Bem Vindo

- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida da Cidade de Porto Alegre inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado. A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

- Este Blog esta sempre em crescimento entre o Jornalismo, Causos e a História.

Haverá provavelmente falhas e omissões, naturais num trabalho tão restrito.

- Qualquer texto, informação, imagem colocada indevidamente (sem o devido crédito), dúvida ou inconsistência na informação, por favor, comunique, e, aproveito para pedir desculpas pela omissão ou inconvenientes.

(Consulte a relação bibliográfica e iconográfica)

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A Fala, a Escrita, os Sinais, o Livro, o Blog é uma troca, Contribua com idéias.

- Em História, não podemos gerar Dogmas que gerem Heresias e Blasfêmias e nos façam Intransigentes.

- Acompanhe neste relato, que se diz singelo; a História e as Transformações de Porto Alegre.

Poderá demorar um pouquinho para baixar, mas vale à pena. - Bom Passeio.

Me escreva:

jpmcomenta@gmail.com






sábado, 29 de maio de 2010

O Legado de Porto Alegre para o Mundo




Contibuição de Porto Alegre para com o Brasil e o Mundo e para si própria:
Nesta postagem, precisamos de contribuição, envie a sua idéia ou o seu legado para com Porto Alegre.

Legatus

O Legado (legatus, em latim) era um general do exército romano, equivalente ao moderno oficial general.
Substantivo Masculino - Disposição feita por testamento em benefício de alguém.
Representante do papa; núncio pontifício.
Enviado, em regra temporário, de um governo junto a outro governo; espécie de embaixador extraordinário para determinada missão.

[Frase final de Memórias Póstumas de Brás Cubas,1881]:
Não tive filhos não transmiti a nenhuma criatura o Legado de nossa miséria.
Machado de Assis

