- Verde (para senhoras e senhoritas),
- Nobel (só de clássicos).
Em 1937, a Globo participa da Feira em Frankfurt (Alemanha). Lançou os 17 volumes da “Comédia Humana”, de Balzac, e os sete volumes de “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.
A Globo criou um grande Parque Gráfico, onde trabalhava mais de 250 operários.
Em 1948, chegou ao milésimo título.
Em 1986, já transferido o parque gráfico para a cidade de Cachoeirinha, e menos ativa, a editora é comprada pela Rio Gráfica, Editora das Organizações Globo do Rio de Janeiro.
Em 1989, a razão social mudou para Editora Globo S.A.
Permanecendo somente a papelaria e livraria (aliás, na parte de papelaria muito completa) no prédio histórico da Rua da Praia e das lojas filiais da Livraria do Globo.

Em 02 de fevereiro de 1883, no Brasil, Rio Grande do Sul, em Pelotas, acordou se sentindo melhor, foi construído pelo Dr. Álvaro de Souza Soares, o parque, que abrigava o maravilhoso Laboratório Rio-Grandense, produtor do afamado Peitoral Cambará, espécie de maravilha curativa e do Depurativo Luesol.
Os “xaropes feitos de ervas, os tônicos de ingredientes secretos e os elixires de promessas miraculosas” não curavam doenças fatais, nem venciam a batalha contra bactérias e vírus, mas trouxeram alívio aos doentes, e muita saúda par indústria de medicamentos do Estado.
O Peitoral de Angico Pelotense do Dr. Domingos da Silva Pinto, o Vinho Creozotado de João da Silva Silveira, o Peitoral de Mel, Guaco e Agrião do Dr. Leivas Leite, o Tônico Salvol da Kraemer fizeram a fama de Pelotas, cidade que concentrava o maior número de laboratórios farmacêuticos no final do século XVIII e início do XIX.
O Galenogal do Laboratório Galenogal do Dr. Frederico Romano, a marca resistiu até 1986, foi comprada pelo Laboratório Kliey Hertz de Porto Alegre e ainda é vendido, só que agora como tônico fortificante.

Em 24 de julho de 1883, no Brasil, Rio Grande do Sul, morria em Caçapava do Sul José Pinheiro Ulhôa Cintra, conhecido como “Velho Pinheiro”, jornalista e emérito advogado, além de poeta, exerceu diversos cargos, entre o governo Imperial e a República Farroupilha (da qual era adepto atuante).
No Império:
-Alferes da Linha do Exército Imperial,
- Vereador por diversas legislaturas,
- Deputado Provincial, Juiz de Paz e Órfãos,
Na República Rio-Grandense:
- Coronel do Exército Republicano (Farroupilha),
- Primeiro Ministro da Marinha,
- Ministro do Exterior,
- Ministro Plenipotenciário e de Negócios,
- Embaixador da República no Paraguai,
- Constituinte da República, em 1842, tendo sido redator e signatário.
Colaborou para o jornal “O Povo”, jornal oficial da Revolução, publicado em Piratini e depois Caçapava do Sul.

Em 1884, na Ásia, começa a Guerra Sino-francesa, motivados por disputas comerciais e territoriais.

Em 1884, no Brasil, Rio Grande do Sul, a The Brazil Great Southern Railway Company Ltd, para assegurar o poder na Fronteira Oeste, começou as obras do caminho entre Porto Alegre e Uruguaiana.
No início foi até a localidade de Amarópolis, no município de General Câmara, chegando a Cachoeira do Sul.

Em 1884, em Porto Alegre, Miguel Friederichs fundou sua oficina de esculturas no Caminho Novo (atual Rua Voluntários da Pátria). Os irmãos Friederichs estão entre os primeiros escultores que se estabeleceram no Estado com oficinas de escultura.

Em 1884, em Porto Alegre, foi feito o aterro no Guaíba e surgiram duas novas ruas: - Rua Nova da Praia (atual Sete de Setembro) e Rua das Flores (atual Siqueira Campos). A Rua das Flores recebeu este nome porque nela havia duas grandes paineiras.
Na primavera, as paineiras enchiam a rua de flores cor-de-rosa. Uma delas foi cortada, mas a outra que ficava junto ao trapiche da Casa Bromberg e era utilizada para descanso e abrigo dos animais, recebeu a proteção dos comerciantes e sobreviveu.
No século XXI, a “Paineira” continua frondosa na Avenida Siquera Campos, gerando o codinome para a avenida.

Em 1884, em Porto Alegre, é construída a nova Igreja Condomínio do Menino Deus no arraial do Menino Deus, em estilo gótico, abriga no alto da torre, “o único relógio público da época”.
Essa igreja seria local de comemoração das festas desde o Natal até o Dia de Reis.
Até 1876, é o ponto de partida para a Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, até sua transferência para a Igreja do Rosário no Centro.

Em 1884, em Porto Alegre, José Endler abre oficialmente uma fábrica de salsichas e embutidos, a Fábrica de Conservas Endler, na Rua Dr. Flores (ao lado da Sociedade Germânica).
Natural da Boêmia, Endler veio para Porto Alegre em 1876 (teria sido o primeiro mestre-salsicheiro a chegar ao Brasil). Começou como funcionário de uma salsicharia, juntou economias e na casa do amigo José Rogge (onde morava), instalou uma máquina para fabricar suas próprias salsichas Bockwurst e Frankfurt, em 1878 já tinha feito sua clientela.
Em 1894, casado com Gertrudes Graeff, e treze filhos, mudou-se para a grande casa da Rua 24 de Maio (Otávio Rocha), exatamente onde se localiza o Café Haiti, morava no piso superior, no térreo um grande açougue e varejo, nos fundos fabricava salsichas.
Em 1910, transferiram a fábrica para a Rua Cristovão Colombo, 2115 a 2125.
Em 1934, com o falecimento de José Endler os herdeiros mudaram a razão social Irmãos Endler Ltda.
Depois com a ampliação da fábrica para Endler – Indústria de Carnes e Derivados Ltda.
Em 1978, ano do centenário, mudaram para uma moderna fábrica, em Sapucaia do Sul.

- Nota:
Até 1953, a Família Endler foi dona da Banca 43 do Mercado Público de Porto Alegre, o que ajudou a firmar a marca.

Em 1884, em Porto Alegre, o comendador Luis Augusto Ferreira Almeida obteve junto à Câmara Municipal de Porto Alegre a autorização para implantar “linhas telefônicas” na cidade.
Depois transferiu a concessão para a Cia. União Telefônica do Brasil.

Em 1884, em Porto Alegre, na Assembléia Legislativa da Província, sobre a emancipação dos escravos, dois princípios orientavam as opiniões: - “os riscos da liberdade e a necessidade de compelir o liberto ao trabalho”.
O deputado liberal Itaquy, pronunciava sobre os “perigos da vadiagem, propiciadora de crimes, furtos e libertinagem”, e sugeria a formação de Colônias Agrícolas.
Reconhecendo os benefícios que trouxera a Província à colonização estrangeira, o deputado indicava: - o caminho da diversificação agrícola e da pequena propriedade, como o mais salutar para garantir não só o progresso econômico como também a ordem social.

Em 1º de janeiro de 1884, em Porto Alegre, começa a circular o jornal A Federação do Partido Republicano Rio-Grandense – PRR, tendo Venâncio Aires na sua direção, e redatores como Júlio de Castilhos, Ramiro Barcelos, Ernesto Alves e Barros Cassal, todos comprometidos, até os ossos, com os ideais da República.
Não tinham papas na língua, suas penas eram afiadas.

Em 29 de junho de 1884, em Porto Alegre, é inaugurado o Hospital Psiquiátrico São Pedro, o “Hospício” na Estrada do Mato Grosso (Avenida Bento Gonçalves) no Arraial do Parthenon, área afastada do centro urbano, tendo como primeiro diretor o Sr. Carlos Lisboa, que exerceu o cargo até 1889.

Porto Alegre, diante da onda nacional força a extinção do trabalho servil.

Em 12 de agosto de 1884, pela manhã, em Porto Alegre, um grupo de pessoas formou a Jornada Abolicionista, caminhou em passeata pela Rua da Praia, batendo de porta em porta e pedindo aos donos que libertassem seus escravos.
Vivia-se a agitada “Semana da Libertação” em várias cidades do Império.


No século XIX, no Areal da Baronesa (quando a Cidade Baixa era um arraial) povoado sobretudo por negros foragidos, prostitutas e pequenos comerciantes, vários proprietários de escravos que viviam na rua da Olaria (Lima e Silva) entraram num consenso revolucionário para a época.
Quatro anos antes da abolição da escravatura que viria a ser assinada pela Princesa Isabel em 1888, os donos de escravo decidiram dar cartas de alforria a todos os seus cativos.


Uma grande comemoração ecoou por aquela que viria a ser a mais popular das ruas da Cidade Baixa. Naquele dia mesmo, coroando as comemorações dos negros e dos abolicionistas que viviam por aquelas bandas, foram colocadas várias placas nas esquinas da Lima e Silva onde letras garrafais anunciavam: 
"NA RUA LIMA E SILVA TODOS SÃO LIVRES"...


Em 07 de setembro de 1884, em Porto Alegre, a Câmara declarou Extinta a Escravidão na cidade, quase quatro anos antes da Lei Áurea. – No Arquivo Histórico de Porto Alegre:
- O Livro de Ouro” do Centro Abolicionista da capital lista, em 28 páginas, 870 pessoas que libertaram os seus escravos naqueles dias.
O recordista foi Lutero Ferreira Ávila, que soltou 95, seguido de João Gonçalves Lopes, com 51, e o coronel José Manoel Correa, 19.
- A cidade na qual viviam 5.790 escravos registrados, no ano seguinte possuía 1.815, e em 1887, às vésperas da Lei Áurea, apenas 58.

Somente um problema: - os libertos foram largados, abandonados sem direitos sem nada, ao bel prazer.
Alforros se aglomeraram na Colônia Africana (atual bairro Rio Branco), Campos do Bom Fim que passou a chamar “Campos da Redenção” e no Areal da Baronesa (atual Cidade Baixa).

Charles Darwin já dizia em 1836:
“O Brasil é um país de escravidão, portanto de degradação moral”.

- Na Assembléia Legislativa da Província, como estratégia política, medida de efeito moral e recurso econômico para reter e controlar a mão-de-obra interna foi adotada a fórmula da “abolição antecipada” com cláusula de prestação de serviços.
O princípio era a indenização devida ao proprietário, que se via alienado, o “bem”.

- Os republicanos reivindicaram a libertação imediata e sem indenização. Os pronunciamentos de Joaquim Francisco de Assis Brasil, primeiro deputado republicano eleito como tal, eram radicais.

- No Norte e Nordeste do Brasil a Província do Amazonas e do Ceará, também libertaram seus escravos.

Em 28 de setembro de 1884, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Império, o Parlamento jogou outra cartada para retardar a abolição dos escravos, com a aprovação da Lei Saraiva Cotegipe a Lei dos Sexagenários, a lei concedia liberdade aos cativos maiores de 60 anos e estabelecia normas para a libertação gradual de todos os escravos, mediante indenização.
Na realidade a lei privilegiava os senhores que se livravam de velhos “imprestáveis”.

Em 1885, na Europa, Alemanha, em Mannheim, Karl Benz constrói o “primeiro motor movido a gasolina” e aperfeiçoou a carruagem sem cavalos “um triciclo”, e Gottlieb Daimler adapta um motor a uma carruagem.

De 1855 a 1885, em Porto Alegre, quando morreu, o famoso Maestro Mandanha, mineiro, autor da música do “Hino Rio-Grandense”, dirigiu a Sociedade Musical Beneficente Porto-Alegrense.

Em 1885, em Porto Alegre, o PRR – Partido Republicano Rio-Grandense já bem organizado consegue eleger seu primeiro deputado provincial Joaquim Francisco de Assis Brasil.

Em 1885, em Porto Alegre, foi fundada por um grupo de comerciantes alemães a Associação Sul Rio-grandense dos Viajantes Comerciais, depois conhecida como “Caixeiros Viajantes”. Tinha como objetivo ser sede de recreio e ajuda para os caixeiros viajantes que passavam pelo Estado.

Em 1885, em Porto Alegre, é criado o Colégio Americano. (confirmar dados)

Em 1885, em Porto Alegre, é inaugurada a Parada Navegantes. estação secundária da concessionária The Porto Alegre and New Hamburg Brazilian Railway”, situada no centro do bairro de mesmo nome, no final da Rua Voluntários da Pátria, zona norte.
Era uma parada de carga e descarga, uma plataforma sem construção alguma, que mostra o rio ao fundo, em frente à Igreja dos Navegantes, abaixo da atual ponte do Guaíba.
O primeiro prédio de madeira foi construído por volta de 1886, e substituído por outro de alvenaria por volta de 1929.

Em janeiro de 1885, em visita especial a Porto Alegre de S.A.I. Princesa Isabel e seu esposo Conde D’Eu e comitiva.
A cidade está maravilhada com as presenças ilustres de Suas Altezas que fizeram inaugurações, visitas a entidades, passearam e divertiram-se. Ficaram acomodados no Palácio na Praça Dom Pedro II (Praça da Matriz).
Compareceram as corridas no Prado Boa Vista e a Princesa D. Isabel anotou as emoções da tarde em seu diário.

Em 11 de janeiro de 1885, em Porto Alegre na charge da Revista “O Século”, foi publicado por ocasião da visita de S.A.I. Princesa Isabel e seu marido o Conde D’Eu à capital:
- Na apresentação a Cidade de Porto Alegre é caracterizada como mulher de mãos dadas com a Princesa Isabel:

“Descendente de Reis, Princesa Egrégia, /
Honra e Penhor do Império do Brasil; /
Nós que co’roa da virtude excelsa,/
Adornastes a fronte senhoril,/
Sede bem vinda às plagas Rio-Grandenses,/
Onde a veiga é mais verde e o céu azul,/
Sois do norte a estrela da bonança,/
Sou a Princesa dos vergeis do sul!/
Nunca a lisonja maculou-me os lábios,/
Nem minha fronte o servilismo vil!/
Posso meus louros vir depor à sombra,/
Da sagrada oliveira do Brasil!”

Em 13 de janeiro de 1885, em Porto Alegre, S.A.I. Princesa Isabel seu esposo o Conde d’Eu e comitiva foram à outra margem do Guaíba visitar a Cia. Minas de Carvão Arroio dos Ratos.

Em 30 de janeiro de 1885, em Porto Alegre, a princesa Regente D. Isabel esteve em visita ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, acompanhada de seu esposo o Conde D’Eu e demais autoridades e deixou registrado no Livro de Visitas.

Em 1º de fevereiro de 1885, sábado, em Porto Alegre, na Praça Dom Pedro II, foi colocado o “primeiro monumento em um logradouro público”, a estátua em homenagem a Manoel Marques de Souza (13.06.1805 -18.07.1875 – 70 anos), o Conde de Porto Alegre.

- Feito em mármore de carrara branco, representa o general em grande uniforme, de pé, apoiando a mão esquerda nos copos da espada, tendo na direita seguro o chapéu armado, mede dois metros de altura e é assentada em um pedestal de granito de três metros, trabalho feito no Rio de Janeiro, há uma única inscrição no pedestal – “General Conde de Porto Alegre”, a estátua foi talhada nas oficinas de mármore dos Srs. Pittanti & Cia, desta capital, onde Pittanti fez a figura e Fossatti miniaturista, executou a parte decorativa, como medalhas, espada e dragonas.

- O monumento foi coberta em veludo para ser inaugurado pela S.A.I. Princesa Isabel, Regente do Império, em visita a capital da Província.
- O jornal A Federação, diz em 03 de fevereiro de 1885:
“Inaugurou-se a um do corrente, na Praça Pedro II a estátua que a gratidão popular elevou a memória do General rio-grandense Conde de Porto Alegre.
O ato foi extraordinariamente concorrido, estando presentes S.A. Imperial a Princesa Isabel, acompanhada do Conselheiro Andrade Pinto, Sr. Presidente da Província, Visconde de Pelotas (...).
O Sr. General Visconde de Pelotas, pronunciou o discurso inaugural, o qual, com outras autoridades, descerrou “as cortinas que envolviam a estátua”.
O corpo embalsamado do Conde de Porto Alegre veio em navio de guerra trazido do Rio de Janeiro, e desde 05 de novembro de 1875 repousa em Capela particular no Cemitério da Santa Casa.

Em 02 de fevereiro de 1885, domingo, em Porto Alegre dia de Nossa Senhora dos Navegantes, S.A.I. Princesa Isabel, seu esposo Conde D’Eu e comitiva acompanham as festividades.

Em 07 de março de 1885, em Porto Alegre, foi resolvido pela Câmara a construção de um Quiosque de Madeira na Praça Conde D’Eu (antiga Praça Paraízo), “o primeiro prédio”, para alugá-lo a fim de que ali se instalasse a venda de bebidas e sorvetes. A obra foi contratada por Frederico Jaeger e concluída no mesmo ano.

