Bem Vindo

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sábado, 24 de março de 2012

Porto Alegre - 1700 à 1749 - Parte VI (Em Montagem)

Cronologia- 1700/1749

Século XVIII

Bandeiras

1700

Resumo do Período
- A ocupação européia no extremo sul do continente americano, foi muito difícil e oneroso para os reinos de Espanha e Portugal.
Mesmo tendo o processo de povoamento sido iniciado ainda no século XVI, a ocupação da vasta região da bacia do Prata, foi lenta, estando em pleno processo de expansão na segunda metade do século XVIII.
Até então o território do atual Rio Grande do Sul ainda pertencia legalmente aos espanhóis, mas desde o século XVII os portugueses começaram a dirigir esforços para a conquista, e foram progressivamente penetrando no território pelo nordeste, chegando através do Caminho dos Conventos, uma extensão da Estrada Real, à região da Vacaria dos Pinhais, e dali descendo para Viamão.
A penetração foi realizada por bandeirantes que vinham em busca de escravos índios e por tropeiros que caçavam os grandes rebanhos de gado bovino, mulas e cavalos que viviam livres no território.

- As constantes investidas dos bandeirantes paulistas e tropas portuguesas regulares, desde o início do século XVII, nas terras que pertenciam pelo Tratado de Tordesilhas à Espanha, tornam a região disputada, com constantes mudanças de donos, em certos pontos estratégicos.
No século XVIII era o Rio Grande de São Pedro, como fração do domínio lusitano, apenas uma rasa faixa litorânea longamente estirada junto ao mar e o cordão de lagunas que se sucedem de extremo a extremo.
Mais de cem léguas de pura areia, amontoado de dunas que os pesados ventos do largo fazem e desfaz sem descanso, ao longo das areias, terra à dentro as pastagens rústicas que alimentavam as tropas em trânsito e onde se instalaram os primeiros currais e invernadas.
Mais tarde os tropeiros passaram a se radicar no sul, transformando-se em estancieiros e solicitando a concessão de sesmarias.
A primeira delas foi outorgada em 1732, a Manuel Gonçalves Ribeiro na Parada das Conchas, onde hoje é Viamão. Outra via de penetração foi através do litoral, fundando-se em 1737 uma fortaleza onde hoje é Rio Grande, com o objetivo dar assistência à Colônia do Sacramento, no Uruguai.

- Depois da assinatura do Tratado de Madrid (1750) o rei de Portugal determinou que fosse reunido um grupo de quatro mil casais dos Açores para povoar o sul, mas efetivamente foram transportados apenas cerca de mil casais, que se espalharam pelo litoral entre as atuais cidades de Osório e Rio Grande, e um pouco pelo interior.
Cerca de 500 pessoas se fixaram em 1752, à beira do lago Guaíba, no chamado Porto de Viamão, o primeiro nome da futura, Porto Alegre.

- Os conflitos locais entre portugueses e espanhóis, porém, não foram contidos pelo Tratado.
A Villa de Rio Grande foi invadida por espanhóis em 1763, a população portuguesa fugiu e o governo da Capitania do Rio Grande de São Pedro se mudou às pressas para a Villa de Viamão.
O Porto de Viamão foi elevado a freguesia, com o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, em 26 de março de 1772, hoje estabelecida como data oficial da fundação da cidade.
Em vista da sua melhor situação geográfica e estratégica, em 25 de julho de 1773 o governador da Capitania, José Marcellino de Figueiredo, determinou a transferência da capital de Viamão para lá, quando a freguesia já tinha cerca de 1.500 habitantes.
Os portugueses iniciam a conquista definitiva do sul, descobrindo ouro em Paranaguá e Curitiba.

- Convém lembrar que ao tempo em que as cidades de Salvador e Rio de Janeiro já eram bi-centenárias, nos vales e colinas onde hoje se ergue a metrópole de Porto Alegre, os nativos ali viviam no mesmo estado de antes do descobrimento do Brasil.
As terras foram sendo absorvidas diante da ação expansionista luso-brasileira, as adjacências da Província do Paraguai, Terras do Tape, Continente de Viamão, Província das Missões e mais uma dezena de topônimos, para formar o “Rio Grande maior”, e plantar sua terceira capital no ponto estratégico de defesa e ligação.
Com a paz entre Portugal e Espanha conseguida no Tratado de Santo Ildefonso (1777), a posse da terra foi regularizada e se começou a organizar a administração.

- Foi erguido o “Palácio de Barro”, primeira sede de governo, um cemitério, uma prisão, um pequeno teatro e a Igreja Matriz. Ruas foram calçadas, foi criado um serviço postal, o comércio começou a florescer, a atividade do porto se intensificou e a pequena “urbe” assumiu suas funções, definitivamente como capital da Capitania, crescendo rápido.
Em 1798 tinha três mil habitantes, e em 1814 já possuía 6 mil.

Em 12 de janeiro de 1700, na Europa, Portugal, diante da rebeldia do quilombo no Pernambuco, comandado por Camoanga, o rei de Portugal D. Pedro II, ordenava, que se fizesse guerra contra ele, a fim de “acabar com as relíquias” daqueles “negros”, que ainda depois da vitória sobre Palmares “permaneciam em vários lugares”.

Em 1701, na Europa, Inglaterra, é inventada a “primeira semeadeira automática” idealizada pelo inglês Jethro Tull.

Em 1703, no Brasil, no Pernambuco, foi morto o líder negro Camoanga durante um ataque português.
Pelo menos até meados do século XVIII forças paulistas estiveram acampadas na região na tentativa de impedir o nascimento de novos mocambos, como também para proteger a ocupação daquelas terras, que haviam sido doadas no regime de sesmaria, cujos proprietários procuravam manter sua empresa sem a preocupação de que elas poderiam vir a ser atacadas por “negros quilombolas”.