Revolução Farroupilha,
- Porto Alegre foi o estopim, na ponte da Azenha e transformou-se em República.
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Tomada da Ponte da Azenha pelo Gal. Bento Gonçalves - 1835
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Cidade Imperial,
- Lealdade a Coroa Imperial do Brasil recebe o título "Mui Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre"
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1954
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Padre Landell de Moura, Roberto,
- Porto alegrense, talvez o maior inventor gaúcho com contribuição notável para todo o mundo, pioneiro na invenção do Rádio e Telefone sem Fio, que por falta de incentivo como nos dias atuais no Brasil, não se tornou um notório, uma grande perda, talvez a maior do Rio Grande e do Brasil
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Padre Roberto Landell de Moura
Patente nos EUA do Telefone sem Fio
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Julio de Castilhos,
- E o pensamento Positivista de Comte pregado a risca, a partir de Porto Alegre
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Julio Prates de Castilhos
Positivista
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Clube de Regatas de Porto Alegre,
Em 1888, funda-se a primeira associação de remo em Porto Alegre, o“Ruder Club Porto Alegre” (Clube de Regatas Porto Alegre), pelos imigrantes alemães, o mais antigo do Brasil.
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Primeira sede junto ao rio Guaíba
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Getúlio Dorneles Vargas,
- O grande Presidente do Estado e da República, não era de Porto Alegre mas foi nesta cidade que fez sua carreira e fama - "O Pai dos Pobres"
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Revolução de 1930,
- Início de um legado para o Brasil, começa no Palácio Piratiní
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Palácio Piratiní, onde tudo foi planejado - 1930
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Soldados gaúchos amarram sues cavalos no obelisco no Rio de Janeiro
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Presidente Washington é deposto no Rio de Janeiro - 1930
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Ieda Maria Vargas,
- A porto alegrense, primeira Miss Universo do Brasil - 1963 em concurso realizado no Rio de Janeiro.
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Ieda Maria Vargas
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Lupicinio Rodrigues,
- O grande compositor, cantor, gremista e boêmio - "Pobre Moços" que não o viram.
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Elis Regina,
- Do bairro IAPI para o Mundo, a pimentinha, a eterna cantora da MPB - "Saudade".
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Elis Regina Carvalho Costa
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Grêmio Foot ball Porto Alegrense,
- Campeão Mundial de clubes de futebol, o Caprichoso do Sul.
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1983
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OP - Orçamento Participativo,
- Legado do PT (Partido dos Trabalhadores) no governo municipal de Porto Alegre 1989, por 12 anos seguidos.
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Fórum Social Mundial,
- Com o slogan "Um novo Mundo é Possível", promovido no governo estadual de Olivio Dutra do PT (Partido dos Trabalhadores) em contra partida a reunião anual em Davos na Suíça dos países mais ricos, colocou Porto Alegre no mapa do Mundo.
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Porto Alegre no contexto do Mundo
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Sport Club Internacional,
- Campeão Mundial Fifa - 2006 de clubes, o Garantido do Sul.
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2006
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Feira do Livro,
- A maior Feira a céu aberto do mundo, anualmente na Praça da Alfândega.
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Praça da Alfândega
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Churrascaria,
- A primeira churrascaria crioula foi feita na comemoração exposição do centenário da Revolução Farroupilha em 1935 no Parque Farroupilha, onde foi montado um restaurante para mostrar a comida típica do estado, idéia do intendente Alberto Bins, de Porto Alegre para o Mundo.
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Tradição Gaúcha
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Boxx Danceteria,
- O Maior Pub do mundo - 12 ambientes, danceteria e cinema, fotolog, Boxx Television.
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Dj's
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Pista
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Pista Arena
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Pista Dom Brasil
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Cine Boxx
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CTG - Centro de Tradições Gaúchas,
Paixão Côrtes é um personagem decisivo da cultura gaúcha e do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul, do qual foi um dos formuladores, juntamente com Luiz Carlos Barbosa Lessa e Glauco Saraiva. Juntos, partiram para a pesquisa de campo, viajando pelo interior, para recuperar traços da cultura do Rio Grande.
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Em 1948, organizou e fundou o CTG 35 e, em 1953, fundou o pioneiro Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição.A dança e a história do Rio Grande do Sul passada de corpo a corpo.
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Daiane dos Santos,
- Da Restinga, ao Cete, esforço e determinação na Ginástica para o mundo.
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Carlos Eugenio Simon,
- O árbitro de futebol Carlos Eugenio Simon, outro não porto alegrense, mas aqui começou, é o mais completo árbitro de futebol na atualidade brasileira, representante na Copa FIFA 2010 na África do Sul.
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Ronaldinho Gaúcho,
- Ronaldo de Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho ou Ronaldinho nasceu em Porto Alegre, 21 de março de 1980, é jogador de futebol.
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AGAPAM,
- Primeira associação de proteção do meio ambiente do Brasil e seu fundador José Lutzenberger.
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José Lutzenberger,
-  O grande legado da defesa do ambiente natural.
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SMAM,
- Porto Alegre foi a primeira cidade no Brasil a ter uma secretaria, no caso municipal, específica para o Meio Ambiente
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Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Legalidade

Campanha da Legalidade

Legatus



quarta-feira, 26 de maio de 2010

Linha Férrea Riacho/ Tristeza em Porto Alegre

Ligava o Centro da Capital a Zona Sul de Porto Alegre.

Os Bons Tempos do Trem na 
Zona Sul
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Partida para a Zona Sul
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A estrada de ferro municipal Riacho/Tristeza foi organizada em 1896 para transportar os despejos na Ponta do Dionísio. Com o desenvolvimento do bairro, começou a circular o trenzinho de passageiros como linha suburbana, a estrada contornava a orla natural do Guaíba até a Tristeza.
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Desenho de Hélio Ricardo Alves mostra como era feito o despejo na Ponta do Melo (atual Ponta do Estaleiro Só) - Foto: Reprodução
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Estação RIACHO
Município de Porto Alegre, RS
Linha de Tristeza - km RS-2120
Inauguração: 14.01.1900
Uso atual: demolida sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1900 (já demolido)

