Ilhota
- Um dos
objetivos dos governos brasileiros na metade
do século XX era o de
fazer uma reestruturação (limpeza) em suas grandes cidades.
- Com o fim da
escravidão, em 1888, os negros não tiveram nenhum tipo de
assistência para adaptação à sua nova condição de “liberdade”.
- A grande
maioria foi se realocando em lugares ruins de morar, porém próximos da zona
urbana. A exemplo de outras cidades, a região da Ilhota seguiu essa linha de
desenvolvimento. “Eles preferem morar ali, sem pagar
aluguel, porque fica próximo de locais de trabalho. Essa situação é
extremamente comum na época. Preferem viver mal ali, mas podendo ir a pé para
local do trabalho, ir a pé para unidades sanitárias gratuitas, centro modelo,
etc. Tudo ali fica acessível, ao mínimo de custos”, contextualiza
o sociólogo do Demhab.
- Como não
existem muitos documentos sobre a Ilhota, lendas surgiram para contar sua
história.
- A Ilhota, parte de terra recortada por uma sinuosa
curva do tempo em que havia curvas no Riacho, que viria a ser o Arroio Dilúvio.
- A “Ilhota” -
a primeira grande favela de Porto Alegre - estava localizada às margens do
arroio Dilúvio, quase na confluência com o Guaíba.
- Habitada por
moradores pobres e, em sua maioria, negros ou pardos, era mal vista pelos
demais porto-alegrenses, que a consideravam um local de marginais e ladrões - o
que, em certa medida, era verdade.
- Mas, também
foi habitada por uma esmagadora maioria de trabalhadores que davam duro para
ganhar a vida. Vivendo em sub-habitações, os moradores da Ilhota eram,
inevitavelmente, as primeiras vítimas das grandes enchentes que assolavam a
capital gaúcha, entre elas a fantástica cheia de 1941.
Imagem,
dos anos 1940, Lupi toca um samba na Sacumba
- Sacumba era um galpão lateral da sua casa, que
ficava em um terreno estreito e comprido (13m x 57m) na Travessa Batista, 97,
uma rua sem saída. Era uma construção simples de alvenaria, com pátio espaçoso.
Os fundos davam para um dos braços de arroio da Ilhota.
- A “Ilhota” era habitada por pessoas pobres que queriam ficar perto
do centro de Porto Alegre (Foto: Marcello Campos/arquivo pessoal)
Considerada
uma chaga urbana, todos os prefeitos anunciavam que iriam removê-la, o que
aconteceu aos poucos e foi consumado durante o governo de Guilherme Socias Villela, na década de 1970, quando se construiu o
bairro da Restinga, hoje uma verdadeira cidade, e para onde foram transferidas
as famílias.
Em 1914, o Plano Geral de Melhoramentos de Porto
Alegre, elaborado pelo engenheiro-arquiteto João Moreira Maciel, norteou à modernização da cidade sob três
conceitos básicos: circulação, higienização e embelezamento.'
- O plano só foi colocado em ação 10 anos depois e,
como você já pode esperar, não respeitou os territórios negros. A Ilhota foi
destruída para a horrorosa canalização do fétido Arroio Dilúvio.
Na Ilhota,
nasceram gaúchos ilustres, como o compositor Lupicínio Rodrigues e o craque do futebol, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha.
Reprodução do Correio do Povo de 1966 -
foto Santos Vidarte (uma legenda do fotojornalismo gaúcho) retrata o que era
aquela "maloca"
A antiga
Ilhota, área onde passa a Av. Erico Verissimo, entre a Av. Ipiranga e a Praça
Garibaldi, atualmente – conta com homenagens póstumas em forma de logradouros e
edificações.
O Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (CPC),
o Ginásio Osmar Fortes Barcellos
(Tesourinha) e a Praça Lupicínio
Rodrigues são os exemplos.
Apesar da
lembrança, muitos que passam pelo bairro não imaginam que aquele lugar era
cercado de água, sofria constantemente com inundações, era discriminado pelo
resto da cidade, e, mesmo assim, abrigava histórias fantásticas.
