Cronologia - 1800/1824
Século XIX
1800
Porto Alegre
Povoado, Freguesia, Villa, Cidade
Resumo do Período
- Ponto chave da navegação, sede do governo, sede dos principais serviços públicos. Porto Alegre entrou no século XIX consolidando outra característica que manteria pelos tempos afora: - o de “Centro Comercial”.
Na prática a Freguesia já se considerava Villa.
A crescente importância assumida pela Capitania de São Pedro aos olhos da Corte em Lisboa fez com que fossem mandados para Porto Alegre governadores de refinada estirpe, como:
- Dom Diogo de Souza, I Conde de Rio Pardo (09.10.1809),
- Marechal de Campo Luiz Teles da Silva Caminha e Menezes, 5º Marquês de Alegrete (13.11.1814),
- Marechal de Campo Dom José de Castelo Branco Corrêa e Cunha Vasconcelos e Souza, Conde da Figueira (19.10.1818) e outras figuras da mais alta aristocracia portuguesa.
Em 27 de agosto de 1808 a freguesia foi elevada à categoria de vila, verificando-se a instalação a 11 de dezembro de 1810. Em 16 de dezembro de 1812 Porto Alegre tornou-se sede da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, recém criada, e cabeça da comarca de São Pedro do Rio Grande e Santa Catarina. Em 1814 o novo governador, Dom Diogo de Sousa obteve a concessão de uma grande sesmaria ao norte, com o fim expresso de estimular a agricultura local. Com o crescimento de cidades próximas como Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha, e em vista de sua privilegiada situação geográfica, na confluência das duas maiores rotas de navegação interna - a do rio Jacuí e a da Lagoa dos Patos - Porto Alegre começava a se tornar o maior centro comercial da região. A frota permanente que freqüentava o porto nesta altura contava com cerca de cem navios, e foi aberta uma alfândega. Também se iniciavam exportações de trigo e charque. Em 1816 se haviam comerciado 400 mil alqueires de trigo para Lisboa, e em 1818 se venderam mais de 120 mil arrobas de charque, produto que logo assumiria a dianteira na economia local.
Em 1822 a vila ganhou foro de cidade. A partir de então chegaram os primeiros imigrantes alemães, instalando restaurantes, pensões, pequenas manufaturas, olarias, alambiques e diversos estabelecimentos comerciais. Como a situação econômica da Capitania não ia bem, pressionada por pesados impostos e negligenciada pelo governo imperial, em 1835 estalou em Porto Alegre a Revolução Farroupilha. Tomada em 1836 pelas tropas imperiais, a partir de então a cidade sofreu três longos cercos até o ano de 1838. Foi a resistência a esses cercos que fez D. Pedro II dar à cidade o título de "Mui Leal e Valorosa". Apesar do inchaço populacional daqueles tempos, a malha urbana só voltou a crescer em 1845, após o fim da revolução e com a derrubada das muralhas que cercavam a cidade.
No período de 1865 a 1870 a Guerra do Paraguai transformou a capital gaúcha na cidade mais próxima do teatro de operações. A cidade recebeu dinheiro do governo central, além de serviço telegráfico, novos estaleiros, quartéis, melhorias na área portuária. Em 1872 as primeiras linhas de bonde entraram em circulação. Construiu-se a Usina do Gasômetro (1874) para geração de energia e implantou-se uma rede de esgotos (1899), enquanto que os bairros da cidade se expandiam. Na segunda metade do século enfim a cultura local pôde receber mais atenção, construindo-se um grande teatro, o Theatro São Pedro, e surgindo os primeiros literatos, educadores, músicos e pintores locais de expressão, como Antônio Vale Caldre Fião, Hilário Ribeiro, Luciana de Abreu, Pedro Weingärtner, Apolinário Porto-Alegre, Joaquim Mendanha e Carlos von Koseritz. Fundou-se a Sociedade Parthenon Literário, formada pela flor da intelectualidade gaúcha, e em 1875 foi realizado o primeiro salão de artes.
Em 1800, na Europa, Irlanda, o Parlamento decide dissolver-se e unir ao Parlamento da Grã-Bretanha.
Em 1800, no Brasil, Rio de Janeiro, por ato da Provisão Régia, criou a Alfândega local que só se instalou em Porto Alegre em 1804 junto ao Guaíba.
Em 1801, no Brasil, no Sul Meridional, o território das Missões Jesuítas é retomado após conflito dos espanhóis para Portugal por Borges do Canto, incorporado a Capitania de São Pedro, a região estava em grande decadência.
- Os conflitos envolvendo a colônia portuguesa do Sacramento (Uruguai) junto ao rio da Prata foi o mais longo e violento conflito na expansão territorial portuguesa.
A Colônia do Sacramento mudou dez vezes de mãos entre os portugueses e espanhóis. Mas a soberania de Portugal atingiu, finalmente, quase que os limites territoriais atuais do Brasil.
Em 1802, na Europa, Inglaterra, o engenheiro de minas Richard Trevithick, desenvolveu um pequeno motor de alta pressão, que usou para acionar a primeira “locomotiva a vapor”.
Em 06 de outubro de 1802, em Porto Alegre, os camaristas (vereadores) resolveram determinar ao Procurador que mandasse “fazer a Ponte da Azenha à custa de todos os moradores que transitam pela dita ponte”, destruída em uma enchente, dificultando a circulação de pessoas e cargas para o sul da Freguesia.
Em 1803, na Europa, a Inglaterra declara guerra à França.
Em 1803, na América do Norte, os Estados Unidos compram o território da Louisiana da França, duplicando seu território.
Desde 1803, em Porto Alegre, se registravam movimentos para transformar a “Freguesia” da Madre de Deus de Porto Alegre em “Villa”.
- A Freguesia de Porto Alegre já tem uma população de 3.927 habitantes.
A capital é um pólo recebedor e re-distribuidor de artigos importados, o comércio de trigo é intenso.
O núcleo urbano é pequeno, contando apenas com 7 ruas, as três principais e quatro transversais, que faziam a ligação entre o espigão e a beira rio.
O trecho central da encosta do promontório era a mais ocupada, local de desembarcadouro.
Em 1803, em Porto Alegre, a Casa de Comédia é reformada e ganha o nome de Casa da Ópera, junto ao agora Beco da Ópera (Uruguai) e Largo dos Ferreiros, construção rudimentar.
Considerada por Arsène Isabelle em 1833 como:
“... não se pode sem corar Tália até as orelhas, dar esse nome (Theatro) a um Armazém meio subterrâneo onde, de tempos em tempos, levam a cena comédias burguesas.”
Em 30 de janeiro de 1803, em Porto Alegre, toma posse na capital da Capitania de São Pedro o governador chefe de esquadra Paulo José da Silva Gama.
Em 14 de fevereiro de 1803, em Porto Alegre, começa a funcionar a Junta da Fazenda.
Em 14 de maio de 1803, na Europa, Portugal, em Lisboa o catarinense irmão Joaquim Francisco do Livramento conseguiu que o Príncipe Regente Dom João lhe deferisse o petitório, sendo expedido com a chancela do ministro Visconde de Anádia, o Real Aviso que permitiu a criação do Hospital de Caridade em Porto Alegre.
Deveria a instituição sustentar-se com o produto das esmolas do povo, sendo recomendado ao governador Paulo José da Silva Gama que animasse, protegesse e favorecesse os empreendedores da “futura obra pia”.
Joaquim Francisco do Livramento
- O Irmão Joaquim, natural da Capitania de Santa Catarina, do Desterro onde nasceu em 1761, julgando-se indígno da ordenação sacerdotal entrou para Ordem Terceira de São Francisco. Viajou muito, distribuindo caridade.
No Desterro (atual Florianópolis) fundou o Hospital de Caridade, na Bahia a casa para menores abandonados e seminários em São Paulo e Itu.
Chegou à Porto Alegre por volta de 1800.
Em de 19 de outubro de 1803, em Porto Alegre, é lavrada a Ata de Fundação da Santa Casa de Misericórdia, nos altos do espigão, fora do núcleo urbano.
Em 23 de outubro de 1803, em Porto Alegre, quatro dias após a fundação da Santa Casa, em sessão foi escolhido para provedor do novo Hospital de Caridade o governador da Capitania Paulo José da Silva Gama.
Em 1804, na Europa, França, Paris, Napoleão Bonaparte convocou um plebiscito, através do qual, com 3.572.000 votos a favor e 2.579 contra, coroou-se imperador com o título de Napoleão I.
Em 1804, em Porto Alegre, o sargento-mor Domingos Marques Fernandes, em um documento enviado ao Reino, faz um relato das ruas existentes na época, em apenas sete havia edificações:
- Três paralelas à margem do Guaíba: e quatro transversais:
Rua da Praia (dos Andradas),
Rua da Ponte (Riachuelo) e
Rua Formosa ou da Igreja (Duque de Caxias),
- As transversais de leste para oeste, eram quatro transversais:
Rua de Bragança (Marechal Floriano),
Rua do Ouvidor (General Câmara),
Rua Clara (General João Manoel) e
Rua do Arroio (General Bento Martins, na época chamada ironicamente de Rua dos Pecados Mortais, ou Rua das Virtudes).
- Os becos existentes na época:
Beco do Vieira (virou Rua Bela e depois General Portinho),
Beco dos Ferreiros (Uruguai),
Travessa do Poço ou Beco do Poço (absorvido mais tarde pela Borges de Medeiros), Rua do Poço (Jerônimo Coelho),
Rua Nova (Andrade Neves),
Arco da Velha (mais tarde Beco da Prisão, depois General Vitorino),
Beco do Fanha (Caldas Junior),
Beco do Brito (Travessa Acelino de Carvalho),
Beco dos Guaranis (General Vasco Alves),
Beco Pedro Mandinga (General Canabarro),
Beco do Leite e Beco do Trem (que não mais existem), nestas ruas se concentrava a vida urbana de Porto Alegre.
- Eram ruas aos fundos dos Altos da Praia ou da Matriz (Praça Marechal Deodoro), como:
Rua do Arvoredo (Fernando Machado),
Rua da Prainha (Washington Luis).
A Rua da Prainha marcava o litoral sul e a foz do Riacho (Arroio Dilúvio), e era caminho de tropas de gado, um lugar muito sujo, despejo de imundices e fezes dos quartéis e da cadeia.
Em 1804, em Porto Alegre, por provisão do governador Paulo José da Silva Gama a aula particular do Padre Mestre de Santa Bárbara é transformada em aula pública.
Em 1804, em Porto Alegre, a Alfândega se instala inicialmente em prédio alugado, depois em prédio na Praça da Quitanda (Alfândega, Senador Florêncio e Alfândega novamente), a beira rio.
A implantação desse serviço no coração de Porto Alegre acelerou sua urbanização e principalmente da região central.
Em 25 de setembro de 1804, em Porto Alegre, uma petição da Câmara o texto mostra o rancor dos Camareiros (vereadores) transferidos a força de Viamão para Porto Alegre no final do século XVIII.
Texto:
“... de cuja mudança se seguiu indizíveis transtornos aos povos, a quem foi indispensável abandonar as propriedades e aquisições...”
Em 1805, na Europa, Napoleão Bonaparte ocupa Viena na Áustria e derrota os exércitos russos e prussianos em Austerlitz.
Em 1805, na Europa, Espanha, na costa sudoeste, a frota franco-espanhola é derrotada pelos ingleses na Batalha Naval de Trafalgar.
Entre 1805 e 1810, no Brasil, na Capitania de São Pedro, exportaria cerca de 460 mil alqueires de trigo por ano, juntamente com Porto Alegre.
Em 1806, na Europa, o Sacro Império Romano é desfeito com a abdicação do rei Francisco II diante do ultimato de Napoleão Bonaparte, a Espanha é invadida.
Em 1806, na Europa, França, Napoleão Bonaparte para combater a Inglaterra, decreta o “Bloqueio Continental”, fechamento de todos os portos da Europa ao comércio inglês.
