Bem Vindo

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sábado, 24 de março de 2012

Porto Alegre - Século XVI - Parte IV (Em Montagem)

 
Cronologia -1500/1599

Século XVI

Capitanias

1500
Reino de Portugal (1500-1580)
O Brasil

Em 1500, na Europa, Erasmo escreve “Adagia’, um dos livros mais lidos do século, contendo provérbios gregos e latinos.

Em 1500, na Europa, Vaticano, o Papa Alexandre IV convoca todos os príncipes para uma “Cruzada” contra os turcos.

Em 1500, na Europa, S. I. Romano, Sandro Botticelli pinta “Natividade” e “Os Milagres de São Zenóbio”.

Em 1500, na Europa, tem início a Revolução Científica que vai até 1750.

- Era domingo, 08 de março de 1500, na Europa, em Portugal, Lisboa, a capital Ultramarina da Europa, estava em festa.
Foi preparada uma grande esquadra composta de 13 embarcações: - 9 naus, 3 caravelas e 1 naveta de mantimentos, e o Rei Dom Manoel I confiou seu comando a Pedro Álvares Cabral, aos 32 anos.
Uma missa foi celebrada, no altar estava Dom Diogo Ortiz, um dos três que uma década antes, vetara financiamento português ao projeto de Cristovam Colombo de chegar à Índia rumo do Oeste, junto a ele Pedro Álvares Cabral que era filho, neto, e bisneto de conquistadores, um militar.
A frota mais poderosa já armada por Portugal, balouçavam nas águas reluzentes do rio Tejo.
Eram 1.500 homens, entre os quais 1.200 homens de arma, 20 degradados que deveriam ser deixados em terra para aprender a língua, pilotos portugueses, árabes e indianos, intérpretes, marujos, grumetes, 8 frades e 8 cléricos franciscanos.
Os demais comandantes das naus:
Pero de Ataíde,
Vasco de Ataíde, foi a primeira a afundar antes de chegar ao Brasil.
Nuno Leitão,
Luis Pires, afundou a caminho da Índia,
Simão Pina, afundou a caminho da Índia,
Sancho Tovar, encalhou na viagem de volta a Portugal e incendiou,
Nicolau Coelho,
Gaspar de Lemos, foi enviada de volta do Brasil para Dara as boas novas ao Rei,
Simão Miranda,
Aires Gomes da Silva, afundou a caminho da Índia,
Diogo Dias,
Bartolomeu Dias, afundou a caminho da Índia.

- Oito meses antes, chegara àquele porto em Portugal a diminuta Frota de Vasco da Gama. Trazia notícia mais esperada pela Coroa Portuguesa, a rota marítima que conduzira as Índias.

Em 09 de março de 1500, segunda-feira, na Europa, em Portugal, os navios partiram de Lisboa, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama tinham conversado longamente. Dois anos antes, sobre, ao fazer um grande arco no rumo do oeste, para aproveitar melhor as correntes do Atlântico, Vasco da Gama passara tão perto do Brasil que talvez tenha pressentido a terra.

- Além de um intérprete, pilotos, soldados, mercadores, padres, acompanharam a expedição alguns dos mais experimentados navegadores. Entre eles estava Bartolomeu Dias, descobridor do Cabo da Boa Esperança, seu irmão Diogo e Nicolau Coelho, os dois estavam com Vasco da Gama na sua viagem a Índia, e Pacheco Duarte

- A esquadra seguiu a rota de Vasco da Gama, desviando-se, porém, para o ocidente, talvez pretendendo comprovar a existência de terras na zona pretendida por Portugal no Tratado de Tordesilhas.

Em 14 de março de 1500, no oceano Atlântico, a expedição de Cabral passou pelas Ilhas Canárias.

Em 22 de março de 1500, no oceano Atlântico, a expedição de Cabral passou pelas Ilhas de Cabo Verde.

Em 21 de abril de 1500, terça-feira, no oceano Atlântico, em alto mar, surgira nas águas vários sinais de terra, como plantas e pássaros no céu.

Em 22 de abril de 1500, quarta-feira, no Novo Mundo (atual América), no crepúsculo, apareceu o contorno de “um grande monte mui alto e redondo”, que foi dado o nome de Pascoal, por estarem na semana da Páscoa, a 24 quilômetros da praia e uma profundidade de 34 metros, os navios lançaram âncoras.

- Estavam descoberta as terras do Brasil, pelos europeus, mas esta terra continental já era povoada e possuía suas civilizações e história, não fora descoberta e sim desbravada.

- Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel I:
“(...) a horas de vésperas, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, mui alto e redondo; e de outras terras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à Terra de Vera Cruz.”

Em 23 de abril de 1500, quinta-feira, às 10 horas da manhã, no Novo Mundo, na Ilha de Vera Cruz (Brasil), os navios ancoraram defronte da foz do Rio Caí (costa da Bahia). Nicolau Coelho, veterano das Índias, foi até a praia, lá fez o primeiro contato com 18 nativos.

Em 24 de abril de 1500, sexta-feira, na atual América, por conselho dos pilotos foram em busca de um melhor porto natural para atracagem, 70 quilômetros mais ao norte, que Cabral chamou de Porto Seguro, ali dois nativos subiram a bordo e dormiram no tombadilho.

Em 25 de abril de 1500, sábado, na atual América, Bartolomeu Dias, Nicolau Coelho e Pero Vaz de Caminha foram à praia e encontram cerca de 200 indígenas. Houve troca de presentes.

Em 26 de abril de 1500, domingo, na atual América, Frei Henrique de Coimbra, franciscano, que seria inquisidor, rezou a Primeira Missa, na Coroa Vermelha. Houve grande confraternização entre os nativos e estrangeiros durante todo o dia.

Em 27 de abril de 1500, segunda-feira, na atual América, Diogo Dias e dois degradados visitaram a aldeia dos nativos Tupiniquim, erguida a uns 10 quilômetros da praia. Não lhes foi permitido dormir lá.

Em 29 de abril de 1500, quarta-feira, na atual América, na costa da Ilha de Vera Cruz (atual Brasil), o navio de mantimentos, a nau de Gaspar Lemos foi esvaziada, pois seria enviado de volta a Portugal com as cartas para dar as “Boas Novas” a El Rey confirmando o “achamento”.

Em 30 de abril de 1500, quinta-feira, na atual América, Pedro Álvares Cabral e os capitães desembarcaram. Na praia, havia uns 400 nativos, com os quais passaram o dia, dançando e cantando.
Durante todo o tempo os portugueses e os índios estiveram nas mais cordiais relações. Não houve um só gesto de violência. Os índios acompanharam respeitosamente as cerimônias religiosas dos europeus. Os portugueses distribuíram cruzes e presentes.
A impressão dos portugueses que os índios eram gente boa, os Tupiniquins do sul da Bahia, por coincidência, são realmente dos mais dóceis e simpáticos dentre os nativos brasileiros.

Os portugueses estão prontos a escravizar e dizimar os índios, os chamados “Gentis”.

- O nome Índio generalizou-se desde que Cristovam Colombo chegou à Europa com alguns selvagens americanos que ele chamava de “índios”.
Aliás, o nome Índia, ou melhor, Índias (passou a significar possessão colonial). O Conselho de Índias, que existiu na Espanha e em Portugal, era um verdadeiro Ministério das Colônias, e depois a Holanda formou a Companhia das Índias Orientais.
Antes da chegada dos portugueses praticamente toda a costa do território do Brasil estava ocupado por tribos do grupo Tupi-Guarani, eram mais de 1 milhão de habitantes espalhados de norte e a sul, do Maranhão ao Rio Grande (Rio Grande do Sul).

Eram eles:
- Potiguar, Tremembé, Tabajara, Caeté, Tupinambá, Aimoré, Tupiniquim, Temiminó, Goitacá, Tamoio, Carijó (visto como o melhor gentio da costa).
Mas o destino dos índios nas Colônias estava traçado; seriam conquistados, foram dizimados, escravizados ou fugiram para o interior do continente.

