Bem Vindo

- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida da Cidade de Porto Alegre inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado. A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

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- Em História, não podemos gerar Dogmas que gerem Heresias e Blasfêmias e nos façam Intransigentes.

- Acompanhe neste relato, que se diz singelo; a História e as Transformações de Porto Alegre.

Poderá demorar um pouquinho para baixar, mas vale à pena. - Bom Passeio.

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Personalidade de Porto Alegre (Em Montagem)


Personalidades


Que nasceram, 
Destacaram-se, ou,
Estiveram ligadas em algum momento com a Cidade de Porto Alegre

Ordem Alfabética


 Alberto Bins
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Antes uma curiosidade: Sabe por que o Hotel Plaza São Rafael tem este nome? - A avenida Alberto Bins, onde está o hotel, chamava-se São Rafael e a Câmara de Vereadores resolveu homenagear o primeiro porto-alegrense a comandar a Prefeitura da cidade.
Alberto nasceu, em 1869, e morreu, em 1957, em Porto Alegre. Bem de vida, era filho de um próspero comerciante. Tanto que estudou na Inglaterra e Alemanha.
Sua primeira atividade a valer foi como sócio majoritário da E.Berta & Cia., fundada por Emmerich Berta, que tinha como forte a fabricação de cofres, fogões, camas. Modernizou os processos de trabalho, tendo importado máquinas e matéria-prima da Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra. Seus produtos eram vendidos em todo país.
Cheio de atividades: foi presidente da Associação Comercial, fundador do Banco Pelotense e do Centro da Indústria Fabril. Participou até da criação da finada Varig.
Foi quatro vezes deputado estadual, vice-intendente eleito, na administração de Otávio Rocha. Em 1928 este morreu e Alberto o substituiu. Candidato ao cargo no mesmo ano, foi eleito com folga.
Alberto Bins inaugurou a Hidráulica Moinhos de Vento. Em 1935 comandou a realização da Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha, na Redenção.
Dois anos depois, com o estado Novo de Getúlio Vargas, Alberto largou a política e foi cuidar de suas empresas.



Alberto Pasqualini
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Afonso Emílio Massot
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Cortejo Fúnebre
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Anita Garibaldi
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Araujo Viana
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Bento Gonçalves da Silva
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Borges de Medeiros
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Caldas Jr.
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Caldas Jr
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Francisco Antônio Vieira Caldas Junior, fundador do Correio do Povo, nasceu em Propriá, Sergipe, a 13 de dezembro de 1868. Seu pai, o juiz de direito Francisco Antônio Vieira Caldas, nomeado para a comarca de Santo Antônio da Patrulha, mudou-se com a família para aquela cidade. Ainda menino, Caldas Junior transferiu-se para Porto Alegre, onde concluiu os estudos preparatórios iniciados em Santo Antônio. Com pouco mais de 17 anos se iniciou no jornalismo, trabalhando como revisor e noticiarista do jornal Reforma. Em pouco tempo foi promovido a redator e atuou ao lado de celebridades como Carlos von Koseritz e Antônio Lara da Fontoura Palmeiro, entre outros. Em 1888, por indicação do conselheiro Gaspar da Silveira Martins, Caldas Junior tornou-se diretor do Reforma e se manteve nesse cargo até 1891. Além de dirigir o jornal, no qual deixou traços marcantes de sua personalidade, ele era o revisor dos artigos de Gaspar Martins e de Carlos von Koseritz. Mais tarde assumiu o cargo de redator chefe do Jornal do Commércio onde permaneceu por alguns anos, trabalhando ao lado de Aquiles Porto Alegre e Aurélio Bittencourt. Em 1895, com parcos recursos, fundou o Correio do Povo, jornal independente, que fez memoráveis campanhas de interesse coletivo, mantendo uma trajetória de respeito e credibilidade através dos seus 113 anos de existência. Caldas Junior morreu moço, aos 45 anos de idade, a 9 de abril de 1913. 

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Dom Cláudio Coling
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Dom João Becker
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Dom Pedro II
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No período de 1865 a 1870 com a Guerra do Paraguay, transformou a capital gaúcha na cidade mais próxima do teatro de operações. A cidade recebe dinheiro do governo central, além de serviço telegráfico, novos estaleiros, quartéis, melhorias na área portuária, além da construção do primeiro andar do novo Mercado Público.