- Abriram-se oito chalés no Centro, entre 1876 a 1885, conforme Athos Dasmaceno Ferreira:
- Os Quiosques eram construções redondas ou octogonais, em madeira ou alvenaria, com cobertura de palha, tipo chapéu chinês. Por essa época, multiplicaram-se pelas esquinas e praças. Serviam cerveja, charutos e cigarros.
- Os Recreios, que eram lugares mais abertos, serviam comida e bebida, ficavam nos arraiais próximos.
- Os Bosques eram semelhantes aos quisques e recreios, mas ficavam nas regiões centrais.

- Os cafés também se espalhavam pela cidade, na Rua da Praia, os mais famosos eram o Café Nacional e o Café Colombo.
O Café Colombo, segundo uma descrição da época, era uma galeria com mesa ao balcão e um bonito salão ao fundo, uma orquestra tocava ao vivo.

- Em 1888, o viajante alemão Victor W. Esche, lhe chamou a atenção uma singularidade sobre os bares:
- “Nauralmente, não faltam bares alemães em Porto Alegre. Como isso também seria possível, onde 4 a 5 mil alemães estão estabelecidos! Mas que bares engraçados são esses, que são freqüentados aqui pela sociedade alemã da classe mais alta. Não são restaurantes grandes, claros, simpáticos, mobiliados de forma elegante, mas sim quartos de fundos de armazéns de produtos coloniais, que parecem verdadeiras espeluncas. A preferência dos alemães daqui por esses bares sujos, escuros e escondidos é totalmente misteriosa para mim. O estrangeiro nem descobre um bar desses, já que não há placa fixada. Apenas sob orientação de pessoas conhecidas de lá pode-se encontrar a entrada. Nas paredes, nas quais estão colados modelos de papel de parede dos mais diversos tipos, há uma mistura de cartazes para fins de propaganda. Nos bares, nos quais faltam cadeiras, estistem caixas e barris em grande quantidades, que podem ser usados como assento. O tamanho desses bares raramente passa dos 10 pés de comprimento de de 10 pés de largura.”

Em 04 de julho de 1885, em Porto Alegre, é fundada a Associação Industrial.

Em 22 de novembro de 1885, em Porto Alegre, os republicanos dissidentes, excluídos do grupo de Julio de Castilhos, fundaram o Clube Bento Gonçalves, eram eles:
- Apolinário, José Gomes Porto Alegre, Antão Gonçalves de Farias, Jaime de André Faceiro e Gaspar Guimarães.

Em 24 de novembro de 1885, em Porto Alegre, Mathias Hubber, arrendatário do restaurante do Chalé da Praça Conde d’Eu, anunciava no jornal Deutsche Zeitung:
- “O restaurante no Jardim Conde D’Eu ficará aberto todos os dias onde seram servidos bebidas frescas. Para isso, convidamos cordialmente.”

Em 28 de setembro de 1885, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, é promulgado a Lei nº 3.270 Saraiva-Cotegipe (Lei dos Sexagenários), que torna livres os escravos com mais de 65 anos de idade.
Mesmo tendo pouco efeito prático, pois libertava somente escravos que, por sua idade, eram menos valorizados, houve grande resistência por parte dos senhores de escravos e de seus representantes na Assembléia Nacional.

Em 1886, na América do Norte, Estado Unidos, é montada a Estátua da Liberdade em uma ilha na baia de Manhattan, cidade de New York.

A Estátua da Liberdade (em inglês: The Statue of Liberty; em francês: Statue de la Liberté), cujo nome oficial é A Liberdade Iluminando o Mundo (em inglês: Liberty enlightening the world; e em francês: La liberté éclairant le monde).
Construído em 28 de outubro de 1886, em uma ilha na entrada do Porto de Nova Iorque.

O monumento comemora o centenário da assinatura da Declaração da Independência dos Estados Unidos da América e é um gesto de amizade da França para com os Estados Unidos, foi um presente de Napoleão III, como uma forma de premiação aos Estados Unidos, após uma vitória em batalha travada contra a Inglaterra.
.
Projetada, patenteado e construída pelo escultor alsaciano Frédéric Auguste Bartholdi (1834-1904), baseou-se no Colosso de Rodes para edificá-la.
Para a construção da estrutura metálica interna da estátua, Bartholdi contou com a assistência do engenheiro francês Gustave Eiffel, mesmo arquiteto da Torre Eiffel.

A estátua tem altura total 92,9m, sendo 46,9m correspondendo à altura da base e 46m à altura da estátua propriamente dita.

O historiador francês Edouard de Laboulaye foi quem primeiro propôs a idéia do presente, e o povo francês arrecadou os fundos necessários.

Em 1875, a equipe do escultor Frédéric Auguste Bartholdi começou a trabalhar na estátua de dimensões colossais.

A estátua foi montada em solo francês e ficou pronta em 1884, sendo então desmontada e enviada para os EUA em navios, para ser remontada em lugar definitivo.
A construção do pedestal que serve como base do monumento ficou a cargo dos norte-americanos.

Em 28 de outubro de 1886, milhares de pessoas acompanharam a cerimônia de inauguração do monumento.

A estátua funcionou como farol de 1886 a 1902, tendo sido pioneiro na utilização elétrica dentre os faróis, tendo em vista que até então utilizavam-se tochas no lugar de lâmpadas elétricas.

Em 1886, no Brasil, as fronteiras são abertas a imigração, até 1914 mais de 3 milhões de imigrantes já teriam entrado.

Em 1886, em Porto Alegre, o Deutscher Hilfsverein (1858), alterou seus objetivos e fundou a Associação Beneficente e Educacional - ABE, uma escola, o atual Colégio Farroupilha, afim de, criar cidadãos com espírito de família e cultivar valores para o desenvolvimento de sua personalidade.
Iniciam as atividades do Colégio Farroupilha, situado na Rua São Rafael (Alberto Bins), Centro.

Em 1886, em Porto Alegre, os Cafés se instalam no interior do Mercado Público, eram pequenos chalés, que serviam bebidas e refrescos.

Em 1886, em Porto Alegre, a cidade já é servida por quatro linhas de bonde:
-Duas ligavam a Praça da Alfândega ao arraial do Menino Deus, uma pelo Riacho e Rua da Margem e outro pelo Largo da Caridade seguindo pelo Caminho da Várzea, na zona sul.
- As outras duas atendiam o Caminho Novo (Voluntários da Pátria), na zona norte e o arraial do Parthenon, na zona leste, que estava bem desenvolvido.

Em 15 de setembro de 1886, em Porto Alegre, o primeiro “alô” foi dado em cerimônia solene na sede da Companhia União Telefônica, com o centro telefônico instalado na esquina da Rua Riachuelo com a Rua Direita (General Câmara, local da atual Biblioteca Pública do RGS).

- O dono da primeira voz era ninguém menos do que o então general Manoel Deodoro da Fonseca, “o futuro proclamador da República”, nesta época era comandante do Exército no Sul e em 1886, ocupava a presidência da Província interinamente.
Foram instalados 72 aparelhos na cidade, o comércio ficou com a maioria dos aparelhos e passou a anunciar nos jornais o seu novo serviço: tele-entrega.
A assinatura anual equivalia ao salário de um funcionário público de categoria média:
- $ 120 mil réis, pagos adiantados. Cinco repartições públicas forma dispensadas de pagar a conta pelo serviço.

- Porto Alegre foi à sexta cidade do Império a receber esse serviço, depois de Rio de Janeiro, Petrópolis (os lugares onde o Imperador residia), Niterói, São Paulo e Santos já se beneficiavam dele.

A partir de 1887, em Porto Alegre, o lixo começou a ser depositado em valas de dois metros de profundidade por dois metros de largura, abertas nos Campos da Várzea (Parque Farroupilha), tais procedimentos seguiram até o fim do século XIX. Isto mostra uma mudança na concepção em relação ao lixo, antes exposto nas ruas e margens, começa a ser depositado em uma área (embora envolvida pelo núcleo urbano), continuava aberta e sem edificações. Seu enterramento, uma forma de ocultar a sujeira, esforço do governo municipal, em transformar a cidade doente numa cidade sadia, limpa e ordenada, requisito fundamental para implantação e consolidação de uma sociedade “moderna”, comprometida com o liberalismo europeu.
Disse Achylles Porto Alegre, mesmo no final do século XIX:
“... com imundas calhas de águas servidas, fétidas, infectas”.

Em 1887, na Europa, o físico Willian Crookes pesquisava as propriedades da eletricidade usando um tubo que continha duas placas de metal, os eletrodos. Aplicando uma alta voltagem e extraindo o ar do tubo, notou que a eletricidade passava entre os eletrodos, iluminando o tubo. À medida que a pressão caia (aproximando-se do vácuo), o clarão se apagava, mas o cilindro continuava luminoso. Crookes chamou os raios de “Catódicos”, (na verdade era um fluxo invisível de létrons).
Em 1897, Ferdinand Braun criou um tubo (Tubo de Braun) com uma das paredes revestida com uma substância que cintilava quando atingida por raios catódicos, nascia o precursor do atual “tubo de televisores”.
Em 1936, na Inglaterra, a BBC inaugurou o primeiro serviço de televisão de alta definição usando o sistema de tubo catódico.
Em 1939, nos Estados Unidos, a RCA, inaugurou o primeiro serviço de telvisão totalmente eletrônico.
Em 1953, foi desenvolvido um sistema de televisão usando um tubo de raios catódicos com três canhões de elétrons (azul, vermelha e verde), com um dispositivo que direciona cada feixe na tela, nascia a “televisão a cores”.
No final da década de 1960, a japonesa Sony desenvolveu o “sistema Trinitron”, um tubo de raios catódicos com desenho diferente da RCA.

Em 1887, na Europa, é assinado pelo Brasil convênios para a vinda de mão-de-obra para o país.

Em 1887, na América do Norte, Estado Unidos, 4 líderes operários são executados em Chicago, fato que dará origem ao festejo de 1º de Maio nos demais países do mundo menos no criador do acontecido.

Em 1887, em Porto Alegre, na Assembléia Legislativa Provincial, o deputado Liberal Pereira Pinto argumentava que os “libertos” (ex-escravos) sofriam os horrores da miséria e que os poderes públicos deviam proporcionar-lhes colônias agrícolas, onde pudessem trabalhar e gozar sua liberdade.

Em 1887, em Porto Alegre, a “energia elétrica” chega a Porto Alegre, foi à terceira cidade brasileira a implantar o serviço público de iluminação elétrica, ainda um privilégio para muito poucos.

Em 30 de junho de 1887, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, o Imperador D. Pedro II, por motivo de saúde faz sua terceira viagem internacional, a Princesa D. Isabel assume a Regência pela terceira vez.

Em 1888, na Europa, Dunlop inventa o pneumático.

Em 1888, na Europa, França, inauguração do Instituto Pasteur.

Em 1888, na América do Norte, Estado Unidos, o Exército massacra os índios Sioux-teton em insurreição na reserva indígena de Wounded Knee, Dakota do Sul.

Em 1888, no Brasil, Rio de Janeiro, Silvio Romero publica “História da Literatura Brasileira”.

Em 1888, em Porto Alegre, havia um grande chafariz de 3 níveis na Praça da Alfândega, em frente ao Hotel Brasil, junto a Rua da Praia.

Em 1888, em Porto Alegre, no levantamento predial existiam 5.996 prédios dentro da área urbana, totalizando 7.192 prédios, dentre casas térreas (que predominavam), assobradados, sobrados e cortiços.
A cidade dispunha de 18 igrejas e capelas.
Composta por 98 ruas, becos e travessas, 27 praças e largos.
Ainda 55 escolas e 3.338 alunos.
Já existem 223 “Fábricas” grandes e pequenos estabelecimentos manufatureiros.

Em 1888, em Porto Alegre, a Rua da Margem junto ao Riacho (Dilúvio) na Cidade Baixa por determinação da Câmara passou a chamar-se Rua João Alfredo.

Em 1888, em Porto Alegre, filhos de imigrantes alemães que estudaram na Alemanha, trouxeram o esporte náutico, a “Regata”.
Surge o Ruder Club (Grêmio de Regatas) à beira do Guaíba que foi o “primeiro clube náutico do gênero” no Brasil, atual Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre.
Em 1892, nasce a segunda agremiação o Ruder Verein Germânia, que mais tarde se fundiria com o Ruder Club.
Em 1903, o Grêmio de Regatas Almirante Tamandaré,
Em 1905, o Grêmio de Regatas Almirante Barroso.
O Ruder Verein Freundschaft (Clube de Regatas da Amizade) fundado por um grupo de meninos, alterado no futuro para Grêmio Náutico União.

- No século XX os esportes, a vela e a motor teriam no Guaíba grande desenvolvimento. Para a sua prática, nas raias da Praia de Belas surgiria o Iate Clube Guaíba, na raia do Cristal, o Clube Veleiros do Sul, na raia da Tristeza, o Clube Jangadeiros.
No Guaíba está concentrado, uma das maiores frotilhas de “snipe” da América do Sul.
Sabe-se que o Guaíba permite que se realizem percursos retos de até 4.000 metros, enquanto a largura de sua rais, considerada única , possibilita a até 20 guarnições disputarem uma prova simultâneamente.

Em 1888, em Porto Alegre, é concluído o novo prédio do Seminário Episcopal (atual Cúria Arquidiocesana), no grande edifício construído no lugar do antigo Cemitério da Matriz, atrás da Igreja Matriz Nossa Senhora Madre de Deus, projeto do arquiteto alemão Johann Grünewald, com entrada pela Rua do Arvoredo (atual Fernando Machado), obra iniciada em 1865.

Em 1888, em Porto Alegre, inaugura o maravilhoso prédio do atual Asilo de Mendicidade, junto a Estrada de Belas, na orla do Guaíba, aos pés do morro Santa Teresa, obra iniciada em 1881, pelo Padre Joaquim Cacique de Barros.
Iniciado em 1864 como “Asilo para Mendigos e Decréptos Pobres” o Asilo Padre Cacique, próximo ao Asilo Santa Theresa.

Em 17 de março de 1888, em Porto Alegre, aos 80 anos, morre Dona Maria Emília Pereira, “Baronesa do Gravataí”, levando na memória dias de esplendor, glórias e decadência, de seu Solar, e de um bairro que fez nascer, a Cidade Baixa.


Em 13 de maio de 1888, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, capital do Império, é assinado a Lei Áurea pela Regente do Império Princesa Isabel, declarando livre todos os 723.719 escravos no Brasil, sem indenização a seus antigos proprietários (o governo Imperial não dispunha deste dinheiro).
Em Porto Alegre, a cidade está em festa, todos saem às ruas para comemorar.

- D. Pedro II, em viagem ao exterior ao saber da notícia por telegrama de sua filha a princesa D. Isabel, disse:
- “Grande Povo! - Grande Povo!”

Os Descalços do Preconceito:
- Ao longo de três séculos, “usar sapatos”, mais do que simples conforto ou mero sinal de status, foi sinônimo de liberdade no Brasil.
Até maio de 1888, somente homens brancos, mulatos ou negros livres, podiam andar calçados.
Os chamados “Escravos de Ganho” (liberados para trabalhar para terceiros) podiam até vestir “calças bem posta, paletó de veludo, portar relógio na algibeira, anel com pedra, chapéu coco”, mas tinham que andar descalços. Nem tamanco nem sandálias – pé no chão: “para deixar exposto o estigma indisfarçável do seu estatuto de cativo”.
Tanto era assim que anúncios sobre fuga de escravos às vezes alertavam:
“Anda calçado para fingir que é forro”.
Isto foi em todo o Brasil e o sul não foi exceção, mesmo com todos os movimentos antecipados abolicionistas, o estigma não estava só na liberdade, mas no status social, divisor de classes, para isto tanto valia negro, branco ou amarelo.

Em 1889, na Europa, Prússia, queda do chanceler Otto von Bismarck o “unificador da Alemanha”.

Em1889, na Europa, França, em Paris, construção de uma torre com vigas de ferro por Eiffel para Feira Mundial de Paris (Torre Eiffel).

Em 1889, na Europa, em Portugal, Carlos I sobe ao trono.

Em 1889, no Brasil, o francês Aimable Jouvin recebeu concessão para explorar a “energia elétrica” na Província do Rio Grande do Sul, fundou a Empreza de Luz Eléctrica Fiat Lux.
A energia elétrica chegou cedo a Porto Alegre, sendo à terceira cidade brasileira a implantar o serviço público de iluminação elétrica.

Em 1889, no Brasil, Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional publica a “História do Brasil” do Frei Vicente do Salvador.

Em 1889, em Porto Alegre, na Assembléia Legislativa Provincial, o deputado Liberal Rodrigues Lima defendeu que o Rio Grande do Sul não podia deixar ao desamparo os seus libertos e argumentava pela educação como um instrumento necessário para a “regeneração” da mão-de-obra servil.

Em 1889, em Porto Alegre, é inaugurada a Praça Júlio de Castilhos, em homenagem ao presidente do Estado, na Rua da Independência com o Beco da Marcela (Ramiro Barcelos).
Em 1997, a praça foi adotada sendo reformada e re-urbanizada pelo Hospital Moinhos de Vento. 