Portugal se viu pressionada pelo grupo Franco-Espanhol pró Napoleão Bonaparte, de um lado, e a Inglaterra do outro.
Aderindo ao bloqueio Portugal perderia suas colônias; não aderindo seria invadida e a Família Real cairia prisioneira.
Em 1806, em Porto Alegre, é aberto o Caminho Novo (Rua Voluntários da Pátria), que é urbanizado pelo governador Dom Diogo de Souza ao longo dos 4 quilômetros, o caminho saia do Largo do Paraizo (Praça Conde D’Eu, Praça XV) e ia até próximo a Várzea do Gravataí, margeando o Delta.
No começo do Caminho num local freqüentado por lavadeiras e aguadeiros, abriu-se o Porto Pelado e se construiu o estaleiro de Joaquim José de Azevedo nas imediações da atual Praça Rui Barbosa, bem mais adiante no futuro arraial dos Navegantes, carretas começavam a trafegar, ditando a área comercial e industrial que iria se transformar.
Em 25 de outubro de 1806, em Porto Alegre, é realizada a inauguração com festa do novo Trapiche do porto da cidade.
Conforme Manoel Antônio de Magalhães, no seu Almanak da Vila de Porto Alegre:
“Belíssima ponte d’alfândega (trapiche), obra-prima, como não há outra em toda a América, com vinte e quatro pilares de cantaria pelo rio adentro, onde podem desembarcar iates e sumacas, com uma carreira de 325 palmos de comprido e 30 de largo, defronte da mesma casa d’alfândega, onde uma boa praça convida à beleza e construção da obra”.
- Em torno do “Porto de Porto Alegre” aglomeravam-se os comerciantes para a prática de seus negócios, nesta época já havia 57 comerciantes estabelecidos, sendo três com firmas coletivas.
Estas incluíam casas de negócios, plantações de trigo, pequenos moinhos, criação de gado, sociedade em iates para navegação na Lagoa dos Patos.
Alguns nomes das famílias desta época:
Martins Bastos,
Monteiro de Barros,
Peixoto do Prado,
Vieira de Carvalho,
Xavier Caldeira.
Em 1807, na Europa, a Inglaterra extingue o Tráfico de Escravos.
Em 17 de agosto de 1807, na América do Norte, Estados Unidos, no Rio Hudson o americano Robert Futon apresentou o “Clermont” o “primeiro navio a vapor do mundo”, casco fabricado na América, máquina comprada na Inglaterra, cobriu 185 quilômetros em apenas em 24 horas.
Nota:
- O aproveitamento do vapor como força motriz foi estudado por vários, até que o físico francês Denis Papin em 1698, na cidade alemã de Kassel, pôs em funcionamento uma máquina que se movia pra gente e para trás, sob o impulso do vapor, o êmbolo no interior de um cilindro.
Em 1707, fez navegar um barco de quatro rodas que foi destruído por marinheiros que pensavam que tiraria seus empregos. Passando por outros cientistas como Robert Fulton e Jonh Fitch, construiram embarcações a vapor.
Em 1807, em Porto Alegre, Thomé Luis de Sousa cria uma aula particular de latim, que passa a ser pública.
Professores fizeram história em outros momentos do século XVIII nas Primeiras Escolas:
- O mestre Antonio Paraíso Mariano o “Tico-tico”, por ter a sua constituição franzina.
- A Escola da Professora Maria Josefa Barreto Pereira Pinto, na Rua da Cadeia (depois absorvida pela Avenida Salgado Filho), ela era proprietária e redatora do jornal “Belona”, onde na década de 1830, atacava os Farroupilhas.
A Escola de Ler, Cantar e Coutrinar Cristã de Antônio D’Ávila, situada na Rua da Ponte (atual Riachuelo), próximo ao Arquivo Público.
Antonio D’Ávila utilizava o convincente método pedagógico dos castigos físicos, usuais na época, mas como os usava com abastança foi apelidado de “Amansa-Burros”, usava métodos rígidos e inadequados para submissão das crianças, como forçar leituras imensas.
Em 02 de fevereiro de 1807, em Porto Alegre, é colocada a pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora das Dores, a “mais antiga da cidade”, em pé, seis anos depois do começo das obras, a capela-mor já permitia a celebração de missas.
Construída nos estilos barroco e rococó, conta com três esculturas em sua fachada, que representam a Esperança, a Caridade e a Fé, com a primeira entrada pela Rua Riachuelo.
Seu interior abriga sete imagens, de 1871, representando os passos da Paixão de Cristo. Abriga duas imagens de Nossa Senhora das Dores, uma de 1820, com rosto de porcelana, e outra da segunda metade do século XVII, com espada e diadema de prata e as esculturas de São Francisco Xavier, vinda da Itália, e a do Sagrado Coração de Maria, da Espanha.
Em 1873, foi concluída a grande escadaria frontal, a partir da Rua da Praia, que permitiu a entrada na igreja por esta via.
Em 1900, a torre do lado oeste foi inaugurada, em 1901, a do lado leste.
A obra foi concluída em 1904, demorou 97 anos para ser terminada.
Tombada como Patrimônio Histórico em julho de 1938.
A Lenda das Torres das Dores
Um Escravo foi condenado à forca, acusado de falta grave por seu Senhor, chamado Domingos José.
A forca ficava na praça defronte à igreja. Antes de ser executado, o escravo encarou o Senhor e o ameaçou:
- Se de fato tivesse culpa, seu acusador veria a construção da igreja terminar, mas, se estivesse inocente, Domingos José nunca chegaria a ver as torres do templo, pois morreria muito antes de elas serem erguidas.
As interrupções por falta de dinheiro, além de alguns acidentes, levaram os supersticiosos a acreditar na lenda.
O fato é que o último andaime da obra das Dores, só seria retirado em 1904.
Em 22 de julho de 1807, na Europa, acontece a Convenção de Londres, na qual a Inglaterra assegurava a integridade das possessões portuguesas desde que transferisse a sede do governo para o Brasil.
Nesta difícil conjuntura, a solução que se impôs ao príncipe Regente D. João foi a de mudar a sede do governo português para o Brasil. A Inglaterra garantiu a transferência.
- A França por um tratado com a Espanha, assinado em Fontainebleau, declarou extinta a Casa de Bragança (família real portuguesa) e partilhado o território do Reino Português entre os vencedores.
Em 19 de setembro de 1807, na Europa, Portugal, em Lisboa, na Real decisão do Príncipe D. João, então Regente de Portugal, tendo em vista o aumento dessa Capitania de São Pedro em “população, cultura e comércio”, exigindo “quem possa vigiar de perto sobre os interesses de seus habitantes”, resolveu desanexar seu governo da Capitania do Rio de Janeiro e erigi-la em Capitania-Geral; é criada por Carta Patente a Capitania Geral do Rio Grande de São Pedro, independente, subordinada apenas, como as demais, ao Vice-Rei e Capitão General do Estado do Brasil, após muitas outras Capitanias:
1709 – Capitania de São Paulo,
1720 – Capitania das Minas Gerais,
1744 – Capitania do Goiáz,
1748 – Capitania do Mato Grosso.
Carta Patente de criação da Capitania de São Pedro:
“Dom João, por graça de Deus, Príncipe Regente de Portugal e dos Algarves, daquém e de além-mar em África, Senhor de Guiné e da Conquista, navegação e comércio de Etiópia, Pérsia e da Índia ...
Faço saber aos que esta minha Carta-Patente virem que atendendo a que a grande distância em que fica o Rio de Janeiro a Capitania do Rio Grande de São Pedro, e o aumento que tem tido há anos em população, cultura e comércio, exigem pela sua importância quem possa vigiar de perto sobre os interesses dos seus habitantes e da Minha Real Fazenda, Sou servido desanexar este Governo da Capitania do Rio de Janeiro a que até agora era sujeito e erigi-lo em Capitania Geral com a denominação de Capitania de São Pedro, a qual compreenderá todo o Continente ao sul da Capitania de São Paulo, e as ilhas adjacentes, e lhe ficará subordinado o Governo da Ilha de Santa Catarina. E, atendendo, outrossim, as luzes, zelo e fidelidade com que o conselheiro Dom Diogo de Souza se empregou nos dois Governos de Moçambique e Maranhão,Sou Servido nomeá-lo Governador e Capitão-General da sobredita Capitania de São Pedro por tempo de três anos e mais que Eu for Servido: - Esperando me continuará a servir da mesma forma na criação e Governo desta nova Capitania Geral; ...”
Em 24 de outubro de 1807, em Porto Alegre, o governador Paulo José da Silva Gama, atendendo solicitação da Câmara cedeu terrenos do chamado Campos da Várzea (atual Parque Farroupilha) e terras devolutas para loteá-las, para adquirir recursos que fizessem frente à manutenção do governo, mas estas terras deveriam ser alienadas pela Coroa, o que impossibilitou o parcelamento das terras, mas algumas áreas já haviam sido cedidas para particulares.
Assim é assegurada a área do futuro Parque Farroupilha.
A Várzea era área de paragem dos Carreteiros com destino ao Porto da cidade que ali acampavam.
Em 27 de novembro de 1807, na tarde, na Europa, Portugal, Lisboa, embarcou para o Brasil a Família Real Portuguesa, chovia sem parar, ficaram embarcados fundeados junto ao porto de Lisboa.
Em 29 de novembro de 1807, na Europa, Portugal, Lisboa, mas a partida pôde ser efetuada, quando o tempo mudou, o dia nasceu radiante e o vento soprou do nordeste, o chamado vento espanhol empurrou a Esquadra Real para o Brasil.
Os fidalgos só foram avisados na última hora, alguns embarcaram com a roupa do couro. O embarque precipitado produziu péssimo efeito, mesmo assim foi à melhor saída. Quase 15 mil pessoas vieram aumentar a população do Brasil.
Em 30 de novembro de 1807, na Europa, Portugal, Lisboa, o general francês Andoche Junot, entrou em Lisboa com um exército de 23 mil homens, por mais depressa que se dirigisse, não conseguiu prender a Família Real Portuguesa, da Torre de Belém tentou bombardear a frota em fuga, atingiu apenas uma nau e caiu em desgraça na França.
- Uma grande tempestade em alto mar dispersou a frota Real, fazendo uma parte ir diretamente para o Rio de Janeiro, a nau que trazia o Príncipe D. João e a Família Real veio a ter em Salvador na Bahia de Todos os Santos, foram 64 dias de travessia do Atlântico com 8 naus, 5 fragatas, 3 brigues e 30 navios mercantes.
Na pressa da fuga, os pertences de cada grupo foram colocados em navios diferentes, o que fez vela de navio virar camisa, pouca comida, pouca água e ruim, muitos adoeceram.
Reino
Em 1808, no Brasil, com referência ao Sul, diz o comerciante inglês John Luccock, sobre o movimento de embarcações que partiram da Capitania de São Pedro: - zarparam 150 navios, sendo metade para o Rio de Janeiro, em geral eram briques (barcos) de 100 e 200 toneladas de frete, sendo que a produção do interior era trazida por iates de 20 e 70 toneladas de frete.
Ao se referir a Porto Alegre:
“É aqui que todos os navios têm que entregar seus papéis, sendo que a maior parte deles raramente seguem adiante. É aqui também os principais negociantes residem ou tem seus agentes estabelecidos; de tal maneira que ela pode ser considerada como o maior mercado do Brasil Meridional.”
Entre 1808 e 1820, no Brasil, Capitania de São Pedro, os estancieiros, na defesa da Coroa e de seus interesses privados, entraram freqüentemente em choque com a autoridade dos comandantes militares que representavam o interesse da Coroa na Capitania do Rio Grande de São Pedro. Entretanto, a importância do estancieiro-soldado era tal que a Coroa transigia, fazendo vista grossa às arbitrariedades e concedendo certa dose de autonomia ao poder local.
- Nas guerras de fronteira que se deram durante o período do príncipe Regente D. João no Brasil, os chefes gaúchos haviam incorporado cada vez mais terras, num processo que culminou com a anexação do Uruguai – Província Cisplatina, quando estâncias rio-grandenses foram estabelecidas na chamada Banda Oriental.