A praça da Matriz apenas começou a ser urbanizado em 1865, quando recebeu o nome de Praça de Dom Pedro II, em homenagem à visita do monarca à Porto Alegre em 1865 por ocasião da Guerra do Paraguay.
A Sociedade Germânia – como primeiro clube recreativo e social do sul do Brasil e o segundo do país, foi fundado em 1855 em Porto Alegre. Começando com o nome Gesellschaft Germania, em conseqüência da guerra seu nome foi alterado em 1945 para Sociedade Independência. E, em 1971, passou a se chamar Sociedade Germânia. Devendo ser citada a recepção ao imperador Dom Pedro II em 1865.
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Duque de Caxias
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Garibaldi, Josepe
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Jânio Quadros
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Jânio Quadros ao lado a esquerda Segundo Brasileiro Reis, no aeroporto Salgado Filho, em julho de 1958.
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Julio de Castilhos
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Julio de Castilhos e Família
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AS PRINCIPAIS INICIATIVAS DO GOVERNO FLORES DA CUNHA  
PERÍODO 1930-1937.
por Alexandre Aguirre 
Como a história é dos vencedores, é um pouco como se, também no RS, apenas Getúlio Vargas ocupasse o cenário político. A visão desenvolvimentista de Flores da Cunha, na chefia do RS de 1930 a 1937, objetivava transformar o RS, que perdia espaço para o Centro-Sul. Projeto que não pode decolar, além das razões política, pois não teve muito mais do que três anos de folga econômica, após recessão de 1930. 
A presente comunicação objetiva analisar as principais iniciativas implantadas por Flores da Cunha, no campo econômico, social, político e, sobretudo, sua tentativa de implementar projeto autonomista-industrialista para o RS. Projeto que foi levado, em nível federal, por Getúlio Vargas, que se transformaria em seu principal desafeto na política. Palavras chaves: Governo Flores da Cunha, Política, Projeto autonomista-industrialista Em 28 de novembro de 1930, imediatamente após a Revolução, Getúlio Vargas designou José Antônio Flores da Cunha como interventor do Rio Grande do Sul, preterindo a João Neves da Fontoura, vice-presidente no Estado. Flores da Cunha governaria o Rio Grande do Sul, primeiro como interventor, até abril de 1935 e, a seguir como governador eleito indiretamente pela Assembléia Constituinte rio-grandense, até 17 de outubro de 1937, quando renunciou e refugiou-se no Uruguai, devido a sua fracassada oposição a Getúlio Vargas e ao Golpe do Estado Novo, em defesa da autonomia política e econômica rio-grandense.2
Flores da Cunha nasceu em Santana do Livramento, em 1880. Era o terceiro dos trezes filhos de um tradicional estancieiro republicano da região. Ligado desde jovem ao PRR, formou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1902, trabalhando na capital federal como delegado de polícia. De volta ao Rio Grande do Sul, estabeleceu-se como advogado em Santana do Livramento, onde se casou, em 1905. Contando com apoio de Borges de Medeiros, foi eleito deputado estadual, em 1909, e federal, em 1912, pelo Ceará, reelegendo-se, a seguir, pelo Rio Grande do Sul, em 1917, 1924 e 1927, para a mesma casa.
Em 1916, Flores da Cunha foi designado intendente provisório de Uruguaiana, elegendo-se, em 1920, para aquele cargo na mesma cidade. Destacou-se na Revolução de 1923 como comandante da II Brigada Provisória do Oeste, que sustentou boa parte dos confrontos com os assisistas, devido à força dos libertadores naquela região da campanha. Flores da Cunha recebeu durante os combates de 1923 o posto de coronel e, mais tarde, em 1925 de general-de-brigada, concedido pelo presidente Arthur Bernardes [1922-26]. Após os confrontos de 1923, prestou relevantes serviços à repressão aos sobressaltos anti-borgistas no Estado. A crise econômica que golpeava o Brasil manteve-se forte no Rio Grande do Sul até 1934, com clara retomada da atividade econômica a partir de 1936. Se, em 1934, as exportações sulinas, direcionadas fundamentalmente para o mercado interno brasileiro, centravam-se no arroz, banha, batata, lãs, madeira, sebo, vinho. A produção industrial sulina, em crescimento, direcionadas essencialmente para o mercado rio-grandense, sem capacidade de disputar o mercado nacional em consolidação, sob o crescente domínio do Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1934, Flores da Cunha criou o Instituto Riograndense do Arroz [IRGA] e, em 1936, o Instituto da Banha.

 Como interventor e, a seguir, como governador do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha empreendeu um ambicioso plano de relançamento estrutural da economia rio-grandense, apoiando a ampliação e circulação das relações mercantil-capitalistas e a modernização da produção pastoril-charqueadora.

Só gastar o dinheiro existente em caixa foi regra que Flores da Cunha não só cumpriu como intendente, mas também durante os sete anos em que governou o Estado. Era tão obsessivo na preocupação de evitar desperdícios, que freqüentemente controlava as compras solicitadas pelos secretários, confirmando-as ou não, com seu visto com a caneta verde, de aprovação, ou vermelha de negação. Resultado dessa obsessão pelo controle dos gastos é que déficit no orçamento estadual foi coisa inexistente de 1931 a 1937. Não obstante os grandes investimentos que o Estado passou a fazer – e, assinale-se, sem criar ou aumentar impostos. Que contraste com a penúria a que foi jogado o Rio Grande pelos sucessores de Flores da Cunha!