Em 1889, em Porto Alegre, é criada a Escola Normal, que enfatiza a cultura em geral. Esta sofre diversas alterações:
Em 1901, pelo Colégio Distrital que serviu de escola padrão para os demais municípios,
Em 1906, já na Rua Duque de Caxias, passou a Escola Complementar, dirigida pelo professor Alfredo Clemente Pinto,
Em 1929, ressurge a antiga denominação “Escola Normal”, mais atenta ao conhecimento da criança e a revisão do conceito de educação.
Atualmente é o Instituto de Educação General Flores da Cunha, com curso preparatório para profissionais do 1º grau.

Em fevereiro de 1889, em Porto Alegre, a Câmara autorizou Mathias Hubber arrendatário do Chalé da Praça Conde D’Eu (atual Praça XV) para deixar o estabelecimento funcionando até as 11 da noite no Verão com a condição de iluminar os cantos da praça com lampiões de querosene ou combustível à gás.

Em 15 de julho de 1889, segunda-feira, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Império, S.M.I. D. Pedro II escapou de um atentado, no Rio de Janeiro, ao sair do Teatro Sant’Ana, quando, após um pequeno tumulto provocado por alguém que gritara “Viva o Partido Republicano”, um jovem português, Adriano do Valle, caixeiro, que alcoolizado e instigado pelos republicanos disparou três tiros de pistola contra a sua carruagem, que agitou a nação em lamentos e “Te Deum” pelo ocorrido.

- Ao contrário do que ocorreu na Alemanha, onde Hödel fora decapitado por tentar assassinar o Imperador Wilhelm I, no Brasil Dom Pedro II não deu importância ao fato e perdoou o terrorista.
Mas quatro meses depois, os militares desfecharam um golpe de Estado e instituíram a república.

Em 04 de agosto de 1889, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, morre o político gaúcho no exílio de seu estado natal Antônio Alvarez Pereira Coruja (30.08.1806-04.08.1889), o “Comendador Coruja”.

Em 31 de agosto de 1889, sábado, no Brasil, Rio de Janeiro, Cidade Neutra, sem violência, sem se socorrer dos meios de corrupção, o Gabinete de 07 de junho de 1889 triunfou nas eleições, reunindo imensa e lustrada maioria na Câmara dos Deputados.
O programa de reformas políticas e administrativas, na forma de projetos, seria submetido ao Parlamento logo no primeiro dia útil das sessões legislativas.
Tais projetos, convertidos em lei, imporiam silêncio à propaganda republicana, demonstrando praticamente que sob a monarquia constitucional representativa pode operar-se a máxima descentralização administrativa, com a maior expansão de todas as liberdades e garantias.

- O governo imperial, através do Gabinete do Visconde de Ouro Preto, 53 anos, percebendo a difícil situação política em que se encontrava, apresentou, numa ultima tentativa de salvar o Império à Câmara dos Deputados um programa de reformas políticas, do qual constavam:

A autonomia para as Províncias;
A liberdade de voto;
O mandato temporário para os Senadores;
A liberdade de ensino e seu aperfeiçoamento;
A liberdade Religiosa.

- O Gabinete de Ouro Preto criou o auxílio à lavoura e o retorno do padrão-ouro.

- Batidos nas urnas, pois apesar da aliança com o Partido Conservador não conseguiram eleger senão dois deputados, os Republicanos apelaram como recurso extremo, para uma sedição militar – O Golpe (e ele fez-se, e triunfou em presença da nação, tomada de surpresa, e depois coagida pelas violências praticadas para conservar o poder).

- A sedição militar vinha se desenvolvendo desde o final de outubro de 1889, numa série de escaramuças entre oficiais e o gabinete ministerial presidido pelo Visconde de Ouro Preto:
- Primeiro, o visconde imaginou que o oficial de guarda do Ministério da Fazenda, o Tenente Pedro Carolino, estava dormindo em serviço e mandou prendê-lo.
- Depois, o ministro da Guerra demitiu, por desacato, o Tenente-coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet do comando da Escola Militar do Ceará.
- O governo também suspendeu Benjamin Constant do cargo de professor da Escola Militar do Rio de Janeiro e puniu seus alunos por terem afrontado, em público e em manifesto, o ministro da Guerra.
- E, por fim, o 22º Batalhão de Infantaria foi transferido para a Amazônia por ter participado das manifestações de solidariedade a Benjamin Constant.

A insubordinação é implantada
- O descontentamento na tropa crescia, mas não havia quem o congregasse. A idéia republicana grassava com maior vigor na recém-criada Escola Superior de Guerra, em São Cristóvão, e na Escola Militar, na Praia Vermelha, onde o republicano Benjamin Constant era admirado, pois era seu maior insuflador (no velho, dando o tapa e escondendo a mão).
Mas os cadetes das escolas não eram muito bem vistos pela tropa, nem Benjamin Constant tinha ascendência sobre ela. Era preciso um líder, um respeitado oficial de carreira na tropa que sintetizasse o protesto militar.
Era preciso o marechal Manoel Deodoro da Fonseca, 62 anos, e a ele acorreram os oficiais revoltosos, tentando trazê-lo para a causa republicana.

Em 04 de novembro de 1889, segunda-feira, no Brasil, Rio de Janeiro, graças a um pedido de seu sobrinho, o tenente Clodoaldo da Fonseca, 29 anos, o marechal Deodoro da Fonseca recebeu em sua casa um grupo de oficiais.
O marechal, que padecia de falta de ar devido à sua arteriosclerose, os atendeu na cama. Os militares lhe disseram que o Visconde de Ouro Preto pretendia reorganizar a Guarda Nacional - um corpo militar formado e armado por homens ricos no interior do país - e fortalecer a Polícia no Rio de Janeiro para contrapô-las ao Exército.
"Só mesmo mudando a forma de governo", comentou Deodoro.
Os jovens oficiais ficaram surpresos com o comentário do Marechal Deodoro, e o capitão Antônio Menna Barreto arriscou uma pergunta:
- “Podemos agir afoitamente no sentido de congraçarmos mais elementos?”
Deodoro respondeu como quem dá uma bênção: 
- "Podem".
E lá se foram os afoitos congraçarem com os elementos civis da causa republicana, principalmente com o jornalista Quintino Bocaiúva, 52 anos, líder do Partido Republicano Brasileiro, e o advogado Aristides Lobo, 51anos.
Ambos entraram em contato em São Paulo com o advogado campineiro Manuel Ferraz de Campos Sales, que colocou os republicanos paulistas a par da conspiração.
Se entre os “Casacas” se falava de “República”, entre os militares a conversa dominante era a de derrubar o governo de Ouro Preto, e não a “Monarquia”.

Em 09 de novembro de 1889, sábado, no Brasil, Rio de Janeiro, o Baile da Ilha Fiscal foi o estopim do Golpe da República contra o Império, antes disto à formação de grupos republicanos e ataques isolados de nada resultaram contra a Monarquia.
O baile organizado com muita pompa, requinte e excentricidade, o que serviu como o derradeiro pretexto para o fim da Monarquia e Proclamação da República.
E de fato a Proclamação da República Brasileira, ocorreu no dia 15 do mesmo mês, apenas 6 dias após o baile.
O motivo alegado para o baile era diplomacia envolvendo uma homenagem aos oficiais do navio chileno "Almirante Cochrane".
Entretanto, alguns interpretam também como se o Baile fosse uma demonstração de força ou tentativa de promover e revigorar o regime Monárquico, que ainda tinha bastante apoio popular, mas encontrava crescente e forte oposição política.
A oposição vinha de setores tidos tanto como progressistas como também de setores retrógrados e reacionários.
Existia a insatisfação nos círculos militares nacionalistas e progressistas, e também oposição por parte de políticos Republicanos.
Existia também a perda de prestígio do Imperador D. Pedro II, por parte não do povo, mas dos grandes produtores, devido à abolição da escravatura em 1888, e assim os setores que eram contrários à abolição da escravatura se voltaram contra a Monarquia.

- Dançou-se muito no Baile da Ilha Fiscal, mas o que os convidados não imaginavam, nem o Imperador D. Pedro II, é que se dançava sobre um vulcão. À mesma hora em que se acendiam as luzes do palacete mourisco para receber os milhares de convidados engalanados, os republicanos reuniam-se no Clube Militar, presididos pelo Tenente-coronel Benjamin Constant, para maquinar a queda do Império.

Em 09 de novembro de 1889, na noite de sábado, no Brasil, Rio de Janeiro, na reunião no Clube Militar, na mesma hora em que a monarquia se deliciava no Baile da Ilha Fiscal, em nenhum momento se colocou a necessidade de proclamar a República.
Até Benjamin Constant não usou a palavra “República”. Só disse à platéia de cerca de 100 militares que, se em oito dias não conseguisse resgatar a honra castrense, iria para a rua quebrar a espada e derramar sangue.
"Mais do que nunca, preciso, sejam-me dados plenos poderes para tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com sua honra e sua dignidade", discursou Benjamin Constant na ocasião, tendo como alvo justamente o Visconde de Ouro Preto, Presidente do Conselho.
Longe dali, ao lado da Família Imperial, o Visconde de Ouro Preto desmanchava-se em sorrisos ao comandar seu suntuoso festim. 

Em 12 de novembro de 1899, em Porto Alegre, as vésperas da República, acontece o famoso crime da “Maria Degolada”, o soldado da Brigada Militar, Bruno Soares Bicudo pela matou sua amásia (amante) Maria Francelina Trenes (ou Ternes),

- O brigadiano, tendo sido o assassino foi condenado pelo Júri da capital em 8 de fevereiro de 1900, conforme processo instaurado n. 1.990 de 1899

- Sem ser propriamente uma “santa”, tanto que, antes de ser degolada, investira duas vezes contra o amante, primeiro usando uma racha de lenha e depois um cano de ferro, Maria Francelina conquistou as simpatias póstumas do povo, que a converteu em “Maria da Conceição” e quase a canonizou. (FRANCO, 1998, p.256-257)

Em 14 de novembro de 1889, quinta-feira, pela manhã, no Brasil, no Rio de Janeiro, o general Floriano Peixoto fez chegar uma carta:
"A esta hora V. Exa. deve ter conhecimento de que tramam algo por aí além.
Não dê importância, confio na lealdade dos chefes".
Na mesma carta, Floriano Peixoto agradece ao ministro favores prestados em seu protegido.

- O tramam algo" de Floriano Peixoto chegou à mesa do Visconde de Ouro Preto, que se alarmou e convocou uma reunião em seu gabinete no mesmo dia.
"Estou perfeitamente seguro que a ordem pública não será alterada", garantiu-lhe o ministro da Guerra, Visconde de Maracaju.
Ouro Preto foi direto ao centro da questão, querendo saber do envolvimento na trama do militar de maior prestígio no Exército.
"Consta-lhe alguma coisa a respeito do Marechal Deodoro?", perguntou.
"Nada consta", respondeu o ministro da Guerra, "e suponho que não se envolverá em distúrbios, até porque se acha enfermo".
- O Visconde de Ouro Preto reage, pouco antes da meia-noite de 14/11/1889, o visconde recebeu um telefonema do chefe de Polícia, conselheiro José Basson de Miranda Osório, informando que o 1º Regimento de Cavalaria estava em armas.
O Visconde de Ouro Preto não esperou que lhe mandassem condução: seguiu a pé pela Rua de São Francisco Xavier, acompanhado pelo coronel Gentil José de Castro, que estava hospedado em sua casa, na esperança de tomar um tílburi.

Em 15 de novembro de 1889, sexta-feira, na madrugada, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Império, nas proximidades da Ponte do Maracanã, Ouro Preto encontrou com o carro de Polícia que ia buscá-lo em casa. Subiu nele, deu uma passada pelo Quartel de Cavalaria Policial - onde só se encontravam quarenta praças e dois oficiais - e seguiu para a Secretaria de Polícia.

- O chefe de governo sentiu na Secretaria de Polícia que a resistência ao golpe não havia começado com a energia que ele considerava necessária para o caso. O responsável pelo início tímido da resistência foi o ajudante-general Floriano Peixoto, inaugurando um comportamento que iria se repetir em todas as suas atitudes ao longo do dia 15 de novembro.
Floriano Peixoto soubera da sublevação de toda a 1ª Brigada através do capitão Godolfim, que lhe falara em nome do tenente-coronel João Batista da Silva Teles.
Ouro Preto perguntou a Floriano Peixoto por que não prendera imediatamente o capitão Manoel Joaquim Godolfim, já que ele se apresentara em nome de uma força que se armara sem ordem superior.
"Respondeu-me que não o prendera para ganhar tempo e poder se acautelar", diz o ex-presidente do Conselho de Ministros.
No raciocínio de Floriano Peixoto, se o Capitão Godolfim não voltasse ao quartel, os revoltosos logo saberiam que havia sido preso e atacariam o governo militarmente antes que a reação pudesse ser concatenada.
No terreno político, Ouro Preto convocou uma reunião ministerial no Arsenal da Marinha e para lá se dirigiu, enquanto Floriano Peixoto foi para o Quartel General no Campo de Santana.

- No Arsenal de Guerra, o Visconde de Ouro Preto levou quinze minutos para acordar o porteiro, fazer chamar o inspetor e conseguir que o responsável pela guarnição se apresentasse à sua frente.
Já no Quartel-General, Floriano Peixoto recebeu o tenente-coronel Silva Teles, comandante interino da 2ª Brigada, amotinada, e não lhe deu qualquer ordem, quanto mais a de prendê-lo, limitou-se a recomendar-lhe prudência e disse que gostaria de falar com Deodoro e Benjamin Constant, e ficou no aguardo da chegada de seus colegas de ministério.

- Chegou então ao arsenal da Marinha o ministro da Guerra, o Visconde de Maracaju, que sugeriu que se transferissem todos para o Quartel-General, a começar por Ouro Preto.

O Imperador é avisado
- Na manhã de sexta-feira, Ouro Preto enviou um telegrama para o Imperador D. Pedro II, no seu Palácio, em Petrópolis, relatando a sublevação.
O imperador recebeu o telegrama, mas não viu a importância do fato e continuou seu cotidiano.

- Por volta das 07h00min da manhã, o Visconde de Ouro Preto chegou ao Quartel-General - encalacrou-se na ratoeira na qual seria cercado e derrubado.

Vão Buscar Deodoro
- Benjamin Constant enviou seu cunhado, o tenente Bittencourt Costa, à casa de Deodoro, no outro lado do Campo, e seu irmão, o major Marciano Botelho de Magalhães, para sublevar seus alunos na Escola Militar da Praia Vermelha.
Deodoro, a princípio, não quis acreditar no recado recebido no meio da madrugada.
“É mentira! Isso não passa de uma cilada do governo!”, gritou.
Quando lhe falaram que era o próprio Benjamin Constant quem mandava o recado, mudou de atitude.
“Ah, foi ele'? Nesse caso é verdade”, disse.

O Marechal Deodoro levantou-se com dificuldade, fardou-se, colocou um revólver no bolso e os arreios de sua montaria num saco de lona. Não levou a espada por não poder suportar-lhe o peso sobre o ventre.
Antes de sair teve de enfrentar a oposição doméstica, materializada nos pedidos de sua mulher, Mariana Fonseca, de 63 anos.
“Receando seriamente um grave acidente na enfermidade do marido, ela procurou impedir por todos os meios que Deodoro saísse de casa”, conta o doutor Carlos Gross, médico do marechal.
Deodoro embarcou num carro e ordenou que o cocheiro seguisse para São Cristóvão.

República

República Velha
Primeira República (1889-1890)

- Através de uma conspiração militar e das oligarquias é Proclamado à República no Brasil pelo marechal Manoel Deodoro da Fonseca, sem derramamento de sangue, mandando para o exílio o Imperador D. Pedro II e a Família Imperial, encerrando o período da Monárquia e o sistema parlamentarista.

- O marechal Manoel Deodoro da Fonseca (15 de novembro de 1889/ 25 de fevereiro de 1891), Alagoano, Militar, assume a República como “Chefe do Governo Provisório”, eleito pelos proclamadores.

Governo provisório da República dos Estados Unidos do Brasil.
- Agora já proclamada e constituído governo provisório, sob a chefia do marechal Manoel Deodoro da Fonseca.
- O primeiro ato da República foi banir a Família Imperial do Brasil.
- Os chefes do país deram o nome de “República dos Estados Unidos do Brasil”.
- As antigas províncias se transformaram em Estados.
- A primeira bandeira da República tremulou como símbolo apenas do dia 15 ao dia 19 de novembro de 1889, quando então o Governo Provisório instituiu a bandeira definitiva.
- Instalou-se os primeiros ministérios e modificaram-se os símbolos nacionais.
Uma série de decretos e de reformas principiou a dar a necessária base ao novo sistema de governo.

Em 15 de novembro de 1889, noite, em Porto Alegre, o povo se concentrava em frente ao Palácio da Província, na Praça Dom Pedro II, para confirmar os rumores.
O povo explodiu em “Vivas” quando o velho marechal do Exército José Antônio Corrêa da Câmara, 2º Visconde de Pelotas, herói da Guerra do Paraguai, apareceu na sacada para comunicar que a República tinha sido proclamada no Rio de Janeiro, e ele aceitara o convite de assumir o cargo de presidente do Estado, no governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca.