Lembranças
Aldovan Moraes,
sociólogo do Departamento Municipal de Habitação de Porto Alegre (Demhab),
afirma que “as
chamadas populações ‘decentes’ buscavam evitar a Ilhota”, nutrindo “um medo
permanente em relação a ela”.
Pelotense, a professora estadual Ilka Torres veio morar aqui em 1959 e lembra bem disso: “Tinha uma fama
meio pesada, a gente tinha até restrições de ir lá por perto. Diziam que a
polícia tinha receio de entrar na Ilhota”.
Moradora do Bom Fim, bairro próximo dessa comunidade pobre,
ela conta que “havia
um certo preconceito”:
“Acho que de serem negros, pobres e bêbados. Faxineiras
ou empregadas não se queria que fosse da Ilhota, agora, por quê, não sei. Eu
nunca tive [empregados] da Ilhota”, revela.
O sociólogo do Demhab Aldovan
Moraes considera que boa parte dos moradores “eram pequenos criminosos”.
Segundo ele, batedores de carteira, golpistas e assaltantes em geral.
O funcionário público aposentado e ex-morador da Ilhota Jairo Rodrigues esclarece:
“Alguns a gente sabia que eram marginais,
mas não tenho notícias de alguém ser assaltado na vila. Nem de tráfico. Alguém
conhecia alguém que fumava maconha, e que ia lá no cais pegar dos marinheiros
que vinham de fora… Bebida sim, tinha os botecos… E, de vez em quando, um cara
dava uma facada no outro. A beberagem, né? E claro, mulher, né? Ciúme. Uma vez,
vi uma briga que o cara tocou uma faca e matou o outro. Mas foi poucas vezes”.
Na verdade, a violência era o último dos problemas dos
moradores da Ilhota. Jairo Rodrigues
viveu lá de 1947 a 1962 e hoje, aos 69 anos, o que mais se destaca em sua
memória é a extrema precariedade do local:
“A lembrança que eu tenho é muito, muito
ruim. No verão secava um pouco, mas no inverno era lodo. Tu tinha que ser
equilibrista e pisar numas tabuinhas para não atolar o pé. Eu tinha até
vergonha, trabalhava numa loja na Praça Garibaldi e chegava lá todo embarrado,
tinha que limpar os sapatos… Vou dizer, pra quem morou na Ilhota, não tem vila
ruim”.
Jairo Rodrigues afirma
que a Prefeitura nem se aproximava do local. “Não tinha órgão público que chegasse. A
água era de bica, botavam uma torneira e tu ia de balde. Luz, só gateada. Nem
gateada, era pior! Na 17 de Junho, uns camaradas vendiam luz pro pessoal da
vila. Era ‘paliteiro’: puxavam um fio de 150 metros, todo emendadinho, e
cobravam uma taxa por mês pela luz. Um biquinho né? Frigidaire, essas coisas,
nem pensar”.
Esgoto? “Casinha. Patente, um buraco. Malcheiroso, com mosquito,
o que tu possa imaginar. Era tudo de madeira, as casas uma do lado da outra, e
cada um fazia seu banheiro. Tinha que tomar banho de bacia, era o que todos
faziam. Saneamento básico não existia”, conta Jairo Rodrigues.
“Pra tu ver como era insalubre, na minha
família, dos quatro irmãos, três contraíram tuberculose. Era comum. Morriam
muitas crianças. Febre, vermes, doenças infantis… Era muito ruim, uma página
negra na história de Porto Alegre”.
Postal
registra uma das pontes que ligava a Ilhota a Cidade Baixa - década de 1920
Localizacão
A região conhecida como “Ilhota” ocupava a área que hoje vai da Praça
Garibaldi (antiga Praça da Concórdia, na esquerda da Av, Venâncio Aires com a Av.
Erico Verissimo) até a Av. Ipiranga, se espalhando em direção à Rua Lima e
Silva por um lado e, pelo outro, até a Av. Getúlio Vargas (antiga 13 de Maio).