Em 1707, na Europa, Inglaterra, o Parlamento Inglês e o Parlamento Escocês se unem.

Em 1707, no Brasil, nas Minas Gerais, paulistas e forasteiros lutam pela exploração do ouro da região dando origem a Guerra das Emboabas que terminará em 1709.

1710

Em 1710, no Brasil, o Rio de Janeiro é atacado pelos franceses, comandados por Jean-François Duclerc, mas perdem o combate e Duclerc é preso.

Em 1710, no Brasil, “estrangeiros” são proibidos de aportarem na Colônia.

Em 1710, no Brasil, Pernambuco, acontece a Revolta dos Mascates, rivalidade entre comerciantes portugueses de Recife (mascates) e senhores de engenho em Olinda pelo poder político.

Em 1711, no Brasil, Rio de Janeiro, o francês Jean-François Duclerc é morto na prisão, para vingar, Duguay –Trouin ataca o Rio de Janeiro, o governador paga resgate para não destruir a cidade.

Em 1713, na Europa, é assinado o Tratado de Utrecht que encerra a Guerra da Sucessão Espanhola, confirmando Felipe V como rei da Espanha e definindo os domínios da França, Espanha e Grã-Bretanha (que ganha Gibraltar) Sicília e Sardenha. São demarcados os limites definitivos dos territórios sob o domínio espanhol na Europa e assegura a Portugal seus direitos sobre a Amazônia.

Em 1713, na Europa, a Inglaterra obtém o monopólio do “tráfico de escravos negros” na América.

Em 1714, no Brasil, Rio de Janeiro, o governador D. Francisco de Távora, eleva Laguna a “Villa” e determina a Francisco Brito Peixoto, filho do fundador, para formar uma expedição a fim de “fazer vistorias” nos lados do Sul, mas este impedido pela idade coube a João de Magalhães, seu genro a tarefa.

Em 1714, no Brasil, no Sul, em São Francisco do Sul, norte da Capitania de Santa Catarina, a Câmara apresenta uma petição ao emissário do Governo do Rio de Janeiro sobre a Capitania de Sant’Ana:
- “O Rio Grande é que seria muito conveniente a Sua Majestade o se povoar, em razão dos castelhanos se não adiantem.”

Em 1718, na Europa, o Sacro Império Romano se junta à aliança formada por Grã-Bretanha, Províncias Unidas (Holanda) e França contra Espanha que violara o Tratado de Utrecht.

Em 1718, na Europa, nasceu a expressão Cara e Coroa quando foi cunhada uma moeda com a esfinge do Rei de Portugal em um dos lados.

Em 1718, no Brasil, no Centro-oeste, o bandeirante Pascoal Moreira Cabral descobre ouro em Mato Grosso.

Em 1719, no Brasil, no Centro-oeste, é fundado Bom Jesus de Cuiabá (atual capital Cuiabá) na região do Mato Grosso.

1720

Em 1720, na Europa, a Espanha assina o Tratado de Haia, pelo qual concorda em retirar-se da Sicília e Sardenha, invadida em 1717, pondo fim a guerra.

Em 1720, no Brasil, Revolta de Felipe dos Santos.

Em 1720, no Brasil, nas Minas Gerais, revolta na Villa Rica, contra as casas de fundição e a proibição da circulação de ouro em pó.

Em 1720, no Brasil, no Centro-oeste, os bandeirantes paulistas, levados pela “febre do ouro”, exploram o Goiás (GO) e chegam até Bom Jesus de Cuiabá (MT), onde o sertanista Miguel Sutil afirma haver ouro a flor da terra.

Em 1720, no Brasil, no Sudeste, as Minas Gerais se separa da Capitania de São Paulo.

Em 20 de janeiro de 1720, no Brasil, na Capitania de Santa Catarina, se instala oficialmente a Villa de Laguna.

Em 1723, na América, na Região do Prata, os portugueses tentaram tomar o Porto de Montevidéu que só não ocorreu devido à intervenção do espanhol Don Bruno Zavala que consciente do perigo que corria o estratégico lugar fundou um ano mais tarde o Forte de São José e dois anos mais tarde deu nascimento a futura capital do Uruguai (Montevidéu), com 16 famílias trazidas das Ilhas Canárias.
Em 1729, um segundo grupo das Canárias, a Espanha marcava posição. Os portugueses continuavam atacando e tentando estabelecer um ponto português na região além do povoado de Sacramento.

Entre 1715 e 1724, no Brasil, na Capitania de Santa Catarina, Laguna, os lagunistas fizeram sucessivas incursões pelo atual território gaúcho; exploraram a região do Rio Tramandaí e a Serra do Botucaraí, em busca de ouro e pedras preciosas, sem sucesso.
Penetraram a região das Missões, onde descobriram os ervais dos Jesuítas que viviam do lado espanhol do continente.

- Foi encontrada por todas as partes, no Pampa, a riqueza que será a base e a razão da conquista da terra gaúcha:
- O gado selvagem, depois da destruição das primeiras Reduções (Missões) Jesuítas, criou-se solto nos campos por quase 40 anos – “xucro ou chimarrão”.
Começa assim o período da história com o nome de “curralismo”: - gado arrebanhado, sobretudo do Uruguai, descansava em invernadas, no longo caminho até Laguna.

