Guaíba
Rio,
Estuário ou Lago
Guahyba
- Guayba
O lugar onde se situa a
cidade de Porto Alegre foi chamado de “Esquina do
Rio Grande” pelo historiador Riopardense
de Macedo.
Recebeu esta denominação por estar na beira do Lago Guaíba,
que une dois grandes volumes de águas navegáveis:
- O Rio Jacuí,
- A Lagoa dos Patos, na extremidade do Escudo Rio-Grandense,
o solo mais antigo do Estado.
O Rio Jacuí, que o antropólogo jesuíta Balduíno Rambo chamou de “goteira colossal, uma grande calha”, desce em
turbulência de sua nascente localizada no planalto, cerca de 400 metros acima do
nível do mar.
Ao atingir a Depressão central, a 100 metros de altitude,
suas águas correm para o leste e vão diminuindo a velocidade, de acordo com o
suave declive da planície.
No trajeto final próximo a Porto Alegre, o Jacuí recebe as
águas do Taquari, do Caí, do Sinos e do Gravataí, formando um delta, um enorme
bacia de decantação onde se acumula terra arrancada das encostas do Planalto.
Essas águas calmas e barrentas são despejadas no Guaíba,
apenas cinco metros acima do nível do mar.
O Guaíba desemboca na Lagoa dos Patos, que lança suas águas
no oceano Atlântico, 250 km
ao sul.
Além dessa confluência de águas, o sítio onde a cidade de
Porto Alegre se desenvolveu é ponto de encontro de diversas formações
geológicas, que podem ser distinguidas pela vegetação que produzem:
- As araucárias do Planalto, que chega à zona norte da
cidade.
- A cobertura típica da Serra do Mar, cujas últimas
elevações atingem Itapuã.
- As matas de galeria e os campos da Depressão Central, que
cruzam para leste até encontrar o mar, em Tramandaí.
Nesse lugar especial também se destacam os morros, a outra
marca registrada de Porto Alegre, que se alinham em três cadeias:
- Saindo de Viamão e chegando a orla do Guaíba, próximo a Itapuã.
- Outra forma o espigão Central que atravessa o município,
ao norte.
- E uma espécie de escada, desde o ponto mais alto da
cidade, o Morro Santana (311
metros ), até o Porto.
O canal natural navegável do
Guaíba fica entre a Ilha da Pintada e a ponta da península.
A mistura neste cenário
exuberante, água, céu, sol e horizonte onde Mario Quintana nos convenceu de termos “os mais belos crepúsculos do mundo”.
- O Guaíba chamado de “Rio Grande”, ora de lago ou lagoa do Viamão,
como se lê em Saint-Hilaire (1820).
Em certos documentos, a grafia é de “Guahyba” e, em outros, aparece
como “Yguahyba”.
Sabemos que a presença da letra “y”
em sua denominação não é aleatória: - está ligado aos primitivos habitantes da
região, os indígenas. Não se pode afirmar com exatidão quais entre eles a
teriam habitado, pois não se fixaram em definitivo, migrando constantemente.
Mas é possível supor que os silvícolas que ocuparam a região designavam Guaíba
como “Guaybe”,
ligado diretamente ao mar – o “paranã” – através do “paranatinga”, Lagoa dos Patos.
A
população que ali havia no século XVI constava de diferentes tribos: - Tapes, Charruas,
Patos, Minuanos, Guahycanans, ramo de uma única nação comum, chamada
Tupi-Guarani.
Na língua dos indígenas “Y” significa rio e se junta freqüentemente a um
nome característico. Desse modo, Jacuy significa Rio dos Jacus (espécie de
faisão), Jaguary, rio do jaguar e assim por diante. Por outro lado “Guasú”
quer dizer grande e “miri” pequeno.
A denominação dos cursos d’água, até hoje preserva vestígios
da existência indígena. Há várias interpretações para o topônimo “Guaíba”.
Theodoro de Sampaio o relaciona com “Gua-y-be” que, no falar dos
índios, significa enseada ou baia.
Outros fazem a palavra proceder de “Guá” (comprar) e “Ibá”
(fruta), aludindo ao rio como lugar de troca de alimentos.
Conforme Augusto
Meyer, sobre o chafariz na Praça da Matriz (Dom Pedro II) atual Praça
Deodoro:
- O chafariz hoje desmembrado a que se refere, representava
a bacia do Guaíba com seus tributários. As estátuas simbolizavam os cinco rios
formadores “o conjunto”, coroado pela figura cimeira, era o desaguadouro, o
seio das águas, na expressão dos índios. Guaíba na língua dos índios, anota o
autor – “quer dizer o seio das águas”.
A
diversidade de espécies forma o Guaíba, este importante estuário o “Lago Guaíba”,
peixes, anfíbios e vegetação aqui vivem ou usufruem, com seus ecos-sistemas
próprios.
No mapa os rios que desembocam no estuário do Guayba
Linha Trem Riacho/Tristeza - 1911
Cais Mauá - 1928
Rio Guayba - década de 1900
Mapas do século XVIII denominam de
Guaíba o curso de água atualmente chamado de rio Jacuí, registrando Lago de
Viamão ao que hoje chamamos de Guaíba.
O Guaíba não possui diferenciação entre nível de base e de
origem, desenvolvimento linear e perfil, regime e débitos próprios.
Portanto, não é Rio.
O conceito de Estuário
inclui características de foz ampla, lançando águas continentais no oceano.
Ora, o Guaíba não reúne estas características e ainda restaria descobrir de que
rio ele seria estuário.
Delta é a foz de
um rio, com ilhas formadas por sedimentos, lançando suas águas no mar, Logo, o
Guaíba não é Delta.