Conforme Aldovan Moraes, sociólogo do
Departamento Municipal de Habitação de Porto Alegre (Demhab), a “Ilhota” se
baseava em duas ruas.
“Houve uma troca entre as ruas Olavo Bilac e
Lobo da Costa”.
Por ironia, a “Ilhota” não existiu desde sempre.
O Início
A Ilhota surgiu
após obra da Intendência Municipal de Porto Alegre, que foi realizada do final de 1904 ao início de 1905.
O objetivo do
intendente José Montaury (1858-1939)
era de dar maior vazão a dois arroios que estavam atingindo ruas da região,
como a Rua Arlindo (região do Colégio Protásio Alves à Praça Garibaldi).
Em seu lugar
havia o Riacho, apelidado Riachinho, que era o mesmo Arroio Jacareí do século
XIX, cujas curvas acentuadas delimitavam uma zona que se alagava muito quando
chovia.
A memória
popular optou por chamar esses arroios de Dilúvio e Cascatinha, porém eles
tiveram outros nomes:
Dilúvio: - Arroio Jacareí, Arroio do Sabão,
Arroio da Azenha, Arroio Dilúvio, Riacho e Riachinho foram as alcunhas do
primeiro.
Cascatinha: - Arroio das Águas Mortas, Cascata e
Cascatinha foram do segundo.
Com o término
da obra, criou-se uma região ilhada, mas bem localizada, próxima do centro da
Capital.
A obra de José Montaury criou um veio onde a água mal
circulava, tornando-se um fétido berçário de mosquitos que os porto-alegrenses
denominaram “braço morto do Riacho”.
A obra originou um curso d’água próximo ao encontro dos dois
arroios, formando uma ilha na região.
Nascia a “Ilhota”.
Seu leito
formava uma área cercada de água onde se formou uma vila, que se expandiu e deu
nome a um conjunto de comunidades carentes chamado popularmente de “Ilhota”.
Para a
Prefeitura, aquilo eram 22 hectares de problemas: além de ser considerado um
antro de criminosos, todo ano caminhões precisavam ficar de plantão para
recolher os flagelados das cheias.
Os
Moradores
Logo apareceram os primeiros moradores.
No início do século XX, os
habitantes iniciais da Ilhota eram proprietários que adquiriram terrenos ali conforme
sugere Aldovan Moraes.
Na metade no século XX, o
crescimento populacional de Porto Alegre atingiu também a pequena ilha, que foi
ficando cada vez mais densa. A
área sujeita a inundações atraiu pessoas que não tinham condições de morar na
parte urbana, mas que tinham interesse em ficar perto do coração da cidade.
E as cheias dos arroios que a cercavam vitimavam cada vez
mais os moradores.
A partir de 1910, os
primeiros invasores tenham chegado, eram “os pobres do próprio município”.
Em 1911, a curva da Rua Lobo da Costa, cruzando
o arroio, passava a se chamar Rua Ilhota. E o final da Rua Ilhota tinha um
esquema de cruz, um formato de “T”.
O “T” se
chamava Travessa Baptista. Então, a Rua Ilhota era o segundo nome de um
logradouro. O que estivesse dentro da região [Ilhota] era Rua Ilhota e Travessa
Baptista, e o que estivesse fora era Lobo da Costa, atual Olavo Bilac.
A Rua Ilhota
era, simplesmente, a continuação ou final da Lobo da Costa.
Porto Alegre
foi a primeira cidade do país a ter um Plano
Diretor.
Em 1914, o arquiteto João Moreira Maciel (1877-?) propôs um projeto que tentava
organizar o crescimento da cidade, o Plano Geral de Melhoramentos. Apesar do
projeto centenário, ele foi fundamental para capital gaúcha. Muitos pontos
saíram da cabeça de Maciel, como a Perimetral Loureiro da Silva, a Av. Mauá
(que era Av. do Porto), Av. Júlio de Castilhos, Av. Edvaldo Pereira Paiva
(Beira-Rio), etc.