Este período celebrado como “idade do ouro” do prestígio das camadas dominantes regionais, viria a se alterar com a Independência do Brasil.
Em 1808, em Porto Alegre, a população quase que duplicou para 6.000 habitantes, com 1.200 casas, das quais 57 comerciais.
Em 22 de janeiro de 1808, no Brasil, na chegada em Salvador na Bahia de Todos os Santos, a Família Real Portuguesa foi recebida pelo governador, o Conde da Ponte e ficou por 45 dias.
Pela primeira vez uma nação européia passara a ser regida da América.
O Império Português era um dos maiores do mundo (com territórios na Europa, América, África e Ásia).
Em 28 de janeiro de 1808, no Brasil, seis dias depois de desembarcar na Bahia, o príncipe Regente D. João assinou Provisão Real (Decreto) através do grande brasileiro José da Silva Lisboa, depois visconde de Cairu, que teve papel primordial na medida decretada: - a abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional a “todas as nações amigas”.
Em 08 de março de 1808, na luminosa manhã, no Brasil, Rio de Janeiro, capital da Colônia, chegava a Família Real Portuguesa, desde a madrugada a multidão já se aglomerava no cais do Largo do Paço, fitando a esquadra fundeada na baía da Guanabara desde a madrugada, sob a escolta de 4 navios de guerra britânicos, muita bagagem, todo o tesouro e a Biblioteca Real, entre outras.
O desembarque ocorreu as 11 horas, a Procissão Real seguiu por ruas cobertas de areias branca, juncadas com folhas de mangueira e canela, por entre as filas da soldadesca perfilada, diante das casas enfeitadas de panos coloridos.
Teria dito a Princesa Carlota Joaquina, ao ver o estado de abandono do Rio de Janeiro:
“Que horror. Antes Luanda, Moçambique ou Timor”.
A marcha seguiu pela Rua Direita à do Ouvidor e dali a Igreja do Rosário, onde se rezou uma missa para dar graças pela chegada em segurança.
Ambos ficaram espantados, a Família Real com o estado da cidade “com seus odores pútridos”, e a multidão com a aparência dos príncipes D. João, D. Carlota Joaquina, da Rainha D. Maria I e dos Nobres que muitos de cabelos raspados ou trunfas (devido à epidemia de piolho a bordo), junto estão o Príncipe da Beira, D. Pedro.
A Família Real ficou instalada no Palácio do Vice-Rei junto com seus 350 lacaios.
- Para alojar milhares de nobres e cortesãos, foram requisitadas cerca de 2.000 casas, e seus moradores desalojados. Casas confiscadas eram marcadas com as letras “P.R. de Príncipe Regente”, o povo logo passou a traduzi-las por “Ponha-se na Rua” ou “Propriedade Roubada”.
Mesmo assim o Rio de Janeiro e o Brasil saíram ganhando.
- É instalando a sede do Império português no Rio de Janeiro e ali organizou sua administração, depois de uma rápida passagem por Salvador, na Capitania da Bahia.
O novo governo criou três ministérios:
Da Guerra e Estrangeiros,
Da Marinha e
Fazenda e Interior.
Instalou os serviços auxiliares ao funcionamento do governo, entre os quais, o Banco do Brasil, a Junta Geral do Comércio, a Casa de Suplicação (Supremo Tribunal), Casa da Moeda.
- Com a transferência da Corte para o Brasil, o príncipe Regente D. João escapou de cair prisioneiro de Napoleão Bonaparte (governando francês) como seu primo Fernando VII de Espanha; salvou o trono, consolidou a unidade brasileira e seu grande Império.
Em 1808, em Porto Alegre, as notícias demoravam, mas chegavam, a instalação do Governo do Reino no Brasil com a chegada da Família Real é o assunto do momento em todas as casas.
Em 1º de maio de 1808, no Brasil, Rio de Janeiro, é declarada guerra entre Portugal e a França.
Em 23 de agosto de 1818, em Porto Alegre, o povoado foi elevado à categoria de Villa, por Alvará Régio.
Em 10 de setembro de 1808, no Brasil, Rio de Janeiro, é editado o primeiro jornal do Brasil “A Gazeta do Rio de Janeiro”.
- É instituída a Impressão Régia, a primeira tipografia do Brasil.
Em 1809, na América do Sul, o Equador torna-se independente da Espanha.
Em 1809, no Brasil, Rio de Janeiro, o príncipe Regente D. João, declara guerra à França e manda invadir a Guiana, colônia francesa de Napoleão Bonaparte, foi uma ação rápida e tranqüila, 700 homens e ajuda naval inglesa, a capital Caiena não resistiu, a Capitania da Guiana ficou subordinada ao governo do Estado do Grão Pará e Rio Negro.
Da Guiana o príncipe Regente D. João manda trazer mudas, como: - caramboleira, fruta-pão, abacateiro, palmeira-real, e um tipo de cana de açúcar, que recebeu o nome de “cana caiena”.
O território foi devolvido à França por acordos, em 1817.
Em 27 de abril de 1809, no Brasil, o governo Português instalado no Rio de Janeiro, agora capital do Reino, eleva Porto Alegre à categoria de “Villa”.
Em junho de 1809, no Brasil, o príncipe Regente D. João ficou horrorizado com o aspecto “bárbaro” da cidade do Rio de Janeiro conferido ao “muxarabi ou muxarabiê”, reminiscências da influência árabe (moura) na arquitetura portuguesa (era o enquadramento de madeira posto sobre o balcão das janelas, com suas grades em rótulas trançadas), permitiam as pessoas conservarem a intimidade.
Foi baixada Provisão (decreto) obrigando todos os moradores a retirá-lo.
Mas em Porto Alegre também existiam e permaneceram por muitos anos.
Em de 23 de agosto de 1808, no Brasil, Rio de Janeiro, em Ato do Governo Real, transforma a Freguesia em Villa de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre. Mas ninguém deu importância, todos já se referiam a Freguesia (Paróquia) como Villa.
Em 07 de outubro de 1809, em Porto Alegre, pela Resolução Régia, foi renovada a criação da Villa. A elevação da Freguesia a Villa, foi determinada também pela divisão política, sendo preciso fazer uma nova Provisão Real (o decreto da época), formalizando a Real Resolução de 27 de abril de 1809, proposto pelo governador Paulo José da Silva Gama ao Príncipe Regente de Portugal em carta de 04 de dezembro de 1803, na primeira divisão da recém denominada Capitania Geral de São Pedro.
A Provisão Real criou quatro municípios na Capitania, instalados pelo governador D. Diogo de Souza em 1810 e 1811:
- Porto Alegre,
- Rio Pardo,
- Rio Grande e
- Santo Antônio da Patrulha.
- A área do antigo município de Porto Alegre se estendia de Camaquã até a atual Caxias do Sul, desmembraram-se da Capital mais de 80 dos atuais municípios gaúchos:
Até 1889, 13 municípios,
Até 1967, 57 municípios tinham se desmembrado da sede.
Porto Alegre ficou atualmente (2011) como um dos menores municípios do Estado, com 522 km2.
1810
Em 1810, na América do Sul, queda do Vice-Reinado do Rio da Prata (Argentina) que administrava a Colônia do Reino da Espanha.
Em 1810, em Porto Alegre, as eleições para a Câmara mudaram, deveriam ser eleitos seis cidadãos de bem, que escolheriam os senhores Camareiros (Vereadores), os nomes dos escolhidos tinham de ser remetidos ao Rio de Janeiro para receber a aprovação do príncipe Regente D. João.
Em 14 de novembro de 1810, em Porto Alegre, o novo ouvidor e corregedor Dr. Antonio Monteiro Rocha, mandou Ofício a Câmara ordenando que prontificasse o Pelourinho para as Cerimônias, e que fosse de pedra (nos tempos do Império, a freguesia precisava ter um pelourinho para ser elevada a condição de Villa).
Assim foi feito, às pressas pelo pedreiro Jacinto José, que recebeu 177$780 réis, a obra foi erguida em frente à Igreja das Dores, em plena Rua da Praia, a principal artéria da Freguesia, o local depois conhecido como Largo da Forca.
Esse monumento simbólico acabou não sendo muito utilizado, - mas o foi!
A elevação de “Villa” foi à definição da divisão política do município.
Isabelle, Arsène, descreve o nosso pelourinho em 1833:
“Cada dia, das sete às oito horas da manhã, pode-se assistir, em Porto Alegre, a um drama sangrento. Ponto de reunião – a praia, ao lado do Arsenal; de fronte de uma igreja (das Dores), diante do instrumento de suplício de um divino legislador; vereis uma coluna erguida num maciço de alvenaria e ao pé... uma massa informe, alguma coisa certamente pertencente ao reino animal, mas que não podeis classificar entre bímanos e bípedes... é um negro!...
Passai, retirai-vos dessa cena de desolação; o infortunado tem apenas membros mutilados, que mal se conhecem, sob os farrapos ensangüentados de sua pele murcha.”
Pelourinho
- Era o símbolo da autonomia municipal, era uma coluna, geralmente de pedra encimada com a coroa real, erguida em frente ao local chamado “Paço Municipal ou Paço do Conselho”. Nessa coluna colocavam-se os editais com a decisão da Câmara, chamadas “Posturas”.
Nela também eram amarrados os escravos condenados a castigos corporais. A ereção do pelourinho representava assim, um grande acontecimento na vida da povoação.
Em 11 de dezembro de 1810, em Porto Alegre, formalizava a instalação oficial da Villa de Porto Alegre, a partir de agora tudo se transformará até a Independência e então como cidade.
Conforme Provisão Real do príncipe Regente D. João, na Corte no Rio de Janeiro:
“Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e dez anos, aos onze dias do mês de dezembro do dito ano, nesta nova Villa de Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre, Capitania de São Pedro do Sul onde foi vindo o Doutor Ouvidor-Geral, e Corregedor desta Comarca Antônio Monteiro da Rocha em conseqüência da provisão supra registrada de sete de outubro de mil oitocentos e nove, e sendo ai por ele Ministro foram convocados todas as pessoas da nobreza e povo, e estando todos presentes se levantou o pelourinho em que estava todas as insígnias da Jurisdição Real. A cujo ato se alternaram por três vezes as palavras – Viva o Príncipe Regente Nosso Senhor, e levando assim com esta solenidade o dito pelourinho houve o mesmo Ministro por formada esta Villa. Eu Guilherme Ferreira de Abreu, escrivão da Ouvidoria e Correição da Câmara que escrevi e assinei.”
- O período de transição de “Villa para Cidade” (1810-1820) se caracterizou pelo embelezamento e melhoria das ruas e casas. Com o crescimento do comércio, as camadas mais abastadas da população começaram a investir em construções e reformas.
Abriram-se algumas ruas, pavimentaram-se outras, mas os prédios conservavam a aparência rústica.
A Fidalguia na Rua da Igreja
A elite de Porto Alegre começa a dar importância à aparência externa, construindo sobrados e até solares luxuosos.
As mais importantes figuras construíam suas residências na Rua da Igreja (Duque de Caxias), que compreendia a rua na parte do Largo da Matriz (Praça Deodoro) até o Largo da Caridade (Praça D. Feliciano), o primeiro lugar nobre de Porto Alegre, que perdurou por muito tempo.
Conforme Isabelle, Arsène:
“... a Rua da Praia e da Igreja (Duque de Caxias), são interessantes pelo grande número de lindas casas que possuem.
A outra no auto da colina; encontram-se nela a casa do governador da Província, a tesouraria, a igreja principal, edifícios todos de extrema simplicidade.
É também o ponto de reunião do belo sexo nos dias de festas civis ou religiosas; vai-se gozar da frescura de uma boa noite e de paisagem encantadora ...”
Em 1811, na América do Sul, Paraguai e Venezuela tornam-se independentes da Espanha.