Em outubro de 1725, no Brasil, no Sul Meridional, chega à margem norte do canal do Rio Grande de São Pedro a Frota de João de Magalhães, genro de Francisco Brito Peixoto (todos no negócio de gado).
A chamada frota era composta por duas dúzias de aventureiros, alguns escravos negros (é a primeira visita de negros africanos no pampa) e rezes, seguiram pela orla do desolado litoral até acampar onde hoje fica a cidade de São José do Norte, é fundado o primeiro núcleo em território da futura Província de São Pedro (Rio Grande do Sul) na margem esquerda da “Barra Diabólica”, junto a Lagoa dos Patos.
De 1725 a 1729, João de Magalhães se estabeleceu com destacamento militar ao norte do canal de Rio Grande, para cobrança de pedágio dos tropeiros.

Em 23 de março de 1726, no Brasil, no Sul, na Ilha de Santa Catarina a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro é elevada a categoria de “Villa”, incluindo seus domínios as terras da futura São José da Terra Firme no Continente.

Em 1727, no Brasil, o português Francisco de Mello Palheta, traz “sementes de café” para plantar no território da Colônia.

Em 1727, no Brasil, no Sul, Cristovão Pereira, auxiliado por Francisco de Souza Faria, abre a Estrada do Rio da Prata a Capitania das Minas Gerais, passando por Sorocaba na Capitania de São Paulo.

Em 1728, no Brasil, na Capitania de Sant’Ana, João de Magalhães, desbrava a região conhecida como “Campos de Viamão”, território compreendido entre a lagoa de Viamão (Guaíba) e o rio Tramandaí, era um distrito do povoado de Laguna na Capitania de Santa Catarina, um porto de passagem e descanso dos tropeiros com destino a São Paulo.

- João de Magalhães se estabelecera no Viamão, com sua frota, as três dezenas de devotados lagunistas que radicaram para sempre a ocupação das virgens terras apertadas entre o atual Lago Guaíba, a Serra e o Atlântico.

- A grande invernada natural formada pelos atuais rio Gravataí, Lagoa dos Patos, Lago Guaíba e Rio Capivari já estavam ocupadas por grande quantidade de gado e nele se encontravam arranchados João de Magalhães e os que a ele se vieram reunir, onde fixou residência e requereu sesmaria que lhe foi concedida 27 anos depois em 1755 pelo governador Gomes Freire de Andrade, confirmada pelo Rei de Portugal cinco anos depois da concessão.

Em 11 de fevereiro de 1728, no Brasil, no Sul, Francisco de Souza Faria inicia a abertura do Caminho dos Conventos (entre Laguna e Lages) na Capitania de Santa Catarina, primeira ligação com os Campos de Curitiba, desviando as tropas de Laguna.

Porto Alegre
1730
As três sesmarias do Pôrto

- Os primeiros europeus de origem Portuguesa e seus descendentes se estabeleceram na área que formou o grande “Município de Porto Alegre” (1809), eram liderados de João de Magalhães, eram eles: - Sebastião Francisco Chaves, Dionísio Rodrigues Mendes, Sebastião Francisco Peixoto, Sebastião Pacheco, Agostinho Guterres, Clemente Francisco Manuel e Manuel Abreu dos Santos que solicitaram mais tarde sesmaria.

- Assim é iniciado o povoamento de Viamão e do Porto de Viamão (atual Porto Alegre). A estrutura de uma sociedade pecuarista e militarizada, orientada pelos “valores guerreiros, baseada na violência do mando e no exercício irrestrito da autoridade”.

Em 1730, no Brasil, no Continente do Rio Grande, Jerônimo Vasconcelos Menezes de Ornellas, já criava gado nos Campos de Viamão, onde morava com sua esposa Lucrecia Leme Barbosa e quatro filhos.

Em 1731, no Brasil, após a descoberta de “jazidas de diamantes” do Serro Frio, é estabelecido o monopólio estatal das jazidas.

Em 1732, na América Central, México, inicia-se a construção do edifício destinado ao Tribunal da Inquisição do Sacro Império Romano.

Em 1732, no Brasil, no Sul, começou a ocupação efetiva da terra do Rio Grande de São Pedro.

Em 1732, no Brasil, no Sul, está concluída a Estrada do Morro dos Conventos, ligando Lages, Curitiba e Sorocaba, desviando as tropas de Laguna. A nova rota passava pelos divisores de água e possuía melhores pastagens que o litoral.
Os lagunenses procuram se estabelecer ao longo da rota do gado, entre o rio Mampituba e a Lagoa do Viamão (Guaíba).

- A fixação definitiva das populações luso-brasileiras ocorreu no século XVIII.
Primeiro os tropeiros levando a mercadoria para os centros consumidores de São Paulo a Região da Prata. Após longas caminhadas, surgiram os currais e, para e defesa do frio, as invernadas.
Vencida a etapa do nomadismo, “estabeleceram as sesmarias”, permanecendo os tropeiros junto à terra generosa do sul.

Em 25 de outubro de 1732, no Brasil, na Capitania de São Pedro, é concedida a “primeira sesmaria” no Território de Sant’Ana ou Continente d’El Rey (atual Rio Grande do Sul) ao Coronel Manoel Gonçalves Ribeiro, juiz de Laguna, recebida do governador da Capitania de São Paulo D. Luis Antônio da Távora, conde de Sardezas, com 3 léguas de comprimento, na Parada das Conchas nos Campos de Tramanday.

- Coube aos “Donatários”, em suas Capitanias, e mais tarde aos “Governadores Régios”, nas Capitanias Reais (que pertenciam a Coroa), distribuir as terras aos colonos.