Ria é um estuário
pelo mar. Em determinado momento de sua evolução o Guaíba teria sido ria,
quando o mar submergiu a foz do Jacuí.
Segundo vários autores o Guaíba é um Lago formado pela falha existente no maciço granítico, que se
estende de Osório até o município de Guaíba, onde desembocam os rios Jacuí,
Caí, dos Sinos e Gravataí.
O assoreamento provocado por estes cursos de água
determinaram o surgimento da planície costeira.
Em Itapuã há uma barragem interrompida, que permite o
escoamento das águas do Guaíba, dando-lhe características de lago formado por
barragem.
Muitas foram às décadas e a
pergunta não era respondida:
– Afinal o Guaíba é o que?
Na década de 1980, um grupo de
estudo foi criado pelo governo do Estado e emitiu parecer, esclarecendo a
questão:
- O Guaíba é um Lago.
O
Guaíba - as águas da devastação
Nenhuma
tinha sido maior como a de 1873, que desabrigou famílias às
margens do Guaíba e do Riacho (arroio Dilúvio).
Mais
seis inundações aconteceram em 1897, 1898, 1905.
Em 1912, ocorreram 3 enchentes do Guaíba.
Em 1914, se chega à então maior de todas, uma catástrofe, como
definiu o jornal Correio do Povo.
Na
enchente de 1926, começaram as medições, naquele ano, a precipitação foi de
313,7mm.
Em 1928, foi de 225,5mm.
Em 1936, foi de 316mm.
Entre
10 de abril e 14 de maio de 1941, choveu sobre Porto Alegre
durante 22 dias.
Os
índices pluviométricos atingiram altíssimos 619,4 milímetros .
O Guaíba chegou a subir mais de quatro metros acima de seu nível normal. Nunca
houve, nem antes nem depois, uma enchente como está na cidade.
Na
tarde de 22 de abril de 1941, 12º dia desde o início das chuvas, ao mesmo tempo
em que senhoras pediam na Catedral a volta do Sol, na praça em frente um raio
atingiu o alto do monumento de Júlio de Castilhos.
A
situação, que já era ruim, pioraria até 08 de maio de 1941, quando o Guaíba
bateu seu recorde – 4,73m acima do seu nível. No total, 40 mil desabrigados
tiveram de ser atendidos pelas autoridades.
Essa “paisagem
veneziana, que seria pitoresca se não fosse dolorosa”, como definiu o Correio do Povo.
O panorama
das ruas naqueles dias; havia uma explicação simples:
- Não
chovia só em Porto Alegre ,
mas também sobre as bacias de todos os rios do estado que deságua no Guaíba.
No
cais do porto, a água estava 1,73m acima da calçada, e cobria a Rua da Praia
desde seu início até a Rua Uruguai, o trânsito era feito por barcos a remos ou
carroças, puxadas por cavalos nas partes mais rasas.
Os
cinemas localizados na Praça da Alfândega fecharam.
Os
bairros Menino Deus, Azenha, Santana, Cidade Baixa, Praia de Belas, Floresta –
onde a água alcançou a Benjamin Constant – e Navegantes foram os bairros mais
atingidos.
Os
colégios deram férias, mas os estudantes foram engrossar os batalhões de ajuda.
Os
vagões dos trens serviam de abrigo aos flagelados (as linhas para o interior
estavam paralisadas), mas isso só até serem tomadas pelas águas.
Foram
atingidas 15 mil casas, 200 fábricas (entre elas Renner e Gerdau) e 600
estabelecimentos comerciais.
O
Presidente da República Getúlio Vargas determinou auxílio integral à cidade. No
Rio de Janeiro e São Paulo, formaram-se seleções de futebol, que fizeram dois
jogos beneficentes.
A
preocupação maior era com as epidemias. A cidade montou 80 postos de socorro,
nos quais foram aplicadas 50 mil vacinas contra o tifo, 14 mil contra varíola e
600 contra difteria. Quando faltava energia, a vacinação continuava à luz de
velas.
No dia
15 de maio de 1941, finalmente, o Sol apareceu. Mas o mesmo vento Minuano que
limpou o tempo represou as águas do Guaíba.
Só no
fim do mês, o primeiro trem conseguiu sair da Estação Central.
Diques
A
partir de 1942, o Departamento Nacional
de Obras - DNOS e a Prefeitura iniciaram as obras de retificação do Riacho
e foram iniciadas as obras de diques de proteção nos rios Gravataí e no Guaíba.
Mais
tarde, construíram-se barragens no rio Jacuí e em outros rios, o que resultou
em mais energia e em controle do fluxo das águas.
Devido
às medidas tomadas, a calamidade de 1941 não se repetiu, ainda que algumas
vezes a intensidade das chuvas tenha sido semelhante à daquele ano.
Em 1967, a última grande enchente, ás águas do Guaíba no Centro
chegou a Praça Montevidéu.
Sistema de Proteção
Construído
depois dessas provas, entre 1971 e 1974, na gestão do prefeito Telmo Thompsom Flores, o famoso muro da Avenida Mauá aguarda o momento
de provar sua utilidade e saber se suas comportas realmente funcionam.
Em 1978,
foram feitos os últimos aterros, que incluíram o Dique de Proteção Contra Enchentes, com suas várias comportas e as
estações elevatórias, sobre o qual foi construída mais tarde a Avenida Beira Rio (do Centro a FEBEM,
atual FASE) ao sul, e ao norte foi construída a Avenida Castelo Branco (do Centro a Travessia do Guaíba) e a BR 290 (Freeway) em direção a divisa
com Cachoeirinha.
Porto
Alegre
Rio
Guaíba (Lago Guaíba), o pulmão da região.