Em 01 de maio de 1500, sexta-feira, na atual América, Pedro Álvares Cabral tomou posse solene das terras da Ilha de Vera Cruz (segundo nome do Brasil) em nome d’El Rey Dom Manoel I o “Venturoso” (por notar que os nativos não estavam organizados como um governo ocidental), a tripulação desceu dos navios e seguiu em procissão para o erguimento uma cruz de madeira e rezando uma missa celebrada pelo Frei Henrique de Coimbra.
Cabral pensava estar em uma ilha.

Pero Vaz de Caminha assim relatou:
- “Plantada a cruz, com as armas e a divisa de Vossa Alteza, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o Padre Frei Henrique, e ali estiveram conosco, assistindo a ela, perto de 50 ou 60 deles (índios), assentados todos de joelhos assim como nós.”

Em 02 de maio de 1500, sábado, após 10 dias, na atual América, nas costas da Ilha de Vera Cruz (atual Brasil), a Esquadra de Cabral partiu para Calicute na Índia seu destino final, o navio de provisões foi esvaziado e enviado de volta a Corte em Lisboa para contar as boas novas a El Rey.
Dois grumetes desertaram da nau capitânia e foram degredados aos prantos na praia.
Relato do piloto anônimo:
- Estes homens (...) andam nus, sem a maior vergonha e seus cabelos são compridos, e têm o rosto raspado; as pálpebras dos olhos e as sobrancelhas são pintadas com desenhos brancos, pretos e azuis e vermelhos; usam os lábios da boca, isto é, os lábios de baixo furados e neles põe um osso grande como prego. Os outros usam ou uma pedra azul ou uma pedra verde e assobiam através dos ditos furos. As mulheres da mesma maneira andam nuas em a menor vergonha e são bonitas de corpo e usam cabelos compridos e as suas casas são de madeira coberta por folhas e galhos de árvores.
As terras do Brasil estão descobertas pelos europeus.

Em 13 de setembro de 1500, na Ásia, Índia, dos 13 navios que saíram de Lisboa 7 chegaram a Calicute.
Os portugueses colonizam as Índias, fundando a Freguesia de Calicute.
Morre em Calicute Pero Vaz de Caminha, autor da “Carta do Descobrimento do Brasil” (nossa Certidão de Nascimento), vítima de um ataque dos mouros à feitoria.
Pedro Álvares Cabral bombardeia Calicute, obrigando a população a submeter-se a Portugal.

Em 20 de dezembro de 1500, na Ásia, Índia, Pedro Álvares Cabral parte de volta a Lisboa (Portugal), apesar do conflito com os hindus. Estava com grande carga de especiarias, deixou a feitoria instalada.

Nomes do Brasil

Pindorama
(assim os índios chamavam as terras do Brasil)
È assim que os Tupis, um dos muitos povos indígenas que viviam por aqui chamavam estas terras. Pindorama significa “região das palmeiras”.
Ilha de Vera Cruz
(1500)
Na carta de Pero Vaz de Caminha a terra descoberta é chamada de “Ilha de Vera Cruz”, em homenagem à cruz verdadeira, cuja festa o calendário litúrgico comemora em 03 de maio.
Terra Nova
(1501)
Terra Nova dos Papagaios
(1501)
Terra da Vera Cruz
(1503)
Terra de Santa Cruz
(1503)
Na carta aos Reis Católicos de Espanha (Fernando e Isabel) D. Manuel de Portugal chama-a “Terra de Santa Cruz”. Este foi o nome oficial em homenagem ao catolicismo, religião oficial de Portugal, até que seu produto principal (pau-brasil) fizesse com que fosse conhecida como Terra do Brasil, ou simplesmente, Brasil.
Terra Santa Cruz do Brasil
(1505)
Terra do Brasil
(1505)
Conta à lenda que em meios as névoas do Mar Tenebroso (Atlântico), existia uma ilha mítica chamada Hy Brazil. Era uma das ilhas “movediças”, “ressoante dos sinos sobre o velho mar”, que sumia maliciosamente no horizonte esfumado sempre que os nautas se aproximavam dela.
Brasil
(1527)
O nome Brasil é muito mais antigo do que o costume de utilizar o pau de tinta para colorir os tecidos. Brasil vem do francês “brésil”, que por sua vez, é originária do toscano “vernizo”, como era denominada na Itália, a madeira utilizada na tinturaria.
Por outro lado, é correto afirmar que Brasil advém do celta “bress”, origem do inglês “to bless” (abençoar), expressão que batizou a ilha da Bem-Aventurança, Hy Brazil.
A coincidência do vocábulo “bresail” (terra abençoada) e a palavra “brasil” que deu nome a madeira e a nova terra.
Mesmo que o pau-brasil não tenha dado o nome ao país, esta batizou o povo:
Eram chamados “brasileiros” aqueles que traficavam o “pau-de-tinta”.

Esta alteração de nome não se fez sem protesto de contemporâneos, João de Barros, na Ásia, Década I, livro V, cap. 2, que atribui à inspiração do demônio o abandono do nome do lenho sagrado pelo do nome de um “pau que tinge panos”.
Diz ele: “Per o qual nome Santa Cruz foi aquela terra nomeada... Porém, como o demônio, pelo sinal da cruz perdeu o domínio que tinha sobre nós mediante a paixão de Jesus Cristo consumada nela, tanto que daquela terra começou de vir o pau vermelho chamado Brasil, trabalhou que este nome ficasse na boca do povo e se perdesse o de Santa Cruz.”
O mesmo diz Gândavo, no final do capítulo da História da província de Santa Cruz: “Melhor soa nos ouvidos da gente cristã o nome de um pau em que se obrou o mistério de nossa redenção que o doutro que não serve mais que de tingir panos.”

Em 02 de junho de 1501, na África, no porto de Bezeguiche (Dakar), da viagem de 10 de maio de 1501 a 07 de setembro de 1502, durante a viagem de retorno das Índias, duas caravelas da Frota de Cabral, chegaram ao porto, ali se depararam com três navios da Expedição de Gonçalo Coelho, que havia partido a duas semanas de Lisboa para missão de reconhecimento e exploratória das terras que Cabral tinha descoberto (irão percorrer somente o Nordeste do Brasil, a região Sul ainda seria um mistério para os portugueses).
Nesse dia, no encontro, os portugueses concluíram que as terras recém descobertas não eram uma ilha grande mais um novo continente.
A bordo de uma das caravelas está como cosmógrafo, o florentino Américo Vespúcio, “personagem controverso do descobrimento”, pois chegou primeiro ao continente, antes de Colombo que ficou na ilha da Hispaniola, aguardando autorização (por manobras palacianas da Corte contra Cristovam Colombo lhe tirando a honra e a glória, naquele momento).

- Américo Vespúcio seria o padrinho do Novo Mundo, traçando o destino do novo território descoberto, as terras da costa do Brasil já estavam mapeadas.

- Os próximos navegadores espanhóis Vicente Pinzón, sobretudo Américo Vespucio (Amereci Vespuci ou Amerigo Vespucci) as afirmações de Cristovam Colombo, foram corrigidas (do Novo Mundo não ser uma grande ilha e sim um continente).
Vespucci já havia ajudado nos preparativos da terceira viagem de Colombo (1498) ao Novo Mundo.
A descrição detalhista que Vespucci fez de sua viagem ao Brasil em 1501, na frota de três embarcações de Gustavo Coelho, na carta chamada “Mundus Novus”, virou um dos maiores “Best Sellers” de sua época.
Elogiou a natureza, o clima. Atribui-se ao navegador uma expressão que ficou célebre:
“Eu pensava estar nas cercanias do Paraíso Terrestre”

Em 23 de julho de 1501, na Europa, em Portugal, retorna a Lisboa Pedro Álvares Cabral, na Praia do Restelo, vindo da Índia e das terras do Novo Mundo, depois de 500 dias, com seis navios (de 13) e em torno de 500 homens (de 1.500).

