O Tiro
O Tiro é uma modalidade de esporte em que o atirador deve acertar o alvo o maior número de vezes.
Os alvos podem ser fixos ou móveis, variando o tamanho e a distância, o que determina a modalidade em questão.
O Tiro requer, de quem prática, concentração, disciplina, raciocínio, iniciativa além de equilíbrio físico e psicológico para o manuseio de armas de fogo.
No Brasil, os locais utilizados para tal prática são os Clubes de Tiro, encontrados praticamente em todos os estados.
A Prática do Tiro
Como prática esportiva, o TIRO apareceu no século XVI na Europa, e chegou aos estados do sul do Brasil com a imigração alemã, no século XIX.
Pelo processo de aculturação vivenciado pelos imigrantes, a modalidade desenvolveu inicialmente uma conotação sócio-cultural e as primeiras competições aconteciam em datas comemorativas nas quais os vencedores recebiam prêmios em dinheiro e ouro.
A versão inicial esportiva era chamada de Tiro ao Alvo e seu crescimento, em determinados casos, foi relacionado aos Clubes de Caça e Pesca.
Devido ao interesse diferenciado, a modalidade de esporte “Tiro” passou a subdividir-se em Tiro Esportivo e Tiro Prático, cada qual organizada em sua própria Confederação.
A modalidade Tiro Prático, particularmente a IPSC, teve seu ponto de partida na Califórnia - EUA por volta dos anos de 1950 e rapidamente atingiu outros países e continentes, abrangendo Europa, Austrália, América do Sul e Central e África.
A Silhueta Metálica começou a ser utilizada por volta dos anos de 1970 e é considerada uma das modalidades mais difíceis na prática do tiro.
Atualmente, a indústria bélica nacional envolve-se diretamente com a prática deste esporte.
Uma das maiores indústrias deste setor na América Latina é a IMBEL, empresa pública vinculada ao Ministério do Exército, possui pessoal de alta qualificação que desenvolve tecnologia própria e tem conquistado mercados importantes em várias regiões do mundo.
Cronologia
Século XIX
1824: Início da "imigração alemã" no Rio Grande do Sul - RS com a conseqüente criação de clubes de Tiro ao Alvo.
- No século XIX, os clubes incluíam "praticantes femininos" na modalidade em foco.
1885: Neste ano fundou-se em Porto Alegre - RS, o “Von Musterreiter Club Porto Alegre” (Clube dos Cavaleiros de Amostras), que promovia a então chamada “Festa dos Atiradores” (Schützenfest) (Segundo pesquisa de Janice Mazo-2003).
Clube de Tiro ao Alvo
Desfile na Rua da Independência
Porto Alegre – 1898
1899: Criação em Porto Alegre do “Deutscher Schristzen Verein” (Club dos Atiradores Allemães), conhecido por Tiro Alemão, e do Tiro Nacional Porto Alegrense (Mazo, 2003).
Esta última entidade passou a congregar as Sociedades de Tiro do estado do Rio Grande do Sul.
Século XX
Década de 1900: Neste período, o então denominado Tiro ao Alvo, como modalidade competitiva, foi difundido no país através de estandes montados pelo Exército Brasileiro em diversas cidades para treinamento militar, criando-se então as denominadas “Linhas de Tiro” (Mazo, 2003).
Campeões do Tiro ao Alvo de São Leopoldo-RS, idos de 1900
1906: O decreto nº 1503, do Governo Federal, cria a Confederação do Tiro Brasileiro.
No ano seguinte, oito nações formaram a União Internacional de Tiro - UTI.
Recordação para o município de Novo Hamburgo-RS - 1905
Nela está o grupo de amigos do Clube de Tiro da localidade (Schützenverein).
Os clubes de tiro eram criados em praticamente todas as localidades de origens alemãs.
1910: Realização do primeiro Campeonato Brasileiro de Tiro ao Alvo (Mazo, 2003).