A rede hidrográfica de Porto Alegre é
formada pelo Guaíba e o rio Gravataí, que recebem águas de vários arroios. A
zona urbana é drenada pelos arroios Dilúvio ou Riacho, Cascata, Teresópolis,
Passo Fundo, Cavalhada, da Mangueira, Águas Mortas.
A zona rural é cortada pelos arroios do Feijó, da Capivara,
do Salso, do Lamí.
Ainda o arroio da Taquara, Chico
Barcelos, das Garças.
Os arroios outrora possuíam água
límpida que a população utilizava para beber. Hoje na sua maioria canalizados
ou transformados em canal de dejetos.
Desemboca no Lago Guaíba por Porto
Alegre:
Rio Jacuí (Sinos, Caí, Taquarí)
Rio Gravataí
Águas do Delta (junto aos vários canais)
Rio Gravatay,
Rio dos Sinos,
Junto
a São Leopoldo, década de 1940
Rio Taquary, que deságua no rio Jacuí.
Junto
a cidade de Estrela, década de 1940
Rio Jacuy,
Rio
Jacui
Arroios
Arroio Dilúvio (antigo Rio Jacareí, Riacho, Arroio Sabão)
Arroio Divisa (bairro Cristal)
Arroio Cavalhada (bairro Cristal)
Arroio Capivara (bairro Ipanema)
Arroio Espírito Santo (bairro Espírito Santo)
Arroio Guarujá (bairro Guarujá)
Arroio do Salso (bairro Serraria)
Arroio Arado Velho (bairro Belém Novo)
Arroio Lamí (bairro Lamí)
Arroio Manecão
Arroio C. Barcelos
- Desemboca no Rio Gravataí por Porto Alegre:
Riacho Feijó (na
divisa com a cidade de Alvorada)
Riacho
Passo d’Areia (no bairro Passo d’Areia)
- Desemboca no Rio Jacareí:
Arroio Cascata (canalizado)
Bacia
do Guaíba
O lago Guaíba, também conhecido como rio Guaíba, é
uma grande bacia de sedimentação, localizada no estado do Rio Grande do Sul, no
Brasil, ao qual a cidade Porto Alegre está histórica e culturalmente ligada,
desde a chegada dos primeiros casais açorianos até o atual desenvolvimento
econômico da região.
Foi, e ainda é, considerado por muitos, um rio;
porém, após criterioso estudo envolvendo técnicos da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul e de universidades norte-americanas, foi classificado como um
grande lago.
O Guaíba é um ecossistema que sustenta uma rica
biodiversidade, onde interagem diversas espécies vegetais e animais, que
dependem de sua boa qualidade e preservação.
Sua bacia hidrográfica abrange uma área de 85 950 quilômetros quadrados, equivalente
a trinta por cento do território gaúcho. Nela, estão situados os núcleos
industriais mais importantes do estado, concentrando dois terços da produção
industrial do Rio Grande do Sul os centros urbanos mais populosos, onde vive
setenta por cento da população do estado.
Geografia
O Lago Guaíba é alimentado pelos rios Jacuí (84,6%),
Sinos (7,5%), Caí (5,2%) e Gravataí (2,7%), recebendo, também, as águas dos
arroios situados às suas margens. Estes rios desembocam no Delta do Jacuí,
formando então o Lago Guaíba, que banha os municípios de Porto Alegre, Eldorado
do Sul, Guaíba, Barra do Ribeiro e Viamão. A partir do Guaíba, as águas vão
para a Lagoa dos Patos e, por sequência, para o Oceano Atlântico.
Descrição
Possui uma área de 496 quilômetros quadrados, um
comprimento de cinquenta quilômetros, uma largura variável entre novecentos metros
e dezenove quilômetros, uma profundidade média de três metros (mas há um local
perto de Porto Alegre onde na costa a profundidade chega a 40 metros), um canal
de navegação com profundidade entre quatro e seis metros e um volume de 1,5
bilhões de metros cúbicos.
Na orla do Guaíba, encontram-se diversos pontos referenciais de
Porto Alegre, tais como o Cais do Porto, a Usina do Gasômetro, a Avenida
Beira-Rio (muito usada para esportes), o Anfiteatro Pôr do Sol, as ruínas do
Estaleiro Só, o Iate Clube Guaíba, o Sava Clube, o Veleiros do Sul, o Clube dos
Jangadeiros, entre outros.
O
pôr do sol no Guaíba
A Travessia
Régis Bittencourt é um conjunto de 4 pontes que o cruza, ligando a capital
à porção sul do estado.
No mês de outubro de 2015, o
Guaíba atingiu o nível mais alto em 74 anos, quando chegou a 2,93
metros e quebrou o recorde estabelecido em 1967. A alta do lago causou
alagamentos em diversos pontos em seu entorno e forçou o fechamento das
quatorze comportas construídas para contê-lo. A cheia foi causada pelo alto
nível pluviométrico registrado em 2015, devido à ação do fenômeno El Niño. As
chuvas seguidas encheram os rios que desaguam no Guaíba: o Jacuí, o Taquari, o
Caí, o Rio dos Sinos e o Gravataí.
Limpeza
Com a implantação do Programa Integrado
Socioambiental (Pisa), em um prazo de 20 anos (a contar de 2007), as águas do
Guaíba serão balneáveis novamente. A obra, uma das mais significativas da
história de Porto Alegre, promoverá uma mudança muito importante para a
população, garantindo melhores condições de moradia, saneamento e
empregabilidade para mais de 700 mil pessoas. As negociações com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, principal financiador do projeto, começaram
em 2000 e finalmente começam a produzir resultados concretos.