Sesmaria
- As concessões de terras se faziam por meio de “Sesmarias” (termo que vem de uma velha instituição portuguesa, uma unidade padrão de medição) que era uma área de terra devoluta, com mais ou menos 3 léguas de comprimento por um de largura, equivalente a 13.068 hectares (ou 18 km  por 6 quilômetros), que deveriam ser imediatamente ocupadas e lavradas. A fim de obter a terra no fim de um prazo de dois anos o requerente deveria provar, através de documento de autoridade, que estava ocupando as terras com lavoura ou criação, escravos, casas, benfeitorias e familiares.
Toda e extensão do território português foi assim, gradualmente, passado às mãos dos proprietários.
Só em 1822, com a Independência do Brasil cessou a concessão de sesmarias. As terras não distribuídas pertenciam a Coroa.

- Além do Rio Gravataí (entre as atuais cidades de Canoas e Sapucaia) se estabeleceu em sua sesmaria o futuro capitão de dragões Francisco Pinto Bandeira, nascido em 1701, filho de José Pinto Bandeira, casou com Catharina de Brito, uma das filhas naturais de Francisco de Brito Peixoto. Teve 8 filhos, o primeiro Rafael Pinto Bandeira, como o pai, iria ter projeção na história e defesa do continente de São Pedro, este governou o Rio Grande e foi o “primeiro brasileiro” a alcançar o auto posto de “brigadeiro” do Exército Português.

Em 1732, no Brasil, na Capitania de São Pedro, assume terras na “sesmaria Senhora de Sant’Ana” nos Campos de Viamão (atual Centro zona norte e leste de Porto Alegre), junto ao porto natural Jerônimo de Ornellas Meneses e Vasconcellos requereu em 1740 a principal área onde será fundada a cidade de Porto Alegre, eram 13,8 mil hectares, suas terras tinham limites, ao norte com a fazenda do tenente Francisco Pinto Bandeira tendo o Rio Gravataí como divisa, ao sul com o Rio Jacareí (atual Arroio Dilúvio), a leste com as terras de Francisco Xavier Azambuja e o Arroio Feijó.
A sede da sesmaria estaria localizada na região do Morro Santana, outros dizem na atual Agronomia no caminho a Viamão, mas também junto ao morro. Junto à foz do Rio Jacareí (Riacho) estava o Porto d’Ornellas (Dorneles), que dará origem ao povoado do Porto dos Casais (Porto Alegre)
Jerônimo de Ornellas veio de Laguna (SC) com sua esposa, 4 filhas e alguns negros escravos.

Em 1733, no Brasil, na Capitania de São Pedro, depois de concedida à primeira sesmaria em Tramandaí, alguns tropeiros começaram a solicitar terras nos Campos de Viamão (região entre o Lago Guaíba e o Rio Tramandaí), com as concessões das primeiras sesmarias, legitima-se a posse e as invernadas se transformam em estâncias.
É o início da radicalização das famílias – algumas delas perto do que seria hoje Porto Alegre.

Em 1735, no Brasil, no Norte, na Amazônia, o francês Charles Marie de La Condamine descobre a “borracha”.

Em 1735, no Brasil, na Capitania de São Pedro, na região do Porto de Viamão (atual zona sul e leste de Porto Alegre), o português Dionísio Rodrigues Mendes, pediu a posse de 13.068 hectares de terras, que formou a “sesmaria de São Gonçalo”, depois Estância São Gonçalo nos Campos de Viamão junto ao Porto do Viamão, esta formou a terceira área da atual região de Porto Alegre, entre o arroio Cavalhada e o arroio do Salso, estabeleceu a sede da sesmaria no morro São Gonçalo, se estabeleceu no local com a família e alguns escravos negros e índios catequizados onde se formaria mais tarde a vila de Belém Velho.
As figueiras plantadas em torno da casa são as mesmas que estão atualmente na Praça Nossa Senhora de Belém.
Dionísio Mendes nunca solicitou a concessão das terras, era natural da Villa da Alvora, Comarca de Tomar, Patriarcado de Lisboa, casou-se com Beatriz Barbosa Rangel de Guaratinguetá-SP, que faleceu em Porto Alegre em 06 de novembro de 1794, com mais de 80 anos. Dioniso Mendes faleceu em Viamão em 14 de agosto de 1791. O nome de “Dionísio” foi preservado na memória da cidade através da designação geográfica “Ponta do Dionísio”, na margem esquerda do Guaíba na altura de Belém Velho.

Desde 05 de outubro de 1735, na América do Sul, no Continente de São Pedro, entre esses dois fecundos acontecimentos à chegada de João de Magalhães (1728) e o advento do brigadeiro José da Silva Paes (1737) ocorreu o assédio da Colônia do Sacramento, levando a efeito por D. Miguel de Salcedo, que durou até 02 e setembro de 1737, durante 23 meses consecutivos.

Em 1736, no Brasil, Capitania de Santa Catarina, Laguna, foi feito por carta de Francisco Brito Peixoto, filho do fundador de Laguna, e capitão-mor do território do Rio Grande, a primeira referência a negros (descendentes africanos nascidos no Brasil) em território do Continente de São Pedro (Rio Grande do Sul).
Falando sobre a Frota de João de Magalhães, incursão de aventureiros lagunistas com o objetivo de conquista e povoamento. A carta diz que a frota partiu em fins de outubro de 1725: - “levando vários escravos pardos”.
Em 1740, escravos já trabalhavam na Estância de Jerônimo de Ornellas.
Em 1752, havia negros entre os 160 sertanejos paulistas trazidos para apoiar os trabalhos de demarcação do Tratado de Madri (1750) na capitania, foram deslocados 60 homens para o Porto do Viamão para construir barcos para levar os açorianos as Missões, 8 eram negros.