1917: As sociedades de tiro são incorporadas pelo Exército Brasileiro, adotando a denominação de “Tiros de Guerra” (Decreto Legislativo nº 3.361 de 26/10/1917).
- O Tiro Nacional Porto Alegrense passou a denominar-se Tiro de Guerra nº 4 (Mazo, 2003).
A transformação destas sociedades em dispositivos de serviço militar foi um dos motivos que levou ao enfraquecimento do esporte no RS.
1920: A primeira e única medalha de ouro neste esporte conquistada pelo Brasil foi obtida neste ano, pelo atirador Guilherme Paraense, então tenente do Exército, na Categoria Tiro Rápido dos Jogos Olímpicos de Antuérpia, Bélgica.
Neste evento, uma medalha de prata foi conquistada por Afrânio Costa, na modalidade Pistola Livre.
Também Sebastião Wolf e Dario Barbosa, membros do Tiro de Guerra nº 4 de Porto Alegre, conquistaram a medalha de bronze na prova de tiro com pistola em equipes.
A equipe de competição de tiro ao alvo foi dirigida por Arnaldo Guinle, Ariovisto de Almeida Rego e Vitor Nidosi Chermont.
Os atletas eram:
“Afrânio Antônio da Costa (chefe da equipe e competidor da categoria pistola; campeão brasileiro); tenente Guilherme Paraense (categoria revólver; campeão brasileiro na modalidade de Tiro com revólver em 1918); Sebastião Wolf (categoria fuzil); Fernando Soledade (categoria pistola); tenente Mario Machado Maurity (categoria pistola); tenente Dermeval Peixoto (categoria pistola) e Mario Dario Barbosa (categoria revólver)” (Ribeiro Jr., 1994, p. 23 apud Mazo 2003).
Em 1992 a Empresa de Correios e Telegráfos – ECT emitiu "selos" em homenagem aos campeões dos Jogos Olimpícos de 1920.
Em 1924, durante o centenário da imigração alemã, o Padre Amstadt fez um levantamento de sociedades esportivas da etnia germânica instaladas no Rio Grande do Sul ao longo de cem anos e encontrou cerca de 60, em um total de 320, dedicadas ao Tiro ao Alvo.
Campeões do Tiro ao Alvo na Linha Nova – 1923
1927-1934: Organizam-se Campeonatos Brasileiros de Tiro.
Neste período, o esporte era verdadeiramente amador. O alto custo das armas e munições dificultavam a prática do esporte.
1932: Uma equipe de Tiro embarca com a delegação do Brasil no navio “Itaquicê” do Loyd Brasileiro, para disputar os X Jogos Olímpicos de Los Angeles - EUA.
A modalidade havia sido incluída nas vésperas do embarque.
Uma multidão acenava para a equipe no cais do Porto do Rio de Janeiro.
A delegação levou 50 mil sacos de café para serem vendidos nos EUA para assegurar os recursos financeiros à equipe Brasileira. Os resultados, entretanto, não corresponderam às expectativas.
1939: Cria-se a Federação Gaúcha de Caça e Tiro, com sede em Porto Alegre.
1947: Fundação da Confederação de Tiro ao Alvo no Rio de Janeiro, que se filiou à UTI no ano seguinte.
1958: Jack Weaver inovou em um Campeonato no EUA de IPSC, utilizando uma empunhadura com as duas mãos, destacando-se ao vencer a competição.
Através desta prática, pôde-se perceber que este tipo de empunhadura é mais eficiente, porém a escolha por parte dos atletas tornou-se livre.
1976: Realizou-se uma Conferência Internacional no Missouri – EUA, com a participação de 40 pessoas de diversos países com o objetivo de determinar o futuro do atleta de Tiro Prático.
Nesta ocasião foi fundado o IPSC e definidas as regras para a segurança total no manuseio das armas.
Assim foi desenvolvido o mote DVC: - Precisão, Potência e Velocidade.
Década de 1980: Após um delegado de polícia do Rio Grande do Sul ter feito um curso com Jeff Cooper, foi introduzida no Brasil a técnica utilizada por Jack Eaver, iniciando assim a divulgação, no Brasil, da modalidade de IPSC.