- Desta noite em diante a Cidade de Porto Alegre é capital do Estado do Rio Grande do Sul, a Praça Dom Pedro II (Matriz) passaria a chamar-se Praça Marechal Deodoro (o Proclamador da República).

- Aos gritos de “Viva a República”, os mais exaltados saíram às ruas de Porto Alegre a arrancar as placas de metal da Rua do Imperador, substituindo por placas de papelão, escritas a mão, com o novo nome: - Rua da República.
Essa caminhada da virada, com intervalos para a cerveja nos quiosques e chalés lotados, durou até altas horas, e os novos nomes foram adotados.
Assim literalmente, da noite para o dia:
- Praça Conde D’Eu virou Praça XV de Novembro,
- Avenida Imperial passou para Avenida Benjamin Constant,
- Rua Dona Isabel mudou para Rua Demétrio Ribeiro,
- Rua da Imperatriz passou para Rua Venâncio Aires,
- Rua de Bragança para Rua Marechal Floriano.

- A República foi uma Vitória Gaúcha, pois era a origem dos seus principais criadores e adeptos, os Positivistas.
- Os Monarquistas voltaram para casa, a fim de saber a real situação da Família Imperial e tomar posição na nova ordem.

No Rio Grande do Sul, o Partido Republicano Rio-grandense, que não esperava a proclamação tão cedo, não estava preparado para assumir o poder.        

Boletim da Federação (Jornal Oficial do Partido Republicano RS)

Hoje fizemos distribuir o seguinte boletim:
A “Federação” acaba de receber este telegramma, que lhe foi transmittido com caracter de serviço nacional:
Governo Provisório
Rio, 15 de novembro
O povo, o exército e a armada vão installar um Governo Provisório, que consultará a Nação sobre a convocação de uma constituinte.
Erguem-se acclamações geraes á República.
Quintino Bocayuva


Viva a Liberdade!
Viva a República!
Viva a Pátria Brasileira!

- Depois de duas décadas de agitações no Império, a Monarquia tinha caído e o Imperador Dom Pedro II e sua Família mandados para o exílio, primeiro em Portugal e após na França.
O Brasil teve vários Governantes e sistemas, durante a Monarquia, absolutista e parlamentarista:
Os Reis de Portugal e seus vassalos, desde o descobrimento (1500), o maior Império do Mundo e o primeiro a se expandir ao redor do globo,
O Reis de Espanha Felipe II e Felipe III, na União Ibérica Espanha-Portugal por 60 anos (1580-1640),
Os Reis da Casa de Bragança e seus vassalos, na Colônia do Brasil, novamente a partir de 1640,
Rainha D. Maria I, na elevação a Reino do Brasil em 1808,
Príncipe Regente D. João, no Brasil em substituição a Mãe desde 1808,
Rei Dom João VI, no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a partir de 1818,
As Cortes Gerais em Portugal, e seus comandantes militares, no Brasil (1820-1821),
Príncipe Regente D. Pedro, no Brasil desde 1821,
Princesa Regente D. Leopoldina, no Brasil em substituição ao Marido,
Imperador D. Pedro I, no Império do Brasil desde 1822,
A Regência e seus Regentes, no Brasil de 1831 a 1840,
Imperador D. Pedro II, no Brasil desde 1840,
Princesa Regente D. Isabel, no Brasil em substituição ao Pai.

- O Brasil foi o único território na América Latina que não se fragmentou no período Monárquico.
A reunião em torno de um governo central forte, em vista da formação de uma unidade territorial, contrapõe-se a uma descentralização, exigida pela urgência de atender problemas locais.
A primeira tendência leva a criação do Governo-Geral, ao Vice-Reino, ao Reino Unido, ao Império, a República, e as ditaduras futuras.
O outro ponto do arco é o “regionalismo”, que promove divisão nas Capitanias, Províncias, Estados e leva a divisão em governos regionais.

- A lamentação dos Republicanos
Ao saber da partida de Dom Pedro II para o exílio, Benjamin Constant falou:
"Está cumprido o mais doloroso dos nossos deveres."

- Depois, Rui Barbosa, relembrando o ocorrido, falou ao major Carlos Nunes de Aguiar que estava ao seu lado assistindo de longe o navio levantar âncoras levando a Família Imperial:
"Você teve razão de chorar quando o Imperador partiu".

Era o fim da Monarquia, mas não do mito chamado Dom Pedro.

- A passagem para o período republicano não foi fácil, o processo mais complexo da nossa história foi à passagem para uma economia baseada no trabalho assalariado e para uma ordem democrática. A implantação da nova ordem não se deu de imediato. As heranças institucionais da Colônia e do Império eram fortes e pesaram no ritmo das mudanças, sobretudo as sociais. A idéia de cidadania não chegou a criar raízes, dado o peso dos remanescentes escravistas.
A República no início oscilou por dois pólos:
- As Oligarquias de grandes proprietários regionais que se afirmavam no novo poder, já que vinha do antigo regime, o Império.
- No outro estavam as Classes Médias em ascensão que se expressavam às vezes através da Forças Armadas.

- A influência francesa continuou muito forte no Brasil República e, politicamente, veio florescer com o Positivismo. Esta filosofia com suas teses nacionalistas e científicas, sua ambição de explicar o homem e a história – conquistou militares jovens. Não era possível conforma-se com o regime autoritário imperial e com a escravidão. As classes médias urbanas crescem em número e cultura.
O ideal republicano convém aos senhores do café, aos oligarcas rurais, cujos filhos vão fortalecer a criação da burguesia. Muitos educam-se não só nas grandes cidades brasileirras, mas na própria Europa.

Em 05 de dezembro de 1889, na Europa, Portugal, a Família Imperial Brasileira no exílio chega a Lisboa após deixar o Brasil devido à Proclamação da República.

Em 14 de dezembro de 1889, sábado, no Brasil, como não havia ninguém para anistiar, o governo republicano resolveu decretar a grande naturalização, pela qual passariam a ser brasileiros todos os estrangeiros residentes no país que não manifestassem, no prazo de seis meses, o propósito de conservar a respectiva nacionalidade.

1890

Na última década do século XIX, em Porto Alegre, foi um surto, uma onda de industrialização que varreu o país:
- “Foi resultado da libertação dos escravos, da imigração em massa de europeus e das facilidades de crédito que visavam aliviar a situação dos ex-donos de escravos da época”.

- Na capital gaúcha, Porto Alegre, o grande comércio dos alemães foi fundamental para seu desenvolvimento industrial. O crescimento se deu não apenas pelo intercâmbio comercial com as colônias do Vale do Rio dos Sinos, mas porque o capital que essas colônias acumularam acabou sendo, em boa parte, investido em indústrias e em empreendimentos comerciais de maior fôlego em Porto Alegre.
Os alemães já dominam o comércio de importação da Capital, contando com 41 casas de importação, dentre as 74 existentes.
Alguns exemplos são algumas empresas individuais dos anos 1890:
- De Ernesto Neugebauer (17 de setembro de 1891), fundada pelos irmãos Franz e Max Neugebauer, junto com o sócio Fritz Gernhardt, no bairro Navegantes, a primeira indústria de chocolates e doces do Brasil;
- A de Oscar Teichmann, fundada em 01 de janeiro de 1896, embrião da Indústria Rio-Grandense de Chapéus S.A., fabricante da marca “Fredo”.
- A de Germano Steigleder Sobrinho (1893), carpintaria, origem de uma indústria de refrigeração.
- Nessa mesma década Alberto Bins entra para e Fundição Berta (1873) fundada pelo húngaro Emmerich Berta, e inicia sua expansão até torná-la uma das maiores empresas de cofres e leitos metálicos do Brasil.
- Surge a Fábrica de Pregos Pontas de Paris (1891), tendo 70 investidores entre eles Antonio Chaves Barcellos, mais tarde adquirida pela Família Gerdau em 1900, que fundaria também a Fábrica de Móveis Gerdau.
Nem todas eram alemãs.
- Nesta época surge uma das maiores empresa, a Fiação e Tecidos Porto AlegreFiateci, (06/08/1891) com 263 operários, comandada pelo coronel Manoel Py.
- É fundada a fábrica de calçados Cia. Progresso Industrial.
Mas não se percorre a lista de porto-alegrenses de pioneiros industriais sem encontrar uma grande maioria de germânicos, a começar pela cerveja.
Porto Alegre teve mais de 20 cervejarias, que fabricavam suas marcas mais diversas, alguns nomes:
Ritter fabricante da famosa cerveja Capital, (1868) fundada por Georg Hernrich Ritter,
Volkmer,
Bohrer,
Barth,
Hoffmann,
Bopp (1881) fundada por Karl Bopp na Rua Voluntários da Pátria.
- Há ainda a eclética Fábrica de Bebidas e Perfumes Thofhern.

- O centro da capital era dominado pelo comércio de alemães, desde o mais simples ao mais sofisticado empreedimento. Era significativa também a presença alemã no Beco do Rosário (atual Praça Otávio Rocha), na Rua Senhor dos Passos se ergue a primeira igreja protestante da capital e na Rua São Rafael (atual Alberto Bins) se encontram instituições profundamente ligadas aos alemães, como a Igreja São José, o Colégio Protestante Alemão (Colégio Farroupilha), os alemães seguiam pela Floresta, na zona operária dos Navegantes, para a Rua da Independência e Moinhos de Vento, onde residiam a burguesia teuta, muitos estavam na zona sul no Menino Deus e na Tristeza.

Em 1890, no Brasil, no Rio de Janeiro, capital da República, o marechal Deodoro da Fonseca é aclamado “generalíssimo do Exército Brasileiro”.

Em 1890, no Brasil, Minas Gerais, o Curral d’El-Rey uma vila pecuarista a 90 quilômetros a noroeste da capital Ouro Preto, foi rebatizada de Belo Horizonte.
Um ano após o presidente provisório do Estado Augusto de Lima, enviou uma mensagem ao Congresso Constituinte Mineiro a proposta de construção de uma nova capital.

- Ele sugeriu que a “Fazenda Belo Horizonte” com suas 170 casas sobre o planalto, seria o lugar ideal para ser o centro político do Estado.
Em 1893, a proosta recebeu o sinal verde, durante quatro anos, casas e capelas foram demolidas para dar lugar a uma rede de ruas paralelas e avenidas diagonais. Novos prédios governamentais foram construídos seguindo a Escola de Belas Artes de Paris. A nova cidade passa a ostentar praças, um parque municipal de 60 hectares, linhas de bonde e de trens.
Em 12 de dezembro de 1897, é inaugurada Belo Horizonte a nova capital do Estado de Minas Gerais.

Em 1890, em Porto Alegre, pelo censo, a cidade tem 52.421 habitantes, 10% de italianos, o preconceito e as provocações cresceram a mesma proporção, dos dois lados.

Em 1890, em Porto Alegre, inaugura o Prado dos Navegantes, no arraial com mesmo nome, com entrada pela atual Rua Lauro Muller, a 500 metros da linha do bonde, e próximo a Estação Ferroviária do Caminho Novo (Rua Voluntários da Pátria), atendia os alemães do local, e os que vinham via férrea de São Leopoldo.

Em 13 de janeiro de 1890, em Porto Alegre, é fundado o “Colégio dos Padres”, como era conhecido inicialmente.
O padre Francisco Trappe obteve de Roma a autorização para comprar a casa da Família Fialho, situada à Rua da Igreja (atual Rua Duque de Caxias).
Com a licença conseguida e o negócio realizado, tornou-se necessário reformar o prédio e adaptá-lo ao funcionamento de uma escola. O Pe. Trappe, que seria o primeiro diretor da instituição, contou com a colaboração do Pe. Brikman e do irmão Guilherme Boehlers.
No princípio, o Colégio dos Padres era destinado somente aos meninos, sendo dividido em duas seções: - alemã e brasileira.

O Colégio Anchieta entrou em atividade pouco depois da Proclamação da República. No Rio Grande do Sul, em especial, os preceitos pedagógicos cristãos tiveram de confrontar-se com os valores do positivismo, doutrina do francês Auguste Comte, que encontrou aqui terreno favorável.

Em 22 de junho de 1890, no Brasil, Rio de Janeiro, capital da República, era aprovado o projeto dito do "Governo Provisório".
O Congresso Constituinte foi convocado por decreto de 21 de dezembro de 1889, para reunir-se no dia 15 de novembro de 1890.

No dia 15 de setembro de 1890, no Brasil, realizaram-se as eleições em todos os Estados brasileiros, conforme Regulamento Eleitoral (conhecido como Regulamento Alvim), baixado em 23 de junho de 1890, para eleger os representantes para a Assembléia Constituinte Federal (15.11.1890-26.02.1891), elegem-se 16 gaúchos:

1) Alcides de Mendonça Lima
Alexandre Cassiano do Nascimento
Alexandre José Barboza Lima
Ângelo Gomes Pinheiro Machado
Antão Gonçalves de Farias
Antônio Augusto Borges de Medeiros
Demétrio Nunes Ribeiro
Ernesto Alves de Oliveira
Fernando Abbott
Homero Baptista
Joaquim Francisco de Abreu, Vice-almirante
Joaquim Francisco de Assis Brasil
Joaquim Pereira da Costa
Júlio Prates de Castilhos
Manuel Luiz da Rocha Osório
Thomaz Thompson Flores
17) Victorino Ribeiro Carneiro Monteiro

- Na Assembléia Constituinte havia, como era natural, senadores e deputados com diferentes idéias políticas: liberais, conservadores, radicais, positivistas, cada grupo tinha sua proposta para organizar a nova República, a Constituição teve como modelo a do Estados Unidos da América, já se vê pelo nome escolhido República dos Estados Unidos do Brasil.
Os Positivistas, comandados por Júlio de Castilhos e outros, que haviam tanto lutado contra a monarquia, preocupavam-se em estabelecer os direitos civis (ou sociais) dos trabalhadores e do povo em geral, a proteção da família pelo Estado, mas não achavam necessário defender os direitos políticos:
“O governo representa a Pátria. Ele sozinho protegerá as famílias, como se fosse o pai de todos os brasileiros, pensavam os positivistas”.
Os Radicais, como Lopes Trovão e Silva Jardim, sonhavam com uma República em que fossem assegurados os direitos civis e políticos dos cidadãos:
“Se República quer dizer “coisa do povo”, ela tem que ir a raiz do problema, ser radical”.
Os Conservadores-Liberais formavam a maioria da assembléia, e tiveram duas grandes preocupações:
- Imitar povos como o americano e o inglês,
- Defender os direitos e privilégios e interesses dos donos de terras, dos negociantes e banqueiros.

Em 04 de dezembro de 1890, em Porto Alegre, os professores Maisonnette, Francisco Borges Freitas, Curino de Azevedo, Souza Lobo, Luis Augusto Laurent, Emílio Meyer, Achylles Porto Alegre, PE. João Pereira da Silva e Frederico Bier, reunidos na “aula pública Cândido Villa Nova”, elaboraram e enviaram ao Governo do Estado, o seguinte documento com as reivindicações do magistério primário:
- Construção de casas para aulas e moradias do professor,
- Criação de um montepio,
- Inamobilidade dos professores,
- Fiscalização do ensino por inspetores retirados do próprio magistério,
- Nomeação efetiva dos professores normalistas,
- Impedimento de nomeação de professores que não tivessem pelo menos um ano de escola normal,
- Classificação das aulas por entrância com vencimentos proporcionais aos professores que tivessem aula com freqüência numerosa.

República Velha – Segundo Período (1891-1930)

Em 1891, América do Norte, Estados Unidos, Thomas Edson inventa a “Câmera de captura de movimento”.

Em 1891, América do Norte, Estado Unidos, em Chicago, é inventado o “primeiro fecho relâmpago”, significado da palavra “zipper” pelo inglês Whitcomb L. Judson, uma combinação de duas fileiras de colchetes, sobre a qual deslizava o fecho, mas abria repentinamente.
Em 1913, o engenheiro sueco Giedeon Sundback aperfeiçou com a substituição dos colchetes por dentes de metal.

Em 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, Capital da República, dois fatos marcaram a presença do baiano Rui Barbosa de Oliveira na gestão do marechal Deodoro da Fonseca:
- A Constituição de 1891, quase toda de sua autoria, e o Encilhamento.
Como ministro da Fazenda, insistia que o Brasil precisava criar uma “indústria nacional”.
Para promover a transformação das matérias-primas em bens de consumo, não podendo contar com empréstimo externo, negados ao governo provisório (financiamentos), Rui Barbosa fez um Projeto Econômico.
Com a reforma bancária, (utilizou um expediente de Lincoln nos Estados Unidos), substituiu o ouro por títulos da dívida federal como lastro de emissões bancárias. Além disso, estendeu o direito de emissão a vários bancos:
- o Brasil era dividido em seis zonas, cada qual com um banco emissor. Essas emissões deveriam financiar a implantação de indústrias.
Essas emissões acabaram sendo desviadas para todas as espécies de negócios, a maioria só existia na idéia e no papel.
Ao lado da violenta inflação, a concorrência entre as inúmeras empresas, cujas ações disputavam na Bolsa do Rio de Janeiro os favores públicos. Originou desenfreada especulação.
Esse período ficou conhecido como “Encilhamento”, nome dado em gíria turfística à preparação dos cavalos para entrar na raia.