Flores da Cunha, em depoimento feito no último ano do seu governo, disse que somente conseguiu recursos para bem administrar a partir de 1933. Os dois primeiros anos foram muito difíceis. Pois mesmo assim, em 1932, quando a gaúcha Varig começava sua afirmação como pioneira da aviação comercial brasileira e passou a viver ameaçadora crise, foi Flores da Cunha quem a salvou. A Varig contava com a parceria do Sindicato Condor e da alemã Lufthansa, os aviões usados nos primeiros cinco anos eram aeronaves cedidas pelo Sindicato Condor. Mas em 1932 surgiram problemas no relacionamento entre as duas direções, e o Sindicato Condor decidiu cancelar o acordo e pedir de volta os aparelhos, no prazo de 90 dias. Era um prazo exíguo e a Varig, não teria como superar o desafio. Mas o governador Flores da Cunha era muito ligado à Varig, desde que o primeiro vôo da companhia para o interior foi pousar em Livramento, na Estância São Miguel, de sua família. (onde até hoje continua a placa com os dizeres: “Aqui pousou pela primeira vez o mensageiro do ar, o avião da Varig pilotado pelo comandante Harald Stumpf.”) Comprando ações e emprestando dinheiro através do Banco do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha assegurou recursos para a Varig comprar e alugar aviões, sem parar um dia em suas operações. Que contraste com o que aconteceria 70 anos depois, quando a Varig chegou à insolvência, com o Rio Grande do Sul, outros Estados e a própria União sem pagar os débitos contraídos com a empresa! Como interventor nomeado em 28 de novembro de 1930, depois governador eleito, empossado em 13 de abril de 1935, Flores da Cunha em sete anos criou praticamente quase toda a estrutura administrativa do Estado. Mas é realmente impressionante a relação das suas principais obras e iniciativas.

Economia e Finanças

Terminada a Revolução de 30, o quadro econômico e financeiro do Estado era desesperador. A dívida externa do Rio Grande ao findar 1930 era US$ 33 milhões, mas o RS conseguiria, com Flores da Cunha, tornar-se o único Estado que, por seus próprios meios, resgatou os bônus emitidos na revolução. Dez dias depois da posse, recebeu relatório sobre a grave situação do Banco do Rio Grande, ao mesmo tempo em que o Banco Pelotense estava às portas da falência, sem receber ajuda do Banco do Brasil. A encampação do Pelotense pelo hoje Banrisul foi a única saída para estancar a crise que começava a ameaçar também outros bancos, como o da província e o Nacional do Comércio. E com lançamento bem-sucedido de bônus do Tesouro se iniciava a recuperação das finanças do Estado. Em agosto de 1931, Flores criou a Bolsa de Fundos Públicos (Bolsa de Valores) e em outubro começou a operar a Loteria Estadual, nova fonte de recursos para o tesouro. No início de 1936, o governador gaúcho pôde comemorar a aquisição de US$ 13 milhões em títulos da dívida externa, desafogando as finanças.

Agricultura, Indústria e Comércio

A criação da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio foi uma das iniciativas mais produtivas do governo Flores da Cunha. Impulsionadora da lavoura e da pecuária, da agroindústria e demais setores da economia gaúcha, a nova pasta, entregue a Raul Pilla, teve papel decisivo na retomada do desenvolvimento do Estado. O Instituto Sul-Riograndense de Carnes surgiu em 1934. Foram construídos o Entreposto Frigorífico no porto da capital, o matadouro Modelo e o Entreposto do Leite, também em Porto Alegre. Outros institutos criados no governo Flores da Cunha: do Vinho, do Mate, do Pinho, do Arroz, oferecendo serviços de assistência técnica, experimentais e de pesquisas.
Estudos sobre a cana-de-açúcar e a implantação da indústria do álcool foram estimulados, com a ampliação das lavouras de cana. (lamentavelmente, com a renúncia de Flores da Cunha e o surgimento do Estado Novo, Getúlio Vargas mandou proibir que os gaúchos plantassem cana-de-açúcar!). A retomada do plantio de trigo e o estímulo para o surgimento das primeiras lavouras de soja eram preocupações de Flores, que igualmente se empenhou na melhoria das pastagens, promovendo a cultura de gramíneas mais produtivas. Da Estação de Pomicultura resultaram novos pomares de milhares de árvores frutíferas. Laboratórios bromatológicos foram instalados em Pelotas, Passo Fundo, Ijuí e Nova Trento. E a esta relação ainda se poderia acrescentar dezenas de ações importantes para a agricultura no governo de Flores da Cunha. 