A E. F. do Riacho foi aberta em 1899 para o transporte de cubos entre o bairro do Riacho e da Ponta do Asseio. Estes cubos eram feitos a partir de matéria excrementosa que deveria ser prensada e despejada no trapiche da Ponta do Mello.
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Estação Riacho, Cidade Baixa - 1910
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A partir de 1900, a ferrovia passou a transportar também passageiros, bagagens e mercadorias.
A tração era animal, passando para trens a vapor aparentemente nos anos 1910.
Em 1912, a linha foi estendida até a praia de Pedra Redonda.
Em 1924, levou-se a linha até o cais do porto para transportar pedras para as obras desse cais.
Em 1926, foi aberto também um ramal para Vila Nova.
Em 1927, a linha foi levada até a recém-inaugurada estação de Ildefonso Pinto, que também se ligava com a estação central de Porto Alegre e de onde também saíam trens da VFRGS para o interior do Estado.
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A estação do Riacho foi inaugurada em 1900. Ficava onde hoje é o bairro Cidade Baixa, tendo o nome dado por haver um riacho, o Sabão (atual Dilúvio). Ali começava a E. F. do Riacho, que além de transportar cubos de matéria excrementosa, que deveria ser prensada e despejada no trapiche da Ponta do Mello, também carregava pessoas que iam para as praias de Tristeza e, a partir de 1912, para Pedra Redonda, mais à frente no ramal.
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Estação da Tristeza, esta estação ficava onde é a atual praça Cmdor. Souza Gomes no centro da Tristeza  - 1912
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Há historiadores que afirmam que a estação do Riacho foi a primeira a ser inaugurada, antes do terminal Tristeza, que vinha depois; era, aparentemente, chamada também de estação da Ponte de Pedra. Outros falam em Ponta do Dionisio, que seria onde hoje é a Vila Assunção. Ainda há que se elucidar esta nomenclatura. Em 1927, a linha foi levada do Riacho até a recém-inaugurada estação Ildefonso Pinto, que também se ligava com a estação central de Porto Alegre e de onde também saíam trens da VFRGS para o interior do Estado.
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Acima: A estação do Riacho é mostrada neste mapa publicado no Guia Levi de 1957, na esquina da rua Cel. Genoíno com a Avenida Guaíba, no alto à direita, às margens do Guaíba.
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Se a linha ainda existia em 1957 é um mistério, pois o mapa pode ser mais antigo; porém, por esse mapa, a linha terminava ali, já tendo sido aparentemente desativado o resto da ferrovia. De Ildefonso Pinto, estação não mostrada, mas sabidamente na esquina da av. Borges de Medeiros com a av. Mauá, no cais do Porto, até a estação do Riacho, a linha percorria toda a margem do rio até a estação do Riacho. (Guia Levi, janeiro de 1957).
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Attila do Amaral afirma que a linha passou para a administração da VFRGS em 1938 e que nessa época a extensão total de suas linhas era de 13,770 km. Ele também afirma que essa linha foi erradicada somente em 1966. Vários historiadores, entretanto, dão como sendo o ano da extinção do transporte de passageiros na E. F. do Riacho como sendo 1932. Os guias de horários ainda acusam trens entre as estações de Riacho e de Pedra Redonda, passando pela Tristeza, em 1932, mas já não os acusam em 1938.
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Nota em jornal da época
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No início do funcionamento do trem para a Zona Sul, a tração era animal. Mais tarde, foi substituída por trens a vapor. Assim nos dizia um anúncio de um jornal da época:
“Espera-se que até dezembro esteja aberta ao tráfego a estrada de ferro à Ponta do Dionysio, obra contratada pela Intendência Municipal com o Sr. Gaspar Guimarães e o Dr. Luiz Caetano Ferraz. O percurso total da linha é de dez quilômetros, já estando seis com o respectivo leito preparado e os ramais em adiantado preparo. As locomotivas já se acham nesta capital,e, segundo nos informam, denominar-se-ão Progresso e Rosa, nomes escolhidos pelo digno empreiteiro Dr. Luiz Ferraz. Os trilhos estão no Rio Grande, em viagem para aqui. A plataforma da estação do Riacho vai muito adiantada, devendo em pouco tempo estar pronta. Teremos, pois, brevemente, uma via-férrea contornando, em grande parte, a belíssima baía do Guaíba“.