Em 1502, na Europa, em Portugal, o cristão novo Fernão de Loronha (Noronha), rico armador, nascido em Astúria (Espanha), “o primeiro dono do Brasil”, tinha uma rede de negócios com sede em Londres (Inglaterra), era agente dos judeus alemães Függer (monopolistas do cobre), arrendou o novo território do Brasil por três anos do Rei D. Manuel I de Portugal a frente de um consórcio de judeus conversos. O acordo foi renovado por três ocasiões.
A obrigação estava em explorar o pau-brasil, defender a terra contra a cobiça espanhola e francesa, estabelecer uma feitoria, explorar 900 léguas (5.900 quilômetro) de litoral e pagar um quinto à Coroa Portuguesa.

Em 1502, no Novo Mundo, o litoral do sul das Terras de Santa Cruz (Brasil) foi percorrido pela frota de André Gonçalves.

Em 29 de janeiro de 1502, no Novo Mundo, nas Terras de Santa Cruz (Brasil) André Gonçalves alcançou a latitude de 32°, na altura do atual porto de Rio Grande, conhecido como costa diabólica.

Em 1502, no Novo Mundo (atual América), nas Terras de Santa Cruz (atual Brasil), são trazidas as primeiras “mudas de cana-de-açúcar” da Ilha da Madeira e do Arquipélago dos Açores.

Em 1502, no Novo Mundo (América Espanhola), no Caribe, desembarcam na Ilha de Hispaniola os primeiros “escravos negros”.

Em 1503, na Europa, Portugal, Fernando de Noronha, armou sua primeira expedição e descobriu a ilha que hoje tem seu nome (na costa de Pernambuco), o Rei D. Manuel I doou-lhe, em 1504, a ilha que tomou posse. Foi à primeira doação de terras no Brasil.

De 10 de maio de 1503 a 28 de junho de 1504, no Novo Mundo (atual América), nas Terras de Santa Cruz (atual Brasil), veio nova expedição comandada por Gonçalo Coelho à procura de uma nova passagem, pelo sul, para Malaca, junto estava Américo Vespúcio, patrocinado pelo Rei D. Manuel I de Portugal.
Parece que atingiu a baia do Rio de Janeiro, onde fundou uma feitoria para resgate de pau-brasil, enviou a primeira “entrada” (avanço para interior do território em forma de expedição), partindo da atual Cabo Frio no atual Rio de Janeiro.
Considerado único produto realmente lucrativo da nova terra, os comerciantes obtiveram o privilégio por três anos. Escreveu Vespucci em setembro de 1504:
- “... nessa costa não vimos coisa de proveito, exceto uma infinidade de árvores de pau-brasil... - e já tendo estado na viagem à dez meses, e visto que nessa terra não encontrávamos coisa de minério nenhum , acordamos nos despedirmos dela”.

Em 1504, na Europa, S. I. Romano, o escultor Michelangelo termina a estátua do heróico “Davi” em marmoré de Carrara.

Em 1504, no Novo Mundo (atual América), nas Terras de Santa Cruz (atual Brasil) o navegador francês Binot de Graneville aporta na atual São Francisco do Sul (atual Santa Catarina), onde permanece por 8 meses consertando seu navio “L’espoir”.

- Retorna a França, levando em companhia o índio Carijó Içamereque (Iça Mirim), que foi uma grande surpresa para a população européia.
Içamereque casou posteriormente com uma de suas filhas.
É o primeiro europeu a visitar o Sul das Terras de Santa Cruz (Brasil), descrevendo as riquezas naturais e os índios da região.
Portanto, foram os franceses os “primeiros visitantes europeus do Sul do Brasil”.

Em 1507, no Oriente, conquista de Ormuz, no golfo Pérsico, por Afonso de Albuquerque.

Em 1507, na Europa, quando fazia um “Mapa Mundi”, o geógrafo e cartógrafo alemão Waldssemüller decidiu batizar a quarta parte das terras com o nome de seu descobridor “Américo”, apesar do equivoco o nome pegou.

1510
América

Em 1510, na Ásia, nas Índias, os portugueses conquistam Goa.

Em 1513, na Europa, mesmo pressionado pela Coroa Espanhola, o cartógrafo Waldssemüller retirou a proposta, mas era tarde; a descrição que Américo Vespúcio deixou da terra, dos animais, das plantas, dos índios do Brasil, caiu no gosto do público. Apesar dos méritos de Cristovam Colombo e Pedro Álvares Cabral, a pressão da Coroa espanhola foi maior e o Novo Mundo, passou a firmar-se como América.

- Sendo assim temos uma terceira nação Mãe da América, descoberta por Cristovam Colombo um “genovês” (Gênova – Itália) e Américo Vespúcio, um “florentino” (Florença – Itália).

Em 1513, na Europa, Roma, sob o patrocínio do Papa Leão X fixa-se em Roma Leonardo da Vinci que encontra concorrência feroz de Michelangelo, durante este período faz viagens freqüentes e estuda óptica.
Leonardo da Vinci, nascido em 15 de abril de 1452 em Vinci na Toscana, e falecido em 02 de maio de 1519 em Amboise na França.

Em 1514, na América, em direção ao Sul, João Lisboa percorreu a costa marítima do Sul do Brasil até o cabo de Santa Maria, perto de Maldonado (atual Uruguai). Portugueses e espanhóis descobriram a foz do Rio da Prata e souberam que em suas nascentes, em montanhas nevadas, vivia um povo riquíssimo, numa região abundante em ouro e prata. A conquista da zona que mais tarde se descobriria o Peru tornou-se uma obsessão ibérica, mas o direito da região pelo Tratado de Tordesilhas era espanhol e foi o que aconteceu e a Espanha dominou os Incas.

Em 1514, na atual América, no Sul, o Mar de Dentro (Laguna dos Patos) foi navegado pelo espanhol D. Nuño Manuel, no atual Rio Grande do Sul nas chamadas Terras de Santa Cruz (lado português, atual Brasil) ou Terras do Peru (lado espanhol).

Em 1515, na Europa, Lisboa (Portugal), o Rei D. Manuel I manda construir a Torre de Belém, pelo arquiteto Francisco de Arruda, comemorativo aos descobrimentos portugueses.

Em 1516, no Brasil, já existia uma Feitoria na região de Cabo Frio.

Em 1517, na África, Egito, os otomanos tomam a cidade do Cairo e selam a conquista do Egito.

Em 1517, na Europa, Alemanha, Martinho Lutero crava as suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, é o começo da Reforma, o Protestantismo.

Em 1519, na Europa, Espanha, Carlos I é proclamado imperador do Sacro Império Germânico como Carlos V.

Em 1519, na América, no Sul, no lado espanhol, Cortês inicia a conquista do Império Asteca, atual México.

Em 1519, no Brasil, Fernão de Magalhães, aporta na baia do Rio de Janeiro durante sua Expedição de Circunavegação da Terra.

1520

- Na prática, e com o correr dos anos, o Tratado de Tordesilhas viria a ser desrespeitado não só pelas Coroas que o proclamaram (Portugal e Espanha), mas por seus rivais, entre eles primeiro os franceses que foram tão assíduos às costas do Brasil, no princípio do século XVI, que houve momentos em que foi duvidoso que a terra pudesse permanecer portuguesa.
Os índios sabiam distinguir um do outro, os franceses eram chamados de “maíres” e os portugueses de “pêros”.
O rei de França Francisco I, que era um piadista, dizia que não conhecia “Testamento de Adão (de Adão e Eva), deixando o Mundo para os reis de Portugal e Espanha”.
Outras nações em que se formara uma classe burguesa tiveram o interesse despertado para o contato com as novas terras descobertas, entre eles os holandeses e ingleses. Consideravam abertos os mares a todos os povos – “mare liberum”.
Espanha e Portugal sustentavam a doutrina oposta: - o mar fechado aos não pertencentes às suas soberanias – “mare clausum”.
Os portugueses perceberam que era urgente defender as terras do Brasil.