No Transporte 

No desenvolvimento dos transportes – ferroviário, rodoviário, fluvial e de cabotagem-, os sete anos de governo Flores constituíram um período insuperável de crescimento. A viação Férrea do Rio Grande do Sul, a partir de 1932, deixou de ser deficitária e partiu para sua melhoria e ampliação. A variante de Barreto, eliminando a grande volta por São Leopoldo e Montenegro, encurtou em 48 quilômetros a linha entre Porto Alegre e Santa Maria. Foi construída a estrada ligando Cruz Alta e Giruá a Santa Rosa; a incorporação dos ramais Basílio-Jaguarão, Uruguaiana-Itaqui, Uruguaiana-Quaraí; a construção dos ramais Zeferino Ribeiro-Quaraí, Curussu-Santiago do Boqueirão e prolongado o ramal Alegrete-Quaraí; a aquisição de novas locomotivas, de modernos carros-dormitórios e de passageiros; a par da manutenção em excelentes condições de conservação dos 3.101,674 quilômetros a que chegou então a ferrovia gaúcha, hoje sucateada, passados 70 anos.
Na recuperação da Viação Férrea houve uma decisão que provocou uma campanha do Correio do Povo contra Flores da Cunha. O jornal de Breno Caldas era transportado gratuitamente a todo interior do Estado pelos trens da ferrovia estatal gaúcha. Até o dia em que o governador, buscando eliminar o déficit da Viação Férrea, resolveu exigir o pagamento de frete pelo transporte do Correio e também do jornal A Federação, do partido de Flores. A reação coincidiu com o período da maior repercussão do caso do assassinato de Waldemar Rippol, em Livramento, com o Correio dando cobertura às versões que tentavam incriminar Flores e seu irmão Francisco. Flores da Cunha e Breno Caldas, ambos grandes turfistas, pouco tempo depois voltaram ás boas e o Correio, na morte e no centenário do general, fez cobertura marcantes, destacando-o como o maior governante gaúcho.
Nesse mesmo sentido, em Política Gaúcha 1930-1964, o autor estadunidense Carlos Cortés escreveu que o caráter excêntrico de Flores da Cunha obscureceu o fato de que poderia ter sido o melhor governador na história Gaúcha. Com mesmo instinto que exibiu no campo de batalha, nas corridas de cavalo ou em seus eternos jogos de cartas, de 1930-1937, Flores imprimiu uma imaginosa administração progressista no estado, arruinada pelos efeitos danosos da permanente luta política. Nas estradas de rodagem, o progresso foi mais marcante, iniciando-se a construção de rodovias cobertas por faixas de concreto e macadame. A primeira foi entre Porto Alegre e São Leopoldo. Com a criação do Daer (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem) por proposta da Sociedade de Engenharia ao governador, dezenas de novas estradas e pontes começaram a abrir novos caminhos para desenvolver o Estado.
A criação da Frota Rio-Grandense, que começou a atuar com cinco navios frigoríficos a partir de 1936, foi iniciativa vitoriosa visando baratear os fretes marítimos e permitir a exportação da carne gaúcha. Lamentavelmente, um empreendimento que durou pouco, porque também neste caso – como no da cana de açúcar – Getúlio Vargas, para apagar as marcas de Flores da Cunha, prestou mais um desserviço aos gaúchos: mandou incorporar os navios da Frota Rio-Grandense ao Lloyd Brasileiro, que acabou falindo.A navegação fluvial foi uma das prioridades do governo, com a realização de grandes obras hidráulicas nas lagoas dos Patos e Mirim,no Guaíba, nos rios Caí, Taquari e Jacuí. O porto da capital gaúcha foi aberto à navegação transatlântica, com a construção de uma rede de canais para permitir o acesso de navios. Para inaugurar o porto de Pelotas foi feita a dragagem da barra do rio São Gonçalo. A ampliação e manutenção do porto de Rio Grande exigiu grandes recursos, incluindo a linha férrea do molhe leste ao cocoruto. Para fixar as areias no Pontal Sul e na margem oeste do Canal Norte, foram plantadas 185 mil mudas de cedros marítimos, 18 mil mudas de eucaliptos e 20 mil de pinheiros marítimos.
Um projeto de Flores da Cunha que acabou não se concretizando devido a sua queda foi à implantação do porto de Torres, que previa também a construção de uma via férrea ligando Torres a Porto Alegre. Desde seu mandato como deputado estadual, Flores vinha lutando por esse projeto, que seria a obra prioritária nos dois últimos anos de seu governo. Foi impedido pela ditadura do Estado Novo, que lamentavelmente para os gaúchos, começou com a ordem de fazer o Rio Grande parar de crescer, cancelando todos os projetos de Flores da Cunha. 

Na Educação

Um dado apenas resume a importância que o governo Flores da Cunha deu à educação. O Rio Grande chegou a 1930 - depois de 67 anos de Império e 40 anos de República – contando com apenas 11 escolas complementares estaduais e poucas dezenas de grupos escolares. Em 1937, ao término do governo Flores, funcionavam 972 escolas estaduais, com 2.941 professores e 85 mil alunos. Em 1932 foi oficializada a Universidade Técnica do Rio Grande do Sul, que em 1934 se converteu na Universidade de Porto Alegre (hoje UFRGS), tendo como reitor o desembargador André da Rocha e reunindo as Faculdades de Medicina, Direito, Engenharia, Agronomia e Instituto de Belas Artes. Em 1935, Flores ampliava a Universidade com a Faculdade de Educação, Ciências e Letras. Construção de centenas de escolas (entre elas o Instituto de Educação no Parque Farroupilha), nomeação de mais de 2 mil novos professores e elevação de seu preparo técnico constituíram uma revolução no ensino público. Antecipando-se à Constituição Federal, em 1934, o Rio Grande tornou-se o primeiro Estado no país a dar assistência às professoras gestantes, com licenças antes e depois do parto. 

Na Saúde Criando a Secretaria da Saúde, esta se tornou o órgão coordenador de uma política que Flores da Cunha implantou, organizando e ampliando os serviços de assistência médica. O Hospital São Pedro, além da reforma em suas instalações, em 1935 passou a ter uma Colônia Agrícola. Com o apoio do governo estadual, foi inaugurado o Sanatório Belém, em Belém Velho. Em 1936 começava a ser construído o Leprosário Itapoá. Um dos Sonhos que o general Flores da Cunha não conseguiu concretizar foi um Hospital de Clínicas, cujos estudos em andamento foram cancelados quando ele deixou o governo. Mais uma das perdas que tivemos pela lamentável preocupação do Estado Novo em apagar o nome de Flores da Cunha. 