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O “Trenzinho”, como era conhecido pela população, trafegava lentamente, passando por diversos bairros da Capital, entre eles, o Cristal, a Assunção, a Tristeza, a Vila Conceição e a Pedra Redonda. O início da linha podia ser na Estação da Ponte de Pedra, na Cidade Baixa, ou na Estação Ildefonso Pinto, perto do Mercado Público, nos fundos do Mercado Novo no Centro.
Durante a semana, o trem tinha dois horários de saída: às 8h e às 16h30min.
Nos domingos, quando a procura era maior em função dos banhos no Guaíba e dos piqueniques na praia, saíam em mais horários, um às 10h e outro às 14h, e o preço da passagem era de aproximadamente 400 réis.
Além dos passageiros que viajavam com seus pacotes e maletas, o trem também transportava pedras da Ponta do Dionisyo (hoje, o Clube Veleiros do Sul), para a construção do Cais do Porto.
Em 1924, o então presidente do Estado do Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, decidiu dar início a grande obra no cais. Sendo assim, muita pedra foi levada das pedreiras da Zona Sul ao Centro.
Quem utilizava o trenzinho, sentia que era uma viagem segura e tranquila pela baixa velocidade dos vagões. A Maria-Fumaça percorria caminhos diversos e apesar de ser chamado de “o Trem da Merda”, ainda assim, era divertido e bonito o passeio pelas ruas de Porto Alegre.
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Estrada de Ferro a beira do Guaíba - 1911
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Nos primeiros anos de funcionamento, o trem vinha somente até a Ponta do Dionysio, hoje Vila Assunção.
Com o passar dos anos, a via foi estendida até o bairro Tristeza, e, em 1912, até a praia da Pedra Redonda.
Esse prolongamento da via só foi possível graças a um empreendimento particular, sendo mais tarde adquirida pelo Estado e incorporada à Via Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS).
Tal empreendimento resultou em um grande desenvolvimento à Zona Sul, transformando-a em área nobre da cidade com suas casas de veraneio, seus hotéis e restaurantes. O bairro Tristeza é um exemplo desse progresso, conforme nos conta Pellin em suas crônicas sobre o antigo arrabalde:
“Tristeza progredia, habitada agora pela elite porto-alegrense e por famílias estrangeiras, que vêem nascer a nova praia de frente para o sul, a Pedra Redonda”.
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Estação Pedra Redonda
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Escavação na rocha na Vila Conceição para chegar a Pedra Redonda - 1920
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Para o trem chegar até a Praia da Pedra Redonda, foi preciso um grande investimento e muitas obras foram feitas envolvendo escavações e explosões no morro onde hoje se encontra a Vila Conceição. Grande quantidade de pedra e parte da mata foi retirada da região para que a estrada de ferro pudesse ser construída. Um fosso de granito com 800 metros de comprimento por 10 metros de altura foi escavado desde o início da vila até a beira da praia, criando um grande paredão por onde passava o trenzinho. A obra no morro durou cerca de três anos.
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Ponte de Pedra, Cidade Baixa - 1915
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Algumas pessoas aproveitavam para ir a pé até a praia, utilizando o caminho aberto. Porém, o passeio era muito perigoso, pois, quando o trem se aproximava, as pessoas se espremiam entre as paredes de pedra e a locomotiva, causando um grande desconforto. Era uma aventura e tanto, conforme diziam os jovens da época, que se arriscavam para curtir os banhos na praia mais famosa da época.
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A Ponta do Asseio
Relato interessante sobre essa pequena estrada de ferro foi o de Augusto Meyer, escritor, jornalista e contemporâneo do trem. Em sua obra No Tempo da Flor, citado na Pequena Antologia do Trem, Meyer traz lembranças da ferrovia na década de 1920:
“A grande animação, no Largo da Tristeza, era o trenzinho das cinco. Ficava a estação ao lado da velha Ponte do Riacho, e parece que ainda estou no Beco do Império, picando o passo, ao ouvir o primeiro apito. Ladeira abaixo, somos alguns retardatários, em cima da hora. Mas o trenzinho, com mais apito e fumaça do que pressa, levará muito tempo a decidir-se, arrastando a sua sina pela Praia de Belas“.