Em 1520, na América, em direção ao Sul, o navegador português Fernão de Magalhães descobre o estreito que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico.

Em 1521, na Europa, Portugal, morre o Rei Dom Manuel, assume Dom João III.

Em 1522, na Europa, Portugal, no Arquipélago dos Açores, acontece um grande “terremoto”, causando grande destruição.

Em 06 de setembro de 1522, na Europa, na Espanha, retornou a Sevilha o veleiro Vitória das 5 naus enviada na “primeira viagem ao redor do mundo” pelo oceano, guiados pelo português naturalizado espanhol Ferdinando Magellan, que convenceu o Rei Carlos da Espanha a realizar a expedição depois que os portugueses contornaram o Cabo da Boa Esperança, na África.
A expedição passou pela costa do Brasil, contatou seres gigantescos no sul da América, a quem chamaram “patagônios”, e venceram uma região ainda árida, de muitos incêndios, denominada por eles de “terra do fogo”.
Chegaram também às Filipinas, na Ásia, onde o líder Magellan faleceu antes da travessia do oceano Índico no retorno a Espanha.
Dos 265 homens, voltaram apenas 15, numa das maiores jornadas já protagonizadas pelo homem.

Em 1526, na Europa, em Portugal, devido às invasões por outras nações mandou uma expedição de policiamento da costa do Brasil sob o comando de Cristovão Jacques, que empregou demasiada violência, aprisionando e punindo os inimigos, enterrando 20 franceses vivos.

Em 1529, na Europa, os turcos cercam a cidade de Viena (Áustria).

1530

Até 1530, na Europa, Portugal se limitou a explorar o litoral da nova região, escolhendo madeiras e aves exóticas, somente quando a presença de outras nações européias se tornou ameaçadora é que a Coroa portuguesa criou uma política de colonização para o território do Brasil. Para combater os invasores os portugueses se aliaram aos índios e criaram feitorias (armazéns fortificados para comércio com os habitantes locais).

- Novas incursões de corsários franceses em busca de pau-brasil.

Em dezembro de 1530, na Europa, o rei de Portugal viu que não rendeu resultados o policiamento eventual da costa e envia uma nova expedição mais poderosa com cinco navios (1 galeão, 2 naus e 2 caravelas) comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa, com a finalidade:
- Percorrer toda a costa brasileira,
- Criar núcleos de povoamento e de defesa,
- Expulsar os franceses,
- Estender o domínio português até Rio da Prata (atual Uruguai).

- Devemos a defesa e grilagem das terras do Brasil, aos Índios, aos Exploradores, a Marinhagem (marinheiros), aos Degredados (abandonados), a Igreja, os Piratas, Portugal, Espanha, França, Holanda e tantas outras nações que invadiram estas terras.


Em 1531, na África, Portugal instala uma Feitoria (posto comercial) em Moçambique.

Em novembro de 1531, no Brasil, no Sul Meridional, navegando pela Costa (litoral) o português Martim Afonso de Sousa, dileto amigo do rei de Portugal, com destino ao Rio da Prata, sonhando em conquistar o Império dos Incas e suas riquezas (atual Peru) obsessão dos ibéricos, aliás, o seu principal objetivo, e também averiguar os limites portugueses ao Tratado de Tordesilhas.
Passando pela costa da atual Santa Catarina é açoitado por mau tempo e veio a se perder um de seus bergatins (navios).
A expedição continuou para o Sul e Martim Afonso de Sousa ousou singrar águas revoltas e amedrontadoras até o Rio da Prata.

- Ao chegarem à foz do Rio da Prata, seu irmão, Pero Lopes de Sousa entrou no rio e colocou a marca lusitana (portuguesa), mas através de medições astronômicas verificou se tratar de terras de Espanha, ao retornar para costa do Brasil, faz a primeira exploração detalhada da costa marítima do Continente do Tape (atual Rio Grande do Sul).

Em 03 de janeiro de 1532, no Brasil, na viagem de volta ao porto da atual São Vicente (SP), Martim Afonso de Sousa resolveu destacar a caravela “Santa Maria do Cabo” para ir ao “Porto dos Patos” como era conhecida a atual Villa de Santo Antônio dos Anjos de Laguna (Laguna), na costa da atual Santa Catarina.
Essa ordem de procurar náufragos do bergatin (navio) perdido da frota em tempestade em 1531.
Obrigava a caravela a navegar pela costa o quanto fosse possível e a penetrar nas embocaduras dos rios, único meio de encontrá-los.
Desse modo penetrou na atual Barra do Rio Grande, a que seu comandante, em homenagem ao imediato da grande expedição Pero Lopes de Sousa deu o nome de Sam P° (Sam Pero, São Pedro).

“Separando-se da esquadra, que já então levava um dia de viagem a N.E., na manhã de 3 devia achar a caravela na altura da “Costa do Rio Grande”, extensão e correnteza deram ao comandante da caravela a idéia de caudaloso rio e como tal o batizou com o nome de “Rio de São Pedro” (S. Pero), nome de Pero Lopes de Sousa, o segundo comandante da expedição, que muito lhes valera na tempestade no Rio da Prata, o outro rio atual Mampituba foi batizado de Martim Afonso de Sousa (MTI A.º de SOUZA).”  (Dominação Espanhola no Rio Grande do Sul, Revista Militar,  Rio de Janeiro, 1935, p. 6)

- A foz do rio, na “costa brava” foi batizada com o nome de Rio de São Pedro (Rio de San Pero, atual barra da Lagoa dos Patos em Rio Grande) em homenagem ao irmão de Martim Afonso de Souza, o imediato da expedição Pero Lopes de Souza na caravela “Santa Maria do Cabo” que o acompanhava na aventura.
Desta aventura nascia o Rio Grande do Sul, arcou o início da colonização portuguesa do Brasil e também a ecoar o primeiro nome europeu a designar o nosso território.
O Continente do Tape (nome da parte espanhola do atual Rio Grande do Sul), não possuía porto seguro na costa do litoral, pois eram 660 km sem nenhum porto natural, nenhuma baia ou enseada.

- Continuando a caravela “Santa Maria do Cabo” em sua rota pela costa, entrou a seguir na embocadura do Tramanday, que devia ser então mais ampla, daí, talvez a primeira denominação de “Enseada do Batel”. A esse rio foi dado o nome de Martim Afonso, em homenagem ao chefe da expedição.

- Ao retornar do Sul da região do Rio da Prata, Martin Afonso de Sousa deixou à terra relegada apenas um nome de batismo:
- Rio de São Pedro e,
- Fundou São Vicente, na costa (Paulista), primeira Feitoria (povoação) portuguesa do Brasil e Piratininga.
- E deixou um navio e homens perdidos.

Nomes do Rio Grande do Sul

- No “Livro de Marinharia” de João de Lisboa publicado em 1514, ali pode ser lidos os seguintes nomes sobre a costa do atual Rio Grande do Sul, sempre na latitude Sul:
Angra do Batel – aos 30°
Rio dos Negros – aos 31°
Cabo da Ponta – aos 32 °
Baya Abercebida – aos 33°

- Uma região de passagem, uma terra de ninguém, batida pelos ventos, sem um atracadouro seguro que garantisse aos barcos uma maior aproximação na costa longa e arenosa. Quem se interessaria por aqui investir capitais e nesta terra se estabelecer, se no Brasil Colonial o grande negócio era a plantação e exportação do açúcar.

- Por longo tempo o “Continente de São Pedro” ficou desvinculado da colonização portuguesa. Zona de posse indefinida, situada além da imaginária linha do Tratado de Tordesilhas, em área que em vigor não caberia a Portugal e sim a Espanha.

- Foi na foz do Rio Grande de São Pedro na depois “Barra Diabólica” que tudo se iniciou.
As porções meridionais da América do Sul, em um primeiro momento, foram quase que literalmente deixadas de “fora do mapa”, uma vez que do Porto dos Patos (atual Laguna SC) a Punta Del Leste (atual Uruguai), estende-se a maior costa retilínea do mundo, e esses 660 quilômetros sem um único porto natural, nenhuma baia, enseada alguma, revelaram-se inóspitos e arredios ao olhar dos navegadores europeus.