Salinidade
O lago é formado inteiramente por água doce, sendo o
único manancial de abastecimento do município de Porto Alegre.
A "Ponte do Guaíba", travessia sobre
um dos Distributários (braços) do rio Jacuí, localizada no Delta do Jacuí
A Ponte do Guaíba é uma ponte de 1,1 km de extensão
localizada sobre um dos braços do rio Jacuí, pertencentes ao Delta do Jacuí, na
cidade de Porto Alegre, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Considerada como um dos símbolos de Porto Alegre, ela liga a capital ao
interior do estado, na rodovia BR-290. A Ponte Rodoviária Móvel Getúlio Vargas
limita a passagem no vão inferior a embarcações com comprimento entre
perpendiculares máximo de 150 metros, altura (calado aéreo) máximo de 35 metros
e largura máxima de quarenta metros.
Embarcações com comprimento entre perpendiculares de
85 a 150 metros e embarcações que transportam cargas perigosas não podem
trafegar sob o vão móvel no período entre o pôr e o nascer do sol.
A maior parte das embarcações fluviais não sofrem
restrições ao tráfego sob a ponte móvel, exceto as embarcações destinadas ao
transporte de produtos perigosos, como gás liquefeito, derivados de petróleo e
produtos químicos.
Atlas
ambiental de Porto Alegre
Em 1820, quando
o cientista francês Auguste de
Saint-Hilaire avistou o Guaíba, não teve dúvidas em anotar em seu diário
que se tratava de um lago. Os moradores da época chamavam-no de "Lago de
Viamão" ou, também, "Lago de Porto Alegre", denominações
existentes desde o século XVIII.
A análise de mapas históricos da região costeira do
Rio Grande do Sul mostra que, durante o século XVIII e início do XIX, "Rio
Guaíba" era a designação do
segmento final do atual Rio Jacuí, compreendido entre a foz do Rio Taquari e as
ilhas do delta. Se "Guaíba",
em tupi-guarani, significa o “encontro das águas”, de fato é para esse
segmento que as águas de quatro rios afluem e convergem.
O Guaíba é um lago, pois:
1.
Os rios que nele desembocam formam um delta. Este tipo de depósito sedimentar
ocorre quando um volume de água confinado por canais encontra-se com um grande
corpo de água. O rápido desconfinamento do fluxo de água causa a descarga do
material arenoso e argiloso que estava sendo carregado pelos rios. Este
processo origina a formação de ilhas que vão sendo recortadas por canais
sinuosos chamados de distributários. Ao longo do tempo, as ilhas crescem em
direção ao lago. Os canais distributários podem se fechar e novos podem se
abrir, conectando ou separando as ilhas. A Ilha das Flores, por exemplo, era
formada pela antiga Ilha do Quilombo, na porção norte, a qual era separada da
porção sul por um canal, chamado de Quilombo, que hoje está ainda se fechando;
2.
cerca de 85% da água do Guaíba fica retida no reservatório por um grande
período de tempo. Esse fator é fundamental para a compreensão do modelo
ambiental do município e da região hidrográfica, implicando diagnósticos
ambientais e diretrizes de controle de efluentes poluidores mais acurados;
3.
o escoamento da água é bidimensional, formando áreas com velocidades diferenciadas,
típico de um lago;
4.
os depósitos sedimentares das margens possuem geometria e estrutura características
de sistema lacustre;
5.
a vegetação da margem é de matas de restinga, identificadoras de cordões
arenosos lacustres oceânicos.
Velejar
no Guaíba
Dos 1.500 barcos que navegam por mês no Guaíba,
velejam cerca de 30 mil pessoas. Somente este pequeno grupo tem a visão do
rio-lago. Num dia lindo, com muito vento como hoje, quantas pessoas tiveram
acesso ao Guaíba?
-
Poucas. Se ampliarmos essa visão da água para a cidade toda, vamos ter uma
visão mais crítica sobre a construção que queremos para a Porto Alegre do
futuro.
Um exemplo de preservação são as marinas da Europa,
em Barcelona na Espanha, que com ajuda dos pescadores do Mediterrâneo buscaram
minimizar os impactos.
Temos que pensar o impacto que teremos se fizermos
um novo Cais do Porto, se houver necessidade de uma nova construção de Cais,
comentou Israel Barcelos de Abreu, geólogo, mestre em hidrologia e saneamento e
doutor em Ciência pela Universidade de Barcelona (Espanha).
Admirar
a Paisagem
"Admirar a paisagem é um importante exercício de biopsicologia
humana, para a nossa higiene mental. A forma como as cidades se formaram impede
que ocorra a admiração da paisagem. Deixamos de admirar e pensar no futuro.
Precisamos recuperar a capacidade naturalista de observar",
comentou o professor Rualdo Menegat.
Guaíba
em risco: Moratória
O Lago Guaíba é um manancial de riquezas, e não
precisamos enumerar muitas qualidades, somente uma responde por todas: sua
capacidade de gerador de água potável. Ele merece toda atenção e cuidado. O
Guaíba é de toda a Região Metropolitana, com quatro milhões de pessoas, não é
só de Porto Alegre, mas de uma megacidade. Com essa visão, temos que assumir
outro contexto de gestão e assumir a cultura de megacidade. O Guaíba está em
alto risco. Assim como as chuvas abalaram o Rio de Janeiro nesta semana, por
falta de planejamento, Porto Alegre também não está preparada.
Deveríamos pedir uma "moratória geral para o Guaíba",
para que se pare, planeje e preserve: o Guaíba está muito contaminado no fundo.