Outras iniciativas

A relação de iniciativas do general Flores da Cunha para organizar e desenvolver o Rio Grande é tão grande, que sua divulgação exigiria várias páginas. Por isso, apenas as principais estão a seguir citadas: - Criação do Juizado de Menores, de mais uma Vara na capital e novas comarcas no interior; - Construção do Abrigo de Menores e do Reformatório Bom Pastor; - Criação do Tribunal de Contas do Estado e do Departamento das Municipalidades;
- Criação do Instituto de Previdência do Estado;
- Implantação do Estatuto do Funcionalismo Público do Estado;
- Reabertura de concursos para provimento de cargos na administração, sendo vedada a contratação de funcionários sem concurso;
- Reorganização da Brigada Militar e criação do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre.
Cerca-se de competentes e prestigiosos colaboradores foi uma das marcas do governo Flores da Cunha. Com Francisco Antunes Maciel ditando os rumos da Secretaria da Fazenda; com figuras como Raul Pilla, João Carlos Machado, Darcy Azambuja, Silval Saldanha, Mauricio Cardoso, Coelho de Souza, Aníbal Di Primio Beck, no secretariado, desembargador Florêncio de Abreu e Poty Medeiros, na chefia da Polícia, e muitas outras personalidades da política gaúcha integrando o primeiro escalão do governo; o general interventor passou a criar um novo Estado, impulsionando seu desenvolvimento em todos os campos. Vários órgãos foram entregues a técnicos que não atuavam na política. O professor Otelo Rosa, convidado para a Educação, ponderou ao interventor que não poderia aceitar o desafio, pois não queria se sujeitar a pressões políticas na montagem da nova secretaria. Flores, no entanto – segundo ficou na lembrança da filha de Otelo, Zuleica Rosa Guedes - , foi peremptório, dizendo ao professor que lhe garantiria carta branca para organizar a educação, sem injunções político-partidárias. Mas não só no secretariado Flores da Cunha contou com a colaboração de grandes nomes. Na Biblioteca Pública do Estado, por exemplo, o grande escritor gaúcho Augusto Meyer foi seu diretor, de 1930 a 1936, quando saiu para dirigir o Instituto Nacional do Livro, no Rio. Meyer fazia parte do expressivo grupo de intelectuais amigos de Flores. Com Augusto Meyer, o general costumava conversar sobre poetas franceses, entre os quais Mallarmé, Baudelaire e Rimbaud – sendo que Arthur Rimbaud fosse talves o preferido.
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Não só na administração pública o general foi um construtor inovador. Além de participar da criação da Refinaria Ipiranga, em 1935 fundou a Rádio Farroupilha, dirigindo-a junto com o filho Luiz. A inauguração da mais potente emissora gaúcha, marcada para o dia 24 de julho de 1935, teria lugar no Theatro São Pedro, mas a cerimônia foi transferida para a frente do prédio sede da PRH-2, na rua Duque de Caxias. Motivo da transferência: diante do forte apelo popular, temeu-se que um grande público colocasse em risco a segurança dos participantes e a integridade física do teatro. Realmente uma grande multidão acompanhou a inauguração, com alto-falantes colocados na rua Duque de Caxias e no Viaduto Otávio Rocha. A cerimônia foi aberta pela execução do clássico do cancioneiro gaúcho Prenda Minha e do hino nacional, seguindo-se o discurso do governador, que aproveitou a oportunidade para disparar críticas ao presidente Getúlio Vargas pelas represálias que vinham sendo adotadas contra Luiz Carlos Prestes e a Aliança Nacional Libertadora – (ANL). A festa inaugural contou com um show de música popular estrelado por Márcio Reis e Carmem Miranda, esta convidada pelo general Flores da Cunha, que já a conhecia do Rio de Janeiro. Também como governador, Flores da Cunha continuou jornalista. Foi repórter de O Estado de S. Paulo quando estudante na capital paulista. Dirigiu o jornal A Fronteira, em Uruguaiana, durante os anos em que lá foi intendente e prefeito eleito. E em 1935, juntamente com a Rádio Farroupilha, fundou o Jornal da Noite, com seu filho Luiz. Ainda que contasse com o Jornal A Federação, órgão do seu Partido Republicano Liberal, Flores decidiu ter um jornal seu. O Jornal da Noite teve uma trajetória curta, foi fechado em 1937 e voltou a circular em 1945, mas por pouco tempo. Sem a participação do filho Luiz, falecido, e com Flores deputado federal no Rio de Janeiro, o jornal acabou desaparecendo.
A comemoração do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, foi uma sucessão de grandes eventos o ano todo, fazendo Porto Alegre viver a maior festa do século 20. O quase abandonado Campo (ou várzea) da Redenção foi transformado no monumental parque que abrigou a exposição farroupilha, com um lago artificial, um cassino, restaurante e a primeira churrascaria surgida no Rio Grande, dezenas de recantos atraentes e o impotente prédio da Escola Normal (hoje Instituto de Educação), que se tornou o Pavilhão Cultural de exposição. A transformação da Várzea no grandioso parque que passou a se chamar Farroupilha foi uma obra que demandou mais de dois anos. Flores da Cunha entregou ao prefeito Alberto Bins, como comissário –geral, a organização da exposição. O plano de ocupação da Várzea, transformando-a no grande parque, foi do arquiteto francês Alfredo Agache, elaborado no início da década de 30. O Instituto de Educação, o lago, alguns monumentos, a fonte luminosa polarizando o eixo
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principal do Parque, são os poucos elementos que ainda lembram a exposição que foi um marco na história urbana e social de Porto Alegre.
Inaugurado a 20 de setembro de 1935, com a presença do presidente Getúlio Vargas, governadores de vários Estados e representações diplomáticas de países vizinhos e da Europa, a Exposição Farroupilha recebeu um milhão de visitantes até seu encerramento em 15 de janeiro de 1936. O embarcadouro para passeio no lago, o cassino, que virou grande atração, o auditório para passeios no lago, o cassino, que virou grande atração, o auditório para apresentações da Banda Municipal e de outros conjuntos, eram algumas das atrações do parque, com o prédio do futuro Instituto de Educação funcionando como Pavilhão Cultural. Resumindo; foi realmente o maior evento do século em Porto Alegre.9 A construção do imponente prédio do futuro Instituto de Educação foi ordenado pelo interventor Flores da Cunha, em 1934, para substituir a acanhada Escola Normal da rua Duque de Caxias. Inaugurado o prédio como Pavilhão Cultural da Exposição Farroupilha, a escola,por decisão unânime dos professores, passou a ser a Escola Normal Flores da Cunha. Com o Estado Novo, em 1937, Por ordem de Getúlio Vargas, o nome foi mudado para Instituto de Educação, cortado o do seu idealizador. Mais vinte anos depois, com morte do general, 1959, o governador Leonel Brizola assinou decreto dando ao Instituto de Educação o nome do seu construtor e patrono. Em Flores da Cunha de corpo inteiro, de 2007, o escritor gaúcho Lauro Shirmer lembra: se o general José Antônio Flores da Cunha repetisse hoje o passeio na Praça da Matriz e decidisse entrar no palácio em que durante sete anos governou o Rio Grande, teria uma decepção. Lá estão homenageados, em bustos de bronze, figuras da história gaúcha como Getúlio Vargas, Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Pinheiro Machado e vários outros. Pois nem salões e gabinetes nobres, na ala residencial ou em qualquer canto escondido do palácio, existe sequer alguma placa assinalando que Flores da Cunha foi governador deste Estado. Seu nome, aliás foi banido pelos apaziguados do Estado Novo. Nomeado prefeito por Getúlio Vargas, em 1937, Loureiro da Silva, em seu primeiro ato, tirou o nome de Flores que Alberto Bins dera à Avenida Independência. Até hoje, por mais inacreditável que pareça, entre centenas, milhares de nomes de vias públicas da capital gaúcha, a única homenagem da cidade a Flores é seu nome dado a uma ruazinha de duas quadras no afastado bairro de Belém Novo. Os vereadores floristas da antiga Nova Trento, que virou Flores da Cunha, resistiram e lá seu nome foi mantido.