Em 1811, América do Sul, Pedro José Vieira, vulgo “Perico, el Bailarín”, que era gaúcho de Viamão, acompanhado pelo uruguaio Venâncio Benavidez dá o Grito de Asencio, que é o primeiro grito da independência do Uruguai.
Surge o grande herói uruguaio “José Artigas”.
Em 1811, em Porto Alegre, abateu-se sobre a lavoura de Trigo (principal cultura) a praga da ferrugem e a produção da Capitania caiu para 180 mil alqueires, em relação aos 460 mil alqueires do ano anterior. A lavoura de trigo não se recuperou.
A abertura dos portos em 1808, também foi decisiva para enfraquecer o plantio, pois liberou a importação de trigo dos Estados Unidos e da Inglaterra.
- O trigo não voltaria a florescer, a incipiente indústria naval suplantou as limitações artesanais e a cidade de Porto Alegre veria nascer 5 estaleiros e seus armadores.
- Ingleses e holandeses assumiram o poder dos mares entre 1600 e 1700 e depois a Inglaterra e França nos séculos XVIII e XIX. Os mares estavam pacíficos no ocidente, o comércio ganhava impulso, os mares conheceram uma série de barcos com aspectos novos.
Embarcações à vela:
Navio: - Assim genéricamente chamado e se apresentava com 3 mastros em armação direita.
Barca: - Com 3, 4, 5 mastros, sendo 4 deles em armação direita e o quinta com velas latinas.
Barquetim: - Com 3, 4, 5 mastros de velas latinas, menos o da proa, que se apresentava com armação direita.
Galeta: - Com três mastros.
Misto: - De 4 mastros , dois direiros ee dois com velas latinas.
Brigue: - Com o mastro grande e o da proa , ambos com armação direita.
Bergatin: - Mastro de proa e armação direita e o grande com vela latina.
Escuna: - Com 2 a 6 mastros todos com velas latinas.
Chalupa: - Apenas 1 mastro com vela latina.
Sumaca:
Em 1812, na América do Norte, os Estados Unidos declaram guerra à Inglaterra pelas imposições ao comércio entre os dois países.
Em junho de 1812, na Europa Oriental, Napoleão Bonaparte invade a Rússia, chegam até a capital Moscou, que havia sido abandonada pelo povo.
Devido ao inverno intenso e despreparo de seu exército inicia a retira em novembro.
A Rússia, fingindo estar pressionada, recuou seguidamente para as áreas geladas da Sibéria enquanto esperava a chegada do inverno, quando a temperatura da região cai a dezenas de graus abaixo de zero, a “Napoléon la grande arme”, seu exército, foi seriamente danificada na campanha e não se recuperou.
Em 05 de dezembro de 1812, na Europa Oriental, Rússia, Napoleão Bonaparte abandona seu exército em difíceis condições e retorna a Paris (França).
As campanhas de Napoleão foram sempre inteligentes e vitoriosas, até hoje estudadas nas academias militares.
Na Campanha da Rússia, em 1812, marcou uma virada na sorte de Napoleão assinalando o princípio do fim de seu império.
Em 1813, na Europa, a Sexta Coligação derrotou suas forças de Napoleão Bonaparte em Leipzig.
Em 1814, na Europa, Inglaterra, George Stephenson construiu a primeira locomotiva a vapor, a “Blücher”, logo vieram outras, como a “Rocket”, o primeiro veículo mais rápido que um cavalo, com velocidade de 47 km/h.
Em 1814, na Europa, França, acontece à abdicação de Napoleão Bonaparte ao trono francês, é realizado o “Congresso de Viena”, na Áustria.
Napoleão Bonaparte é exilado na Ilha de Elba no Mediterrâneo.
Em 24 de janeiro de 1814, em Porto Alegre, é dirigido Ofício ao governador da Capitania D. Diogo de Souza, na necessidade de complementar-se a administração da Santa Casa pela respectiva Mesa Administrativa, segundo a regra da Irmandade de Lisboa, em condições de gerir a construção do hospital e edificar a respectiva igreja ou capela, para onde se transladaria a imagem do Senhor dos Passos, até então conservada na Matriz, a cargo da Irmandade do Santíssimo Sacramento.
- A petição recebeu parecer favorável, no mesmo ano o despacho aprobatório do governador.
Em 1815, na América do Sul, Banda Oriental, José Gervásio Artigas, “maior herói nacional do Uruguai”, ocupou Montevidéu, mas a região foi invadida por tropas-lusos brasileiras no ano seguinte enviadas por D. João VI.
Em junho de 1815, na Europa, Napoleão Bonaparte foge da Ilha de Elba pela incompetência e arbitrariedade do seu sucessor Luis XVIII, proporcionam-lhe mais 100 dias de glórias.
Após algumas vitórias é derrotado pelo Duque de Wellington na “Batalha de Waterloo” (na atual Bélgica) para os ingleses.
- Napoleão, ao invés da pena de morte é exilado na longínqüa Ilha de Santa Helena no oceano Atlântico entre Angola e o Brasil, com apenas 122 quilômetros quadrados.
Napoleão passou os últimos seis anos, de sua vida, confinado pelos britânicos.
- Em 05 de maio de 1821, aos 52 anos, de câncer, morre no exílio, na residência em Longwood, Napoleão Bonaparte líder de um Grande Império da Europa continental.
Uma autópsia concluiu que ele morreu de câncer no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsênio.
Em 1815, na Europa, Congresso reunido em Viena (Áustria) redefine as fronteiras da Europa, após a guerra contra Napoleão.
Em 1815, na América do Norte, termina a Guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra.
Em 1815, em Porto Alegre, tinha início à construção da Capela Nosso Senhor dos Passos, que se arrastaria por 12 anos, junto ao prédio da Santa Casa de Misericórdia, no Largo da Caridade.
Em 05 de janeiro de 1815, em Porto Alegre, a Câmara Municipal, cumprindo determinação superior, procedeu à eleição da Mesa Provedora da Santa Casa, e para provedor foi escolhido o então governador e capitão-general, Luiz Telles da Silva Caminha de Menezes, Marquês de Alegrete, para vice-provedor, o tenente-general Joaquim Xavier Curado, para escrivão, o brigadeiro Miguel Lino de Moraes.
Em junho de 1815, no Brasil, o príncipe alemão Maximiliano Von Wied, inicia expedição científica pelo país, do Rio de Janeiro à Bahia, até maio de 1817, onde coletou uma quantidade impressionante de informações.
Em 1815, em Porto Alegre, o major Desidério Cony, a fim de organizar a Feira do Peixe, demarcava o local da futura Praça do Peixe (atual Paço Municipal), a beira d’água, mas acabou inviabilizado e a área foi doada a particulares, assim as bancas de peixe acabaram se instalando na embocadura do Beco dos Ferreiros (Rua Uruguai).
Em 16 de outubro de 1815, no Brasil, Rio de Janeiro, o príncipe Regente Dom João, expedia Provisão Real (Decreto) que elevava o Brasil a categoria de Reino, num esquema similar ao Reino Unido da Grã-Bretanha de hoje.
O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, tinha como capitais oficiais o Rio de Janeiro e Lisboa, configurando ao Brasil, perspectivas até então desconhecidas, a colônia passava a ter os mesmos direitos e regalias dispensadas aos cidadãos portugueses continentais.
A nova bandeira do Reino, o antigo escudo português sobrepunha-se à esfera armilar de ouro, simbolizando o Brasil, o fundo passou a ser partido em azul e branco.
O Brasil deixou, naquele momento, de ser uma Colônia e passou a ser um Reino do vasto Império Português. A um passo da Independência.
Em 17 de dezembro de 1815, o Brasil é elevado a Reino.
Foram extintos os Estados brasileiros:
Estado do Brasil,
Estado do Grão-Pará e Rio Negro e o Estado do Maranhão e Piauí.
Em 1816, na América do Sul, as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) declaram sua independência da Espanha.
Em 1816, no Brasil, Rio de Janeiro, morre a rainha do Reino de Portugal, Brasil e Algarves D. Maria I (mãe do príncipe Regente D. João), esposa de D. Pedro III (seu tio e marido), morto em 1786.
D. Maria I mesmo posto que não exercesse o poder foi a “primeira rainha do Brasil”, estava louca desde 1792, e declarada incurável em 1799, quando D. João assumiu o posto de Regente.
Em 1816, em Porto Alegre, o Padre Tomé de Souza ministrava latim, matemática, filosofia e retóricas, foi professor de Antônio Alves Pereira Coruja.
Em 1816, em Porto Alegre, com a criação da Junta de Justiça, foi instalada na Villa a Forca no lugar que ficou conhecido como Largo da Forca (Praça da Harmonia), atual Praça Brigadeiro Sampaio.
Em 26 de março de 1816, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Reino, chega a “Missão Francesa”, onde D. João decidiu trazer ao país um grupo de pintores, escultores, gravadores e arquitetos franceses. Foram selecionados os artistas Antônio de Araújo de Azevedo, conde da Barca, e contratado pelo Marquês de Marialva, era um time de primeira indicado pelo Barão Humboldt:
Joachim Lebreton (1760-1820), chefe da missão, um dos organizadores do Louvre.
Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830), pintor histórico e subchefe da missão.
Auguste-Marie Taunay (1768-1824), escultor, lecionou escultura na Academia de Belas Artes.
Grandjean de Montigny (1766-850), grande arquiteto.
Charles Pradier (1768-1848), pintor, fez um dos melhores retratos oficial de D. João VI.
Marc e Zéphyrin Ferrez, irmãos escultores, gravaram a primeira moeda brasileira.
Ao todo eram 46 pessoas (algumas vieram com família e criados), o pintor Jean-Baptiste Debret e o maior de todos, que se tornou o maior cronista visual do Brasil do século XIX. Sua obra centrada no Rio de Janeiro antecipou a temática dos romances burgueses: - transformou as ruas em teatros e as gentes em atores sociais. Debret pintou a história da vida privada no Brasil.
Foi nomeado pintor da Casa Imperial e ajudou a decorar o Rio de Janeiro para a Aclamação de D. João VI (quando teve a idéia de iluminar com lâmpadas de zinco e lustres de cristal os monumentos do arquiteto Montigny), transformando o Rio de Janeiro numa “cidade luz tropical”.
Em abril de 1816, no Brasil, no Rio de Janeiro, o francês August François César Provençal de Saint Hilaire (1774-1853), vem se juntar a Missão Francesa a convite do Duque de Luxemburgo, após alguns meses na cidade, iniciou sua viagem pelo Brasil, começando pelas Minas Gerais em direção ao Sul do Brasil até a Freguesia de Rio Grande de onde retornou ao Rio de Janeiro em 1820.
Em 1817, no Brasil, Rio de Janeiro, o príncipe Regente D. João procurava realizar o velho sonho português de estender o seu domínio até o rio da Prata e impedir a ocupação do Rio Grande pelos espanhóis, entrando em Montevidéu em 1817, e anexando a Banda Oriental (atual Uruguai), criando a Província Cisplatina ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves,
D. Carlota Joaquina, esposa de D. João, na qualidade de representante da Casa de Bourbon de Espanha, sonhava com a regência e eventualmente com a “coroa” do Rio da Prata, a Inglaterra opunha-se a expansão portuguesa, por ter interesse de posse, havia o choque entre uruguaios e argentinos.
- O Brasil atingiu então sua “maior extensão”, desde a Guiana Francesa até o Rio da Prata.
- A Capitania do Rio Grande de São Pedro não é mais a última do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves, e Montevidéu substituiu Porto Alegre como a capital portuguesa mais meridional do Brasil.
Em 1817, no Brasil, Pernambuco, acontece a Revolução Pernambucana, vitoriosa no inícioi organizou uma República independente. Sufocada um mês depois pelas forças Reais.
Em 03 de outubro de 1817, em Porto Alegre, é colocada a pedra fundamental da Igreja do Rosário, erguida pelos escravos através da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, na qual os negros eram maioria, entidade fundada em 1786.
Em 1818, na Ásia, Índia, consolida-se a hegemonia e pressão inglesa com falsos pretextos.