- Em função da avareza do litoral baixo e arenoso, desoladamente batido pelos ventos e pelas vagas, o território que viria a se tornar no Rio Grande do Sul levaria mais de duzentos anos depois do descobrimento, até ser incorporado a Coroa Portuguesa e pelos cem anos seguintes seria sangrenta e arduamente disputado com os vizinhos castelhanos de Espanha.

- As terras que hoje conhecemos por Rio Grande do Sul teve vários nomes e designações, entre os nomes oficiais ou mais referidos:

Rio de São Pedro
(1531)
Foi o primeiro nome dado oficialmente à Barra do Rio Grande e o único que ficou e se estendeu a todo o território. - Das diversas hipóteses formuladas a respeito “rio de São Pedro” representa uma homenagem a seu irmão Pero Lopes de Sousa, prestada pelo comandante da caravela “Santa Maria do Cabo”, destacada por Martin Afonso de Sousa a 03 de janeiro de 1532, entre a barra do Chuí e o porto do Rio Grande.
Capitania Del Rey
(1537)
Na divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, segundo o Visconde de São Leopoldo, como o Rio Grande não ficara pertencendo a nenhum donatário, foi denominado Capitania Del Rey, isto é, que pertence a Coroa.
Rio Grande
(1550)
Esse nome aparece pela primeira vez em um mapa de Pierre Desvaliers em 1550.
Rio Grande de São Pedro
Invocação que lhe deram os jesuítas das “Missões do Uruguai”. Nome que perdurou por três séculos.
(1721)
Continente do Rio Grande
(1737)
Essa denominação passou a ser usada depois da fundação do Presídio Jesus-Maria-José, em 1737.
Continente de Viamão
(1751)
Consta esse nome no mapa organizado ao ser instalado o Senado da Câmara da Villa de Rio Grande de São Pedro, em 16 de dezembro de 1751.
 Capitania de São Pedro
(1807)
Nome oficial dado à terra rio-grandense pela Carta-Patente de 19 de setembro de 1807, que elevou o Governo do Rio Grande a Capitania-Geral e nomeou o primeiro Governador o Capitão-General o Conselheiro Brigadeiro D. Diogo de Souza.
Província do Rio Grande de São Pedro do Sul
(1819)
Embora oficialmente adotada em virtude da aceitação do regime constitucional decorrente da Revolução do Porto, de 24 de agosto de 1820, essa denominação já constava do Alvará de 26 de agosto de 1819, que criou o cargo de “Juiz de Fora” para as villas de Rio Pardo e de São João da Cachoeira. Utilizada em muitos documentos oficiais até 1852.
Província do Rio Grande do Sul
(1822)
Nome oficial da terra rio-grandense a partir da Independência do Brasil e consagrado pela Constituição Imperial de 25 de março de 1824.
Estado Rio-Grandense
(1836)
Denominação oficialmente adotada pelos revolucionários Farroupilhas, quando da proclamação da República Rio-Grandense em 11 de setembro de 1836, aparecendo em muitos documentos oficiais do glorioso decênio.
Estado do Rio Grande do Sul
(1889)
Nome oficial da terra gaúcha depois da proclamação da República em 15 de novembro de 1889, constante do Decreto nº 1 do Governo Provisório, e consagrado na Constituição de 24 de fevereiro de 1891 e pela Constituição Política de 14 de julho de 1891, assim como pelas posteriores Constituições do Estado, de 29 de junho de 1935, 8 de julho de 1947, 14 de maio de 1967 e de 1989.

Em 1532, no Brasil, Martim Afonso de Souza enviou expedição partindo de Cananéia (atual estado de São Paulo), com 80 homens, que penetrou o interior do território, de que nunca mais se teve notícias, diz ter sido dizimada pelos índios Carijós.

Em 1532, no Brasil, do litoral do atual Estado de São Paulo, em São Vicente em direção ao Nordeste inicia-se a cultura da cana-de-açúcar, em grandes lavouras.

Em março de 1532, no Brasil, Martim Afonso de Sousa soube que o rei de Portugal D. João III iria dividir o Brasil em 15 extensas faixas de terras da costa até a linha do Tratado de Tordesilhas, modelo similar empregado e dado certo no arquipélago dos Açores e ilhas Canárias, para promover a conquista e povoamento, as Capitanias Hereditárias, doadas aos chamados “donatários”, previa a manutenção por conta de seus próprios dinheiros, pois o custo para a Coroa era muito alto para expedições e policiamento de toda a costa.
Eram elas de Norte a Sul:

1) Primeira Capitania do Maranhão, doada ao historiador e burocrata João de Barros, de 50 léguas (ou 330 quilômetros de extensão).
2) Segunda Capitania do Maranhão, pertencia ao tesoureiro-mor do Reino, Fernando Álvares de Andrade, de 75 léguas.
3) Ceará, doada ao cavaleiro-fidalgo Antônio Cardoso de Barros, tinha 40 léguas.
4) Rio Grande, era o segundo lote de João de Barros e Aires Cunha, tinha 100 léguas
5) Itamaracá, era o terceiro lote de Pero Lopes de Sousa, dado a ele pelo rei D. João III como prêmio pela luta contra os franceses, possuía 30 léguas.
6) Pernambuco ou Nova Lusitânia, pertencia a Duarte Coelho, navegador e soldado da Ásia, a mais bem sucedida das capitanias, tinha 60 léguas.
7) Bahia de Todos os Santos, pertencia a Francisco Pereira Coutinho, , depois de lutar nas Índias, vendeu tudo em Portugal e perdeu no Brasil, inclusive a vida, devorado pelos Tupinambás, tinha 50 léguas.
8) Ilhéus, doada ao escrivão da fazenda e milionário Jorge de Figueiredo Correia, tinha 50 léguas, nunca veio ao Brasil.
9) Porto Seguro, pertencia ao navegador Pero de Campos Tourinho, estabelecida onde o Brasil foi descoberto, tinha 50 léguas.
10) Espírito Santo, pertencia ao militar Fernando Coutinho, tinha 50 léguas.
11) São Tomé, pertencia a Pero de Góis, que acompanhara Martin Afonso de Souza na expedição de 1530, com 30 léguas.
12) Capitania do Rio de Janeiro, o segundo lote de Martin Afonso de Sousa, tinha 55 léguas, ficou abandonada entregue aos franceses.
13) Santo Amaro, o primeiro lote de Pero Lopes de Sousa, possuía 55 léguas, apesar da proximidade de São Vicente, pouco fez.
14) São Vicente, o primeiro lote de Martim Afonso de Sousa onde residia e todas as suas benfeitorias, mas retornou para Lisboa e de lá para as Índias onde foi governador. Do Brasil disse:
“... perto de três anos, passando muitos trabalhos, muitas fomes e muitas tormentas”
15) Sant’Ana, segundo lote de Pero Lopes de Sousa ia da ilha do Mel (PR) até Laguna (SC), com 40 léguas de litoral. Permaneceu abandonado até o século XVII.
Sua posse retornou a Coroa.

- A Espanha no lado ocidental do território do Prata, adota o mesmo sistema chamado de “Adelantados”.

Em 1533, na América Espanhola, no Sul, pela via do oceano Pacífico Pizarro submete o Império Inca (atual Peru) ao domínio espanhol.

Em 03 de março de 1533, na América, no Sul, há a mais antiga referência à importação de africanos (homens vivos) para o Brasil em documento escrito em São Vicente (SP), no qual Pero de Góis pede ao rei de Portugal D. João III:
- “17 peças de escravos forros de todos os direitos e frete que soem pagar”.