Do período fala Machado de Assis:
- “Certo, não lhe esqueceste o nome – Encilhamento – a grande quadra das empresas e companhias de toda espécie. Quem não viu nada. Cascatas de idéias, de invenções, de concessões, rolavam todos os dias, sonoras e vistosas para se fazerem contos de réis, centenas de contos, milhares, milhares de milhares, milhares de milhares de milhares de contos de réis...
- Assim as boas intenções de Rui Barbosa acabaram por lançar o país numa tremenda crise financeira à primeira da República, e o nascimento do “jeitinho brasileiro republicano”.
Rui Barbosa deixou o governo em janeiro de 1891, majoado.

Em 1891, em Porto Alegre, foi constituída a Empreza de Luz Eléctrica Fiat Lux, Cia. Fiat Lux, a primeira usina de “Energia Elétrica” da cidade de Porto Alegre, que apesar da precariedade dos serviços, passou a oferecer luz elétrica a edifícios públicos e particulares, principalmente as famílias mais abastadas da cidade.

Em 1891, em Porto Alegre, o alemão de Merl, da região do Mosela Jacob Aloys Friederichs fundou sua oficina de esculturas “Marmor und Steinmetzwerkstatt” (marmoraria e cantaria) no Caminho Novo (Rua Voluntários da Pátria), nº 197 A-B, próximo a oficina de seu irmão de Miguel Friederichs (1884), no local da atual Galeria Santa Catarina (2011).
No térreo a loja e nos fundos o escritório, no andar superior a residência, no subsolo a adega e a cantaria.
Oficina que grandes serviços prestou para embelezamento das residências portoalegrenses e da arte cemiterial (ex.: O túmulo de Karl von Koseritz, no Cemitério Evangélico).

- Jacob Aloys Friederichs é considerado o “Pai da Ginástica Rio-Grandense”, pois durante 30 anos foi presidente do “Deutscher Turnerbund” (atual Sogipa).
Em 1904, vamos encontrá-lo na diretoria da Comunidade São José.
Em 1º de abril de 1909, funda o “Bismarckrunde”, de culto ao chanceller Otto von Bismarck.
Em 1910, foi adquirido a área de terras do magnífico parque de São João (SOGIPA) com o auxílio monetário do “Deutscher Hilfsverein” (Sociedade Beneficente Alemã), onde era sócio desde 1898.
Em 14 de julho de 1950, faleceu em Porto Alegre.

Em 1891, em Porto Alegre, é fundada a Companhia Fábrica de Pregos Ponta de Paris, tendo por sócios 70 investidores, dentre os quais o comendador Antônio Chaves Barcellos. Localizada em um terreno de esquina no Caminho Novo (Voluntários da Pátria), de frente para o Guaíba, construção térrea, estreita e comprida.

Em 1891, em Porto Alegre, é fechado o Instituto Brasileiro após ter falecido a filha (22.07.1891) de Apolinário Porto Alegre e em 29/11/1891, falecia sua esposa Elisa, um grande choque e retirou-se para sua chácara “A Casa Branca” comprada de Joaquim Estácio de Bittencourt em 1885 (casa que serviu de quartel e hospital dos Farroupilhas) onde montou uma horta e plantou frutíferas, localizada no Caminho do Meio (atual Avenida Protásio Alves).

Em 24 de fevereiro de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, iniciada em 15 de novembro de 1890, depois de pouco mais de três meses instalada, reuniram-se os deputados constituintes no antigo Paço de São Cristovão, onde foi solenemente promulgada a Primeira Constituição Republicana, e a segunda Constituição do Brasil.

“Art. 1º - A Nação Brasileira adota como forma de governo, sob o regime representativo, a República Federativa proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas províncias, em Estados Unidos do Brasil.”

A nova Constituição é de caráter Republicano, Federalista e Presidencialista.
Os Estados-Membros ganharam autonomia interna (Federação) e o presidente da República exercia o Poder Executivo.
O Ministério seria escolhido pelo presidente e este escolhido por eleição popular direta para um mandato de quatro anos (presidencialismo).
O presidente não tinha poderes de dissolver as Câmaras.
São três os poderes independentes da República: - Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário.

- Após a promulgação da Constituição Federal, os 20 estados membros da Federação teriam autonomia para elaborar sua própria Constituição, eleger seus presidentes, realizar empréstimos no exterior, decretar impostos e organizar suas próprias forças militares.

Em 25 de fevereiro de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, marechal Manuel Deodoro da Fonseca (25.02.1891-23.11.1891), primeiro presidente da República, Alagoano, Militar, vice Floriano Peixoto, foram eleitos pelo Congresso.

Em 13 de maio de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, capital da República, 3 anos após a abolição, Rui Barbosa, ministro da Fazenda, ordena que todos os registros sobre a escravidão no Brasil sejam queimados

Em 14 de julho de 1891, em Porto Alegre, dia também do centenário da promulgação da primeira constituição francesa, Júlio de Castilhos como seu primeiro presidente constitucional, faz aprovar e promulgar no Estado do Rio Grande do Sul por unanimidade, a primeira Constituição Estadual, baseada nos ideais Positivistas, consagrava a monocracia de Augusto Comte, nela não constava a clássica divisão dos poderes em três (Executivo, Legislativo, Judiciário).
Um Legislativo com poderes limitados e um Executivo forte, com mandato de 5 anos, podia continuamente reeleger-se, uma vez obtido 75% dos votos (com o mecanismo do voto a descoberto) permitia que o presidente do Estado permanecendo no poder por tempo indefinido.

- Acabada a sua tarefa constituinte a Assembléia transformou-se em uma Assembléia dos Representantes do Estado do Rio Grande do Sul, aprovando seu regimento interno, com funções eminentemente orçamentárias, composta por 48 membros.
O constituinte Julio de Castilhos cria as intendências municipais e elege-se como seu “primeiro Presidente Constitucional”.
O Positivismo assume poder com o seu lema:
“o Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por fim”.

- Partindo do princípio que era necessário manter a Ordem para alcançar o Progresso na nova sociedade industrial, Júlio de Castilhos instituiu um “Estado Policial”, onde qualquer manifestação contra a ordem instituída era caso de Polícia.

- A Câmara Municipal, pelo novo sistema, foi transformada em Conselho Municipal, no ínicio da vida republicana ficou constituída por cidadãos eleitos pelo povo e com mandato gratuito. O Conselho Municipal tinha apenas funções orçamentárias e financeiras.

Em 06 de agosto de 1891, em Porto Alegre, uma assembléia realizada no Banco da Província do Rio Grande do Sul selou a constituição da Companhia Fiação e Tecidos Porto-Alegrense (atual Fiateci); com capital inicial de mil e seiscentos contos de réis.
Para o local escolhido foi o Caminho Novo (Voluntários da Pátria). Era o parque fabril, que contava com dois prédios, um para tecelagem, meiaria e fiação e outro para depósito, tinturaria, casa de caldeira, armazém e escritórios.
Para fortalecer sua produção Manoel Py mandou vir da Alemanha um motor G. Luther e uma caldeira, isto se transforma no coração na indústria que começa a funcionar em 1892.
Iniciou sua trajetória com 263 operários, 76 teares e 96 máquinas para preparação da lã, desde a lavagem até a produção final. Sua força motriz equivalia a 250 cavalos, as máquinas importadas da Alemanha, Inglaterra e Bélgica. Produzia panos para o exército, panos finos e flanelas, cobertas e ponchos de pala e ainda impermeáveis para viagem.
Próximo as moradias dos trabalhadores, em um terreno de trinta mil metros quadrados, erguia-se construções imponentes, em meio a um belo jardim, ainda existentes.

- Após definir o local da instalação da fábrica, Manoel Py planejou o arruamento de toda a área e abriu as ruas Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e adjacências. Os nomes dos estados foram escolhidos por serem, já na época, pólos de força industrial.
Em 1895, depois de abertas às ruas, centenas de casas de alvenaria haviam sido construídas para os funcionários da Cia. Fiação e Tecidos Porto-Alegrense; constituindo o núcleo inicial do que logo seria popularmente conhecido como 4º Distrito da capital.

Em 17 de setembro de 1891, em Porto Alegre, é fundada a Neugebauer Irmãos & Gerhardt, pelos irmãos Franz e Max Neugebauer e Fritz Gerhardt, no arraial dos Navegantes, com um capital de 299$900 réis.
A primeira fábrica de chocolates e doces do Brasil, antes somente produtos importados.
Franz era encarregado da produção do chocolate e Max levava a produção no lombo de cavalos e vendia de porta em porta.
Em 1896, com a saída de Gerhardt da sociedade, e a chegada ao Brasil do irmão Ernest Neugebauer, doceiro, trouxe consigo novas técnicas confeiteiras.
Com a ampliação da produção foi alterado o nome para Neugebauer & Irmãos.
Em 1903, houve o aumento das instalações em novo local no mesmo arraial.
Foi construído o maior prédio da zona industrial de Porto Alegre, o imponente edifício de esquina, abrigava a fábrica e a primeira loja.
- Alguns dos produtos:
Gauchinho, bala Azedinha, os pães doces Beijo Africano e Beijo de Moça e o achocolatado Guri (que patrocinou um programa de rádio apresentado por Elis Regina).
A Família Neugebauer administrou até 1982, vendeu para o Grupo Fenícia (Arapuã – São Paulo-SP), que vendeu para a Parmalat (Itália) em 1998, em 2002 passou para a Florestal Alimentos S.A. (Lajeado-RS), outra doceira do ramo que levantou o nome da Neugebauer e que novamente vendeu em 2010, agora para a ex-doceira Vontobel (Vonpar – Porto Alegre-RS).

Marcas Antigas:
- Chocolate Estância Velha, Gauchinho (Bibs), Bala Azedinha, Beijo Africano e Beijo de Moça, bombom Amor Carioca, Love-me, Refeição, Stikadinho, achocolatado Guri (patrocinou um programa de rádio apresentado por Elis Regina).

Nota:
- A Neugebauer faz parte da história deste cronista, meus avós paternos, Jacob Müller e Antonieta Magdalena Larini Müller, trabalharam, se conheceram, namoram e casaram na Neugebauer, moravam em frente da fábrica na atual Rua Cairú. Meu Tio Valmor Betiatto (o casquinha), casado com minha tia Marlene Bauer Pires, também trabalhou na Neugebauer, meu tio Ruben Carlos Cidade (casado com minha tia Selma Therezinha Müller), trabalhou nesta fábrica, que está no imaginário das crianças e adultos e fazendo parte de muitas Famílias.

Em novembro de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, José Maria da Silva Paranhos, o Barão de Rio Branco (título concedido pela Princesa Isabel em maio de 1888), diplomata, geógrafo, historiador, jornalista, já com uma carreira ativa desde 1875, no Império, onde pensou em abandonar a carreira no exílio de D. Pedro II, que dificultou seu inicio de carreira, ao saber comentou: “disse a Rio Branco, que ele era um bom servidor do país (...) que continue a trabalhar pelo Brasil. Eu passo o Brasil Fica”.
Na República, foi nomeado pelo presidente da República Floriano Peixoto para defender o Brasil na questão de limites com a Argentina, foi a primeira vitória territorial para o Brasil.
Impondo seus argumentos em vários litígios fronteiriços, sobre o argumento das fronteiras impostas pelo Tratado de Madri, com exceção do território do Acre, sendo vitorioso em todas as “questões de limites” conquistou para o Brasil, um território quase do tamanho da França ou 500 mil km2, sem disparar um tiro.
Rio Branco passou como Chanceler a partir de 1902 por mais quatro presidentes, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Rio Branco ficou conhecido, como:
“Guardião das fronteiras do Brasil”.

Questões Vitoriosas:
- Questão das Missões, Questão do Amapá, Questão do Acre, Questão do Pirará, Limites com a Guiana Holandesa, Limites com a Colômbia, Limites com o Peru, Condomínio da Lagoa Mirim e do Rio Jaguarão.

Em 03 de novembro de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, sentindo-se ameaçado, o presidente da República marechal Deodoro da Fonseca destituiu o Poder Legislativo, como se fosse o imperador, o que não foi aceito. Houve levanta da Esquadra (Marinha) chefiada pelo almirante Custódio J. de Melo.

- Em seu governo, foram criados os símbolos da República (bandeira e escudo), regulamentou-se o Casamento Civil, foi declara a separação entre o Estado e a Igreja, decretado a libedade de cultos.

Em 23 de novembro de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, vinte dias mais tarde, o presidente da República Deodoro da Fonseca é foi forçado a renunciar durante a Revolta da Armada, sendo substituído por seu vice-presidente, Floriano Peixoto.
Em Porto Alegre, Júlio de Castilhos, presidente do Estado que apoiava Deodoro cai.
De 1891 a 1893, o Rio Grande do Sul teria 7 presidentes do Estado.

Em 23 de novembro de 1891, no Brasil, Rio de Janeiro, capital da República, o marechal Floriano Peixoto (23.11.1891-15.11.1894), segundo presidente da República, alagoano, Militar, sem Vice, foi eleito pelo Congresso.                
Assume a presidência da República, para fazer respeitar a Constituição, usou a força, anulou o decreto do marechal Deodoro da Fonseca de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Afastou os 19 presidentes dos Estados que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados, 11 generais para a reserva e passou 2 para a 2ª classe. Rompeu relações diplimáticas com Portugal. Para enfrentas a Luca criou batalhões patrióticos, sendo fortemente apoiado por estudantes e teve o apoio das fortalezas. Mandou prender até os que gozavam de imunidade parlamentar.
Disse Floriano:
- “Vão discutindo que eu vou mandando prender.”
Conhecido como “Marechal de Ferro”, foi o consolidador da República.

Em 24 de novembro de 1891, na manhã seguinte, na Europa, França, em Paris D. Pedro II (o último imperador do Brasil) anotou friamente em seu diário a notícia de que o ditador Deodoro da Fonseca havia renunciado:
“10:30. O Deodoro demitiu-se.”

Entre novembro de 1891 e março de 1892, no Brasil, Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, um grupo oposicionista liderados por Joca Tavares e apoiado pelo presidente da República Floriano Peixoto, depôs Julio de Castilhos da presidência do Estado, por ter apoiado o presidente da República Deodoro da Fonseca e anulou a Constituição de 14 de julho. Tinha início o chamado “governicho”, findo em 1892.

Em 05 de dezembro de 1891, na Europa, França, em Paris morre no exílio Dom Pedro II (conhecido como Sr. Alcântara), o último imperador do Brasil.
Entrou em agonia na noite do dia 04 de dezembro, e faleceu, as 00h35min da manhã do dia 05 de dezembro.

- Suas últimas palavras foram:

"Deus que me conceda esses últimos desejos
– paz e prosperidade para o Brasil…"

- Estava tão enfraquecido que não sofreu qualquer tipo de dor.

Imperatriz de jure do Brasil
Pedro II faleceu sem abdicar de sua coroa e sua filha a Princesa Isabel tornou-se a herdeira do trono do Império brasileiro.
Ela beijou solenemente as mãos do pai e em seguida todos os demais presentes.

Após, inclusive dezenas de brasileiros que já se encontravam no local, beijaram a mão da D. Isabel, reconhecendo-a como a Imperatriz de jure do Brasil.

- O Barão de Rio Branco, que estava presente, escreveu mais tarde:
“Os brasileiros presentes, trinta e tantos, foram desfilando um a um, lançando água benta sobre o cadáver e beijando-lhe a mão. Eu fiz o mesmo. Despediam-se do grande morto.”

- O senador gaúcho Gaspar da Silveira Martins chegou logo após o falecimento e, ao ver o corpo do velho amigo, chorou convulsivamente, mesmo tendo combatido seu governo na juventude.

- Pedro II foi vestido com o uniforme de Marechal do Exército, representando sua posição como Chefe das Forças Armadas Brasileiras.
Em seu peito foram colocadas as fitas das diversas ordens de que fazia parte e em suas mãos, um crucifixo de prata enviado pelo Papa Leão XIII.
Duas bandeiras brasileiras foram colocadas em suas pernas para cobri-las.
Enquanto preparavam o corpo de Pedro II, o Conde d´Eu encontrou no quarto um pacote lacrado e uma mensagem escrita pelo próprio Imperador:
"É terra de meu país, desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria".

- O pacote que continha terra de várias províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão.
Foram utilizados três caixões:
- Um de chumbo forrado de cetim branco com uma tampa de cristal, onde depositaram o corpo,
- E outros dois que revestiram o primeiro: um carvalho envernizado,
- Outro de carvalho recoberto de veludo negro.