O volume de esgoto que entra no Guaíba, tanto o doméstico (79 vezes o seu
volume anual) e o esgoto industrial (14 vezes o volume do Guaíba anual), é
alarmante. Precisamos parar com isso e repensar.
Precisamos dar um tempo ao Guaíba, comentou o
professor Rualdo Menegat, professor
do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da
Ufrgs, e geólogo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Pesquisa
sobre visões do Guaíba
Teresinha
Guerra apresentou o Diagnóstico da Bacia Hidrográfica do
Guaíba, demonstrando como foi ocupado e que população ocupa a bacia. O grupo
que mais demonstrou um sentimento próximo da natureza, no estudo, foi o de
pescadores.
"Eles se apegam muito ao sentimento de pertencer ao rio. Já
outros grupos veem o rio de outra forma, mais preocupados com seus negócios e
menos reflexivos sobre o impacto destrutivo que possam estar causando. A
população da capital é um grupo heterogêneo, tem grupos que querem fazer alguma
coisa, com pensamento de usufruir ao máximo possível. Mas tem outros que veem o
Guaíba como algo parado na paisagem e distante".
"O Guaíba precisa ter suas praias mapeadas, identificadas,
pois são da comunidade e não podem ser poluídas. As praias e enseadas, pontais
de granito, estão com um grande deposito de resíduos. Temos que ter um plano de
manejo na Orla, em um círculo de 10 kms das Ilhas, por exemplo".
"Cada área de preservação depende de um plano de manejo,
para ser pensado e discutido sobre o que vai acontecer ali naquelas áreas.
Pensar em como é possível melhorar a Orla, já urbanizada com a infraestrutura
do Cais do Porto ao rio Gravataí, e pensar inclusive na estética".
Teresinha Guerra, professora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Guaíba
de Contrastes
"O Guaíba é cheio de contrastes. Suas margens, sem
vegetação, é onde está ocorrendo o crescimento do mexilhão dourado, que
representa um risco à saúde. Precisamos pensar em quais são os usos
conflitantes. É preciso que as pessoas sintam e percebam mais o Guaíba".
Nanci Begnini Giugno Alves,
engenheira, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental (Abes/RS) e ex-presidente do Comitê do Lago Guaíba.
Guaíba
de Ontem e Hoje
Astélio
contou
suas experiências com o Guaíba, desde sua infância, das pescarias, das mudanças
e agressões que presenciou. Lembrou os arroios que levam suas águas, mas também
areia e muita sujeira para o Guaíba. Destacou que para melhor conhecer o Guaíba
é necessário ler os livros "Descobrindo o Guaíba" e "O Guaíba e
a Lagoa dos Patos" de Geraldo
Knippling.
Astélio
Bloise dos Santos, presidente da Ambi (Associação de Moradores do Bairro Ipanema)
e ex-comodoro do Clube Veleiros do Sul.
Os próximos eventos realizados pelo Comitê serão
divulgados. Nosso objetivo é sempre no sentido de que mais pessoas da
comunidade possam conhecer para defender. Conhecer as riquezas e os riscos que
o nosso Guaíba está sofrendo e as alternativas que a população tem para salvá-lo.
Sim, a responsabilidade é de toda população para conseguirmos chamar a atenção
das autoridades competentes para a importância do assunto.
Nas ilhas do Guaíba, a cota de cheia é atingida
quando as águas alcançam entre 1,80 e 1,85 metro. No cais do porto, o
transbordamento do Guaíba se dá quando as águas alcançam 3,00 metros no local,
o que não ocorre desde a década de 1960.
É grande o volume de águas dos rios Jacuí, Taquari,
Sinos e Gravataí, mas principalmente do Jacuí (principal afluente) e do Taquari
que desemboca no Jacuí pouco antes de Porto Alegre.
Poluição
no Guaíba
O Guaíba ainda dá peixe. Tem uma parte, próxima das
ilhas que ainda é muito poluída, tanto por dejetos orgânicos da 4ª maior
metrópole do Brasil mas também por indústrias de toda a região. Não é possível
tomar banho nesta parte, embora bem na região sul, tem áreas que já dá pra
tomar banho.
***
Níveis
de Poluição
(Presença de coliformes fecais por 100 ml de água)
Classe 1 Até 200
Classe 2 De 200 a 1.000
Classe 3 De 1.000 a 4.000
Classe 4 Acima de 4.000
Nota:
-
A água é considerada imprópria para banho (recreação de contato primário)
quando tiver mais de mil coliformes fecais por 100 ml.
Lavadeiras
no Guaíba na região da Praia de Belas,
início do século XX
Belém
Novo
Ilhas
do Guayba
O Delta do Jacuí e sua localização, a Ilha da Pintada é quase grudada no
continente, apenas um canal a separa. A Ilha
da Pintada é do Município de Porto Alegre, integrante do bairro
Arquipélago.
Gravura,
1881
Ilhas
do Guaíba
A Ilha da Pintada
é a principal ilha habitada do Município de Porto Alegre. Passando uma pequena
ponte que separa a Ilha do Município de Eldorado do Sul.
História
do bairro Arquipélago
Composto por 16 Ilhas, o Arquipélago é um dos
bairros mais peculiares de Porto Alegre. Além da condição natural da
localização, com sua extensa área verde e biodiversidade, os motivos da sua
especificidade também estão ligados à vivência íntima de seus habitantes com as
águas, que adaptaram seus modos de vida às condições naturais da região,
transformando a natureza para ali constituírem locais de moradia e formando uma
cultura própria dos ilhéus.
Data do século XVI, a
primeira ocupação das ilhas do Arquipélago, conforme indícios arqueológicos, e
seus primeiros habitantes eram índios guaranis. Com a ocupação do Rio Grande do
Sul, os índios obrigaram-se a buscar outras regiões do Estado.