Negros:
- Em princípios do século XVI foi iniciado por Portugal o comércio humano de escravos negros da África para o Novo Mundo, pois os Jesuítas, por sua vez, contribuíram para uma falta de mão de obra atraindo os índios para as Missões no lado espanhol do território. Os Índios enquanto por troca com os portugueses pelo escambo (pau-brasil e mantimentos); mas com a lavoura de cana-de-açúcar os índios começaram a ser escravizados, não estavam acostumados ao trabalho forçado e rotineiro, e fugiam para o interior do território que conheciam bem.
As grandes plantações de cana de açúcar necessitavam de muito trabalho manual.
Embora a escravidão seja uma instituição quase tão velha quanto à humanidade, jamais na “era moderna” o tráfico de escravos fora um negócio tão organizado, permanente e vultoso, uma vasta rota triangular que uniu a Europa, a África e a América.
No século XVII britânicos e holandeses se não eram os maiores, eram os que mais lucravam com a escravidão.
No século XVIII, brasileiros e lusos radicados no Brasil se tornaram os maiores e mais eficientes traficantes de escravos.
Um escravo se pagava em cinco anos, a jornada de trabalho nunca era inferior a 18 horas, rações e alojamentos exíguas, os escravos em média sobreviviam 7 anos. O custo de “uma peça da África” eram 50 mil réis, o preço baixo e a facilidade de substituir as “peças”, explica o pensamento de melhor – criá-lo ou comprá-lo.  
- A Espanha introduziu o trabalho escravo negro nas Antilhas e Portugal nas Capitanias.
Os africanos que vieram para o Brasil pertenciam a uma grande variedade de etnias, vindos de reinos situados primeiramente na região costeira e interior (do grande Golfo da Guiné, de Angola e Moçambique) desde Berbere do norte, até o Hotentote e Banto do extremo sul da África.
Parece certo que os africanos tiveram origem asiática, e provêm de vários troncos.
A variedade de tipos e os diferentes graus de cultura entre as várias raças e nações africanas, tornam muito difícil, generalizações.
As populações do norte, mais claras e de religião muçulmana, nada tem em comum com os Bantos do centro-sul, mais escuros e, em geral, fetichistas.
Não há, assim, uma “Raça” negra, mas vários tipos negros.
Algumas nações negras haviam atingido um alto grau de cultura. Em virtude de ter chegado ao Brasil na condição de escravo, o negro foi erroneamente considerado de cultura inferior.
De modo geral, podem se classificar os negros entrados no Brasil em três grandes grupos:
- Culturas da Guiné: - representadas principalmente pelos povos Ioruba (da Nigéria), Nagô e outros, Jeje e outros (do Daomé), Mina e outros (da Costa do Ouro);
- Culturas do Sudão: - de religião maometana, de que fazem parte o Fula, o Mandinga, o Haussá;
- Culturas de Angola e Moçambique: - compreendendo inúmeras tribos de Banto.

- Os negros de cultura mais avançada que vieram para o Brasil foram os Iorubas. A língua que falavam, o “nagô”, foi o que predominou, era empregado em cultos africanos, e dele originou muitos termos da língua nacional.
O grupo Banto de cultura inferior contribuiu com a maior quantidade de palavras para a linguagem do Brasil.
O culto religioso nagô tinha seus sacerdotes chamados de “babalaôs ou babalorixás”. Este culto incorporou muitas práticas do catolicismo, misturando santos com ídolos africanos. O mesmo fenômeno aconteceu com os demais grupos, só os maometanos permaneceram com mais pureza na crença.
O culto religioso negro do Brasil é o resultado da fusão de vários cultos africanos, influenciado pelo cristianismo.
Os negros trouxeram para o Brasil uma grande quantidade de instrumentos musicais, como tambores, atabaques, flautas, marimbas, tambores de jongo, cuíca e berimbau, suas danças e lendas, largamente difundidas no Brasil.
É imensa a contribuição africana na alimentação e na culinária, o vatapá, o bobó, o acarajé, o abará.
Também provém do povo Ioruba o traje vistoso usado pelos negros nos estados do Nordeste, que hoje se chama de “baiana” (turbante, saia rodada, braceletes e colares).
Os Bantos apesar de inferiores culturalmente, influíram muito nos costumes populares. Reuniam-se em associações beneficentes e elegia um chefe o “Rei do Congo”, a ele prestavam obediência.
A influência da língua foi, porém a principal. A língua do grupo Banto o “Quimbundo”, espalhou-se em grande área do Brasil e introduziu muitos termos na língua aqui falada.
Os negros Maometanos no Brasil foram chamados geralmente de “Malês”. Isolavam-se dos demais, tinham cultura muito superior, e chegaram a tentar uma revolução na Bahia em 1835. Muitos dos varões que vinham das regiões islamizadas eram alfabetizados em árabe, enquanto seus senhores mal assinavam o nome.
Os Moçambiques eram bons conhecedores da preparação do ferro.
Em 1815, sentindo-se prejudicada pelo tráfico, a Inglaterra decidiu proibi-lo e combatê-lo.
De 1815 a 1851, mesmo ilegal, o tráfico persistiu e, de acordo com alguns estudiosos em quantidades ainda maiores. Dos 12 milhões de africanos escravizados durante três séculos e meio, cerca de 4,5 milhões foram trazidos para cidades, minas e engenhos do Brasil, vendidos no Rio de Janeiro e Salvador e distribuídos para todas as Capitanias.

Em 1534, no Brasil, chegam as primeiras “cabeças de gado” na Feitoria de São Vicente (SP).

Em 1534, na Europa, França, Inácio de Loyola cria a “Companhia de Jesus”.

Em 1534, na Europa, Inglaterra, o rei Henrique VIII rompe com a Igreja Católica Romana (por não apoiar seu divórcio) e proclama-se chefe da nova Igreja Anglicana, fundada por ele mesmo, mas em baseada nos preceitos cristãos.

Em 1534, na Europa, em Portugal, é datado o primeiro mapa do litoral da costa sul do Brasil de autoria de Gaspar Viegas e nele está registrado um porto a 32° de latitude Sul que é a posição astronômica da referida barra a “Barra Diabólica” com a denominação (Sam Pº - São Pedro), a tradição guardou o velho topônimo porque o “Diário de Navegação” de Pero Lopes de Sousa ele passaria logo para o mapa (local da atual cidade de Rio Grande no Rio Grande do Sul).

Em 1536, na Europa, Inglaterra, acordo une os reinos de Gales e Inglaterra sob a mesma legislação e administração.

Em 1536, na América, França e Inglaterra iniciam conquistas no mar do Caribe.

Em 1536, no Brasil, fundação da feitoria de Santos (SP).

- Desenvolve-se a cultura da “cana de açúcar” em Pernambuco.

Em 1536, no Brasil, o sistema de Capitanias Hereditárias começa a desintegrar-se, há rivalidades e desentendimentos.

Em 1537, na América, no Sul, conquista pelos espanhóis da região da atual Bolívia, fundação de Assunção do Paraguai, pelos espanhóis, base para a conquista espiritual dos Guaranis pelos Jesuítas, com a construção de suas reduções (missões).

Em 1538, no Brasil, início do “tráfico de escravos” da África em Salvador e Recife.

Em 1539, na América, é introduzida a “imprensa” na América Espanhola.

1540

Em 1541, na Europa Oriental, os turcos conquistam a Hungria, que se torna província eslava de seu império.

Em 1541, no Brasil, os espanhóis Gonzalo Pizarro e Francisco Orellana penetram na Floresta Amazônica.

Em 24 de julho de 1542, no Brasil, em descoberta casual pela expedição de Francisco Orellana entra no atual rio Amazonas. A expedição espanhola registra a aparição das Amazonas (as ferozes mulheres guerreiras) e a lenda se espalha pelo mundo.

Em 1543, na Europa, Copérnico publica “Das Revoluções dos Mundos Celestes”.

Em 1545, na Europa, inicia na Itália o Concílio de Trento, para avaliar a posição da Igreja Católica diante do crescimento do protestantismo.