Em suma, a capital gaúcha, que a ele deve o Parque Farroupilha e tantas outras contribuições relevantes á vida da cidade, precisa prestar uma homenagem a Flores da Cunha, à altura de quem se tornou o símbolo maior da história do Rio Grande. 
Principais autores consultados CORTÉS, Carlos E. Política gaúcha (1930-1964). [Tradução Amy Caldwell de Farias]. Porto Alegre: PUCRS, 2007. CUNHA, José Antônio Flores da. Discursos parlamentares.Brasília: Câmara dos Deputados, 1982. (Perfis Parlamentares, 19). MAESTRI, Mario. Ditadura & Democratização: da inserção na produção [...] à internacionalização neo-liberal 1930-2002. Passo Fundo: EdUPF, 2002. SCHIRMER, Lauro. Flores da Cunha de corpo inteiro. Porto Alegre: RBS Publicações, 2007. SCHNEIDER, Regina Portella. Flores da Cunha, último caudilho legendário. PortoAlegre:Martins Livreiro, 1981.
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Leonel Brizola
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Chegada de Brizola do exílio
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Lindolfo Collor
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Banquete para Lindolfo Collor - 1925
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Luciana de Abreu
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Marechal Deodoro da Fonseca
Como Presidente da República, mandato: 15 de novembro de 1889 até 23 de novembro de 1891

Vice-presidente: Floriano Peixoto
Precedido por: Imperador Dom Pedro II
Sucedido por: Floriano Peixoto
Data de nascimento: 5 de agosto de 1827
Local de nascimento: cidade de Alagoas
Data da morte: 23 de agosto de 1892
Local da morte: Rio de Janeiro
Primeira-dama: Mariana Cecília de Sousa Meireles
Profissão: Militar
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Manoel Deodoro da Fonseca nasceu na cidade de Alagoas, atual Marechal Deodoro (AL). Oficial do exército, combateu a Revolta Praieira em Pernambuco no ano de 1848, participando também da Guerra Platina (1864) e da Guerra do Paraguai (1865-1870). Foi promovido a marechal-de-campo em 1884 e, no ano seguinte, nomeado comandante de armas do Rio Grande do Sul. Em 1887 seguiu para o Rio de Janeiro, onde assumiu a liderança da facção do exército favorável à causa abolicionista.