Entre eles, a
canalização do Arroio Dilúvio, que mudaria totalmente a Ilhota. Levaram anos
para a mudança acontecer.
A Ilhota se
tornou um bairro mítico de Porto Alegre, lendas se criaram naquela porção de
terra cercada por água.
Em 16 de setembro de 1914, nascia na Ilhota Lupicinio Rodrigues,
Casa da Família Rodrigues
Falam em uma
Ilhota gigantesca.
Entretanto, em 1935, o número de domicílios na região não
era expressivo, aproximadamente 78. E é errôneo dizer que a Ilhota tratava-se
de uma única vila. Foram diversos conjuntos que formaram esse território. Onde
hoje se situa o Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, ficava a Vila
Piratini.
Em 1939, a prefeitura começou a executar suas
ações práticas sobre o Arroio Dilúvio e a Ilhota.
Dos anos 1940 aos 60, Porto
Alegre sofreu o seu maior aumento populacional e na Ilhota não foi diferente. O
funcionário público aposentado conta que, enquanto morou lá, “mudou só pra
pior”: “Cresceu, apertou mais. Tinha lugares que o pessoal não ia e começou a
ir, a ocupar os espaços. Lugares alagados mesmo, baixinhos. Cada um fazia o que
dava, arrumava uma carroça, botava terra. Cada um por si e Deus por todos”.
Os jornais da época são unânimes ao descrever o local como
abrigo de marginais.
O Início do Fim
A partir das enchentes de 1941, a
Intendencia Municipal (Prefeitura) começou a projetar o fim da Ilhota, e,
conforme ela foi superlotando, começaram as remoções massivas.
Até 1945, segundo o
sociólogo Aldovan Moraes do Demhab,
havia poucas vilas irregulares em Porto Alegre:
“A Prefeitura só começa a se preocupar com
isso na segunda metade dos anos 1940, não existe problema antes disso. Existe,
mas não era considerado um problema. Numericamente falando, o percentual de
invasões anterior a 1945 não é importante. Era um assunto irrelevante”.
Uma das primeiras vilas removidas da cidade foi a Vila Piratini, que ficava onde hoje
está o Colégio Júlio de Castilhos.
Foto área da Ilhota na década de 1940,
quando começaram as ações da prefeitura para modificar a região (Foto: Marcello
Campos/arquivo pessoal)
De acordo com
o livro Porto Alegre: Guia Histórico, de Sérgio
da Costa Franco, no Decreto Municipal nº 333, de 06/07/1946, 77
construções, localizadas entre a Rua Ilhota e a Travessa Baptista, foram
demolidas em função da canalização do Riacho, além do saneamento e urbanização
da zona.
D.T.O.
Em 1947, os moradores dessa vila foram mandados
para as proximidades da Rua Arlindo, uma zona ao lado da Ilhota criando
a Vila DTO onde agora fica o Colégio
Protásio Alves.
Na prática, essa era mais uma vila chamada popularmente de
Ilhota, assim como a Vila dos Eucaliptos, Cabo
Rocha, a Araquilândia, o Cantão da Arlindo.
“O que dividia a
DTO da Ilhota era a Rua Arlindo [mais ou menos por onde abriram a Erico
Verissimo]. Mas é meio misturado, né?”, ressalta Jairo Rodrigues.
Em novembro de 1954, foram
retiradas 704 malocas da Vila DTO,
mas foi durante a ditadura que o processo se intensificou.
Em 1948, conforme os registros Demhab, 295
pessoas moravam na Ilhota (o Cantão), num total de 87 casas.
A reportagem
Ilhados na Miséria, escrita em 2011, por Ariel
Fagundes e Leandro H. Rodrigues para o Jornal Tabaré, contou a história da
Ilhota. Como diz no texto: “Em novembro de 1954, foram retiradas 704 malocas da Vila
DTO”, mas foi durante
a ditadura que o processo se intensificou.