Em 1548, na Europa, Portugal, o rei D. João III, criou o Sistema de Governo Geral, e nomeou para o Brasil um Governador-Geral, para tirar a Colônia do isolamento, encarregado de coordenar a defesa e o desenvolvimento das Capitanias e Feitorias, a sede seria, inicialmente Vila Velha - Bahia.
A Coroa comprou a Capitania da Bahia de Todos os Santos de seus herdeiros com a morte do donatário e pela posição geográfica, mais próxima de Portugal,
Além disso, para cuidar da religião dos colonos e cristianizar os índios, foram enviados “padres jesuítas” e criado o “bispado do Brasil”, pelo Papa.

Em 1549, no Brasil, Capitania da Bahia de Todos os Santos, com o novo sistema de administração, desembarcou o primeiro Governador-Geral Tomé de Souza (1549-1553), que se instalou na Capitania, logo fundou a cidade de Salvador.
A administração que veio de Portugal:
- Um juiz (chamado de ouvidor-mor),
- Um encarregado do dinheiro (chamado de provedor-mor),
- Um encarregado da defesa do litoral (chamado capitão-mor).
Juntos vieram os primeiros jesuítas comandados por Manuel de Nóbrega, ainda vieram José de Anchieta e Antônio Vieira e mais três companheiros, da “Companhia de Jesus” um poderoso aliado para a colonização das almas, isto é, a conversão dos indígenas.

- Tomé de Souza realiza viagens de exploração pelas capitanias do sul, inicia-se a busca do ouro.

- Os governadores gerais ou vice-reis sucederam-se regularmente até 1808, com a vinda da Família Real.
A sede do governo do Brasil permaneceu em Salvador até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.

1550

Em 1º de outubro de 1550, na Europa, França, em Rouen, para impressionar o rei Henrique II e a rainha Catarina de Médici, e convencê-los a investir em expedições ao Brasil, armadores e comerciantes de Rouen, preparam uma celebração na visita real a cidade; em área as margens do rio Sena, foi montada uma verdadeira maquete das terras do Brasil, com plantas, flores, frutos e muitos animais.
Entre as malocas estavam expostos 300 índios desnudos (50 Tupinambás) os demais eram marinheiros e prostitutas, contratadas para a apresentação.
No clímax do espetáculo é simulada uma batalha entre os Tupinambás (que apoiavam os franceses) e Tabajaras (seus inimigos que apoiavam os portugueses), eram ocas incendiadas, canoas virada, árvores derrubadas; os Tabajaras tinham sido derrotados (óbvio).
Estavam presentes a este show de horrores: - os reis de França, Mary rainha da Escócia, duques, condes e barões, os embaixadores de Espanha, Alemanha, Portugal e Inglaterra, cardeais, bispos e prelados, além de Nicolas Villegaigon, no “primeiro show brasileiro na Europa”.

– Os franceses fizeram o contato com os índios do Brasil como fizeram depois no norte da América, se aliando, ao contrário dos portugueses atacando.

 Em 1552, no Brasil, Bahia de Todos os Santos, em Salvador, tornou-se o centro administrativo do Governo-Geral do Brasil, chegaram neste período os Governadores-Gerais:
- Dom Duarte da Costa (1553-1558), desentendimento com o bispo, brigas entre colonos e jesuítas, ataque de tribos de índios, invasão dos franceses na baia do Rio de Janeiro.
- Mem de Sá (1558-1572), foram acertadas as diferenças, durante seu governo foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565).

- É criado o primeiro Bispado do Brasil, em Salvador. O Bispo enviado Dom Pero Fernandes Sardinha.

Em 1553, no Brasil, chega o padre José de Anchieta (1534-1597) a São Vicente, que escreveu:
- “Deus me preparou para carregar fardos.”

Em 1554, no Brasil, a Expedição de Francisco Bruza de Espinosa em busca de minérios e índios.

Em 1554, no Brasil, fundação no interior do território do povoado de São Paulo (atual cidade de São Paulo) pelo jesuíta Manuel de Nóbrega.

Em 1555, na Ásia, China, os portugueses criam uma Feitoria em Macau.

Em 1555, no Brasil, os franceses sob o comando de Nicola Durand de Villegaignon, invadiram a baia da Guanabara no atual Rio de Janeiro, construíram um forte na Ilha de Seregipe (atual Villegaignon) fundando a França Antártica.

Em 1556, no Brasil, incremento da produção de açúcar. O apogeu do açúcar perdurará até 1680.

- Nesta época aos índios devoraram o Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.

Em 1557, na Europa, Portugal, morre o Rei Dom João III, sua esposa Dona Catarina, torna-se regente durante parte da minoridade de Dom Sebastião.

Em 1558, no Brasil, o padre jesuíta Manuel de Nóbrega autoriza a fundação das primeiras reduções (missão) jesuíticas com os índios Guaranis, que se reúnem em torno da baia de Todos os Santos.

Em 1559, na América, no Sul (no atual Peru), pelo lado espanhol, Pedro de Ursua e Lope de Aguirre entraram na selva em busca a vertigem Xangrilá, a cidade perfeita, de telhados de ouro (nos trópicos transfigurada de Eldorado) e Walter Raleigh (o favorito da Rainha Elizabeth Iª da Inglaterra) que patrocinou em 1595, outra expedição.
Os dois mitos (as Amazonas e o Eldorado) fariam muitos perderem a cabeça literalmente, entre eles, os exploradores Gonzalo Pizarro, Lope de Aguirre e Walter Raleigh.
De “inferno verde” a “rain forest”, de “floresta sem fim” a “campo dos sonhos”, de “última fronteira” da civilização a “pulmão do mundo”, a Amazônia e seu rio Amazonas vai percorreu uma longa trajetória no imaginário ocidental.

1560

Em 1650, no Brasil, os franceses são expulsos da França Antártica (Rio de Janeiro), mas voltam em seguida com a ajuda dos índios Tamoios.

- Expedição para o interior de Vasco Rodrigues de Caldas em busca de minérios e índios.

Em 1562, na Europa, França, começa a guerra religiosa entre “católicos e huguenotes” (seguidores de Ítalo Calvino). Os conflitos se estenderam até 1598.

Em 1562, na Europa, Portugal, a Regente Dona Catarina abdica em favor do Cardeal Dom Henrique, irmão de Dom João III.

- Índios Tamoios, estimulados pelos franceses, atacam São Paulo.

Em 1563, no Brasil, os padres Manoel de Nóbrega e Anchieta pacificam os índios Tamoios, que deixam de auxiliar os franceses, perto de Ubatuba.

Em 1565, no Brasil, no Sudeste, os franceses foram expulsos definitivamente da região do Rio de Janeiro, por Mem de Sá, depois de muitos combates.

Em 1565, no Brasil, no Sudeste, é fundado o povoado (feitoria) de São Sebastião do Rio de Janeiro (atual cidade do Rio de Janeiro), por Estácio de Sá.

Em 1566, no Brasil, Expedição de Martim de Carvalho em busca de minérios e índios.

Em 1567, na Europa, tem início a Revolta Calvinista nos Países Baixos (Atual Holanda, Bélgica e Luxemburgo).

Em 1568, na Europa, Portugal, declarada a maioridade de Dom Sebastião, que assume o trono português.

Em 1568, no Brasil, Expedição de Sebastião Fernandes Tourinho em busca de minérios e índios.

1570

Em 1572, na Europa, Portugal, em Lisboa, o poeta Luis de Camões publica os “Os Lusíadas”.

Em 1572, no Brasil, morre o governador Mem de Sá.

- Portugal resolve dividir o Brasil e “dois governos.

Em 1572, o Brasil, foi dividido em dois governos, para facilitar a administração, ao Norte com sede em Salvador, ao Sul com sede no Rio de Janeiro.

Em 1574, na África, os portugueses iniciam a colonização de Angola.

Em 1574, no Brasil, a Coroa Portuguesa autoriza a instauração da “escravidão dos índios”, medida que se opõem aos jesuítas.

- Entrada de Antônio Dias Adorno.

Em 1575, no Brasil, entrada de João Coelho de Sousa (chega até a cachoeira de Paulo Afonso).