Em 1818, na América do Sul, o “Exército dos Andes”, comandando por José de San Martin, derrota os espanhóis e declara a independência do Chile.
Em 1818, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Reino, deu-se a “Aclamação e Coroação” do Príncipe Regente D. João que recebeu o título de “Dom João VI”.
Devido à morte da Rainha D. Maria I (a louca), sua mãe a quem D. João substituía como príncipe regente desde 1799.
O recém inaugurado Theatro de São João sede seus salões para a aclamação de D. João VI.
- A presença da Corte Portuguesa no Brasil trouxe grandes melhorias e notável progresso cultural, em todas as capitanias, principalmente no Rio de Janeiro.
O comércio se intensificou, permitiu-se a abertura de indústrias.
- No Rio de Janeiro, foram abertas novas ruas, construído o aqueduto (arcos da Lapa).
A Quinta da Boa Vista, propriedade de um rico comerciante português, foi adaptada como Paço Real, para a residência de D. João e sua Família.
O antigo Palácio dos Vice-Reis transformou-se em Paço das Audiências, onde o governo administrava.
Foram fundados:
Museu Real do Rio de Janeiro,
Observatório Astronômico,
Biblioteca Real (com livros e documentos trazidos de Lisboa),
Banco do Brasil,
Real Junta de Comércio.
Foram inaugurados:
Real Theatro São João,
Jardim Botânico, o local preferido de D. João VI, onde mandou plantar várias espécies e as famosas palmeiras imperiais.
Foi criado o ensino superior, com a fundação de dois Colégios de Medicina e Cirurgia, Escola de Cirurgia do Hospital Militar em Salvador e Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica no Rio de Janeiro,
Arsenal de Marinha.
Também foram criadas:
Academia Real Militar,
Academia da Marinha,
Escola de Comércio,
Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, bem como a Academia de Belas Artes, onde o Rei D. João VI mandou contratar como professores vários artistas franceses.
- A criação da primeira Imprensa Régia (iniciou esta impressora a publicação do jornal A Gazeta do Rio de Janeiro-1808), na Bahia foi criada a imprensa que em 1811, iniciou a publicação do jornal Idade do Ouro do Brasil.
- Todas as Capitanias, ganharam com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, entre elas a Capitania de São Pedro e sua capital a Freguesia de Porto Alegre.
Em 1818, em Porto Alegre, é construído na Rua da Igreja (Duque de Caxias) o mais antigo prédio residencial ainda em pé, o Solar dos Câmara, em estilo colonial português, tem 1.290 metros quadrados, mandado construir pelo Desembargador José Feliciano Fernandes Pinheiro, mais tarde “Visconde de São Leopoldo”, primeiro governador da Província do Rio Grande de São Pedro.
O solar foi reformado posteriormente passando a ter estilo neoclássico. É o mais antigo prédio residencial da cidade. Conserva vestígios de senzalas no porão. Tombado pelo Patrimônio Histórico em 1963, o prédio foi restaurado entre 1981 e 1993. Atualmente pertence à Assembléia Legislativa que o transformou em Centro de Documentação da História Política do Rio Grande do Sul.
Em 1818, em Porto Alegre, desembarca o viajante francês Nicolau Dreys, onde permanece por 10 anos, descrevendo como cronista aspectos da vida da capital e do interior da Capitania (Província).
Em 1819, na América do Sul, o venezuelano Simon Bolívar proclama a República da Colômbia.
1820
Em 1820, na Europa, em Portugal, com a saída dos franceses desde 1815 (após a derrota de Napoleão Bonaparte) este era governado pelo marechal inglês Beresford, os portugueses indignados com a situação, o fato de custearem a permanência da Família Real e a preferência do Rei D. João VI pelo Brasil, sua contínua dilação da volta para a Europa, irritou os portugueses e rebentou em Portugal a Revolução Liberal do Porto, aproveitando da ida de Beresford ao Brasil.
O movimento revolucionário era dirigido por militares e magistrados. A idéia era dotar o país de uma Constituição liberal.
- Uma junta revolucionária assumiu o governo em Lisboa e convocou eleições para a Constituinte através das Cortes Gerais Extraordinária da Nação Portuguesa, não mais dividida em três classes (nobreza, clero e povo), mas sim puramente popular, de caráter democrático.
O movimento constitucionalista repercutiu no Brasil, seus benefícios foram inumeráveis, em todas as Capitanias, ao chegar à notícia de revolução, iam sendo depostos os governadores indicados pelo Rei D. João VI.
- Em Porto Alegre foi diferente, foram aclamadas “Juntas” sujeitas as Cortes de Lisboa, mas o povo não aceitou.
- Forçado pelas tropas, o Rei D. João VI concordou em aceitar a Constituição que estava sendo feita em Lisboa (Portugal), e jurou previamente bem como toda a Família Real, fê-lo com visível constrangimento no Paço Real no Rio de Janeiro.
- Portugal como uma nação que viveu mais de 700 anos sob o Governo Monáquico Unitário, não conseguia liberar-se de todo, da marca do centralismo administrativo.
Em 1820, na América do Sul, é proclamada a Independência do Peru.
Em 1820, no Brasil, nesse confuso emaranhado de pretensões e intrigas com relação a região do Prata, D. João V, após alguns anos de tenacidade (desde 1817), incorporou o território espanhol (atual Uruguai) sob o nome de Província Cisplatina (antes do Prata), respeitando, porém, a língua, a legislação e os costumes locais.
Em 1820, em Porto Alegre, o primeiro prédio próprio da Alfândega foi erguido, na Praça da Quitanda (atual Alfândega) a beira rio.
Em 1820, em Porto Alegre, a rua localizada das margens do Guaíba até a Praça da Alfândega foi denominada de Rua da Praia, nome que já era consagrado pela população em geral.
- Nesta época, quase todos os terrenos urbanos de Porto Alegre da área da península estavam pelo menos requeridos, restavam algumas poucas terras devolutas nas margens dos rios.
- Na Rua da Praia, conforme Saint Hilaire:
“A Rua da Praia, a única comercial, é extremamente movimentada. Nela se encontram numerosas pessoas a pé e a cavalo, marinheiros e muitos negros, carregando fardos. É provida de lojas muito bem instaladas, de vendas bem sortidas e de oficinas de várias profissões. Quase a igual distância desta rua há um grande cais que avança para a lagoa, e a qual se tem acesso por uma ponte de madeira.”
- Sobre a Santa Casa o naturalista Saint-Hilaire, registrou sua observação:
- Fora da cidade, sobre um dos pontos mais elevados da colina onde ela se acha construída, iniciou-se a construção de um hospital, cujas proporções são tão grandes, que provavelmente não seja terminado tão cedo; mas a sua posição foi escolhida com rara felicidade, porque é bem arejado, bastante afastado da cidade, para evitar contágios; ao mesmo tempo, muito próprio para que os doentes fiquem ao alcance do socorro de qualquer espécie.
- Com a paz nos campos, depois de períodos de lutas na Região do Prata, a elite havia tirado proveito do fato de Porto Alegre ter sido ponto de abastecimento das tropas. Muita gente enriqueceu ou aumentou a fortuna, e isso se refletiu na aparência e status da Villa.
- A população de Porto Alegre chega a 12.000 habitantes.
Era o período final da hegemonia do comércio de trigo, houve uma queda na produção, em 1820 a Província exportou 100.000 alqueires, em 1822 foi obrigada a importar 30.000 alqueires de trigo. Por vários motivos principalmente a concorrência externa, as plantações são trocadas pela criação de gado, com o produto charque, o eixo econômico se desloca para o sul da Província (Rio Grande e Pelotas), Porto Alegre estagna até o fim da Guerra Farroupilha.
- No Rio de Janeiro é adotado o Método Lancaster de alfabetização em grupo. Antonio Alves Pereira Coruja foi o pioneiro na aplicação do método de ensino em Porto Alegre.
Em 21 de junho de 1820, em Porto Alegre, chega o botânico francês, Auguste de Saint-Hilaire, escala da visita ao Rio Grande do Sul, da sua viagem pelo Brasil.
Cumprindo as formalidades o Coronel (título que ganhou no Rio de Janeiro) foi ao Palácio do Governo apresentar as cartas de recomendações. O governador Dom José de Castelo Branco Corrêa e Cunha Vasconcelos e Souza, Conde da Figueira, oferece hospedagem, que muito delicadamente não aceita.
Nesta passagem pelo Porto faz minuciosas observações sobre a Villa e seu povo.
Fica em Porto Alegre até 27 de julho de 1820.
- Saint-Hilaire observara que, muitas vezes, o porto de Porto Alegre abrigava até 50 embarcações entre “... sumacas, brigues e embarcações de 3 mastros.”
Em 27 de julho de 1820, em Porto Alegre, Saint Hilaire disse o seguinte:
“Do pouco que disse a respeito da posição de Porto Alegre se depreende quão agradável ela é. Já não estamos na zona tórrida com sítios majestosos e desertos monótonos. Aqui lembramos o sul da Europa e tudo quanto ele tem de mais encantador. Surpreendeu-me o movimento desta cidade, bem como o grande número de edifícios de dois andares e a grande quantidade de brancos aqui existentes. (...) Percebe-se logo que Porto Alegre é uma Cidade muito Nova. Todas as casas são novas e muitas estão em construção.”
“Mas depois do Rio de Janeiro não vi cidade tão suja, talvez mesmo mais suja que a metrópole.”
Segundo o naturalista este problema de lixo era ocasionado pela ausência de quintais na maioria das casas, o que gerava o grave inconveniente de seus ocupantes “... atirarem à rua todo o lixo, tornando-as imundas”.
Os locais mais visados para essa deposição desenfreada de lixo eram as “... encruzilhadas, os terrenos baldios e, principalmente, as margens da lagoa (Guaíba)”.
Em 22 de setembro de 1820, em Porto Alegre, o governador da Capitania do Rio Grande de São Pedro, o marechal de campo D. José de Castelo Branco Correia e Cunha Vasconcelos e Souza, Conde da Figueira, retira-se com licença, para a Corte no Rio de Janeiro, e instala-se um governo interino de três membros, de conformidade com o Alvará de 12 de dezembro de 1770. O chamado “Governo do Triunvirato” prolonga-se até 20 de agosto de 1821, que jura a nova Constituição Portuguesa das Cortes Gerais, junto à nova situação política de Portugal.
Governo do Triunvirato
(22.09.1820-20.08.1821)
Tenente General Manoel Marques de Souza, Presidente,
Ouvidor Geral José Bernardino de Sena Ribeiro da Costa,
Vereador Antônio Rodrigues Ferreira.
Em 20 de novembro de 1820, no Oceano Atlântico, um dia entrou para a História, “pela primeira e única vez” foi registrado um ataque de uma baleia contra um barco.
- Esguichos foram avistados, - os botes se lançaram ao mar, o primeiro imediato Owen Chase teve de dar meia volta para reparar seu bote atingido pela calda de uma baleia (algo comum). Foi quando a tragédia começou. O camareiro Thomas Nickerson viu um “cachalote macho”, com 26 metros de comprimento, cerca de 8 toneladas e a cabeça cheia de cicatrizes.
- A baleia nadou até o navio Essex e o atingiu na parte frontal, em seguida passou por baixo do barco e arrancou a quilha, mergulhou, afastou-se e atacou de novo, em grande velocidade atingiu o barco logo abaixo da âncora, o Essex estava condenado ao fundo do mar, a baleia nadou para nunca mais ser vista.
- Era o barco Essex que estava a mais de um ano no alto-mar capturando baleias para extrair o óleo utilizado na iluminação pública e na lubrificação de máquinas.
- Após o ataque os 20 tripulantes se refugiaram em três salva-vidas, à deriva por três meses, obrigando a comer os companheiros mortos, e viverem uma grande aventura até seus limites,
A saga serviria de inspiração para um clássico da literatura mundial, Moby Dick, do norte-americano Herman Melville, lançado em 1851, que fala de vários temas (da busca de Deus a questão do herói), na época foi um fracasso comercial e de crítica.