Para esta ação houve o apoio da Taurus, indústria nacional de armas leves.
Já no final da década, a modalidade de Silhueta Metálica era uma das mais praticadas pelos atiradores, de um modo geral. Tal fato ocorreu devido à facilidade de aquisição das armas e a distância máxima de 100 metros.
1990: Em São Paulo - SP, passou-se a adotar para as categorias em calibre 22, as normas da Internacional Handgun Metallic Silhouette Association-IHMSA.
Inicialmente os praticantes sentiram certa dificuldade com a diminuição nas dimensões dos alvos, dobrando assim a quantidade de disparos, de 20 para 40.
Adotou-se também a posição de deitado, para o tiro de armas curtas, o que elevou o nível de pontuações, uma vez que é uma posição mais estável.
Neste ano foi criada a Associação Brasileira de Tiro Prático.
1992: Criada a Confederação Brasileira de Tiro Prático, antiga Associação, que passou a organizar os Campeonatos Brasileiros.
Foi realizado o primeiro Campeonato Brasileiro de Tiro Prático, realizado em Brasília, seguindo as normas internacionais.
1996: O Brasil promove o Campeonato Mundial de Tiro Prático em Brasília.
1999: Neste período, a maior entidade da modalidade no Brasil, sob a denominação de Confederação Brasileira de Tiro Esportivo - CBTE, é recriada.
A Confederação hoje tem sede em Curitiba.
Situação Século XXI
- O Brasil possui vinte e duas entidades relacionadas ao Tiro Esportivo, entre Federações e Clubes, que funcionam como Associações.
Os estados que mais se destacam em número de participantes incluem São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, nesta ordem.
Há, nesta modalidade, 2.340 atletas filiados à respectiva Confederação em 2003.
Um Ranking brasileiro é realizado com um mínimo de 12 provas por ano.
No Pan-Americano em 2003, em Santo Domingo - Porto Rico, Rodrigo Bastos conquistou a medalha de Prata, na Fossa Olímpica, errando um prato em 125, conquistando, assim, uma vaga para a Olimpíada de Atenas-2004.
No mesmo evento de 2003 e também na Fossa Olímpica, Janice Gil Teixeira conquistou uma medalha de bronze.
Na modalidade Carabina de Ar 10m, Fábio de Jesus Coelho conquistou o 3º lugar.
Na história dos Pan-americanos, o Brasil já conquistou 34 medalhas (duas de ouro, 12 de prata e 20 de bronze).
Existem 23 Federações da modalidade de Tiro Prático com 299 clubes filiados que possuem estandes de tiro em todo o Brasil.
Até o ano de 2001, o maior número de atletas se concentrava na Federação do Estado do Rio de Janeiro com mais de 1000 inscritos.
O Brasil figura entre as três principais regiões filiadas ao IPSC.
A modalidade sofre com a falta de recursos para apoiar os atletas em competições nacionais e internacionais. O alto custo do material utilizado é outro fator que dificulta a sua prática. Mesmo assim, o resultado de atletas brasileiros em competições internacionais vem melhorando a cada ano, como se observa nos resultados por equipe.
Em 1999, o Brasil obteve o 6º lugar no Mundial;
Em 2000, o 1º lugar no Mercosul;
Em 2001, novamente o 1º lugar no Mercosul;
Em 2002, o 1º lugar no Mundial e o 1º lugar no Mercosul.
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Modalidades
O chamado Tiro Esportivo, que é um esporte olímpico, está subdividido em 11 outras modalidades, com três categorias: - Armas Curtas, Armas Longas e Tiro ao Prato.
Nas modalidades de Armas Curtas são utilizadas as pistolas e revólveres e só podem ser usados com uma mão: - Pistola de ar; Pistola livre; Pistola sport e Tiro rápido.
Nas Armas Longas, o alvo móvel é realizado com carabina com luneta; Carabina 3 posições, deitado, de pé e ajoelhado; Carabina de ar; e Carabina deitado.