Em 30 de março de 1736, no Brasil, Capitania de São Pedro, Sebastião Chaves Barcelos recebeu a concessão pelo conde de Sarzedas de suas terras requeridas em maio de 1733. A “sesmaria de São José” nos Campos de Viamão (atual zona leste e sul de Porto Alegre), ao lado da sesmaria de Sant’Ana, entre o rio Jacareí (arroio Dilúvio) e o arroio Cavalhada, com sede no morro São José, na atual Gruta da Glória, foi o primeiro a receber o título das terras na atual região de Porto Alegre (atuais bairros Menino Deus, Glória, Teresópolis, Partenon, Cristal e outros).
Sebastião Barcelos não se casou, doou suas terras ao compadre Manuel Ávila e Souza e seus herdeiros, este era sogro de um dos filhos do sesmeiro Dionísio Rodrigues Mendes.

Em 17 de abril de 1736, no Brasil, Rio de Janeiro, o brigadeiro José da Silva Paes embarcou com sua frota rumo ao Sul do Brasil com três missões:
- Desalojar os espanhóis de Montevidéu,
- Furar o cerco da Colônia de Sacramento,
- Fundar uma praça de guerra na Continente de São Pedro, atual Rio Grande.
Falharam na primeira, as demais são sucedidas, deu-se início a ocupação e colonização do território de Rio Grande de São Pedro.

- Irredutível na convicção de que soberania portuguesa se estendia até o Rio da Prata a Corte de Lisboa não poupou argumentos diplomáticos, esforços, sangue e tesouros para firmar seu domínio na margem do soberbo estuário.
Foi o desdobramento lógico, na ação política, dessa doutrina histórica, que trouxe como conseqüência necessária o povoamento do Continente de São Pedro do Sul (atual Rio Grande do Sul) e a fundação militar da margem austral do Rio Grande – o presídio de Jesus, Maria, José (1737), iniciado com o desmbarque do Brigadeiro José da Silva Paes.

Em 20 de maio de 1736, no Brasil, Rio de Janeiro, o conde de Sarzedas oferece facilidades a quem povoar o Rio Grande de São Pedro.

Em 11 de julho de 1736, no Brasil, Capitania de Santa Catarina, Cristóvão Pereira de Abreu, combina as bases para a preparação do Presídio (forte) do Rio Grande.

Em 25 de agosto de 1736, no Brasil, Rio de Janeiro, o governador Gomes Freire louva o general Silva Paes por ter mandado sondar a entrada do Rio Grande na “Barra Diabólica”.

Em 1737, no Brasil, no Sul Meridional, é fundada pela Corte Portuguesa a Comandância de Rio Grande de São Pedro (atual Rio Grande do Sul), e doando sesmarias ao longo do litoral para ocupação do território.
Esta denominação foi utilizada até 1760, o Continente de São Pedro estava ligado desde 1710 ao governo da Capitania de São Paulo.

Em 11 de fevereiro de 1737, no Brasil, no Sul, o brigadeiro José da Silva Paes rumou com seis navios e 264 soldados luso-brasileiros da Bahia e do Rio de Janeiro, em direção ao Extremo Sul do Brasil na conhecida “barra diabólica” para fundar uma fortificação (um presídio) e marcar na região a posição definitiva portuguesa, entre Laguna (SC) e Colônia do Sacramento (atual Uruguai).

- Preparava-se uma base de partida para futuras operações militares, que teriam como finalidade contrabalançar o poderoso apoio que para os castelhanos representava a massa de combatentes que ofereciam as “Reduções Missioneiras”, com os seus milhares de soldados de cavalaria, e cujo objetivo seria o predomínio no território adjacente a Colônia do Sacramento e à margem do Rio da Prata.

Em 19 de fevereiro de 1737, no Brasil, no Continente de São Pedro, o brigadeiro José da Silva Paes atravessou a chamada “barra diabólica” na costa do litoral e levantou o chamado Presídio Jesus-Maria-José (presídio era como chamava uma fortaleza) na margem esquerda da barra, na praia do sul, era uma região inóspita, varrida por ventos, com um canal de águas rasas.
O presídio foi o embrião de um povoado, o início foi árduo e indeciso.

- Neste local foi fundado o Povoado de São Pedro do Rio Grande, depois elevado a Freguesia de São Pedro do Rio Grande (atual cidade de Rio Grande), primeiro uma fortificação militar, na foz da Laguna Grande ou Mar de Dentro (Lagoa dos Patos), apesar de toda a adversidade da “barra diabólica”, era a única porta de entrada marítima para o interior do Continente de São Pedro, origem da primeira povoação oficial.

- Assim nascia o “País dos Gaúchos” entre os charruas e minuanos, lusos e castelhanos e os futuros guascas e gaudérios.

- No Presídio Jesus, Maria, José (futura cidade de Rio Grande) o general José da Silva Paes (19.02.1737-11.12.1737) assume como o “primeiro Comandante Militar” das terras do futuro Rio Grande do Sul.

- Na verdade, em todo o Sul o povoamento demorou, a geografia prejudicou, mas só então que nasce o atual Rio Grande do Sul, tendo por cordão umbilical um canal de águas rasa e humores inconstantes.
Para os espanhóis o sistema fluvial do Rio da Prata foi uma verdadeira estrada rumo ao interior.
Para os portugueses se depararam com uma reta de 660 km, “a costa gaúcha”, traiçoeira, açoitada por ventos e sem atracadouro natural e seguro, mas a única alternativa era a foz do Rio Grande (Lagoa dos Patos), que também não era fácil e muito raso, movediço.
Muitas cidades em direção ao sul foram fundadas antes, por terem portos naturais:
São Vicente (SP) em 1532,
Santos (SP) em 1545,
São Paulo (SP) em 1554,
Rio de Janeiro (RJ) em 1565,
Cananéia (SP) em 1600,
Paranaguá (PR) em 1647,
Curitiba (PR) em 1654,
São Francisco (SC) em 1658,
Desterro (Florianópolis) (SC) em 1673, 
Sacramento (Uruguai) em 1680, e
Laguna (SC) em 1684, fundada para dar sustentação às investidas rumo ao Prata.