No século XVIII, segundo
os moradores antigos do Arquipélago, as ilhas Saco do Quilombo, Maria Conga também chamada Ilha do Quilombo (atual Ilha das
Flores) e Maria Majolla abrigaram
ancestrais escravos.
No século XIX,
a presença de quilombo nas Ilhas é assunto ainda pendente de estudo
aprofundado, porém documentos da Câmara comprovam a presença de população negra
na Ilha em 1810, e dá indícios que sua ocupação seja anterior a esta data.
No início do século XIX, as
Ilhas abasteciam o centro da cidade com seus produtos, principalmente capim,
hortaliças e peixes.
A partir do final do século XIX,
a pesca foi a principal atividade econômica dos ilhéus.
Foi assim até meados de 1970: - a
pesca era artesanal e abundante, sendo o barco o meio de transporte por excelência.
O processo de desenvolvimento urbano da cidade
altera o modo de vida de seus habitantes, como a construção da ponte do Guaíba
que, paulatinamente, diminui o uso do transporte fluvial.
Por sua proximidade e facilidade de acesso ao Centro
da cidade, houve significativo aumento populacional, sendo que as com maior
número de habitantes são: Ilha da
Pintada, Ilha Grande dos Marinheiros, Ilha das Flores e Ilha do Pavão.
Nesta última, funciona uma das sedes do Grêmio
Náutico União, tradicional clube de Porto Alegre.
Das dezesseis ilhas que compõem o Arquipélago, a Ilha das Garças pertence ao município
de Canoas, e a Ilha das Figueiras,
ao município de Eldorado.
Mesmo com todas dificuldades enfrentadas junto ao
Arquipélago, especialmente pelos freqüentes alagamentos, seus moradores
encontram alternativas de atividades econômicas, como a das catadoras de lixo
da Ilha Grande dos Marinheiros, que
desenvolvem um importante trabalho de reciclagem, traduzindo-se como fonte de
renda e preservação da natureza.
Oficialmente, o bairro Arquipélago foi constituído
pela lei nº 2022 de 07/12/1959 com um total de dezesseis ilhas.
Em 1976, por
decreto oficial, o Arquipélago faz parte do Parque Estadual do Delta do Jacuí.
Em 1979, o
governo Estadual institui o Plano Básico do Parque com o objetivo de
disciplinar a ocupação e evitar a degradação ecológica, e a administração do
bairro ficou a cargo da Fundação Zoobotânica.
Antigo
Presídio - década de 1950
Ilha
do Presídio
Pontes do Guayba
A Ponte do
Guaíba, como ficou conhecida a primeira das quatro pontes que compõem a Travessia Régis Bittencourt, foi
inaugurada em 28 de dezembro de 1958 e tornou-se um dos símbolos de Porto
Alegre e orgulho para os gaúchos.
A Ponte do Guaíba, como ficou conhecida a primeira
das quatro pontes que compõem a Travessia Régis Bittencourt, foi inaugurada em
28 de dezembro de 1958 e tornou-se um dos símbolos de Porto Alegre e orgulho
para os gaúchos.
O nome de Régis Bittencourt foi dado em homenagem ao
primeiro diretor geral do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER).
Em 1962, o
então governador Leonel Brizola
rebatizou o trecho como Travessia Getúlio Vargas, o que, embora tenha merecido
placa em bronze em um dos pilares e sido adotada pela população, não foi
reconhecida oficialmente, por tratar-se de uma obra federal, sobre a qual o
Estado nunca teve ingerência.
Além da Ponte do Guaíba, compõem a Travessia do
Delta:
Ponte
do Canal Furado Grande,
A ponte sobre o Canal Furado Grande, com 344 mts de
comprimento, dá passagem a embarcações de pequeno porte.
Ponte
do Saco da Alemoa,
- A ponte sobre o Saco Alemoa, com comprimento de
774 mts, atravessa uma baía não-navegável do Delta.
Ponte
do Saco da Alemoa
Ponte
sobre o rio Jacuí,
- A ponte sobre o Rio Jacuí tem comprimento de 1.756
mts e um gabarito de navegação de 50 mts de abertura livre por 20 mts de
profundidade.
Vista
Geral
Todas as pontes estão entre as cidades de Porto
Alegre e Eldorado do Sul.
Vista
da cabine de Comando
O grande diferencial da Ponte do Guaíba é o avanço
tecnológico do projeto. Único na América Latina, o inconfundível vão móvel
eleva um trecho de pista de 58 metros de extensão (toda a ponte tem 1,1 km) e
400 toneladas de peso a uma altura de 24 metros (cada torre tem 43 metros até a
base, sob a água). Este recurso foi utilizado em função do tráfego de
petroleiros que subiam o rio Gravataí (ainda sobem, até o terminal da
Petrobrás) e, posteriormente, também para a passagem dos navios que se dirigem
ao Pólo Petroquímico de Triunfo.
Obras
do vão central
Vigamento
Chata
de apoio
Vão
móvel
Barcas
Antes da construção da ponte, a travessia era feita
em barcas pertencentes ao Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER),
que partiam da Vila Assunção, na
avenida Guaíba, zona sul da Capital.
Desde de 1941, levando
até a margem oposta, na cidade de Guaíba, cerca de 600 veículos e mais de mil
pessoas por dia.
A viagem demorava pelo menos 20 minutos e ainda
outros 40 para as operações de embarque e desembarque.
Desembarque
na Vila Assunção
Em 1953, quando
o sistema de barcas já dava sinais de saturação, começou a ser discutida uma
nova alternativa para a travessia do Guaíba.