Inicialmente, a linha do trem foi utilizada para transportar os cubos malcheirosos provenientes das casas dos arrabaldes que não tinham esgoto. Portanto, tinha uma função essencialmente sanitária. O trajeto percorrido por esse material ia até a chamada Ponta do Asseio ou Ponta do Melo, onde hoje se encontra o Estaleiro Só, no bairro Cristal. Em tempos mais remotos, esse material viajava até outra ponta do Dionísio, no bairro Assunção. Dentro dos vagões, iam grandes cilindros, com todo o conteúdo fedorento.
Esses cubos, fornecidos pela Intendência Municipal de Porto Alegre, eram colocados sob a tábua de assento dos banheiros da época para serem usados e, depois de cheios, eram encaminhados até a estação do trem mais próxima. Logo que chegava ao seu destino, o conteúdo dos cubos era prensado e descarregado diretamente no rio. Os mesmos cubos, ou cabungos, que levavam os dejetos, após serem descarregados e limpos com creolina, faziam a viagem de volta.
Conforme Sérgio da Costa Franco, “o asseio público deixou suas marcas nas tradições da cidade. Como Ponta do Asseio ficou popularmente conhecida a Ponta do Melo, como Lomba do Asseio a ladeira que ligava aquela ponta à Avenida Padre Cacique. Cabungos e cabungueiros são tristemente lembrados pelos mais velhos”.
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Ruínas da estrutura da ponte na Vila Nova
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Ramal da Vila Nova - km 4,200 (1926) RS-4334
Inauguração: 1926
Uso atual: demolida sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1926 (já demolido)