- Representantes de outros governos, tanto do continente americano, quanto europeu se fizeram presentes, além de países longínquos como Turquia, China, Japão e Pérsia, que eram impérios, com a exceção do Brasil, que havia feito todos os pedidos pelo governo republicano brasileiro para não se realizar qualquer tipo de funeral oficial ou de apresentar publicamente a Bandeira Imperial foram simplesmente ignorados pelo governo francês.
Para evitar incidentes políticos, o Governo Francês decidiu que o enterro seria oficialmente realizado pelo fato do Imperador ser grão-cruz da Legião de Honra, mas com as pompas devidas a um monarca.

- Os membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande repercussão que tivera a morte do imperador", negaram a possibilidade de qualquer manifestação oficial.
Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, a "repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos".
De acordo com o Doutor João Mendes de Almeida, em artigo escrito em 07 de dezembro de 1891:
"A notícia do passamento de S. M. o Imperador D. Pedro II vem pôr à prova os sentimentos da nação brasileira com a dinastia Imperial. A consternação tem sido geral".
Foram realizadas "missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico", de maneira que a "República se calou diante da força e do impacto das manifestações".

- A polícia foi enviada para impedir manifestações públicas de pesar, "provocando sérios incidentes enquanto o povo se solidarizava com os manifestantes".

- Alguns "membros de clubes republicanos protestaram contra o que chamaram de exagerado sentimentalismo das homenagens, vendo nelas manobras monarquistas” Foram vozes isoladas, - posteriormente os Republicanos fizeram atos de idolatria a pessoas e imagem, em caráter superior ao da época da Monarquia.


Em 1892, na Europa, é construído por Daimler o “primeiro carro movido a gasolina”.

Em 1892, no Brasil, Rio de Janeiro, as Fortalezas de Santa Cruz e do Lage se revoltam. É a Revolta da Armada contra o governo do marechal Floriano Peixoto que se extende até 1894.

Em 1892, no Brasil, Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, na Assembléia dos Representantes (Legislativa) nas palavras do deputado Aureliano Barbosa, declarava:
- “A grande meta é transformar o Rio Grande num estado completamente industrial.”

Em 1892, no Brasil, Estado do Rio Grande do Sul, os antigos Liberais da época da Monarquia (até 1889) se rearticularam em torno de Gaspar Silveira Martins, o “Tribuno”, que voltara do exílio na Europa, e fundaram em Bagé (RS) o Partido Federalista Liberal - PFL, os Republicanos dissidentes não ingressaram no novo partido, não aceitando nem a velha liderança de Silveira Martins e nem a bandeira do parlamentarismo adotado.
Os federalistas conhecidos como Maragatos, passaram a opor-se a Julio de Castilhos, no plano local e ao Marechal Floriano no plano federal.

Em 1892, em Porto Alegre, três anos após criar a Empreza de Luz Elétrica Fiat Lux, de Aumable Jouvin, cônsul da França no Rio Grande do Sul, conhecido como “O Senhor da Luz”, ainda não se revelava capaz de cumprir o Contrato de Concessão.
A empresa foi incorporada então por 26 acionistas e, sob direção do coronel Antônio S. de Barcellos, abriu mão do privilégio de levar energia elétrica ao interior do Estado, concentrando-se só em Porto Alegre.

Em 1892, em Porto Alegre, Manoel Py associado ao Comendador Antônio Chaves Barcellos, criaram a Companhia Territorial Porto-Alegrense, responsável pelo loteamento de vários arraiais da capital.

Em 1892, em Porto Alegre, a Rua João Alfredo, na Cidade Baixa já contava com 250 prédios, sendo 246 térreos, três sobrados e um assobradado, começam a desaparecer as chácaras que se deslocam para a Praia de Belas e Tristeza. Começa a predominar as casas térreas (porta e janela), o que demonstra a condição econômica de seus moradores.

Em março de 1892, no Brasil, Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no Palácio do Governo Julio de Castilhos voltou ao poder como presidente do Estado com a ajuda do Exército.

Em 04 de julho de 1892, em Porto Alegre, após intalado o terro castilhista, os opositores eram encarcerados, entre eles Apolinário Porto Alegre, por ser o redator do jornal “A Reforma” órgão dos seguidores de Gaspar Silveira Martins.

Em 11 de julho de 1892, em Porto Alegre, já solto da prisão Apolinário Porto Alegre publica um artigo desafiando o a fúria mandonista de Júlio de Castilhos.
Sua casa foi invadida por partidários, mas Apolinário estava na casa de seu irmão Apeles, na Rua da Igreja (Duques de Caxias), próximo ao Palácio do Governo.
Depois fugiu para o Desterro (atual Florianópolis) para se unir aos federalistas rebelados contra o governo do Presidente da República Marechal Floriano Peixoto.

Em 23 de agosto de 1892, no Brasil, Rio de Janeiro, capital federal, faleceu Manuel Deodoro da Fonseca, o “Proclamador da República”. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido.
Seu enterro teve toda a pompa e honras militares prestigiada pelo agora presidente da República Floriano Peixoto.

Em 12 de outubro de 1892, em Porto Alegre, é nomeado o “primeiro Intendente Municipal” Alfredo Augusto de Azevedo, pelo presidente do Estado Júlio Prates de Castilhos. Coube a Alfredo de Azevedo decretar a primeira “Lei Orgânica do Município de Porto Alegre”.
Administrou a cidade até sua renúncia em 02 de janeiro de 1896.

As Câmaras:
- No Império as cidades não tinham autonomia, eram governadas pela Câmara.
- Na República a Câmara, conforme a Constituição é substituída pelo Conselho Municipal, com integrantes eleitos de 4 em 4 anos, onde se reuniria uma vez por ano, em sessão de no máximo de dois meses, para aprovar as contas do Intendente.

Em 1892, em Porto Alegre, é criado pelo intendente Alfredo Augusto de Azevedo a Guarda Municipal de Porto Alegre, para zelar pelo patrimônio público.

Em 1893, na Ásia, no Sudoeste, a França anexa o Laos.

Em 1893, na Europa, Irlando, John July descobre o processo da “fotografia em cores” com uma única projeção e não três como a anterior (azul, verde e vermelho).

Em 1893, na África, a Costa do Marfim torna-se possessão francesa.

Em 1893, no Brasil, no Estado da Bahia, Antônio Vicente Mendes Maciel o “Antônio Conselheiro”, já com 8 mil seguidores, encontrou um porto seguro às margens do rio Vaza-Barris, norte da Bahia, ali surgiria o arraial de Belo Monte, mais tarde batizado de Canudos.

Em 1893, em Porto Alegre, segundo Franceschini, existem 6 mil italianos, isto equivale a 10% da população, o preconceito foi grande. Destes há uma apreciável número de calabreses.

Em 1893, em Porto Alegre, a concorrência se instalou com a instalação da Carris Urbanos de Porto Alegre - CUPA, criada durante os anos 1880, uma terceira companhia, quem ganhou foi a cidade, instalou trilhos com medidas padrão de 1.435 mm e abriu novas rotas de bonde em outras partes da cidade que serviram os atuais Moinhos de Vento, Floresta, Partenon (onde o Hospício São Pedro existia desde 1884), Bom Fim, Santana e São João.

Em 1893, em Porto Alegre, chega o atacadista Johannes Heirich Kaspar Gerdau, vindo de Cachoeira do Sul, no Sul virou “João”, comerciante em Agudo de “locomóveis”, casado com Alvine Maria, pai de Hugo Gerdau (1879) e Walter Gerdau (1881) e de Bertha Gerdau.
Em 29 de dezembro de 1900, trocou o comércio pela indústria ao adquirir a falida Companhia Fábrica de Pregos Pontas de Paris, e logo passou a direção a seu filho Hugo Gerdau.
Em 1903, mudou a razão social para João Gerdau e Filho, esta será o embrião do Grupo Gerdau.
Em 1914, Hugo Gerdau passou a ser sócio da Companhia Geral de Indústrias.
Em 1916, a razão social mudou para Fábrica de Pregos Hugo Gerdau Ltda.
Em 1922, já com o slogan: “Garantia Gerdau”.
Com a morte em fevereiro de 1939 de Hugo Gerdau (não tendo filho homem), já havia transferido a administração a funcionários próximos Waldomiro Schapke e Roberto Nickhorn.
Casada com Helga filha de Hugo Gerdau desde 1930, Curt Johannpeter, alemão de formação luterana e rigidamente disciplinado, ligado as ciências contábeis, assumiria a indústria do sogro em 1946, sendo ele que transformou a Gerdau na gigante do aço (faleceu em 1983, aos 84 anos).
Em 1948 compra a sua vizinha a Companhia Siderúrgica Riograndense, com sede na Avenida Farrapos, Johannpeter hipotecou até a casa para o negócio.
Em 1952, a Fábrica de Pregos foi transferida para frente da Companhia Siderúrgica Rio-Grandense na Avenida Farrapos.
Em 1955, começo a construção da Usina II, inaugurada em 1957 em Sapucaia do Sul
Em 1959, a Fábrica de Pregos mudou a razão para Metalúrgica Hugo Gerdau S.A. e começou a prepará-la para ser “holding” do grupo que nascia.
Em 1960, Jorge Gerdau Johannpeter, é escolhido junto com a direção e preparado para assumir.
Várias usinas e outras empresas do ramo são adquiridas dentro e fora do estado e do país.
Em 1992, comprou do Governo do Estado a Aços Finos Piratini de Charqueadas, transformando-a em Gerdau Aços Especiais Piratini.
O processo expansionista incorporou várias empresas em todo o mundo, transformando o Grupo Gerdau no 14º maior produtor de aço do mundo e líder no segmento de aços longos nas Américas, com sede mundial em Porto Alegre (2011).

Em 1893, em Porto Alegre, a Carpintaria Porto Alegrense fundada por Germano Steigleder Sobrinho, na Rua Voluntários da Pátria, nº 483, especializada em escadas, começou a fazer uma caixa em madeira com recipiente para gelo, a “Caixa” tornou-se a “primeira geladeira feita no Brasil”.
Reynaldo Steigleder deu continuidade à obra do pai. Mas foi Archimino Magnus de Souza, que de varredor, virou sócio em 1920 e comprou a empresa em 1950, passando a fazer as “geladeiras elétricas”, também as primeiras do Brasil.

Em 1893, em Porto Alegre o intendente (prefeito) municipal Augusto de Azevedo realiza o calçamento com pedras irregulares da Rua da Independência, que também começa a ser atendida pelo serviço de bondes da Carris Urbanos.

A Revolução Federalista começou em Porto Alegre.

Em 25 de janeiro de 1893, em Porto Alegre, em prestigiada cerimônia Júlio Prates de Castilhos assume a presidência do Estado do Rio Grande do Sul e retorna ao poder, após fraudes eleitorais, escandalosas e uma sucessão de assassinatos políticos, “um golpe”, mas as disputas entre as elites acabariam mesmo em sangue.

- A abolição da escravatura e o golpe militar que proclamou a República desarticularam os grupos tradicionais da política da região, abrindo espaço para os republicanos de Júlio de Castilhos. A ditadura castilhista e os choques entre os vários grupos provocaram o levante de 1893.

Do lado dos revolucionários tomaram parte muitos uruguaios, alguns dos quais do Departamento de San José, os chamados “Maragatos”. Aos poucos este termo foi sendo usado para designar todos os revolucionários que usavam como símbolo o lenço vermelho ao pescoço.
Os guerrilheiros que lutaram a favor do governo usavam o lenço branco (mais raramente o verde) e usavam às vezes uma farda azul com gorro da mesma cor encimado por uma borla vermelha. Por isso, foram chamados de “Pica-paus”.

Em 02 de fevereiro de 1893, em Porto Alegre, uma semana depois da posse de Julio de Castilhos, eclodia a Revolução Federalista, que vai colocar “Maragatos e Pica-paus”, cara a cara, embora houvesse outros interesses em jogo, a revolução resumiu-se ao choque entre os aliados de Gaspar Silveira Martins que voltara do exílio em 1892, imposto por Deodoro da Fonseca e os partidários de Júlio Prates de Castilhos, uma luta entre o antigo regime e a nova ordem.

- Gumercindo Saraiva assumiu o comando de uma das colunas revolucionárias, saindo a lutar em prol dos ideais pregados pelo líder liberal Gaspar Silveira Martins. Começava a maior revolução fratricida (assassinato entre irmãos ou amigos) do Estado. Todos os ódios e rancores acumulados durante décadas estouraram. Crueldades e massacres de ambos os lados. O coronel Heleodouro de Oliveira organizava o apoio logístico à coluna de Gumercindo Saraiva.

- Gaspar Silveira Martins (Maragato ou Federalistas ou Gasparistas, Liberais Monarquistas, lenços vermelhos) – senador, presidente do Conselho e Presidente da Província na época do Império do Brasil, conhecido como “O Tribuno”, alto, corpulento e rico, barba farta e nariz romano, retórica agressiva e oratória inflamada, liberal por convicção e autoritário por feitio, estereótipo do caudilho gaúcho, fama de imbatível, fora por 2º anos o dono da Província.

- Júlio de Castilhos (Pica-pau ou Legalistas ou Castilhistas, Republicanos, lenços brancos) – advogado, moreno, baixo e gago, com o rosto marcado pela varíola, mau orador, mas dona de vontade férrea e de um texto incandescente, positivista convicto – “tinha a capacidade de inspirar o fanatismo em seus seguidores e ódio nos adversários”.
Com o apoio ou omissão do Governo Central Júlio de Castilhos se torna um tirano, só restava à luta.

- Rápida, silenciosa e barata, a degola foi à forma favorita de execução dos contrários, que deu o nome de “Revolução da Degola”, durou 31 meses cobrando a vida de pelo menos 10 mil homens.
Outras figuras disputaram a luta, ou se está de um lado ou do outro, levando o conflito quase até o Estado de São Paulo.
De Porto Alegre no Rio Grande do Sul viria à prova mais difícil para a consolidação do governo Floriano Peixoto e a própria República com a sublevação que persistiu por todo o seu governo até a posse do novo presidente da República Prudente de Morais.
Júlio de Castilhos sairia vencedor de fato, impondo seu feitio de governar.

O Rio Grande do Sul seguiria violento e dividido até 1930.

Em 31 de maio de 1893, em Porto Alegre, a Revolução Federalista se resumiu ao chamado “Combate dos Cafés”, na Rua da Praia, freqüentadores do Café Java (castilhistas) invadiram o Café América, reduto dos anti-governistas, houve quebra-quebra e tiroteio, que resultaram 13 feridos, nove dos quais a bala.

- Em Porto Alegre, em mensagem a Assembléia Legislativa, o Pica-pau Julio de Castilhos prometia severa e dura repressão aos revoltosos Maragatos, o que realmente fez.

Em agosto de 1893, no Brasil, Estado de Santa Catarina, em São José, estoura a notícia da Revolução Federalista no Rio Grande do Sul.
Em São José reúnem-se logo os marechais do Partido Federalista para receber os emissários da revolução sul-riograndense.

- Em pacto secreto, os Maragatos liderados por Gaspar Silveira Martins aderem aos federalistas aguardando os acontecimentos que se desenrolariam no Rio de Janeiro, capital da República.

- Os adeptos aparecem no Estado de Pernambuco e no Rio de Janeiro. Na capital da República eclode a segunda Revolta da Armada (Marinha de Guerra) na Baia da Guanabara, onde havia muitos monarquistas e antiflorianistas contra o governo do presidente da República Floriano Peixoto, comandada pelo Almirante Custódio de Melo, ex-ministro de Floriano e o almirante Saldanha da Gama.

São José (SC) é bombardeada pelo mar.

Em setembro de 1893, na Oceania, Nova Zelândia, torna-se a primeira nação do mundo a garantir o direito do Voto as Mulheres.

Em 27 de setembro de 1893, no Brasil, Estado de Santa Catarina, em São José, o cruzador “República”, uma das melhores unidades da esquadra brasileira, fundeia na baia josefense e, com poucos tiros domina as precárias fortificações da cidade.
O cruzador vinha sob o comando do capitão de corveta João dos Santos Lara e trazia a bordo o capitão de mar e guerra Frederico Guilherme de Lorena.

- No Desterro (atual Florianópolis), capital do Estado é instalado o governo provisório da nova República do Brasil, o capitão de mar e guerra Frederico Guilherme de Lorena, foi empossado Chefe do Governo Provisório.
- Foi baixado o decreto de convocação da Guarda Nacional.

- Imediatamente, uma comissão de Federalistas dirigiu-se à capital, tentando audiência com o novo Chefe do Governo Provisório, que não os recebe, julgando tratar-se de um grupo de espiões.

- Coube a São José parte saliente nesse agrupamento de forças, três mil e quinhentos homens formaram na Praça Municipal nos primeiros dias de convocação e deles foram considerados válidos mil e oitocentos.

- No primeiro dia da convocação, o Chefe do Governo Provisório, o capitão de mar e guerra Frederico de Lorena, cercado do mundo oficial, inaugurou solenemente a Estação Telegráfica de São José, após passou em revista as tropas formadas na Praça Municipal.
À noite realizou-se no Paço Municipal uma grande recepção, finalizando as festas com um baile de gala.