Entre as possibilidades, estavam uma ponte a partir
da Vila Assunção, uma ponte ou túnel saindo da Ponta da Cadeia (na Usina do
Gasômetro) e uma ponte que aproveitasse as ilhas do Guaíba, esta foi a proposta
vencedora.
Barcaça
Ao se decidir por desativar o sistema de barcas, em
1953, se cogitou uma ponte a partir da Assunção, com 50 metros de altura e 100
metros de vão.
Antes
da Ponte
Esse projeto concorria com outros, mas teria custo
maior por exigir trabalho de fundação sob a água para toda a extensão da
estrutura.
O projeto foi elaborado na Alemanha e remetido ao Laboratório
Dauphinois d'Hidraulique, em Grenoble, na França, à época um dos melhores do
mundo em hidráulica. Lá, foi montado um modelo do Delta do Guaíba no chão de um
pavilhão medindo 30m por 40m, reproduzindo, inclusive, a inundação de 1941, e
os possíveis efeitos de uma nova cheia à Ponte, à cidade de Porto Alegre e
regiões insulares.
Foi a maior obra de engenharia feita no país até
então e a primeira ponte do Brasil a ser realizada em concreto protendido - que
em vez de usar ferros, como o concreto armado, usa aços especiais que comprimem
o concreto, permitindo vãos maiores. Por mérito dos projetistas alemães, foi
calculado que em 35 anos o movimento exigiria sua duplicação.
Foi então construída já com o dobro da capacidade de
tráfego, demandando oito anos de trabalho. O Governo Federal liberou os
recursos para que o DAER administrasse a obra, cujos trabalhos ficaram a cargo
da construtora porto-alegrense Azevedo, Bastian e Castilhos (ABC), ainda hoje em
atividade. Foi necessária a mão-de-obra de 3,5 mil trabalhadores.
Curiosidades
em Números
Ao se decidir por desativar o sistema de barcas, em
1953, se cogitou uma ponte a partir da Assunção, com 50 metros de altura e 100
metros de vão.
Antes
da Ponte
Esse projeto concorria com outros, mas teria custo
maior por exigir trabalho de fundação sob a água para toda a extensão da
estrutura.
O projeto foi elaborado na Alemanha e remetido ao Laboratório
Dauphinois d'Hidraulique, em Grenoble, na França, à época um dos melhores do
mundo em hidráulica. Lá, foi montado um modelo do Delta do Guaíba no chão de um
pavilhão medindo 30m por 40m, reproduzindo, inclusive, a inundação de 1941, e
os possíveis efeitos de uma nova cheia à Ponte, à cidade de Porto Alegre e
regiões insulares.
Foi a maior obra de engenharia feita no país até
então e a primeira ponte do Brasil a ser realizada em concreto protendido - que
em vez de usar ferros, como o concreto armado, usa aços especiais que comprimem
o concreto, permitindo vãos maiores. Por mérito dos projetistas alemães, foi
calculado que em 35 anos o movimento exigiria sua duplicação.
Foi então construída já com o dobro da capacidade de
tráfego, demandando oito anos de trabalho. O Governo Federal liberou os
recursos para que o DAER administrasse a obra, cujos trabalhos ficaram a cargo
da construtora porto-alegrense Azevedo, Bastian e Castilhos (ABC), ainda hoje em
atividade. Foi necessária a mão-de-obra de 3,5 mil trabalhadores.
Curiosidades
em Números
-
A Travessia Régis Bittencourt atravessa quatro ilhas: Grande dos Marinheiros,
do Pavão, das Flores e Pintada. Elas abrigam uma população de 15 mil pessoas.
-
A ponte sobre o Lago Guaíba tem 777m de comprimento. Suas torres de
levantamento possuem dimensões de 4m X 4m com superfícies arredondadas na parte
externa. São peças ocas com 25cm de espessura de parede e altura de 48m até a
base. A posição mais elevada do tramo metálico fica à altura de 40m, e a mais
baixa, de 13,5m, permitindo a passagem de barcos relativamente grandes. A
distância transversal livre entre as torres é de 18,6m, e a longitudinal, de
51,8m.
-
O vão móvel tem 58 mts de comprimento e pesa 430 toneladas. A elevação é feita
por dois motores e equilibrada pelos contrapesos que ficam nas quatro torres.
Passadas mais de quatro décadas, a Travessia Getúlio
Vargas teve de ser adaptada a uma nova realidade, com o fluxo de veículos médio
de 30 mil veículos ao dia, e com importância estratégica para a consolidação do
Mercosul, já que é corredor natural dos produtos entre os vários países que
constituem o bloco econômico. Para isso, passou por uma profunda reforma, com a
substituição dos cabos, roldanas e motores que promovem o içamento do vão,
reforma da fachada, pintura. Falta, ainda, uma nova iluminação.
Não aquela natalina, que em 1999 e 2000 encantou a
todos ao projetar nas águas do Guaíba o desenho de um imenso veleiro, mas uma
permanente, bela e diferenciada, como a própria Ponte, cujo projeto foi
realizado pela empresa francesa Cité Luz, que também iluminou o Museu do
Louvre, em Paris. A implantação dessa iluminação depende apenas do interesse de
parceiros, que queiram ter seu nome associado a um dos mais belos monumentos de
engenharia no RS.
Em dezembro de 2007, foi
lançado o livro “A
Ponte do Guaíba”, em homenagem aos 50 anos de história da ponte. A
edição, de 96 páginas, é composta por ensaios voltados aos aspectos histórico,
ambiental, cultural−paisagístico e sociológico da ponte, ilustrados com imagens
antigas e recentes, estas últimas produzidas no verão e outono de 2007 pelo
fotógrafo Eduardo Aigner.