Apesar de ser amigo do Imperador, gozava de grande prestígio junto às tropas e acabou colocado à frente do movimento militar que derrubou o Monarquia e proclamou a República no dia 15 de novembro de 1889. Como chefe do Governo Provisório, entrou em conflito com as lideranças civis, resistindo à convocação da Assembléia Constituinte.
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Em março de 1865, rumou com o Exército brasileiro para o Paraguai, que havia invadido a província de Mato Grosso. Deodoro comandava o segundo Batalhão de Voluntários da Pátria. Seu desempenho no combate lhe garantiu menção especial na ordem do dia 25 de agosto de 1865. No ano seguinte, recebeu comenda no grau de Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro e, em 22 de agosto, a patente de Major. 


Mario Quintana

Em 18 de janeiro de 1868 foi promovido a tenente-coronel, por atos de bravura. Também por atos de bravura, recebeu a patente de Coronel, em 11 de dezembro do mesmo ano. Pelo decreto de 14 de outubro de 1874, Deodoro foi promovido a brigadeiro, patente equivalente ao atual general-de-brigada.
Em 1883 foi designado comandante das armas da província do Rio Grande do Sul. No ano seguinte, fora do cargo, recebeu a patente de marechal-de-campo, antepenúltimo posto do Exército imperial, para novamente assumir o cargo, em 1885, quando Henrique de Lucena, o barão de Lucena, presidia a província.

O Envolvimento Político de Deodoro começou com o afastamento do barão de Lucena, quando Deodoro passou a acumular a presidência e o comando das armas da província. Evoluía na época a Questão Militar (série de conflitos envolvendo militares e o governo imperial), com repercussão nos principais centros do país. O jornal republicano A Federação publicou um artigo do tenente-coronel Senna Madureira, condenando punições infligidas a oficiais do Exército. Deodoro foi chamado a declarar se autorizava o artigo, e tentou inocentar seu subordinado. O ministro da Guerra, insatisfeito, resolveu punir pela segunda vez Senna Madureira, mas Deodoro recusou-se a transmitir a repreensão. Mesmo diante da intervenção pessoal do barão de Cotejipe, chefe do gabinete, Deodoro não recuou, e foi demitido de suas funções no Rio Grande do Sul.
Em 1885, tornou-se pela segunda vez comandante d'armas da Provincia do Rio Grande do Sul, cargo exercido juntamente com o de vice-presidente da província. Tornar-se-ia, depois, presidente interino dessa mesma província. Em 30 de agosto de 1887, recebia a patente de marechal-de-campo.
Pelo seu envolvimento na "Questão Militar" – confronto das classes armadas com o governo civil do Império – Deodoro foi chamado de volta ao Rio de Janeiro. Na verdade, o Marechal Deodoro havia permitido que a oficialidade da guarnição de Porto Alegre se manifestasse politicamente, o que era proibido pelo governo imperial. Chegando ao Rio, Deodoro foi festivamente recebido por seus colegas e pelos alunos da Escola Militar. Foi, então, eleito primeiro presidente do Clube Militar, entidade que ajudara a constituir.
Em 1888 Deodoro foi nomeado para o comando militar do Mato Grosso. Permaneceu no posto somente até meados de 1889, quando voltou para o Rio de Janeiro.
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Natho Henn
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Olavo Bilac
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Olavo Bilac discursa no Colégio Militar - 1916
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Oscar Niemeyer
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Oswaldo Aranha
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Oswaldo Aranha
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Otto Niemeyer
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Paixão Cortes
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Paixão com 5 anos
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Princesa Isabel
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Em 1885, Porto  Alegre era apenas uma pequena cidade com um pouco mais de 70 mil habitantes. Os edifícios mais imponentes eram o palácio do Presidente do estado, a igreja Nossa Senhora da Madre de Deus, o Theatro São Pedro, a Escola Militar e o Mercado Público. Nesta época o porto ainda não estava aterrado, e era composto por pequenas docas e trapiches. A vida social era muito limitada a alguns espetáculos vonham de passagem a cidade de Pelotas no sul do estado e Buenos Aires na Argentina, saraus e festas religiosas.
Foi assim como uma cidade provinciana que Porto Alegre recebeu a ilustre visita da Princesa Isabel, em janeirode 1885.
Nascida no Rio da Janeiro de 1846, Isabel Bragança e Bourbon teve grande importância da história do Brasil ao sancionar a "Lei Áurea", que aboliu a escravatura e lhe rendeu o epiteto de a "Redentora".
Devido a problemas de saúde do Imperador Dom Pedro II, e a viagem ser de caráter político, que abrangeu a visita a São Paulo, Paraná, Santa Catarinha e Rio Grande do Sul, foi executada pelo Conde D'Eu, marido da Princesa Isabel, por ela e seus filhos.
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Ajardinamento, arborização e calçamento da Praça da Matriz ou Praça Dom Pedro II (atual praça da Matriz), apenas vieram com a década de 1880, sendo ultimados no ano de 1883. Em 1885, a Praça ganhou um novo monumento em mármore: homenageando o Conde de Porto Alegre, nesta época, ganhou ainda um cercamento de ferro. A estátua em mármore do Tenente General Manoel Marques de Souza III (1804-1875), o Conde de Porto Alegre, que foi a primeira erigida em Porto Alegre foi inaugurada pela Princesa Izabel em 1885, na Praça da Matriz e depois transferida em 1910 para a Praça Conde de Porto Alegre, junto do antigo Portão de entrada do complexo de fortificações que protegeram Porto Alegre dos três sítios farrapos que o herói enfrentara com valor e determinação.