Os primeiros núcleos povoados (cidades) dentro do Continente de São Pedro ou Tape:
Rio Grande (RS) em 1737,
Viamão (RS), em 1746,
Porto Alegre (RS) em 1752.

- Pela Barra Diabólica entraram os açorianos para fundar o Porto dos Casais (Porto Alegre), alemães dispostos a fazer o Rio dos Sinos imitar o Rio Reno, italianos prontos para domar cachoeiras e redesenhar a serra e outras tantas etnias.
Aqui surgem as primeiras charqueadas, a escravidão, as primeiras fortunas e misérias.
A barra que os gaúchos foram capazes de domar com o tempo até Borges de Medeiros e sua muralha de pedras para fincar raízes no continente de São Pedro do Rio Grande do Sul.

Embarcações da época:
Caravelas: - Eram mais rápidas e de navegação mais fácil, também em águas pouco profundas, mas eram menos resistentes e menores e podiam fazer poucas viagens.
Naus: - Eram estruturadas, maiores, mais difícil de serem manobradas, mas, propiciavam o transporte de maior quantidade de carga.

- Quando estas embarcações não conseguiam passar a Barra Diabólica, a carga era transferida para embarcações menores na costa para seguir via Laguna dos Patos para o interior do continente.

- Ao contrário do que ocorreu em outras regiões do Brasil, o litoral não representou ponto de atração para os colonizadores do solo da Capitania.

Em 02 de março de 1737, no Brasil, na Comandância do Rio Grande de São Pedro, na barra sul, é rezada a primeira missa pelo padre Jerônimo Ribeiro, invocando Jesus, Maria, José, padroeiro do estabelecimento militar.

Em 12 de março de 1737, no Brasil, na Comandância do Rio Grande de São Pedro, a galera “Bonita” parte para o Rio de Janeiro, levando notícias dos acontecimentos no Presídio Jesus, Maria, José (atual Rio Grande).

Em 26 de março de 1737, na Europa, França, pelo Tratado de Paris, Portugal e Espanha, o statu quo que suas tropas houvessem alcançado na guerra até que as duas “Cortes” decidissem de vez entre si as questões que as tinha apartado.

- No Brasil, na Comandância do Rio Grande de São Pedro, houve o “Armistício” entre Espanha e Portugal determinando que aqui tudo ficasse como estivesse quando recebessem a comunicação.

Em 09 de abril de 1737, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, chega o iate da Bahia e a corveta São Francisco Xavier, trazendo material de guerra e tropas.

Em 12 de abril de 1737, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, o general José Silva Paes comunica que passará certo número de vacas para o outro lado do canal (lado norte), com a criação da Fazenda Real do Bojuru.

Em 21 de junho de 1737, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, o general José da Silva Paes em carta a Gomes Freire no Rio de Janeiro, diz da importância econômica do Rio Grande e da precária situação da região.

Em 20 de agosto de 1737, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, general José da Silva Paes diz da importância estratégica do Rio Grande. No mesmo sentido escreve ao Governador-Geral.

Em 29 de agosto de 1737, no Brasil, Rio de Janeiro, o Governador-Geral Gomes Freire manda criar um corpo especial de cavalaria na Colônia do Sacramento, chamado Regimento dos Dragões, pelo coronel Diogo Osório Cardoso, sem o conhecimento da corte em Lisboa, para evitar problemas diplomáticos à sede do regimento foi transferida para o Rio Grande.

Em 28 de setembro de 1737, no Brasil, na Comandância do Rio Grande de São Pedro, o general José da Silva Paes empreende a campanha de reconhecimento e conquista da Lagoa Mirim.

Em 19 de outubro de 1737, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, é concluída a campanha com a construção da “fortificação de São Miguel”, junto a Castilho Pequeno.

Em 17 de dezembro de 1737, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, o general José da Silva Paes passa o comando do Presídio Jesus, Maria, José ao coronel André Ribeiro Coutinho

- Sobre a Capitania (atual Rio Grande do Sul), reportou o oficial André Ribeiro Coutinho ao governador do Rio de Janeiro Gomes Freire:
“Com toda a verdade, aqui há muita carne (...) muita courama, muita madeira, muito bálsamo, muito barro, muito pântano;
No verão, muita calma, muita mosca, muita mutuca;
No inverno, muita chuva, muito vento, muito frio, e, com todo o tempo, muito trabalho, muita esperança e muita saúde para servir Vossa Mercê.”

Em 05 de março de 1738, no Brasil, Rio de Janeiro, o brigadeiro José da Silva Paes assume como governador da Capitania do Rio de Janeiro.

Em 15 de abril de 1738, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, Silva Paes recomenda um “topógrafo” e dá instruções a André Ribeiro Coutinho.

Em 18 de junho de 1738, no Brasil, Comandância do Rio Grande de São Pedro, em carta a Gomes Freire, o brigadeiro José da Silva Paes, alerta para a “importância do Rio Grande” como colônia de povoamento e como apoio a Colônia do Sacramento.