Em 1821, na Europa Oriental, a Grécia inicia os movimentos para sua independência diante do Império Otomano.
Em 1821, no Oceano Atlântico, na Ilha de Santa Helena, Napoleão Bonaparte que já fora o homem mais poderoso da Europa, morre no exílio.
Em 1821, na América do Norte, o México torna-se independente da Espanha.
Em 1821, no Brasil, as Cortes Gerais Portuguesas dividem a Colônia, as Capitanias passaram a chamar-se Províncias autônomas, acrescidas de mais quatro: - Rio Grande do Norte, Alagoas, Santa Catarina e Sergipe.
- Finalmente as terras brasileiras estavam unidas, com o Rio de Janeiro como capital neutra e sede de um único governo, mas as Cortes de Lisboa deixaram os deputados brasileiros de fora junto ao juramento das Províncias, o que fez o povo a apoiar o Rei D. João VI e o Príncipe D. Pedro.
- D. João VI disse ao seu filho Príncipe D. Pedro:
“O Brasil em breve se separará de Portugal. Se assim for, antes seja para ti que me hás de respeitar do que para algum desses aventureiros.”
- No Brasil, a cultura do Café já responde por 18% das exportações.
Em 1821, no Brasil, a população está em aproximadamente 4 milhões de habitantes, a maioria mestiça:
- Na Amazônia os indígenas;
- Na zona pastoril havia poucos negros;
- Nas cidades marítimas e na região das minas predominavam os negros:
- No Sul elevava-se a percentagem de brancos.
Um terço da população era de escravos.
Em 1821, em Porto Alegre, é realizada a execução por enforcamento de um condenado no Largo da Forca (Praça da Harmonia), junto ao Arsenal de Guerra, esta forca não estava montada, era confeccionada pela situação.
O primeiro executado foi, um tal “preto Joaquim”, por ter matado sua “Ama” .
Foram enforcados em Porto Alegre 22 homens na Praça da Forca, sendo 16 negros escravos, a maioria dos crimes eram de ofensa.
Em 07 de março de 1821, no Brasil, Rio de Janeiro, por decisão de D. João VI foram convocadas eleições para a escolha dos deputados brasileiros que deveriam tomar assento nas Cortes em Lisboa (Portugal).
Em 25 de abril de 1821, antes de o dia raiar, no Brasil, Rio de Janeiro, o Rei D. João VI a contra gosto, a Rainha D. Carlota Joaquina, acompanhada do filho D. Miguel, seis princesas e de 4.000 cortesãos embarcaram.
Após a Revolução do Porto (1820) que exigiu a proclamação de uma Constituição e o retorno do Rei, com exceção do Príncipe D. Pedro, que permaneceu como Regente no Brasil, casado com dona Leopoldina de Habsburgo, Arquiduquesa da Áustria.
- Antes de retornar a Portugal D. João VI e a Corte, representados por fidalgos, abastados negociantes, capitalistas, retiram sorrateiramente boa parte do Tesouro Real, sacam mais de 50 milhões de cruzados do Banco do Brasil, em espécie metálica, bens, dinheiro de contado, jóias de alto preço, tudo que representasse valor, o que deixa a Colônia e a futura nova nação em estado precário, viu-se o Banco do Brasil na iminência de uma bancarrota.
Em 26 de abril de 1821, no Brasil, a Família Real já embarcada um dia antes segue destino a Lisboa (Portugal) sede do Reino, para assumir o trono.
- Era lamentável a situação em que D. João VI deixou o Brasil. Nos dias seguintes ao de sua partida, produziu-se verdadeira crise no país: - a ex-capital do Reino afigurava-se deserta, abandonada, com a saída das 3.000 pessoas que regressaram ao Reino na Europa, acompanhando a Corte Portuguesa para a Metrópole. O movimento comercial quase paralisou.
Ninguém aparecia nos teatros e casas de diversão, parecia que andavam no ar, por cúmulo, recusam-se algumas províncias a reconhecer a autoridade de D. Pedro, príncipe Regente e outros hesitam entre o loco tenente de D. João VI e as Cortes de Lisboa.
Em 26 de abril de 1821, em Porto Alegre, por motivo do juramento à nova Constituição Portuguesa, ocorreu rebelião na cidade, cuja Câmara Municipal, desobedecendo a Constituição que determinava a criação de governos especiais de até 7 membros, elegeu autêntico governo ministerial.
A nova junta, eleita a 22 de fevereiro de 1822, governou até 8 de março de1822, com exceção do brigadeiro João Carlos Saldanha que fiel à Monarquia Portuguesa demiti-se por ocasião do movimento pela Independência do Brasil.
Entre 15 e 16 de maio de 1821, no Brasil, são eleitos os Deputados Brasileiros que deveriam representar o Brasil nas Cortes de Lisboa “Cortes Gerais Extraordinárias da Nação Portuguesa”, em Portugal.
As Cortes nem esperaram a chegada de todos os deputados brasileiros em Lisboa, com somente 46 dos 72 brasileiros presentes no plenário, votaram a emenda que simplesmente dissolvia o Reino do Brasil, o que foi considerado no Brasil uma afronta.
O Rei D. João VI se sentia coagido pelas Cortes, os ministros escapavam a sua escolha e viviam na dependência dos deputados.
Em junho de 1821, no Brasil, Rio de Janeiro, capital neutra, o comandante da Divisão Auxiliadora, Jorge Avilez, obrigou o Príncipe D. Pedro a jurar a Constituição Portuguesa, tentou resistir, pois já havia feito juramento em fevereiro com toda a Família Real, quando ainda estava em projeto, e sua palavra continuava empenhada, mas acabou cedendo às injunções da tropa. Tal humilhação levou o Regente a procurar o apoio do Partido Brasileiro.
Em 20 de agosto de 1821, em Porto Alegre, assume como governador da Província de São Pedro o brigadeiro João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun, Duque de Saldanha (20.08.1821-22.02.1822), na ocasião de sua posse jurou também as bases da Constituição Portuguesa “por não ter ainda jurado”.
- Mudanças estavam a caminho, em conseqüência da situação política geral, nas mudanças realizadas em Portugal nas Cortes Gerais, e as agitações que o ideal de “Independência” já vinha ocasionando no Rio de Janeiro.
Em 29 de outubro de 1821, em Porto Alegre, são eleitos proporcionalmente os 2 representantes gaúchos eleitos para assumir assentos nas Cortes em Lisboa (Portugal):
Padre João de Santa Bárbara
Major José Saturnino da Costa Pereira
Os eleitos não tomam posse em Lisboa em conseqüência das decisões arbitrárias das Cortes contra o Brasil.
Em 1822, no Brasil, Província de São Pedro, conforme Antônio José Gonçalves Chaves em “Memórias Ecônomo-Política”, a estância era a causa da miséria da Província. Quem não possuísse propriedade, de acordo com a legislação portuguesa, não poderia receber sesmaria.
Os “pobres” não tinham direito e receber terras. Muitas famílias vagavam de lugar em lugar, sem encontrar ocupação, dando origem aos “nômades gaudérios”.
Porto Alegre faz seu primeiro protesto popular
Em 1822, em Porto Alegre, nas vésperas da Independência do Brasil, uma manifestação contra a interferência militar no governo da Província de São Pedro ganhou as ruas da cidade.
- Um ano antes, o poder central em Portugal havia baixado um decreto das Cortes Gerais:
- Extinguiram no Brasil o “Governo Central do Rio de Janeiro”, bem como os tribunais superiores, ficando cada Província autônoma, colocando seus governos sob a autoridade dos Comandos Militares, diretamente subordinados a Lisboa (Portugal).
- Em conseqüência determinaram a volta à Europa, não a Portugal, do Príncipe Real D. Pedro (não mais Regente do Brasil).
- Em Porto Alegre como o Desembargador Luiz Teixeira Correa de Bragança defendia a intervenção militar (fiel a Lisboa), um grupo de moradores acompanhou-o da sala da Câmara até sua residência, sempre vaiando, sendo esta a Primeira Manifestação dos porto-alegrenses contra a ditadura militar das Cortes Gerais, pois o povo apoiava o príncipe regente D. Pedro.
- A maioria dos cortesãos e burgueses que vieram com a Família Real em 1808, e depois, não retornaram para Portugal, permaneceram no Brasil, formando a base oligárquica principalmente no Rio de Janeiro.
- O Brasil estava dividido em três partidos políticos:
O Português, o Monárquico e o Republicano.
O primeiro, constituído pela gente atrasada e pela tropa, aspirava manter o Brasil sob o jugo da metrópole e os dois últimos, formados pelo escol intelectual e social, sonhavam com a independência da colônia.
Em 09 de janeiro de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, S.A.R. o Príncipe D. Pedro recebeu emissários com uma petição escrita por José Bonifácio e assinada por toda a junta provincial de São Paulo. Neste documento poderoso, clamava ao príncipe que desafiasse as Cortes e permanecesse no Brasil, segundo ele as Cortes de Lisboa, baseadas “no despropósito e no despotismo”, buscavam impor ao Brasil “um sistema de anarquia e escravidão”. Movidos por uma “nobre indignação”, os paulistas estavam “prontos a derramar a ultima gota de sangue e a sacrificar todas as suas posses para não perder o adorado príncipe”, em que colocavam “suas bem fundamentadas esperanças de felicidade e honra nacional”. Os cariocas organizam um abaixo assinado com 8.000 nomes.
D. Pedro emocionado ousa dizer ao presidente da Câmara do Rio de Janeiro (Municipal) José Clemente Pereira, a frase histórica:
- “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico” – Dia do Fico.
Reunido defronte do Paço Municipal, o povo saudou a decisão do príncipe, que decide a não deixar o Brasil, assim o fez e mudou a história da nova nação que nascia.
Em 11 de fevereiro de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, as “tropas portuguesas” tentaram obrigar o Príncipe D. Pedro a embarcar para Lisboa (Portugal) a força, apoiado pelo povo e por tropas leais, o príncipe resistiu.
Em 12 de fevereiro de 1822, no Brasil, o Príncipe Regente D. Pedro, a partir de uma proposta do Senado da Câmara (Municipal) do Rio de Janeiro, convocou um “Conselho de Procuradores Provinciais”, sendo eleito para representar o Rio Grande do Sul o Padre Antônio Vieira da Soledade.
Em 22 de fevereiro de 1822, em Porto Alegre, a administração provincial passou a ser exercida por um governo representativo o chamado “Governo Provisório do Rio Grande de São Pedro”, segundo comunicado a José Bonifácio de Andrada e Silva, Ministro do Império e de Negócios Estrangeiros, conforme consta no auto da posse de 06 de março de 1822:
- “Apressamos em participar a V. Ex. que a 22 do mez último foi installado n’esta província um governo representativo, composto de nove membros, a saber, um presidente, um vice-presidente, dois secretários das repartições da guerra e civil, e mais cinco membros, ficando ao presidente as atribuições de general das armas, e a presidência da Junta da Fazenda Pública e da Junta de Justiça, por assim se manifestar nos desejos da tropa e do povo.”
Aproveitamos esta decorosa ocasião para assegurarmos á V. Ex. a nossa admiração e respeito. Deus guarde á V. Ex.
João Carlos Saldanha, presidente, Manoel Maria Ricalde Marques, secretário, José Ignácio da Silva, secretário, Felix José de Mattos Pereira de Castro, José Teixeira da Matta Bacellar, Francisco Xavier Ferreira.
- Em Porto Alegre e na Província do Rio Grande vivia-se dias agitados e decisivos que já prenunciavam a emancipação política da nacionalidade brasileira. As pessoas saem às ruas na capital em Vivas ao Brasil, a Independência e ao Príncipe D. Pedro.
Em 22 de abril de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, o Príncipe D. Pedro, é nomeado Regente do Brasil.