- Dos batalhões foram destacados companhias para guarnecer pontos afastados, a fim de evitar surpresas dos Pica-paus ou Legalistas, como eram chamados nas falanges revolucionárias os soldados comandados pelos generais Artur Costa, Lima e Silva, Pinheiro Machado e coronel Firmino Lopes Rego.
Este fazia a vanguarda da coluna Artur Costa, que operava no Sul do Estado.

- Em Santa Catarina os revoltosos e seus simpatizantes são perseguidos e, derrotados, mortos e fuzilados.
Na Ilha de Santa Catarina onde ficou a sede da Revolução Federalista/Armada, após a derrota muitos foram fuzilados na Fortaleza do Anhatomirim.
Os florianistas exultavam:
“Viva o Marechal de Ferro”.

- No Brasil, as tropas do Exército eram insuficientes para combater estes levantes e manter a ordem. O governo além do mais, não confiava muito em soldados, que volta e meia, protestavam contra os baixos salários.
Para conter a onda de revoltas, o governo deu aos poderosos de cada localidade do país uma patente e uma missão: - formar um exército de “jagunços, cabras, capangas” valentes e bem armados, para combater os rebeldes.
Estava criada a Guarda Nacional, seus oficiais eram os fazendeiros, influentes, com muita terra; - major, capitão ou coronel, patentes adquiridas durante o Império.

Os Coronéis:
- O sistema dos coronéis (influente e grande dono de terras), iniciado durante o Império, mas no regime republicano não bastava ter muitos capangas, era preciso ter votos, ganhar eleições, então, surgiram os “cabos eleitorais”, homens pagos para alistar eleitores, e nasceu o “voto de cabresto”, controlado pelo Coronel, o voto era em aberto, - e ai de quem não votasse em quem o Coronel indicasse.

- Os Coronéis que dominavam municípios e regiões de um estado costumavam entrar em acordo, juntos, formavam uma oligarquia (um grupo de donos de terras que mandavam em uma região).
Os casamentos entre filhos eram comum, grupos aparentados dominavam nos estados e as brigas também:
- Os Borges e os Castilhos no Rio Grande do Sul, Bias Fortes e os Monteiros de Castro em Minas Gerais, os Rosas e Silva Cavalcanti em Pernambuco, os Bulhões, Fleury e Caiado em Goiás, os Viana e Brito na Bahia.
A família derrotada formava a oligarquia dissidente (oposição), e - Seja o que Deus quiser!
Quem mandava no país eram as oligarquias dos estados mais fortes, como os cafeicultores de São Paulo, organizados no Partido Republicano Paulista – PRP.

Em 1894, na Améica do Sul, República Oriental do Uruguai, funda-se na capital Montevidéu, no circo dos Irmãos Pode está, a Sociedade La Criolla, entidade tradicionalista (existente até hoje).

A partir de 1894, em Porto Alegre, levas de famílias italianas, de agricultores povoaram as terras da Villanova d’Itália, o futuro bairro Vila Nova na zona sul da cidade, criando uma colônia agrícola na região acidentada, com produção de uva, vinho e criação.

Em 1894, em Porto Alegre, surge a Frederico Mentz & Cia, fundada por Frederico Mentz (1867-1931), uma empresa exemplar em vários sentidos.
Nascido em Hamburgo Velho (Novo Hamburgo), em São Sebastião do Caí casa-se com Catarina Trein, filha de Cristiano Jacob Trein.
Em 1894, surge e Trein & Mentz, o embrião do império empresarial.
Em 1907, já associado ao cunhado Frederico Trein e ao co-cunhado A.J. Renner se transfere para Porto Alegre, em um lindo prédio com cais próprio na Rua Voluntários da Pátria.
Criou uma rede de negócios que englobava mais de 10 empresas, a mais famosa a fábrica de banha Phoenix, o Sulbanco, Cia. Aliança de Seguros Gerais, uma companhia de navegação fluvial, duas fábricas de tecido e lojas, fábrica de móveis o imenso depósito de sal e o negócio de couros, com sedes em Porto Alegre e cidades do interior, fez sociedade com os Trein, Ritter, Renner e Oderich.

- Frederico Mentz foi um modelo claro da transferência do capital do comércio para a indústria no Estado.

Em 1894, em Porto Alegre, surge a Cia. Fábrica de Vidros Sul-brasileira, que produz em 1895, 700 mil garrafas.

Em 1894, em Porto Alegre, inaugura o melhor e maior de todos os prados, o Prado Independência, na “Schuetzverein Platz”, na baixada nos Moinhos de Vento (atual Parcão), elegante, espaçoso, com uma pista de 1.000 metros.

Em 1894, em Porto Alegre, Henrique Ritter, filho de George Henrich Ritter e meio-irmão de Elisabeth Becker, todos do ramo cervejeiro; depois de gerenciar a Cervejaria Becker de sua meia-irmã, viúva, abre a Cervejaria Ritter na esquina das Ruas Mostardeiros e Miguel Tostes.
Em 1903, Frederico Augusto Ritter, filho de Henrique, volta da Alemanha como mestre-cervejeiro e pronto para assumir a casa, associou-se ao irmão Carlos Ritter e fundou a Cervejaria Ritter & Irmãos, em Pelotas.
Em 1906, ergue na Rua Voluntários da Pátria nº 501, a nova fábrica, com nova razão social Cervejaria H. Ritter e Filhos. Possuía mil contos de réis de capital, produzia 15 mil garrafas e vinte mil quilos de gelo por dia, contando com oitenta carros e quarenta cavalos ou mulas para distribuir o produto.
Em 1907, Frederico Ritter casou-se com sua prima segunda Olga Becker, filha do falecido Wilherm Becker e irmã de Guilherme Becker, gerente da Sassen.

Em 15 de novembro de 1894, no Brasil, Rio de Janeiro, capital federal, é eleito o primeiro presidente civil pelo voto direto, o paulista Prudente José de Morais Barros (15.11.1894-15.11.1998), chamado pelo povo de Biriba, considerado o “Pacificador da República”, Partido Republicano Federal - PR Federal, vice Manuel Vitorino Pereira, não teve estabilidade durante os quatro anos de seu governo.   

- As atribulações políticas do governo federal de Floriano Peixoto, ampliadas pela Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, levaram as elites civis (oligarquias) ao consenso de que era preciso afastar os militares da política e retomar o controle do país.
A eleição do paulista Prudente de Morais a presidente da República, representou o retorno da classe latifundiária, que fora o sustentáculo do Império, ao comando da nação.

- Prudente de Morais foi submetido a humilhações desde a posse: - teve de ir ao Itamarati (que era o Palácio do Governo no Rio de Janeiro) de carro alugado, ao chegar não tinha ninguém para lhe segurar o chapéu, pois aliados de Floriano Peixoto (os florianistas ou jacobinos) tinham articulado um golpe para impedir sua posse.
Mas o “Marechal de ferro”, sabendo da intenção de golpe, preferiu ficar em casa cultivando suas rosas, frustrando os jacobinos, e Prudente de Morais foi empossado.

Em 1895, na Europa, Alemanha, o alemão Willhem Roentgen inventa o Raio X que permite mostrar a situação de órgãos e ossos por baixo da pele. O exame do raio X se chama “radiografia”.

Em 1895, no Brasil, Pará, ocorre à invasão francesa ao território do Amapá, questão de fronteira do território do Norte, onde os franceses são expulsos.

Em 1895, em Porto Alegre, a iluminação das ruas já tinha 582 “combustores a gás”, que chagavam aos postes através de canos subterrâneos, e 276 “lampiões a querosene”.

Em 1895, em Porto Alegre, a existência de dois clubes náuticos Ruder Club e Ruder Verein Germânia na cidade, permitiu a realização de uma “primeira regata no Guaíba”, firmando a tradição deste esporte no Sul do país.

Em 1895, em Porto Alegre, inaugura-se a Fábrica de Roupas Íntimas e Gravatas.

Em 1895, em Porto Alegre, Manoel Py cedeu espaços ao poder público para o prolongamento da Avenida Eduardo (atual Avenida Franklin Roosevelt) e para a abertura de praça e ruas, como: - Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraná, Amazonas e outras. Lucrou loteando os terrenos ao longo de suas vias.

- Muitas das primeiras linhas atendiam interesse dos loteadores, a associação entre a companhia de bondes e os proprietários de terras não demorou a acontecer, tem o caso de Manoel Py, então dirigente da Companhia Carris de Ferro, direcionava os trilhos do Bonde para essas áreas, que logo se transformariam em loteamentos. Doava terras para a abertura de ruas, em seguida mobilizava recursos para que fossem instalados os trilhos, assim foi com a Medianeira, Navegantes, Glória e São João.

Em 1º de março de 1895, em Porto Alegre, é criado o Corpo de Bombeiros.

Em 06 de março de 1895, em Porto Alegre, foi criado o Clube União Velocipédica de Amadores, visto que o número de ciclistas era muito grande para as proporções da época, chegaram vindas da Europa, bicicletas mais modernas e bem mais leves. (Mazo- 2003).

Em 23 de agosto de 1895, no Brasil, na Região Sul, termina a Revolução Federalista, pela mediação iniciada em janeiro do presidente da República Prudente de Morais.
A Ata de Pacificação foi entre o caudilho Joca Tavares e o general Inocêncio Queiroz, tendo conseguido a promessa de o Estado rever a Constituição, principalmente no ponto que tocava na reeleição do presidente do estado.

- Na Revolução Federalista, não foi pouco o sangue derramado, com dez mil homens mortos pelos campos do interior, a chamada “Revolução da Degola” que ficou célebre pelas atrocidades cometidas por ambos os lados: - de um os Maragatos e do outro os Pica-paus.
A Revolução terminara mesmo com os federalistas tendo controlado boa parte do Estado. Assim Julio de Castilhos sairia vencedor de fato, voltou ao poder como presidente do Estado, impondo seu feitio de governar com mais força.

- Na República, o ato de pacificação do presidente Prudente de Morais é considerado “fraqueza” e começa a campanha de desmoralização de seu governo.

- Para lembrar a vitória legalista, a capital do Estado de Santa Catarina Desterro passa a chamar-se Florianópolis (Cidade de Floriano) em homenagem ao “Marechal de ferro” Floriano Peixoto, presidente da República durante a Revolução Federalista.

Em 1º de outubro de 1895, em Porto Alegre, “Caldas Junior”, ou Francisco Antonio Vieira Caldas Junior funda o jornal Correio do Povo, com sede na Rua Payssandú (atual Caldas Júnior) entre a Rua da Praia e a Rua 7 de Setembro, jornal que comandava com independência e coragem a notícia em Porto Alegre e no Rio Grande.

Em 28 de dezembro de 1895, na Europa, França, os irmãos Auguste e Louis Lumiére inauguram a Cinematografia, a futura “sétima arte”, o atual Cinema, tendo suas primeiras sessões regulares na Europa, onde abriram uma sala no porão do Grand Café com a sua invenção o Cinematógrafo, a entrada custava um franco e a sessão durava 15 minutos. O primeiro filme mostrava algumas cenas rápidas aos espectadores estupefatos: - a saída de operários da Fábrica Lumiére, a chegada do trem à estação de La Ciotat, e enfim “L’arroseur arrosé” – O regador regado –, o primeiro roteiro cômico, que media 18 metros e durava um minuto. Ainda não tinha som, e as películas eram acompanhadas de música ao vivo na própria sala de projeção, piano, violino ou uma pequena orquestra.

Em 1896, na África, no Sudoeste, a França conquista nova colônia à ilha de Madagascar.

Em 1896, na Europa, Alemanha, é inventado por Gottlieg Daimler o “primeiro caminhão” a partir de uma carroça motorizada.

Em 1896, na Europa, França, o escritor judeu-húngaro Theodor Herzl lança o livro “O Estado Judeu”. Herzl ficara conhecido como fundador do “sionismo”.

Em 1896, no Brasil, no Estado da Bahia, no sertão acontece o levante do fanáticos do indivíduo Antônio Vicente Mendes Maciel, cognominado líder Antonio Conselheiro no Arraial de Canudos. A chacina irá ocorrer e todos morrerão.

Em 1896, em Porto Alegre, é fundada a primeira associação de tenistas da cidade, o Club Walhalla, conhecido como o “clube de tênnis dos alemães”.

- O Jogo de Tênnis foi introduzido pelos imigrantes alemães, que fundaram as primeiras associações esportivas na cidade.
A expansão desta modalidade na perspectiva da imigração e de desenvolvimento local é grande a tradição do Tênis como esporte em Porto Alegre.

Em 1896, em Porto Alegre, temos a presença da Companhia Manufatora, firma que fabricava gravatas, espartilhos, luvas, cartonagem, objetos de chifre e osso.

Em 1896, em Porto Alegre, foi organizado para a construção da Estrada de Ferro Riacho/ Tristeza para o “transporte de detritos”, pois o volume aumentava com o crescimento da cidade.

A Burguesia na Independência
- Começa a busca por uma “Porto Alegre limpa, bonita e ordenada”, adequada ao desfile burguês. Uma transformação na paisagem da cidade colonial, com as praças e ruas centrais perdendo suas formas antigas.
A Rua da Independência se firma como espaço da elite porto-alegrense, sua proximidade do Centro, faz dispor de melhorias de infra-estrutura e serviços.

- Na Rua da Independência, rua de grandes mansões, existia 96 casas, 44 prédios térreos, 47 assobradados e 5 sobrados, já passavam o bonde a burros, a água já era encanada. Desde 1874 a rua é iluminada a gás e em 1886 tem inicio o serviço de telefonia.
A Rua da Independência junto com a Rua da Igreja (Duque de Caxias) foram às primeiras contempladas com as benfeitorias de infra-estrutura.

- Nesta última década, em Porto Alegre, fatores como o aumento das taxas prediais no Centro, que elevou o valor dos aluguéis, obrigaram a migração de grupos para pontos mais afastados, com moradias mais baratas, que constituíram os bairros operário-fabris da cidade: São João, Navegantes.
Assim ficava consolidada uma segregação entre Ricos e Pobres que havia sido iniciada 20 anos antes, quando as famílias abastadas começaram a abandonar o núcleo urbano e se estabelecer no arraial do Menino Deus.
O desenvolvimento de Porto Alegre foi custas e exploração econômica de uma grande parcela da população, que constituía a “classe operária” da cidade, obrigada a duras jornadas entre 12 e 14 horas diária, em ambientes às vezes insalubres.

- Alguns arraiais se fundem formando bairros maiores:
São Miguel (+) Parthenon = Parthenon
Independência (+) Estrada da Floresta (+) São Manuel = Floresta
Várzea da Redenção (+) Independência = Bom Fim
Navegantes,
São João,
Menino Deus,
Azenha e a colina do cemitério completam esta conurbação embrionária.

Em 1º de janeiro de 1896, e Porto Alegre, é fundada pelo alemão, comerciante, Oscar Teichmann “O Senhor dos Chapéus” a Fábrica de Chapéus Oscar Teichmann & Cia, com apenas 5 funcionários.
Em 1901, na Exposição Estadual ganha o 1º Prêmio.
Em 1904 a Teichmann participa da Exposição Universal de Saint Louis e recebe o prêmio máximo.
Em 1906, na Exposição de Rio de Janeiro e premiada.
Em 1911, vende a fábrica para a Importadora Bromberg, mas continua a frente da empresa e mais o sócio Alfredo Oscar Ebling.
Em 1922, chegou a ter 248 máquinas, 30 motores de 70 HP e 200 operários que juntos podiam produzir até 220 mil chapéus masculinos de lã por ano.
Na década de 1950, o chapéu caiu em desuso, alegadamente porque o ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy não gostava de usá-los. A maioria das fábricas do mundo sucumbiu.

Nota:
- No periódico da União dos Chapeleiros de 04 de agosto de 1907:
- “Havia no interior da oficina Teichmann um botequim onde eram vendidos aos operários da mesa – e só a eles – cachaça, vinho e outros líquidos alcoólicos.”

Em 02 de janeiro de 1896, em Porto Alegre, após a renúncia do intendente municipal Alfredo Augusto de Azevedo, assumiu outro engenheiro nomeado João Luis de Faria Souto, administrou a cidade até 15 de outubro de 1896, data em que o novo intendente José Montaury de Aguiar Leitão tomaria posse.

- O novo intedente municipal José Montaury de Aguiar Leitão, não pode tomar posse, ficou em seu lugar por designação do Conselho Municipal (atual Câmara de Vereadores) o cidadão Querubim Febeliano da Costa.

Em fevereiro de 1896, em Porto Alegre, é inaugurada a Faculdade de Farmácia.

- As primeiras escolas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul deram corpo ao espírito científico da teoria de Augusto Comte:
- “A ciência é o farol capaz de guiar os povos no rumo do enriquecimento, da liberdade e da felicidade.”

Em 07 de junho de 1896, em Porto Alegre, nasce o Clube do Comércio por iniciativa de 52 comerciantes a maioria teutos (alemães), com formação na Alemanha, como primeira sede o prédio na Rua da Praia, em frente à Praça da Alfândega.

Em 29 de junho de 1896, no Brasil, Rio de Janeiro, morre Floriano Peixoto o “Marechal de Ferro” em sua fazenda em Barra Mansa.