Em 1926, foi aberto também um ramal para Vila Nova.
A Estação de Vila Nova, cujo nome real era Vicente Monteggia, foi inaugurada em 17/10/1926, como ponto terminal do ramal da Vila Nova da E. F. do Riacho, com 4,200 metros. Aparentemente, esse ramal funcionou por pouco tempo: o Guia Levi de fevereiro de 1932 já não acusava a sua existência, embora mostrasse o trecho Riacho-Tristeza-Pedra Redonda.
Transcrição da página do jornal que noticiou o fato da inauguração do ramal:
"No domingo, 17 de outubro, realizou-se a velha aspiração dos laboriosos moradores do próspero arrabalde de Vila Nova, com a inauguração de um ramal férreo, que partindo do Cristal alcança aquele povoado. Às 10 horas partiu do cais do porto o trem inaugural com dois carros repletos de autoridades, convidados e uma banda de música. Chegados ao ponto inicial, pouco além do Cristal, desceram todos os excursionistas e dirigiram-se junto à chave que dá entrada para o ramal de Vila Nova, cuja chave estava amarrada com fitas com as cores do Estado. O Sr. Major Alberto Bins, vice-intendente da Capital, representando o Sr. Dr. Octavio Rocha, digno intendente, cortou as fitas e pronunciou as seguintes palavras:
'Neste momento, em nome do Intendente Municipal, e como Vice-Intendente, cabe-me a honra de abrir a chave do desvio, que liga a estação do Cristal ao arraial de Villa Nova, eu o faço em nome do Intendente Municipal, que com isso, cumpre mais uma promessa dos grandes melhoramentos prometidos, para o embelezamento e para o progresso do município de Porto Alegre".
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Acima: O momento em que o Sr. Major Alberto Bins, vice-intendente, corta a fita simbólica e entrega ao tráfego o novo ramal férreo (Acervo Paulo N. de Carvalho).
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As última palavras foram recebidas com vivas e palmas. Em seguida pos-se o trem em movimento, em demanda da estação Vicente Monteggia, ponto terminal do ramal, no centro da Vila Nova. A linha que percorre a distância de 4.200 metros, entre plantações, parreiras e chácaras, oferece ao viandante uma visão exata da prodigiosa fertilidade da terra e da inteligente laboriosidade dos habitantes daquela zona. À chegada da comitiva em Vila Nova subiram ao ar inúmeros foguetes, os sinos repicaram e a população dava vivas que eram correspondidas pelos excursionistas. Em seguida foi inaugurada a estação Vicente Monteggia, perante as altas autoridades municipais, convidados e enorme multidão. Houve banquete, churrasco e a mais franca alegria, todos felicitando aos dignos moradores da Vila Nova pelo útil melhoramento que aos esforços do Dr. Octavio Rocha eles deviam. Durante todo o dia e pela noite adentro, grande foi a
concorrência ao belo arrabalde para participar dos festejos e regozijo popular" (O Ferroviário, Porto Alegre, 1/11/1926).
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Estação Ildefonso Pinto - década de 1960
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V. F. Rio Grande do Sul (1927-1975)
RFFSA (1975-1972)
Estação ILDEFONSO PINTO
Município de Porto Alegre, RS
Linha Porto Alegre-Uruguaiana - km 0 RS-0549
Linha de Tristeza - km 0 Inauguração: 1927
Uso atual: demolida sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
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A linha Porto Alegre-Caxias foi aberta no trecho entre a Capital e São Leopoldo em 1874, como a primeira ferrovia do Estado. Em 1876 foi prolongada até a estação de Novo Hamburgo. Em 1905, a Cie. Auxiliaire assumiu a linha. Apenas em 1909 a linha teve continuação, partindo de Rio dos Sinos, 7 km antes de Novo Hamburgo e chegando até Carlos Barbosa, e, no ano seguinte, até Caxias (Caxias do Sul). Em 1920 a linha foi assumida pela VFRGS. Foi desativada nos anos 1980; o trecho até São Leopoldo foi retificado e serve hoje ao sistema Trensurb da Grande Porto Alegre (trens metropolitanos); entre Rio dos Sinos e Montenegro, a linha foi erradicada em 1963, substituída por uma variante; para a frente, existem trilhos ainda em alguns pedaços, mas oficialmente a ferrovia a partir de Montenegro foi extinta em 1994 pela RFFSA.
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Estação Ildefonso Pinto, com o vagão locomotiva estacionado - década de 1950
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A estação de Ildefonso Pinto foi construída e inaugurada em 1927 para ser a estação inicial da ferrovia Riacho-Tristeza, que já existia desde o final do século 19 e que, a partir desse ano, passou a se iniciar na nova estação. Esta por sua vez foi interligada também à linha da VFRGS, de forma que alguns trens para o interior partiam desta estação e dali seguiam para a estação central de Porto Alegre. Pouco depois, nos anos 1930, a pequena ferrovia foi desativada, mas Ildefonso Pinto seguiu funcionando para a VFRGS. Ficava na esquina da avenida Borges de Medeiros com a avenida Mauá. Em 1972, foi demolida.
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Trem que fazia a linha na década de 1930
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Neste foto de 1960 ainda vê-se parte dos trilhos da estrada do Riacho no Cristal junto ao novo hipódromo
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(Fonte: Olyr Zavaschi, em artigo publicado no jornal Zero Hora em 15/05/2004, e Janete Carneiro - Blogueiros).
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