Em 29 de maio de 1822, em Porto Alegre, o Hospital de Caridade (Santa Casa) foi autorizado e organizado no Brasil Colônia, as vésperas da Independência, e confirmada através da resolução da Mesa do Paço no Rio de Janeiro, que assessorava o Príncipe Dom Pedro. Em dezembro de 1822, quando a Mesa Administrativa do Hospital de Caridade (Santa Casa) tomou conhecimento o Brasil já era Império independente e já é outorgada em ata a expressão “Sua Majestade Imperial”, D. Pedro I.
Em 03 de junho de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, é convocada a Assembléia Constituinte, com deputados de várias Províncias.
Com este ato a Independência do Brasil já está praticamente feita.
São representantes constituintes da Província do Rio Grande de São Pedro:
Antônio Martins Basto,
Francisco das Chagas Santos (suplente),
Joaquim Bernardino de Sena Ribeiro Costa, Ouvidor da Comarca,
José Feliciano Fernandes Pinheiro, o futuro Visconde de São Leopoldo por D.I. 12.07.1826, foi eleito também por (Santos) São Paulo, mas optou representar o Rio Grande e Porto Alegre.
- O Brasil entrava no século XIX e as Cortes de Lisboa propunham um retorno ao “status quo” do século XVII, mas o príncipe D. Pedro estava disposto a cumpri-la, mesmo sendo absurdas e injustas, pois as tropas portuguesas aqui estavam junto a uma grande fidalguia portuguesa.
Em 1º de agosto de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, o príncipe Regente D. Pedro declara que qualquer tropa portuguesa ou de outra nação que desembarcar no Brasil sem sua autorização será considerada inimiga.
Dirige o Manifesto aos Brasileiros convocando-os a se unirem.
“Não se ouça entre vós outro grito que não seja – União!
Do Amazonas ao Prata não retumbe outro eco que não seja – Independência!
Formem em todas as nossas províncias o feixe misterioso que nenhuma força pode quebrar.
Desapareçam de uma vez antigas preocupações, substituindo o amor do bem geral ao de qualquer província ou cidade.”
Em 06 de agosto de 1822, no Brasil o príncipe Regente D. Pedro procurou ser fiel à união a Portugal o quanto pode, mas chegou o momento em que a obediência as leis emanadas das Cortes levaria a inferiorização e fragmentação do Brasil, então dirige um Manifesto às Nações exigindo que os direitos do Brasil sejam reconhecidos pelos outros povos.
Em 14 de agosto de 1822, no Brasil, o príncipe Regente D. Pedro parte para a Província de São Paulo, agitada por lutas internas, deixando a Regência para a sua esposa a princesa D. Leopoldina.
Em 28 de agosto de 1822, em Porto Alegre, na Província do Rio Grande de São Pedro, chegam notícias do Rio de Janeiro contendo as resoluções das Cortes de Lisboa, de 23 de julho, - a população só fala em independência.
Em 02 de setembro de 1822, no Brasil, reunido no Rio de Janeiro, o Ministério decide comunicar urgentemente ao príncipe Regente D. Pedro, em São Paulo, que diante das Resoluções das Cortes em Lisboa, não era mais possível entender-se com Portugal.
Pelo ato do ministério está é considerada a data da Independência do Brasil.
Em 05 de setembro de 1822, no Brasil, tendo pacificado São Paulo, o príncipe Regente D. Pedro dirige-se para Santos, na Província de São Paulo, a fim de inspecionar as fortificações do litoral.
- Em Lisboa, sem saber o que acontece no Brasil, as Cortes se reúnem para deliberar sobre a Constituição convocada no Brasil que é anulada junto aos manifestos de 1º e 06 de agosto de 1822.
Os deputados brasileiros na Corte Portuguesa protestam, mas são vencidos.
Estas manifestações obrigam alguns deputados da Bahia e de São Paulo a procurar asilo na Inglaterra e de lá emitem um manifesto.
Em 07 de setembro de 1822, no Brasil, na Província de São Paulo, no caminho de São Paulo para Santos havia partido o major Antônio Ramos Cordeiro e o correio Paulo Bregaro com um maço de cartas urgentes ao príncipe Regente D. Pedro, que foi localizado nas colinas do Ipiranga quando retornava de Santos.
D. Pedro recebe as notícias de Portugal com cartas da Princesa D. Leopoldina e do Conselheiro José Bonifácio, informando-o da situação.
- As Cortes de Lisboa anulam a convocação da Constituinte feita por Príncipe Regente.
- As Cortes decidem limitar a autoridade de D. Pedro, transformando-o em simples governador submisso às Cortes.
“Senhor! O dado está lançado e de Portugal nada temos a esperar senão escravidão e horrores. Venha V.A.R. quanto antes e decida-se porque irresoluções e medidas d’água morna, à vista desse contrário que não nos poupa, para nada servem e um momento perdido é uma desgraça.
Muitas coisas terei a dizer a V.A.R., mas nem do tempo nem da cabeça posso dispor.”
Carta de José Bonifácio
- As cartas foram lidas amassadas e pisoteadas, o príncipe Regente D. Pedro, aos 24 anos, num ímpeto próprio de seu temperamento, monta em seu cavalo, cavalga até o topo do outeiro na Colina do Ipiranga e grita a guarda de honra, segundo narrativa de testemunha, o Alferes Canto e Mello:
“Amigos, as Cortes querem escraviza-nos e perseguem-nos.
De hoje em diante nossas relações estão quebradas.
Nenhum laço nos une mais.
É tempo.
Estamos separados de Portugal.
- Depois de arrancar a insíguinia portuguesa de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e, às margens plácidas do Ipiranga, bradou; heróico e retumbante:
Por meu sangue, por minha honra por Deus
Farei do Brasil um país livre.
- Erguendo-se no estribo e alçando a espada, afirmou:
Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será,
“Independência ou Morte.”
- Eram 4 horas da tarde de 7 de setembro de 1822 e o sol, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante.
- O príncipe Regente Dom Pedro estava desde os 10 anos no Brasil, aqui tivera seus primeiros cavalos e suas primeiras mulheres, seus primeiros amigos; aqui vencera seus primeiros desafios, políticos e pessoais.
Dom Pedro amava o país. Parecia ser o homem certo para torná-lo uma nação independente. – Foi justamente o que fez.
Ao colocar no trono um rei português, o Brasil fez uma transição relativamente tranqüila do regime Colonial para o Monárquico.
Império
Primeiro Reinado (1821-1831)
Em 07 de setembro de 1822, na Villa de Porto Alegre a Independência do Brasil é comemorada, a população sai pelas ruas e largos aos gritos de:
“Vivas ao Brasil,
ao Império e
ao Príncipe Dom Pedro”.
Em 15 de setembro de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, no retorno do príncipe Regente D. Pedro é Aclamado no Theatro São João.
Em 12 de outubro de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, S.A.R. Dom Pedro foi aclamado “Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil”, dia de seu aniversário.
Em 14 de novembro de 1822, no Brasil, na Província do Rio Grande de São Pedro, com a Independência do Brasil, através da Carta de Lei, de 14 de novembro de 1822, o Príncipe Regente D. Pedro elevou a Villa de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre à categoria de Cidade e Capital da Província do Rio Grande de São Pedro, dentro dos novos termos do Império do Brasil, exatamente:
90 anos depois da chegada do primeiro sesmeiro Jerônimo de Ornellas Menezes e Vasconcellos, que recebe a sesmaria de Sant’Ana,
70 anos após a chegada ao Porto de Viamão dos primeiros Casais Açorianos,
50 anos depois de ter sido Fundada Oficialmente.
13 anos após ser elevada a Villa.
- Estas transformações foram exigências dos novos tempos no Brasil, que deixava de ser Colônia de Portugal e passava a Império independente,
- Apesar da importância do evento para a cidade não houve qualquer solenidade, como também não foi lavrada nenhuma ata de elevação da vila à categoria de cidade.
Nessa época Porto Alegre ainda era uma vila colonial, com cerca de 12.000 habitantes. Ainda existiam os muros da cidade, mandados construir por José Marcelino de Figueiredo (Criador da Capital) para defesa contra as incursões espanholas. Já o portão colonial, localizado onde atualmente situa-se o Viaduto José Loureiro da Silva encontrava-se parcialmente destruído.
- Porto Alegre, capital da Província, começam a circular nas ruas os coches, segues e carruagens puxadas por cavalos; a famosa cadeirinha usada como transporte carregado por escravos, ficando proibido circular pelo centro da cidade, para não atrapalhar o tráfego.
As capitais das províncias crescem, com o aprimoramento do gosto, dos hábitos e dos costumes, serviços antes não imaginados são trazidos do mundo inteiro, principalmente da França e Inglaterra.
Os filhos dos grandes proprietários de terras saem do interior para a capital do Império ou embarcam para o exterior para estudar.
As cidades nesta época começam a oferecer a população oportunidades várias para se divertir.
Mas o Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, é o pólo de atração dos grandes proprietários de terras que após a Independência ocuparam os cargos políticos de maior projeção.
Em 23 de novembro de 1822, em Porto Alegre, a villa ganhou foro de cidade, por força de Carta de Lei de 14/11/1822, que erige em cidade a vila de Porto Alegre, capital da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, com a denominação de Cidade de Porto Alegre.
Em 1º de dezembro de 1822, no Brasil, Rio de Janeiro, é realizada na Catedral em grande pompa a cerimônia de coroação de S.M.I. D. Pedro I e D. Leopoldina.
- A Independência havia sido proclamada, mas nem todas as Províncias do Brasil puderam reconhecer o novo governo no Rio de Janeiro e unir-se ao Império sem pegar em armas.
As Províncias da Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina, lutaram pela liberdade da Coroa Portuguesa até fins de 1823, quando as tropas leais a Portugal foram expulsas do Brasil.
Em 1823, no Brasil, guarnições leais a Coroa Portuguesa que se haviam rebelado por ocasião da independência do Brasil são derrotadas pelo Imperador D. Pedro I, com o auxílio da frota do Almirante Cochrane, no Maranhão, Pará e Bahia.
Em 19 de fevereiro de 1823, em Porto Alegre, com a independência do Brasil a Câmara Municipal da Cidade de Porto Alegre tomou posse, com os vereadores:
Narciso Monteiro Araújo, Antônio José de Oliveira Guimarães, Domingos d’Almeida Lemos Peixoto, e o Procurador José Antônio de Sousa Leal.
Em 03 de maio de 1823, no Brasil, Rio de Janeiro, de acordo com a convocação feita em junho de 1822, reuniram-se solenemente os deputados componentes da Constituinte Brasileira.
A Assembléia era, ao mesmo tempo, constituinte e legislativa, isto é, devia paralelamente elaborar a “Constituição do Império e as leis ordinárias”.
- O Brasil herdara de Portugal uma estrutura político-administrativa já pronta, que se transferira para o Rio de Janeiro por ocasião da vinda da Família Real e a Corte (1808). O caráter representativo e constitucional do regime foi um elemento novo, pertinente ao também novo contexto europeu, agitado pelos ventos do Liberalismo.
Em 20 de outubro de 1823, no Brasil, Rio de Janeiro, antes da dissolução da Assembléia Constituinte pelo Imperador D. Pedro I, a assembléia dentro de suas funções legislativas organizou os governos provinciais, a Lei consagrava o princípio do executivo forte que passava a ser exercido por um “Presidente” (nomeado pelo Imperador) e definia-se a ausência de um legislativo local, no seu lugar criava-se um Conselho (conhecido como “Conselho Administrativo”), em número de 6 membros, eleitos da mesma forma que os deputados da Assembléia Geral (entre os cidadãos da Província) e se reunião uma vez ao ano para auxiliar o governo.
- O unilateralismo do mando e a manifesta centralização foram aprovados pelos deputados representantes da nação, inclusive os do Rio Grande do Sul. Prestigiados pelas armas em função do sucesso da incorporação da Província Cisplatina, pensariam os rio-grandenses que o Império iria manter os relativos privilégios locais.
Em 11 de novembro de 1823, no Brasil, Rio de Janeiro, o ambiente da Assembléia Geral se tornara tenso, até violento, ninguém se entendia.
- As leis criadas pelos constituintes limitavam o poder do Imperador D. Pedro, que não aceita.