No Tiro ao Prato, as práticas são realizadas com espingardas de cano liso: - Fossa dublê; Fossa Olímpica e Skeet.
O Tiro Prático corresponde à união de várias modalidades nacionais e internacionais, as mais conhecidas são as IPSC (ver adiante) e Silhuetas metálicas.
As provas são disputadas em piso de areia ou brita com armas curtas, rifles e espingardas, divididas em duas categorias:
- Standard – para as que mantêm as características originais de fábrica; e
- Open – armas modificadas livremente.
Os projéteis são de chumbo, hollow point (ponta oca) e semi-jaquetados.
Na Confederação Brasileira de Tiro Prático - CBTP concentram-se todos os esportes de Tiro não olímpicos. A expressão IPSC corresponde à Internacional Practical Shooting Confederation que identifica as provas disputadas na modalidade.
Os alvos são de papelão, podem ser perfurados ou metálicos e caem quando atingidos. São distribuídos em vários stages ou pistas, nas quais situações que poderiam ser resolvidas na prática, por armas de fogo, são simuladas.
Os obstáculos devem ser contornados, solicitando do praticante muita agilidade. São túneis, janelas, portas e paredes por onde os atiradores deverão correr, saltar, escalar e rolar pelo chão, fazendo com que a prática seja muito dinâmica.
As armas utilizadas nesta modalidade são as curtas, rifles e carabinas.
Por seu turno, as Silhuetas Metálicas são chapas de aço que lembram o perfil de galinhas, porcos, perus e carneiros e são adequadas aos três calibres utilizados (22, 38 e livre). São colocadas sobre suportes em filas de cinco e a distância varia entre 25 a 200 metros, dependendo do calibre da arma.
As armas utilizadas nesta modalidade são as longas – rifles e carabinas.
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Tiros de Guerra
Os tiros de guerra eram corporações militares que ensinavam os rudimentos da arte de matar para não ser morto.
O Tiro de Guerra foi fundado por Antônio Carlos Lopes. Estes grupos contavam até com alunos de ginásio nas fileiras, com batalhões de guerra, a que não faltava uniformes militares, até armas, quartéis e disciplina de caserna.
Os escoteiros de hoje não representam em nada em face do “Prussianismo” daqueles tempos.
No dia 20 de setembro de 1911, o Correio do Povo noticiou:
“Uma companhia de guerra do batalhão do Ginásio Anchieta formará, à tarde, prestando continência ao Presidente do Estado Dr. Carlos Barbosa.
Após as continências, a companhia de guerra, comandada pelo aspirante a oficial Arthur O. Travassos Alves, fará uma marcha de resistência.”
Todo esse alvoroço castrense tinha em vista o mandamento latino:
“Si vis pacem para bellun”
Em 07 de setembro de 1936, foi inaugurado uma herma, ao fundador dos Tiros de Guerra, na fronteira a Delegacia Fiscal, tendo em suas extremidades os escudos do Brasil e Rio Grande do Sul guardados por duas figuras de um leão e uma leoa, o autor do projeto foi o arquiteto e escultor W. Dreshler, na plana do pedestal está escrito:
“A Antonio Carlos Lopes
Homenagem dos Tiros de Guerra no Centenário Farroupilha”
Em novembro de 1940, na comemoração do bicentenário de Porto Alegre, os Tiros de Guerra 4 e 318 de Porto Alegre, colocaram uma nova placa comemorativa no monumento.
Federação Gaúcha de Caça e Tiro
Foi fundada em 28 de agosto de 1939 como Liga de Tiro Sul-Rio Grandense denominada mais tarde Federação Gaúcha de Caça e Tiro, com sede própria na av. Protásio Alves, 2959, conj. 202, bairro Petrópolis, Porto Alegre.
Filiada a Confederação Brasileira de Tiro e a Confederação de Caça e Tiro registrada no SFID/3 3º RM nº 142, declarada de utilidade pública pelo decreto nº 13924 de julho de 1962.