Em 1578, na Europa, Portugal, morre o Rei D. Sebastião, na Batalha de Alcácer-Quibir, deixando vago o trono português por não ter herdeiro direto.

Em 1578, no Brasil, a divisão em dois governos não deu certo; e o Brasil voltou a ser único com sede em Salvador com seu governador-geral Lourenço da Veiga (1578-1580).

Em 1579, na Europa, Países Baixos, províncias holandesas do norte dominadas pela Espanha criam a União de Utrecht e proclamam sua independência.

1580

Em abril de 1580, na Europa, Castela, as Cortes Portuguesas (sem herdeiro ao trono) reunidas em Tomar unificaram os reinos de Castela (Espanha) e Portugal criando a União Ibérica e coroou o Rei Felipe II de Castela, sendo proclamado Felipe I de Portugal, o Brasil passa a fazer parte da Coroa Espanhola.

Em 1580, na América, no Sul (atual Argentina), Juan de Garay povoou Buenos Aires e estabeleceu a base espanhola na região do rio da Prata.

- No Brasil a colonização do Sul se fez diversa a do Norte. As notícias de imensas riquezas minerais no interior do continente no Peru, que fez a mudança do nome do “Rio Solis para “Rio da Prata” e a denominação Argentina (terra da prata), o litoral Sul do Brasil passou a chamar-se “Costa de Ouro e Prata”.

- Os Bandeirantes e suas bandeiras começaram a desbravar a procura de minérios ou qualquer outro lucro (como escravizar os índios) e foram descendo o continente, povoando, Itanhaém, Iguape, Cananéia, Paranaguá, Curitiba, São Francisco, Desterro, Gravataí (antiga Aldeia dos Anjos na atual grande Porto Alegre) e chegando as Missões Jesuíticas.

Em 1580, no Brasil, se estabelecem a Congregação das Carmelitas.

- Inicia-se o povoamento do interior da Colônia, através da corrida das minas.

-Tem início o Bandeirantismo, chamado “caça-índios”.

Em 1581, na Europa, em Portugal, no Arquipélago dos Açores, ocorre na Ilha Terceira a Batalha de Salga, de resistência ao domínio espanhol.
O exército espanhol de mais de dois mil homens foi destroçado por um pequeno exército que utilizou como arma uma manada de gado bravio, que empurrou o exército espanhol junto à ribanceira no mar, onde quase todos foram mortos.

Em 1581, no Brasil, chegam os frades Beneditinos.

Em 1582, na Ásia, Japão, o samurai “ditador civil” Toyotomi Hideyoshi unifica o reino.

Em 1582, na Europa, em Portugal, no Arquipélago dos Açores, uma nova batalha entre açorianos e espanhóis, desta vez naval, travada em frente a Villa Franca do Campo (Ilha de São Miguel), onde são os espanhóis novamente derrotados.

Em 05 de outubro de 1582, na Europa, Cidade Vaticana, o Papa Gregório XIII depois de apelos aos astrônomos para corrigirem o erro do Calendário Juliano usado há 1600 anos. Após cálculos complicados, estabeleceram a seguinte regra:
- Se a numeração de um ano pode ser dividida por 4, o ano é bissexto, salvo nos casos em que este número poder ser divido por 100.
Contudo, há, ainda, uma exceção:
- Se o número puser ser dividido por 400, o ano se torna bissexto.
Esta regra gerou o Calendário Gregoriano, a fim de corrigir o erro acumulado pelo calendário Juliano, o Papa avançou a data em 10 dias:
- O 05 de outubro de 1582 passou a ser 15 de outubro de 1582.
O Calendário Gregoriano estabeleceu que o novo ano começaria em 1 de janeiro: - até então começava em 25 de março.

- Nem todos os países adotaram desde logo, os países anglo-saxões esperaram até 1752, nesta data a diferença já era de 11 dias.

Em 1587, no Brasil, os piratas Robert Withrington e Christopher Lister assolam o recôncavo baiano, mas são expulsos pelos índios flecheiros.

Em 1587, no Brasil, no Sul, sobre a região onde está a atual cidade de Porto Alegre, uma das primeiras notícias é dada por Gabriel Soares de Souza, que escreveu o “Tratado Descritivo do Brasil”, também descreveu o litoral do Continente de São Pedro (Rio Grande do Sul) estendendo-se até o Rio da Prata, informa este sobre:
- “Sítios acomodados para povoação com seus portos, em a qual a terra se dará todos os frutos que se lhe plantarem.”

1590
A Chegada ao Sul

Em 1590, na Europa, Países Baixos, é inventado o “primeiro microscópio” pelos holandeses Hans a Zacarias Janssen, pai e filho.

Em 1590, no Brasil, no Sudeste, é encontrado ouro no norte da Capitania de São Paulo.

Em 1591, no Brasil, Francisco de Souza sétimo governador-geral, cria o “bandeirantismo defensivo”, incursões para caçar e aprisionar índios.

Em 1591, no Brasil, no Sudeste, o pirata Thomas Cavendish ataca Santos e a domina por dois meses.

Em 1591, no Brasil, chega o desembargador Heitor Furtado Mendonça, o primeiro visitador do Santo Ofício, uma das mais famigeradas e temidas instituições do Vaticano (Igreja Católica), a “Inquisição”.
Qualquer pessoa podia ser acusada, com ou sem provas, torturada e julgada.

Os exageros do poder da Igreja:
- O maior crime que se podia cometer no Brasil seria praticado por aquela (mulher) que, aos sábados, ousasse trajar “o melhor vestido que tinha”.

Em 1591, no Brasil, no Sul, os europeus chegaram ao Continente de São Pedro (Capitania d’El Rey), com diferentes intenções:
- Primeiro, vieram os exploradores, sedentos de ouro e prata.
- Em seguida os religiosos, que queriam converter os povos indígenas ao cristianismo.
- Por fim os caçadores de escravos, as bandeiras e seus Bandeirantes, que chegaram até a região da Aldeia dos Anjos (atual Gravataí).
Poucos se aventuravam a subir os rios de São Pedro (nome dados ao conjunto Lagoa dos Patos, Guaíba e Rio Jacuí), e na esquina do grande Delta, onde nascerá mais tarde Porto Alegre.
Houve a dispersão dos povos indígenas da faixa litorânea do Brasil ou o extermínio em massa provocado por epidemias de doenças trazidas pelos brancos entre e 1500 a 1660.

- Os Bandeirantes portugueses completaram a obra de dizimar populações em busca de mão de obra cativa e pelos portugueses compradores de escravos.
Era tática dos portugueses, jogarem uma tribo contra outra, como haviam feito na África e esperar que os vitoriosos trouxessem os capturados para trocar por mercadorias.

- Os Jesuítas provenientes da Espanha partindo de Assunção (atual Paraguai) se estabeleceram na região chamada de Guairá (atual Paraná), e de lá rumo ao Sul, fundaram muitas reduções (missões) de índios que tiveram grande prosperidade. Os jesuítas apoiavam a caça dos índios, pois seriam almas mais fáceis de conversão.

Em 1595, no Brasil, no Nordeste, o porto do Recife é tomado por James Lancaster, que realiza a pilhagem mais lucrativa ocorrida no Brasil.

Em 1596, na Europa, Inglaterra, Sir John Harrington publicou a descrição da “primeira descarga de um vaso sanitário”. Mas a idéia não vingou; somente depois que os sistemas de esgotos foram instalados nas grandes cidades.
Em Londres o sistema de esgoto entrou em operação em 1860.

A ocupação do Rio Grande do Sul foi tardia em relação ao Brasil, mas fizemos com este povo a maior e melhor história da nação.

- A maior tragédia para as diferentes culturas indígenas neste território de passagem dos Campos de Viamão ao Rio de Viamão (lago Guaíba), foi cenário de muitas lutas ao longo dos séculos, mais que suas próprias lutas e conflitos entre as tribos, foram à chegada dos europeus e seu contato com estes.

Continua na ParteV

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