Em 05 de agosto de 1738, no Brasil, Capitania de Santa Catarina, na Ilha de Santa Catarina, na Freguesia do Desterro (Florianópolis), assume o brigadeiro José da Silva Paes como primeiro governador das três regiões do Sul:
- Capitania de Santa Catarina,
- Comandância de São Pedro do Rio Grande (atual Rio Grande do Sul),
- Colônia do Sacramento (atual Uruguai).
Silva Paes permanece no cargo até 02 de fevereiro de 1749, quando retorna a Portugal.

Em 11 de agosto de 1738, no Brasil, Rio de Janeiro, é criado por Provisão Real (Decreto) a Capitania da Ilha de Santa Catarina, uma capitania não mais subordinada a Capitania de São Paulo, mas subordinada ao Vice-Rei no Rio de Janeiro, compreendendo as terras da Ilha de Santa Catarina (Nossa Senhora do Desterro), e terra firme, as villas de Nossa Senhora das Graças do Rio de São Francisco (São Francisco do Sul), Santo Antônio dos Anjos de Laguna (Laguna), incluindo as terras da Capitania de Sant’Ana ou São Pedro do Rio Grande (Rio Grande do Sul) que incluía a Colônia do Sacramento (no atual Uruguai).
A sede constituída da Capitania foi localizada na Villa de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), que passa a condição de capital, com a residência oficial do governador, autoridade portuguesa para o Extremo Sul do Brasil.

“Assim a capital do atual Rio Grande do Sul passa de São Paulo para o Desterro (atual Florianópolis).”

Em 1739, no Brasil, Capitania da Ilha de Santa Catarina, se instala efetivamente a Capitania da Ilha de Santa Catarina, tendo o povoado de Nossa Senhora do Desterro como sua capital.

- No Desterro, é construído pelo governador brigadeiro José da Silva Paes o Sistema de Defesa da Ilha de Santa Catarina com a construção de 4 grandes fortalezas e diversos fortes menores, sendo: - Anhatomirim, Ratones, Ponta Grossa, Santana, Araçatuba, São Luiz, São Caetano.

- O primeiro a ser construído foi a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim.
As fortalezas da barra norte em sistema de fogos cruzados representavam uma modernidade em sistema de defesa, formada pelas fortalezas de Anhatomirim, Ratones e São José da Ponta Grossa.

- Igualmente o governador sugeriu ao Rei de Portugal, que enviasse imigrantes açorianos para o povoamento da região, praticamente despovoada.

1740
Os Sesmeiros

Em 1740, na Europa, Frederico II “O Grande” sobe ao trono da Prússia (atual Alemanha).

Em 05 de novembro de 1740, no Brasil, na Comandância de São Pedro do Rio Grande, nos Campos de Viamão (região da atual Porto Alegre), Jerônimo de Ornellas Meneses e Vasconcellos, recebe a posse definitiva de sua “Sesmaria de Sant’Ana” que ocupou em 1732, por despacho do capitão general da Capitania de São Paulo e Minas Gerais D. Luis Mascarenhas, em nome de Sua Majestade, dada na Villa de Goiáz.

Em 1741, no Brasil, na Comandância de São Pedro do Rio Grande, das 44 estâncias registradas, 31 estavam nos Campos de Viamão (terras entre o lago Guaíba e o Rio Tramanday).

Em 14 de setembro de 1741, no Brasil, na Comandância de São Pedro do Rio Grande, nos Campos de Viamão, o fazendeiro Francisco Carvalho da Cunha, consegue “Provisão Eclesiástica” para levantamento da Capela a Nossa Senhora da Conceição, em suas terras, distrito de Laguna, sítio Estância Grande (futura cidade de Viamão).

Em agosto de 1742, na Europa, Portugal, em Edital, Dom João, Rei de Portugal, ante a insistência do Brigadeiro José da Silva Paes, consentiu na emigração açoriana para o Brasil.
A decisão foi protelada até 1745, quando se iniciou o alistamento dos que tentariam a promissora aventura. Na Comandância de São Pedro do Rio Grande (Rio Grande do Sul), entretanto ficou vedada a entrada de casais açorianos, em decorrência das constantes lutas entre luso-brasileiros e espanhóis.

Em 1744, no Brasil, no Centro-oeste, a Capitania de Goiás se separa da Capitania de São Paulo.

Em 1745, no Brasil, na Comandância de São Pedro do Rio Grande, começou a funcionar a Câmara em sua primeira sessão na Freguesia de Rio Grande (atual cidade de Rio Grande), a primeira capital da Comandância, mas vinculada a Capitania de Santa Catarina.

Em 1746, na Europa, Portugal, o Arquipélago dos Açores estava com excesso de habitantes e o “sistema de morgadio” (dando ao filho mais velho a terra e o nome do pai), foi alvo de providências para que a gente procurasse outras partes do Império Português.

Em 1746, no Brasil, na Comandância de São Pedro do Rio Grande, a Capela Grande iniciada em 1741, é inaugurada ao redor da qual se formaria o povoado de Viamão.
Conforme Isabelle, Arsène (1834):
- “Deram este nome, porque da elevação sobre a qual está situada essa Villa, vêem-se os cinco rios que reúnem suas águas diante de Porto d’Ornellas (Porto Alegre), formando como uma mão Berta, da qual o Jacuy seria o polegar e o Jacarey (Riacho) o mindinho. Daí vem à palavra Viamão (vi a mão).”

- O primeiro morador de Viamão foi o paulista Cosme da Silveira que serviu a tropa do brigadeiro José da Silva Pais, foi o capataz na Estância Régia do Bojuru e fundador de São Nicolau do Rio Pardo (Rio Pardo). Os estancieiros dos Campos de Viamão usaram as lagoas dos Patos e Viamão (Guaíba) como meio de comunicação com os povoados de Rio Grande e Rio Pardo.