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Clube de Caça e Tiro
Porto alegre por ter grande fluência de imigrantes alemães, uma prática comum no seu lugar de origem eram os clubes de caça e tiro; e caça no passado de Porto Alegre era farta, era comum grupo de homem caçando pelas matas da cidade, coisa dígna do Gaúcho tradicional ou praticando o tiro ao alvo, mais comum com os imigrantes.
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Caça ao Tigre - 1909
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Caçada a Antas e Veados - 1909
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Caçadores de Marrecão - 1909
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Caçadores de Perdizes - 1909
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Sogipa - Sociedade Ginástica Porto Alegre
Criada como um clube de ginástica (que era praticada apenas pelos homens), em 1869 passou a ser também clube de tiro ao alvo, originando o Deutscher Turnerbund Schützverein (Sociedade Alemã de Ginástica e Tiro ao Alvo).
Em 1978, houve a separação do departamento de ginástica e de tiro ao alvo.
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Tiro de Guerra no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, os Tiros de Guerra foram instalados por volta de 1916, encontrando palco perfeito durante o governo de Borges de Medeiros, sucessor de Julho de Castilhos, que manteve o castilhismo, política conservadora baseada nas idéias positivistas de seu antecessor.
A instauração do Tiro de Guerra e do serviço militar obrigatório foi bem aceita pela população do estado, sobretudo pelos republicanos.
Desde a época do Brasil Colonial, apenas o estado do Rio Grande do Sul vinha mantendo um relativo engajamento de seu exército, devido às muitas lutas já ocorridas em suas fronteiras.
Gaúcho em Porto Alegre - 1909
Gaúcho em manhã fria
“O espírito militar é um sentimento de fundo eminentemente associativo. A camaradagem, a fraternidade, o gosto de afrontar o perigo em comum, a honra de morrer pelo bem de todos e pela integridade da terra, dão bem depressa ao indivíduo a concepção dessa entidade espiritual que é a Pátria...” (Goulart, 1985)
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Clube de Caçadores
O prédio construído entre os anos de 1926 e 1928, pelo engenheiro Adolfo Sterne.
Em 1929 recebeu a inscrição Força e Luz na fachada.
Ao todo são 2.775 m² de área construída em plena rua dos Andradas, região central de Porto Alegre.
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Inicialmente a obra tinha como objetivo ampliar as dependências do famoso Clube dos Caçadores, ponto de encontro obrigatório de políticos e intelectuais, onde mais se jogava e bebia, do que se praticava a caça ou tiro, mas não em animais selvagens ou silvestres, mas sim nas raparigas, nas "polakas".
Por ser utilizado nesse período como casa de jogos, foi cognominado “Palácio das Lágrimas”, devido ao choro dos apostadores que perdiam seu dinheiro no clube.
Em estilo eclético, mas com influência francesa do início do século XX, o edifício foi tombado em 1994 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS.
Foi um dos mais importantes do país, apresentava espetáculos de alta qualidade, aqui aportando nomes famosos que faziam a rota Rio - Buenos Aires.
O Clube de Caçadores tentou de forma ostentosa e ostensiva, plantar-se no alinhamento da Rua da Praia. Para escandalo de muitos fez-se erguer luxuoso edifício, sobranceando o casario colonial.
O Beco do Leite desapareceu dentro dele, a reação não se fez esperar e a suntuosa construção recebeu o nome de Palácio das Lágrimas, venceram as resistências e o prédio acabou alugado para a Cia. de Força e Luz.
Este cabaré conferiu a Rua da Praia memória da vida pública porto-alegrense, por causa dos músicos, dançarinas, cantores e artistas que ali se apresentaram. Evidenciava o moralismo dúbio da sociedade local em relação ao jogo e a prostituição, que impediam que tais estabelecimentos funcionassem na Rua da Praia. Mas não impedia que o cabaré abrisse a porta em uma rua transversal, e tão, poucos deixavam de aplaudir os artistas que ali se apresentavam.
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