Em 08 de julho de 1896, no Brasil, Rio de Janeiro, um ano após a apresentação em Paris (França) foi realizada a “primeira sessão de cinema no país.

Em 10 de agosto de 1896, em Porto Alegre, é fundada a Escola de Engenharia, o primeiro estabelecimento de ensino superior do Estado do Rio Grande do Sul.
Os adeptos republicanos do Positivismo seguiam a cartilha à risca e inauguram o ensino superior, eram eles 4 engenheiros militares com apoio decidido do presidente do Estado Júlio de Castilhos.

Em 28 de setembro de 1896, uma segunda-feira sem sol, em Porto Alegre, é realizada a “primeira eleição direta” para intendente (prefeito) da cidade, em “Clima Positivista”, o povo pôde eleger seu primeiro intendente municipal pelo voto para um mandato de 4 anos.
O único candidato era o engenheiro José Montaury de Aguiar Leitão, natural de Niterói, solteiro (o que não era bem visto) e sem residência fixa na cidade. Fora convocado pelo chefe do PRR – Partido Republicano Rio-Grandense, Júlio de Castilhos, para concorrer a Intendência Municipal, a ausência de oponentes e o domínio do partido no estado efetivara a sua vitória.

- O jornal Correio do Povo de 29/09/1896 informa que Porto Alegre tinha uma população com um pouco menos de 64 mil habitantes e um colégio de 6.073 eleitores habilitados (o voto não era obrigatório e nem secreto).
Compareceram 2.400 as 31 seções, e só sete não votaram no candidato único indicado pelo PRR, o engenheiro José Montaury, homem de confiança do todo poderoso presidente do Estado Júlio de Castilhos.

José Montaury de Aguiar Leitão
O primeiro intendente eleito de Porto Alegre era engenheiro civil, natural de Niterói (RJ), solteiro, trabalhara na Comissão de Terras e Estabelecimento de Imigrantes no interior do Estado.
Depois da primeira foram mais 6 eleições consecutivas vitoriosas (1900, 1904, 1908, 1912, 1916, 1924), diferindos-e muito dos administradortes atuais que falta tempo para os projetos, mesmo assim seu governo é lembrado pela falta de iniciativa com relação as melhorias da cidade. Tal postura arrancou críticas até de seu companheiro de partido João Neves da Fontoura, que o classificou de administrador extremamente limitado.
De um irritante conservadorismo.
José Montaury permaneceu tanto tempo frente à Intendência (Prefeitura) contornando as críticas, devido sua devoção ao PRR – Partido Republicano Rio-Grandense, a Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros.
Em sua administração foi autor da ampliação da rede de esgotos cloacais, implantou o primeiro serviço de primeiros-socorros do Brasil, fundou a guarda municipal, sem sede construiu o Paço Municipal inaugurado em 1901, no Largo dos Açorianos (atual Praça Montevidéo).
Como cidadão gozava de excelente reputação, no seu Porto Alegre: - Guia Histórico, Sérgio da Costa Franco, descreve o Eterno Intendente como padrão de honradez  e modéstia, mesmo rotineira, sua administração fora pautada pela seriedade. Era indiscutível homem de probidade imaculada, caráter integro e bom profissional  de engenharia. Reservado não costumava freqüentar festas que não fossem cerimônias oficiais. Seu verdadeiro prazer era o “Turfe”, Também dedicava leitura a doutrina Positivista de Augusto Comte.
Em 14 de outubro de 1924, deixou a intendência, depois foi deputado (1925-1929) e trabalhou como engenheiro em empresas privadas.
Em 25 de setembro de 1939, José Montaury morreu e é enterrado em sua cidade adotiva, Porto Alegre.

Em novembro de 1896, no Brasil, Rio de Janeiro, capital da República, o presidente Prudente de Morais precisa se afastar do cargo por motivo de doença, assume o vice Manuel Vitorino Pereira, conforme a Constituição.

Em 1897, na Europa, Diesel inventa o “primeiro motor movido a óleo” (diesel).

Em 1897, Porto Alegre já conta com 64 mil habitantes.

Em 1897, em Porto Alegre, o italiano Vicente Monteggia adquiriu vasta extensão de terras no Distrito da Tristeza para a colocação do grupo colonial que denominava Vila Nova d’Itália (futuro bairro Vila Nova).

- Vicente Monteggia fora colaborador do engenheiro José Montaury de Aguiar Leitão na direção da Repartição de Terras e Colonização na região italiana. Com a eleição de José Montaury como intendente da Capital, Vicente Monteggia veio para Porto Alegre com a finalidade de fundar uma vila e assim cooperar com a administração de seu amigo, daí nasceu a “Vila Nova d’Itália”.
Seu moinho estava situado ao lado da ponte de pedra junt ao Arroio Cavalhada.

Em 1897, em Porto Alegre, é promovida pela Sociedade Blitz a “Primeira Corrida Ciclística” nas ruas da cidade. (Lima, 1909 apud Mazo, 2003)

Em 1897, em Porto Alegre, é adquirida uma bela residência na Rua da Igreja (Rua Duque de Caxias), no Centro, pelo PRR – Partido Republicano Rio-Grandense, para ser utilizada, como residência do grande presidente do partido Júlio de Castilhos, onde se muda em 1898.
Em 1898, ao sair do Governo do Estado Júlio de Castilhos está em situação financeira precária, assim o Partido ajuda o “Patriarca da República”.

Em março de 1897, no Brasil, no Rio de Janeiro, o presidente da República Prudente de Morais retorna ao posto, após se recuperar de sua doença.

Em 15 de março de 1897, em Porto Alegre, assume a Intendência Municipal o fluminense José Montaury de Aguiar Leitão.

Em 23 de junho de 1897, em Porto Alegre, numa das sistemáticas enchentes do Riacho (Arroio Dilúvio) a velha “ponte da Azenha” sofreu virtual destruição, sendo necessário reconstruí-la.
Em 1900, a ponte foi reconstruída pelo intendente municipal José Montaury.

Em 22 de setembro de 1897, no Brasil, Bahia, o líder messiânico Antônio Conselheiro foi alvejado e morto no Arraial de Canudos.

Em 03 de outubro de 1897, no Brasil, no sertão da Bahia, depois de intensa batalhas uma bandeira branca se levanta entre as ruínas de Canudos, nem a igreja foi poupada, assim terminava a mais inglória das batalhas em território nacional, Antônio Conselheiro já havia sido morto.
Restaram 300 mulheres, velhos e crianças, e a história pelas mãos de um repórter do Estado de São Paulo que acompanhou a expedição do comandante-chefe Artur Oscar, e que Euclides da Cunha transformou no livro Os Sertões, Canudos na Tróia Sertaneja.

A resistência de Canudos só é vencida com uma carga de lança dos cavalarianos gaúchos do coronel Carlos Teles, de Bagé.

Em novembro de 1897, no Brasil, Rio de Janeiro, o presidente da República Prudente de Morais, sofre um atentado, e decreta o Estado de Sítio no Brasil, mandou fechar o Clube Militar, prendeu senadores e deputados e tentou processar o vice Manuel Vitorino, um florianista, consolidando a República Oligárquica ou “República dos Fazendeiros”.

Em 1898, na América do Norte, Estados Unidos, o país não para de comprar territórios independentes (por motivos fúteis e territorialista), o país compra por invasão Cuba, Porto Rico na América Central e Guam e Filipinas na Ásia.

Em 1898, em Porto Alegre, após a demolição do antigo Palácio do Governo o chamado “Palácio de Barro”, se inicia as obras do novo Palácio do Governo, o Piratini, obra requintada das primeiras décadas do século XX.
Em 1900, as obras foram paralisadas, pois o projeto original não agradava o governo.
Um concurso foi aberto em Paris (França) e classificou dois trabalhos, mas foi contratado um terceiro arquiteto Maurice Grass para dar a forma final ao projeto iniciado.
As obras foram retomadas em 1909 e novamente paralisadas em 1914.

Em 22 de maio de 1898, em Porto Alegre, funda-se o Grêmio Gaúcho, cujo grande líder é o major João Cezimbra Jacques, que buscou a inspiração na Sociedade “La Criolla” (1894) de Montevidéu.
O Grêmio foi a primeira entidade tradicionalista no Rio Grande do Sul (existente até hoje), embora tenha perdido o seu caráter tradicionalista.
Graças a seu pioneirismo, o major João Cezimbra Jacques é hoje o “Patrono do Tradicionalismo do Rio Grande do Sul”.

Em 1898, em Porto Alegre, na zona sul, na Vila Nova d’Itália já estavam instaladas as famílias de origem italiana:
- Vicente Monteggia, Antônio Dani, Tomazo Fragazza, José Dartezzini, Pietro e Tomaso Moranda, Luis Roman, Luis Bertoni, Domenico Tomazoni, Valentini Moresso, Giuseppe Della Riva, Giácomo Partro.

- Nesta época foi construído o Moinho de farinha de milho ao lado da Ponte de Pedra junto ao Arroio Cavalhada por Vicente Montéggia.

Em 1898, em Porto Alegre, é fundada a Loja Maçônica “Zu den drei Palmen”, já existia mais de uma loja maçônica “alemã” na cidade.
Em 1909, esta é absorvida pela “Zur Eintracht”, tinha número apreciável de membros ativos entre os quais se destacaram o Sr. Oskar Schaitza, fundador de uma tecelagem (atual Fábrica Rio Guaíba), ainda o Sr. Max Neugebauer que também iniciou seu filho Ernesto na loja, fundadores da Chocolates Neugebauer, o Sr. João Wallig, criador da Wallig e outros maçons de valor, que muito fizeram em favor do bairro de Navegantes.

Em 1898, em Porto Alegre, realiza-se a primeira disputa ciclística em pista oficial no Velódromo Rio-Grandense, que se localizava na parte central do Prado Independência, na “Schuetzverein Platz”, no Moinhos de Vento. (adaptado de Mazo, 2003)

Em 1898, em Porto Alegre, nasce a Faculdade Livre de Medicina e Farmácia, resultado da fusão da Faculdade de Farmácia com a Escola de Partos que funcionava sem patrocínio oficial na Santa Casa de Misericórdia.

Em 1898, em Porto Alegre, é inaugurado o prédio que se destaca no horizonte da cidade, o Asilo da Mendicidade no Caminho de Belas junto à orla do Guaíba.

Em 25 de janeiro de 1898, em Porto Alegre, assume como presidente do Estado do Rio Grande do Sul, o Dr. Antônio Augusto Borges de Medeiros, positivista moderno e conservador.
Pondo veludo na voz e armas na mão de seus asseclas, governaria o Estado por 25 anos, o projeto castilhista tinha continuidade.
Borges de Medeiros, o homem que seus adversários ridicularizaram ao apelidar de “Chimango”, com mãos de ferro enfrentou a todos, administrou o estado e desenvolveu a capital, pavimentou a trilha política de Getúlio Vargas, com qual romperia após 1930.

- Julio Prates de Castilhos, vencido seu mandato, transmitiu o governo ao seu sucessor, continuando, porém como chefe do Partido Republicano Rio-Grandense – PRR, e mandando por trás da cortina até seu prematuro falecimento (1903) aos 43 anos.
Desde que deixou a presidência do Estado, recusou-se a assumir qualquer outra função pública, não aceitando voltar ao governo estadual, nem ser candidato à presidência da República.

- Na hora de alistar eleitores o PRR – Partido Republicano Rio-Grandense interpretava a Lei Orgânica como queria.
Mulher não votava no Brasil, e as reeleições não tinham limite, e o voto era a descoberto.
Borges de Medeiros herdou uma máquina partidária solidamente consolidada, com uma Assembléia Legislativa constituída somente de deputados do PRR.

Em 16 de maio de 1898, em Porto Alegre, é instalado pelo intendente José Montaury, o primeiro “Serviço de Socorro Médico de Urgência” do Brasil a “Assistência Pública”, era utilizado uma carroça puxada pelos burros mais velozes da manada municipal.

Em 25 de julho de 1898, em Porto Alegre, é fundada a Escola Livre de Medicina e Farmácia.

Em 28 de setembro de 1898, em Porto Alegre, foi aterrada a “doca” no Rio Guaíba junto ao Largo dos Ferreiros para a construção do Palácio da Intendência Municipal de Porto Alegre na administração do intendente José Montaury de Aguiar Leitão.

Em outubro de 1898, em Porto Alegre, é fundada a Faculdade de Odontologia, como um instituto de Medicina.

Em 15 de outubro de 1898, em Porto Alegre, é fundada a primeira sociedade de ciclismo, denominada Rodforvier Verein Blitz (Sociedade Ciclística Blitz) pelos imigrantes alemães da cidade. Um dos seus fundadores foi Alberto Bins, que ajudou financeiramente na aquisição das instalações para o velódromo que se localizou na Rua Voluntários da Pátria.
Além do Ciclismo, já nos primeiros anos oferecia a prática do Tênnis. (Giffoni, 1989)

Em 15 de novembro de 1898, no Brasil, Rio de Janeiro, Capital Federal, Manuel Ferraz de Campos Sales (15.11.1898-15.11.1902), quarto presidente da República, Paulista, Partido Republicano Paulista – PRP, vice Francisco de Assis Rosa e Silva, instala a política dos governadores.
Para por fim a crise financeira, o governo pode alcançar certos resultados positivos, fazendo empréstimos no exterior, aumentando os impostos e criando novas taxas que forçaram a população a reduzir despesas. O ministro da Fazenda Joaquim Murtinho geriu a pasta com energia e proficiência.
Neste período visitou o Brasil o General Roca, presidente da Argentina.

Do fim de 1800 e início de 1900, em Porto Alegre, a região Sul da Cidade Baixa era conhecida pelo Fandango e o Carnaval que saia da Praça Concórdia (atual Praça Garibaldi) para as ruas do arraial alegrando o local, onde deixou lembranças inesquecíveis, principalmente na Praça da  Concórdia.
Adaptado do texto de Alzira Dornelles Bán

Em 1899, na África, o Sudão cai sob domínio anglo-egípcio.

Em 1899, em Porto Alegre, a E. F. do Riacho (Estrada de Ferro do Riacho) iniciou o transporte de cubos com detritos da cidade, que eram recolhidos em carroças e encaminhados até a Estação Riacho em fase de acabamento, entre o Bairro Riacho e a Ponta do Asseio (Ponta do Mello).

Em 1899, em Porto Alegre, cria-se a União Velocipédica que, neste mesmo ano, inaugura seu velódromo no terreno cedido pelo município, na Cidade Baixa, onde atualmente localiza-se o Instituto Parobé, junto ao atual complexo da UFRGS.
Foi a “primeira pista do Brasil construída em concreto” com 333 metros de extensão.

Em 1899, em Porto Alegre, é fundada a Faculdade de Agronomia e Veterinária, ligada a Engenharia.

Em 1899, em Porto Alegre, o jornal “A Gazetinha” informou sobre uma “malta enorme de meninos rudes e turbulentos” que invadiam as ruas da capital porque suas mães estavam trabalhando nas novas fábricas da cidade.

- A entrada de mulheres nas firmas industriais gaúcha aconteceu a partir da República (1889), na mesma intensidade e no mesmo instante em que o boom fabril se espalhou. Futuramente empresas como Mephis e Olina priorizarão a contratação de operárias.

- Neste final de século os católicos se reúnem na fundação do Centro Católico e seu desmembramento para o Partido do Centro, assim como na Alemanha os católicos se reuniram em um Partido Católico Central, ou seja, o “Zentrumspartei” (Centro Católico), para se defenderem contra perigos eminentes do novo sistema republicano, onde Rui Barbosa (Maçom) pregava o banimento da Ordem de Jesus do Brasil.
Mesmo com a pouca existência o partido conseguiu colocar um bom número de candidatos católicos nas listas para vereadores e deputados. Também sabemos que o Partido do Governo cogitou o Bispo de Porto Alegre, como candidato a Senador.
Desaparecido o Centro Católico como partido político, seu nome sobreviveu através da Tipografia do Centro (em Porto Alegre), que por volta de 1940 tomou o nome de “A Nação”.

A Fotografia
- Ao final do século XIX era comum entre as pessoas ilustradas deixar-se fotografar com um livro na mão, marcando com um dedo á página da leitura.
O próprio escultor Alfred Hubert Adloff (1913), quando jovem, era adepto deste romantismo tardio, como Apolinário Porto Alegre e a Sociedade Parthenon Literário (1868).
A popularização desse costume, inclusive fez com que a mesma pose fosse aproveitada em diversos monumentos, como no monumento a Júlio de Castilhos (1913) na Praça da Matriz.

- Neste fim de século, a “velha” Porto Alegre Imperial não pode continuar como uma “cidade-aldeia”, como dissera o líder republicano Borges de Medeiros.



Continua na Parte XIII

Um comentário:

  1. Olá.
    Sou pesquisador, e gostaria de saber onde você encontrou a seguinte informação: "Em 13 de fevereiro de 1876, em Porto Alegre, é fundada a pedra fundamental do primeiro Templo Maçom na capital...". Preciso da nota bibliográfica deste trecho. Ótimo blog. Abraço

    ResponderExcluir