“É a mobilidade da ponte que lhe faz ser única e tão
cinematográfica”, diz Furtado.
Parque
Estadual Delta do Jacuí
Situado na Região Metropolitana de Porto Alegre, no
encontro dos rios Jacuí, Gravataí, Caí e Sinos, o parque é formado por 30 ilhas
e porções continentais com matas, banhados e campos inundados.
Das ilhas, destacam-se a dos Marinheiros, a Pintada,
a das Flores, a da Pólvora e a Mauá. Lontras, jacarés-de-papo-amarelo,
capivaras e uma grande variedade de aves aquáticas fazem parte da fauna do
Delta.
O complexo de ilhas funciona como filtro e esponja
regulando a vazão dos rios em épocas de cheias, protegendo a população da
grande Porto Alegre. A elaboração do novo plano de manejo começa a inserir a
população das ilhas e as prefeituras nas decisões sobre a preservação e a
melhoria da qualidade de vida.
Dada a importância do Delta para a região em que ele
se localiza, se tornou extremamente importante a preservação dessa área e, para
isso, a presença do Estado na região é imprescindível.
O Parque Estadual do Delta do Jacuí, criado pelo
Decreto nº 24.385, de 14 de janeiro de 1976, não constitui categoria de unidade
de conservação prevista no Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Viu-se
então que a criação do parque deveria possuir legislação que o regulamentasse.
Uma reavaliação da unidade de conservação deveria
ser feita para adequá-la a nova legislação, como prevêem o artigo 55 da Lei
Federal nº9.985, de 18 de junho de 2000 e o artigo 40 do Decreto Federal nº
4.340, de 22 de agosto de 2002.
O Decreto Estadual nº 43.367, de 28 de setembro de
2004veio corrigir esse impedimento. Sua denominação passou a ser Área de
Proteção Ambiental, APA, Delta do Jacuí.
O
Parque
Localização
O Delta se localiza nos municípios de Porto Alegre,
Canoas, Nova Santa Rita, Triunfo, Charqueadas e Eldorado do Sul, com uma área
de 17.245 hectares.
As ilhas que a área compreende são:
Ilha das Balseiras
Ilha Cabeçuda
Ilha do Chico Inglês
Ilha do Cipriano
Ilha do Corumbé
Ilha da Figueira
Ilha das Flores
Ilha da Formiga
Ilha do Furado
Ilha das Garças
Ilha Grande do Domingos José Lopes
Ilha Grande dos Marinheiros
Ilhas do Humaitá
Ilha do Lage: Localizada
entre as cidades de Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul e Nova Santa Rita,
próximo ao Rio Gravataí, a ilha pertence ao Parque Estadual do Delta do Jacuí,
atualmente a ilha é desabitada.
Ilha Leopoldina
Ilha do Lírio do Cravo
Ilha Mauá
Ilha Nova
Ilha do Oliveira
Ilha do Pavão: Localizada entre as cidades de Porto
Alegre e Eldorado do Sul, faz parte do delta do Jacuí. Na ilha está uma das
sedes do Clube Grêmio Náutico União, um dos principais do Rio Grande do Sul.
Ilha da Pintada
Ilha Pinto Flores
Ilha da Pólvora
Ilha das Pombas
Ilha Ponta Rasa
Ilha do Serafim
Ilha dos Siqueiras
Ilha da Virgínia
O
Delta
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.
«Significado de "guaíba" no Dicionário Português Online». Consultado em 29
de julho de 2013
Dicionário Aulete. «Significado de guaíba».
Consultado em 29 de julho de 2013
Prefeitura de Guaíba (RS). «Guaíba: História -- O
que significa Guaíba». Consultado em 29 de julho de 2013
«Nível do Guaíba atinge maior marca em 74 anos».
Zero Hora. 12 de outubro de 2015. Consultado em 29 de outubro de 2015
DMAE. «Locais de captação». Consultado em 12 de
novembro de 2014
A Navegação na Lagoa dos Patos, MÜLLER, C.A., 2003,
pag.14.
Atlas Ambiental de Porto Alegre Coordenador Geral:
Rualdo Menegat PMPA - UFRGS - INPE. Porto Alegre, RS, 1999 2ª Edição Cap. 3,
pág. 37
GOMES, José Juvenal, et alli. Arquipélago: as ilhas
de Porto Alegre. Porto Alegre: Unidade Editoria da Secretaria Municipal da Cultura
UE/SMC/Porto Alegre, 1995.
Notas:
Comitê
Multidisciplinar de Planejamento Urbanístico da Orla do Guaíba
Grupo
de Comunicação
Veja
o Hot Site em comemoração aos 50 anos da Ponte do Guaíba.
Acesse
www.concepa.com.br/pontedoguaiba
Adorei seu blog. Muito esclarecedor para quem necessita conhecer sobre a "ponte do guaíba" e sobre o Delta do Jacuí.
ResponderExcluirOlá, gostaria de manifestar que há um pequeno erro no mapa logo no início da postagem. O rio Taquari não desemboca no Delta do Jacuí, mas sim no próprio rio Jacuí. Os rios que desembocam no Delta são Gravataí, dos Sinos, Caí e Jacuí.
ResponderExcluirMuito interessantes as informações, parabéns pelo trabalho!
Muit legal sou louco pelo rio jacui e tudo mais procuro um mapa com nome de todas as ilhas se puder me ajudar !!!! Muito Bom mesmo !!!!Show
ResponderExcluirMuito legal, obrigado por compartilhar destas informações.
ResponderExcluirParabéns! Estamos trabalhando num projeto para o Museu das Ilhas. Posso usar partes destas informações?
ResponderExcluir