Seu título de Conde de Porto Alegre foi em razão de haver, com ousado golpe de mão, liderado a reconquista definitiva de Porto Alegre aos farrapos em 15 Junho de 1836, depois de fugir do barco prisão Presiganga, onde fora preso pelos farrapos. Em conseqüência deste notável feito que liderou, Porto Alegre recebeu o titulo de mui "Leal e Valerosa" e exigiu, mais tarde, em memória do herói que a libertou e a defendeu nos três sítios farrapos a que foi submetida, de levantar-se estátua para o imortalizar.
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A Princesa Isabel visitou em Porto Alegre diversos locais, como a Escola Militar e o Theatro São Pedro.
Lugar que mereceu destaque em seu diário foi o Mercado Público, visitado no dia 06 de janeiro de 1885.
O Mercado Público em 1885 era uma construção imponente com quatro torres, ainda sem o andar superior, no centro havia um grande pátio onde era feito o comércio mais variado.
Segundo palavras da Princesa Isabel o Mercado era "muito bonito e grande, cheio de frutas e legumes, e muitas negras baianas que se puseram a dançar a roda de nós".
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Visita da S. A. Princesa Imperial Isabel, Condessa D` Eu, ao Hospício São Pedro no dia 30 de janeiro de 1885 na segunda página do jornal "MERCANTIL" de 03 de fevereiro de 1885.
MERCANTIL*

Propriedade de João Cancio Gomes
Escrip. e Typ., Rua general Câmara, 49
Porto Alegre Ano XII N. 26
Provincia de São Pedro do Sul
03 de fevereiro de 1885
Numero avulso 80 rs.
Seccção Noticiosa
Hospicio de Alienados - No dia 30 do passado S. A. a Serenissima Princeza Imperial, acompanhada por sua comitiva e os Srs. Conselheiro presidente da provincia o Dr. director das obras publicas, visitou aquelle edificio.
No estabelecimento aguardavam S. A. provedor. Dr. Severino Prestes, mordomo, major Jeronymo Pereira Gomes e thezoureiro Manoel Soares Lisboa.
Na minuciosa visita que a augusta viajante fez á todas as dependencias do estabelecimento, acompanharam-na sempre o medico do estabelecimento, nosso amigo Sr. Dr. Carlos Lisboa e o administrador Sr. tenente-coronel Antonio Augusto da Costa.
S. A., percorreu todas as cellulas, demorando-se em uma d` ellas, no qual o inquilino offereceu-lhe um banco para descansar e deu-lhe para examinar diversos trabalhos feitos por si com miolo de pão.
Apoz a visita, foi offerecida a S. A. pelo administrador do estabelecimento uma taça de champagne, recusando-se S. A. aceital-a e servindo-se de algumas frutas que ornavam a mesa.
Ainda assistiu a imperial viajante na sala de refeição ao jantar em commum dos alienados, abrindo com sua assignatura o livro de visitantes do Hospicio, seguindo-se as assignaturas da Exmª. Sra. Baroneza de Suruhy, conselheiro presidente da provincia e Dr. director das obras publicas.
Por mais uma vez S. A. manifestou a sua satisfação pelo modo que encontrou o estabelecimento.
Por nossa vez, acompanhados do nosso colega da Gazeta de Noticias, visitamos na manhã do 1º do corrente o edificio.
Percorremos todas as dependencias do mesmo, notando em tudo a maior ordem e limpeza possíveis.
Os generos distribuidos para o consumo dos alienados são todos de primeira qualidade.
Os pobres desherdados da sorte encontram n` aquelle estabelecimento todo o carinho possivel na pessoa do administrador, que por todos é ali querido e respeitado.
Ao retirar-nos do estabelecimento com o coração confrangido por tanta infelicidade, trouxemos a certeza de que não só o digno medico do estabelecimento, nosso amigo Dr. Carlos Lisboa, bem como o administrador, Sr. tenente-coronel Antonio A. da Costa, procuram por todas as fórmas suavisar o conjuncto de desgraças que ali se aninham.
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Em 1885, após a visita da Princesa Isabel, e em honra à sua memória, a Rua da Varzinha passou a chamar-se Rua Dona Isabel. Tal denominação, no entanto, não durou muito tempo. Na noite de 15 para 16 de novembro de 1889, no contexto da Proclamação da República, fiscais informaram à Câmara de Vereadores que a placa com o nome de D. Isabel havia sido arrancada por populares. No seu lugar, um papelão passava a indicar o novo nome da rua: o do jovem propagandista republicano Demétrio Ribeiro.

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Ted Kennedy
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Em passagem por escala técnica pelo aeroporto Salgado Filho - década de 1960
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Tompson Flores
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Primeiro PPDU
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