Em 12 de novembro de 1823, no Brasil, Rio de Janeiro, a Assembléia Constituinte foi dissolvida por um ato de força do S.M.I. D. Pedro I, apoiada na tropa.
No ato de dissolução o Imperador prometeu convocar nova assembléia ao qual apresentaria um projeto “duplicadamente liberal”, foi nomeado um Conselho de Estado, composto só por brasileiros natos, por ele pessoalmente presidida, onde foi apresentado um projeto muito bom, enviado as câmaras municipais, a fim de discutirem e apresentarem sugestões.
Em 1824, na América do Norte, o México se declara República Federal.
Em 1824, no Brasil, Nordeste, aconcete um movimento federalista: - rebelião contra o Imperador, englobando Pernambuco, parte do Rio Grande do Norte e Paraíba. Essas províncias se separaram formando uma República, a Confederação do Equador.
Cinco meses depois os revoltosos serão sufocados pelas forças imperiais.
Em 08 de março de 1824, em Porto Alegre, o Desembargador José Feliciano Fernandes Pinheiro, o futuro “Visconde de São Leopoldo” se torna o primeiro governador da Província do Rio Grande de São Pedro.
Em 25 de março de 1824, no Brasil, Rio de Janeiro, na ansiedade de dar ao país uma lei fundamental, a Câmara por sugestão do Rio de Janeiro, solicita ao Imperador que colocasse em vigor o projeto examinado.
O Imperador Dom Pedro I alegando que:
“Tendo-nos, requerido os povos deste Império juntos em câmaras, que nós quanto antes jurássemos e fizéssemos jurar o projeto da Constituição que havíamos oferecido às suas observações para serem depois presentes à nova Assembléia Constituinte; mostrando o grande desejo que tinham, de que ele se observasse já como Constituição do Império, por lhes merecer a mais plena aprovação e dele esperarem a sua individual e geral felicidade política”.
Foi declarada desde logo em vigor a Primeira Constituição do Império do Brasil.
- A Constituição foi jurada indiretamente em Porto Alegre, na Província do Rio Grande de São Pedro e no restante do Império.
Em 26 de março de 1824, no Brasil, na Província do Rio Grande do Sul, a Constituição mantinha a ausência de poder legislativo local. Conforme Instrução, a eleição para os membros do novo Conselho Geral da Província, seria de forma indireta, integrado por 21 membros, uma vez que a Constituição de 1824 reconhecia o direito do cidadão de intervirem nos negócios da Província, para propor, discutir e deliberar sobre assuntos da região. O Conselho Geral da Província foi criado sem extinguir o Conselho Administrativo (1823) e os dois se sobrepunham.
- Na prática, o poder ficava centralizado nas mãos do presidente da Província nomeado pelo Imperador, que se apresentava como preposto do poder central. Como forma de garantir a lealdade e a perfeita sintonia para o centro, sem estabelecimento de alianças com os poderes locais, o Imperador por vezes nomeava pessoas alheias ao interesses da província, até mesmo oriundas de outras regiões do país. Isto consagrava uma estrutura vertical de mando, com as decisões centralizadas na Corte, na figura do Imperador e na Assembléia Geral (esta forma de governo manteve o país unido).
A representação do Rio Grande do Sul era pequena, 2 e 3 representantes.
Em maio de 1824, na América do Norte, os Estados Unidos é o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil, como nação livre.
Em 18 de junho de 1824, em Porto Alegre, “Nossa Senhora Madre de Deus”, no trapiche da Praça da Quitanda (Praça da Alfândega) começaram a chegar os primeiros Imigrantes Alemães.
No Palácio do Governo, um lacaio bate a porta do gabinete do Sr. Presidente da Província José Feliciano Fernandes Pinheiro, e lhe comunica que acaba de atracar no caís do Guaíba o bergatin “Protector”, trazendo os primeiros imigrantes alemães.
O Sr. Presidente apressa-se em recebê-lose desce célere a Ladeira (Rua General Câmara), oferecendo aos alemães a nossa característica hospitalidade.
(Discurso prof. Telmo Lauro Müller em 24.09.1974, São Leopoldo)
- Os imigrantes foram recebidos com regozijo pela população, vieram para desenvolver a agricultura e aumentar a oferta de alimentos.
O convite aliciante:
“Quem quiser viver mais uma vez feliz deve viajar para ao Brasil”.
Fazia parte da estratégia do major Georg Anton von Schaeffer, encarregado por Dom Pedro I de recrutar alemães para a agricultura e para a guerra.
Em Hamburgo (Alemanha), Georg Schäffer publicou o livro “Brasilien”, listando as vantagens de se partir para a América.
Era necessário colonizar a região sul, no início do novo Império do Brasil e clarear a pele de seu povo.
- A sociedade luso-brasileira do século XIX, cristã patriarcal e de relacionamento vertical entre senhores e escravos, viu-se acrescida entre 1824-30 dos imigrantes alemães.
- Para atrair aos colonos foram oferecidos 77 hectares de terra virgem por família, ferramentas, gado, sementes, auxílio financeiro nos dois primeiros anos e isenção de impostos por dez anos. Mas tinha um preço a pagar, por exigência do governo alemão, os que partissem oficialmente tinham de renunciar a cidadania alemã (jornada só de ida).
O lugar determinado para os colonos seria as terras devolutas que haviam pertencido a Real Feitoria do Linho Cânhamo. Nesta área a Coroa Imperial tentara implementar o cultivo e manufatura de fibra ideal para cordames e velas náuticas, mas foi extinta em 31 de março de 1824 por não ter tido os resultados esperados.
Real ou Imperial Feitoria foi o primeiro nome de São Leopoldo (nome em homenagem a Imperatriz D. Leopoldina), nesta época colônia de Porto Alegre (até 1846), a 14 léguas da capital.
- Depois de 49 semanas da longa viagem até o Brasil, na primeira leva vieram 6 famílias e 4 solteiros, entre outras: - Bust, Hammel, Hepper, Kraemer e Pfingst.
- Os alemães chegaram ao porto de Porto Alegre e ficaram arranchados no norte da cidade, na área ribeirinha, aguardando a demarcação das terras, e a construção dos barcos a remo para a longa viagem no Rio dos Sinos – daí a denominação:
- “Navegantes” para o local ao norte da cidade de Porto Alegre, a margem do Guaíba.
Os alemães foram os primeiros habitantes do lugar (atual bairro de Navegantes).
Em 24 de julho de 1824, em Porto Alegre, os imigrantes alemães iniciam sua viagem até seu destino final na Real Feitoria do Linho Cânhamo, embarcando no Guaíba e subindo o rio dos Sinos.
Em 25 de julho de 1824, em Porto Alegre, na “Fazenda Imperial de Feitoria Velha” os lanchões bicam os barrancos do então Porto das Telhas onde segundo a opinião do historiador Padre Luiz Gonzaga Jaeger, se ergue a matriz Nossa Senhora da Conceição, tem início a “colonização alemã” em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.
Na Real Feitoria, inicia-se uma nova era de trabalho livre na pequena propriedade e no artesanato em madeira, couro e metal.
Os colonos aguardaram até um ano para serem indicados os lotes que deveriam tomar posse.
Em 28 de julho de 1824, no Brasil, Rio de Janeiro, capital do Império, vai à consideração do Imperador D. Pedro I o assunto sobre o parcelamento dos Campos da Várzea em Porto Alegre, o que não permite, por considerar área militar.
Em 06 de novembro de 1824, em Porto Alegre, na Real Feitoria Velha (São Leopoldo), chega à segunda leva de imigrantes alemães e o primeiro judeu alemão J. G. Meyer, ourives de profissão.
Em 19 de novembro de 1824, em Porto Alegre, na Real Feitoria Velha (atual São Leopoldo) ficou conluída a medição dos lotes para os imigrantes alemães. Embora tivessem ganhado as ferramentas, eram-lhe totalemente desconhecido como proceder para preparar a terra. Tinham que derrubar as árvores e arrancar as raízes, trabalho lento e difícil.
- No primeiro ano vieram 126 famílias.
- Entre 1827-30, vieram oficiais e soldados da Prússia com treino militar, muitos cultos e politizados das lutas Napoleônicas e remanescentes da Legião Estrangeira criada em 1823.
- Muitos alemães perceberam a carência de serviços na cidade e preferiram se estabelecer na Cidade de Porto Alegre, outros entre o arraial dos Navegantes e a Feitoria do Linho Cânhamo, abrindo pequenas oficinas, que atendiam ao núcleo urbano e a concentração de carretas e viajantes a leste na Várzea do Gravataí.
- Foram 5.350 alemães emigrados da Pátria devassada por guerras em busca de melhores condições de vida.
Os nomes teutos: - “Adams, Arnt, Becker, Berta, Bier, Bins, Biehl, Bopp, Bromberg, Dreher, Gerdau, Geyer, Hermann, Jung, Klein, Kluwe, Kraemer, Lamb, Lang, Linck, Löw, Mentz, Metz, Müller, Neugebauer, Poock, Renner, Rheingantz, Ritter, Rotermund, Sassen, Schapke, Schmidt, Schneider, Schreiner, Sperb, Springer, Steigleder, Strassburguer, Streibel, Vetter, Volkmer, Wallig, Weimann, Wolf”, entre outros.
- Os alemães introduziram entre nós o costume de festejar o Natal precedido de presente de São Nicolau (06 de dezembro), comemorando com árvore colorida e alvos flocos de algodão e com a presença de “Cristkind” (Menino Jesus) e “Pelznickel” (Papai Noel), a Páscoa com ninho de ovos de galinha, recheados de amendoim açucarado, caprichosamente pintado; o Kerb comemorando o padroeiro da igreja com três dias de festa comunitária; são legados germânicos que enriqueceram a comunidade lusa, nos moldes seguidos até hoje. O estilo construtivo Eichamel dos imigrantes e a pintura Bauer desempenhado pelas senhoras, como item decorativo.
- A chegada dos alemães e de outras nações nórdicas (também chamados de alemães) por mais fraca que seja a população de imigrantes, em confronto com o número de brasileiros, tem ela, contudo, uma grande importância moral, porque seu exemplo não deixará de estimular, cedo ou tarde, o “caráter apático dos brasileiros”. (Isabelle, Arsène – 1833)
“- A fundação da Colônia Alemã de São Leopoldo é um dos fatos mais insignes de minha administração e me será permitido dizê-lo aqui, que me sinto orgulhoso por ver meu nome ligado a uma criação que vem acompanhada de tão auspicioso sucesso e cuja realização favoreci com todas as minhas forças; e cada novo dia que se aproxima aumenta a minha satisfação pelo florescimento e o franco progresso desse centro promissor de colonização, o primeiro e mais importante do Brasil.” (Memórias de José Feliciano Fernandes Pinheiro, visconde de São Leopoldo)
- José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leopoldo, figura impar do Império, ministro e presidente da Província do Rio Grande de São Pedro, deixou páginas preciosas sobre o Rio Grande e a colônia alemã em suas “Memórias” e “Anais da Província de São Pedro”, que lhe merecem o titulo de “Pai da História Rio-Grandense” dado por José Honório Rodrigues que o considerava “o 1º grande modelo de história provincial”.
Em 28 de julho de 1824, em Porto Alegre, o assunto sobre a área dos Campos da Várzea (atual Parque Farroupilha) é apresentado para consideração do Imperador Dom Pedro I. O que se diz contrário ao parcelamento (loteamento) da área, por ser utilizado para manobras militares.
Continua na Parte X
Excelente material de pesquisa com descrições precisas e ricas sobre a história de Porto Alegre e sua inserção no contexto da história do Brasil. Parabéns ! Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite / Museu da Comunicação Hipólito José da Costa / Musecom
ResponderExcluirExcelente material de pesquisa com descrições precisas e ricas sobre a história de Porto Alegre e sua inserção no contexto da história do Brasil. Parabéns ! Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite / Museu da Comunicação Hipólito José da Costa / Musecom
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ResponderExcluirMuito grande
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