Em 1747, na Europa, Portugal, El-Rey D. João V, ouvindo o Conselho de Estado sobre o Arquipélago dos Açores e a necessidade de povoamento do Brasil, baixa Alvará (Decreto) autorizando e definindo as regras à emigração de casais açorianos das Ilhas do Atlântico para povoarem o Sul do Brasil, como eixo central a Ilha de Santa Catarina.

- O Conselho Ultramarino aprovou o transporte de casais através de Feliciano Velho Oldenberg que contratou o transporte de até 4 mil casais das Ilhas dos Açores e da Ilha da Madeira, que deveriam ser assentados no sul do Brasil, onde receberiam terras públicas, ajuda financeira, implementos e animais.

Em 17 de julho de 1747, no Brasil, na Comandância de São Pedro do Rio Grande, por Provisão Régia o Presídio Jesus-Maria-José foi elevado à categoria de “Villa” o povoado de São Pedro do Rio Grande na “barra diabóloca” no sul do continente, e devia contar, então, para sua vida administrativa, com dois juízes ordinários, três vereadores, um procurador do Conselho, um escrivão da Câmara e um escrivão de Órfãos, que serviriam de tabeliães do público judicial e notas.
Mas a Real determinação só foi executada em 1750, pelo Ouvidor-Geral de Santa Catarina, desembargador Manoel José de Faria.
Conforme Isabelle Àrsene – 1834 (texto adaptado):
- “Há duas cidades reunidas conhecidas como Rio Grande, divididas pelo rio (Lagoa dos Patos), cuja largura é aqui de aproximadamente de sete quartos de léguas. Uma leva o nome de São José, ou simplesmente do “Norte”, é a da margem esquerda, e a outra de nome São Pedro (Rio Grande), ou do “Sul”, é a da margem direita.
A situação das duas cidades não é somente mortalmente triste, mas ainda insuportável de todas as maneiras; o atrativo de ganho, uma atividade portuária ou algum interesse muito grande é só o que pode induzi-las a viver.
Imaginais que ali somente se vê por todos os lados areia, areia... E só areia.
E não pode ser outra maneira porque as duas cidades estão no meio das dunas e o menor pampeiro levanta avalanches de areia que enchem as ruas e enterram, algumas vezes, as casas baixas.
Dirigida pela casa Carrol Forbes e Cia., encarregou-se de cavar, por meio de custosas máquinas a vapor, um canal que permite aos navios de duzentas toneladas ou mais vierem ao cais fazer seu carregamento e descarregamento.
Antes da conclusão desses trabalhos, terminados em 1823, não sem grandes perdas por parte da sociedade, os navios paravam todos em São José, os armadores e consignatários tinham depois de arcar com as despesas maiores da baldeação e transporte.
Construiu-se uma alfândega espaçosa; foi feito o cais; um Teatro acaba de ser levantado; o Paço do Conselho está em construção e tudo isso a custa dos negociantes da cidade.
Há duas tipografias, dois jornais políticos e uma biblioteca, composta de grande parte de livros franceses.
A do Sul (Rio Grande) há três ruas principais muito compridas, estas ruas têm apenas calçados os passeios. Os edifícios públicos e particulares estão construídos no gosto e na forma dos de Porto Alegre; há soberbas casas de três andares, com balcões de ferro e fachadas de pedra lavada.
A casa Carrol Forbes e Cia., solicitava no último ano 1834, do Governo Brasileiro, o privilégio de dez anos para o estabelecimento de três barcos a vapor destinados, um à navegação de Rio Grande a Porto Alegre, o outro, do rio Jacuí até São João da Cachoeira, e o terceiro para a entrada e saídas dos navios, que chegam à Barra.
As duas cidades reunidas não têm mais de 6 mil habitantes fixos.
A alfândega principal é em São Pedro (Rio Grande), mas há administração subalterna em São José (do Norte). Aqueles que se destinam a Porto Alegre, ou que de lá voltam, detêm-se em São José para tomar um piloto.”
”Existem novos regulamentos publicados com língua nacional, inglesa e francesa, tratando da ordem de estacionamento a observar nas duas barras, três navios de guerra estão encarregados dessa execução.”

Em 09 de agosto de 1747, em Portugal, Lisboa, com a intenção de organizar os novos assentamentos e freguesias, as autoridades portuguesas prescreviam algumas normas denominadas Provisões Régias, para ser aplicada no Brasil Colônia.
Algumas das orientações para os núcleos:
- “Cada núcleo ou sítio deveria ter um quadrado para a praça, de 500 palmos de face, numa das quais se localizaria a igreja, as ruas seriam demarcadas a cordel e deveria ter pelo menos 40 palmos de largura devendo as casas alinhar-se e possuir um quintal de fundos”.
Determinava ainda para a Ilha de Santa Catarina que cada casal imigrante açoriano recebesse o equivalente a um quarto de légua em quadro para seu estabelecimento e o cultivo dos gêneros de primeira necessidade.

Em 1748, no Brasil, no Centro-oeste, a Capitania do Mato Grosso se separa da Capitania de São Paulo.

Em 1749, no Brasil, Capitania de Santa Catarina, chegaram os primeiros casais açorianos na Vila de Nossa Senhora de Desterro (Florianópolis), famílias ficaram na Ilha de Santa Catarina e outras em terra firme no continente, os demais seriam enviados as Reduções (Missões) no Sul Meridional, na Capitania de Rio Grande de São Pedro, mas a demora nos deslocamentos fazia muitas famílias se estabelecerem onde paravam, 4.500 se fixaram em Santa Catarina.
Em todos os povoados que vão parando “casais açorianos” estes vão fincando raízes.

Continua na Parte VII

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