Nasce a Restinga
Em 1967, o Demhab (Departamento Municipal de
Habitacaão), com a gentil ajuda do Exército, retirou mais de mil casas da
Ilhota e levou seus moradores para inaugurarem a recém criada Restinga, os moradores da Ilhota foram
designados a morar também na região de Mato Sampaio (bairro Bom Jesus) e São
Gabriel (bairro Camaquã).
Aldovan Moraes
admite que “os
antigos habitantes da Ilhota não foram beneficiados pelas obras que retiraram
eles dali”. “O ponto de vista da vítima era desconhecido, os
moradores não eram ouvidos. Houve sofrimento, houve horror inicial, a coisa
piorou”, garante o sociólogo do Demhab.
Apesar de não morar lá desde 1962, Jairo conta o que seus amigos passaram: “Vieram caminhões, desmancharam tudo na
marra e jogaram o pessoal na Restinga. Tenho um conhecido que levaram tudo e
ele nem foi buscar. Foi traumático”.
Pois se a Ilhota era ruim, a Restinga do fim dos anos 1960
era muito pior: “Nos
primeiros anos, não tem rede de água, nem nada”, afirma Aldovan Moraes. Segundo ele, o plano era que “os
habitantes de cada domicílio da Ilhota tivessem direito a um lote na Restinga”.
A partir dos anos 1970, já
não há mais lotes suficientes e se começa a pôr mais de uma casa no mesmo.
Os
Moradores da Ilhota Sofrem
Apenas por estarem próximos ao Centro, os habitantes da
Ilhota tinham acesso a serviços públicos mínimos, como o Centro de Saúde Modelo
e o colégio Emílio Massot, além de poderem trabalhar formal ou informalmente.
Na Restinga, isso acabou. Aldovan Moraes conta que lá eles ficaram “simplesmente atirados, todos na mesma
situação, sem nada” e a fome
virou rotina.
Toda atividade econômica da Ilhota é impossível nesse novo
local. Eles não têm para quem mendigar, quem roubar, ou como ir a pé pros
locais de emprego.
Na Restinga tudo que existia eram os coitados dos pequenos
proprietários de chácaras que tinham que se precaver pra evitar que suas lavouras
fossem roubadas.
Enquanto a Restinga ia sendo ocupada por egressos de várias
vilas que foram removidas na época, alguns ainda permaneciam na Ilhota.
Projeto Renascença
Até 1972, a situação se
arrastou, quando o Banco Nacional de
Habitação - BNH, lançou o plano Comunidade
Urbana de Recuperação Acelerada (Cura). Com isso, Porto Alegre recebeu mais de Cr$ 360 milhões de
cruzeiros, para realizar uma imensa reforma urbanística chamada Projeto Renascença, sobre o pretexto de estar recuperando
áreas deterioradas da cidade.
Meio século
depois de apresentado o Plano Maciel,
o prefeito Guilherme Socias Vilella
pôs em prática o Projeto Renascença.
Assim foi
construída a Av. Erico Verissimo e seus arredores.
Além da remoção total da Ilhota, esse projeto previu a
criação da Primeira Perimetral, o
aterro de parte do Guaíba criando o Parque
Marinha do Brasil e a e Avenida
Beira Rio, dentre várias outras supostas melhorias.
Aldovan Moraes
afirma que até houve “o projeto de apartamentos para egressos da Ilhota na
mesma região onde ela seria extinta”, mas essa foi “uma das tantas
coisas que nunca saíram do papel”.
Em 1978, o Centro
Municipal de Cultura - CMC foi inaugurado.
Em 1986, durante o governo do prefeito Alceu Collares, passaria a homenagear Lupicínio Rodrigues.
O
Fim total da Ilhota
Com a retificação do Dilúvio, a ilhota foi riscada do mapa.
Seus últimos habitantes deixaram o local, em 1979.
Em 1979, o Projeto Renascença foi concluído, acabando
de vez com os últimos suspiros da Ilhota. Como mais um tumor social, a ilhota
foi removida cirurgicamente por máquinas pesadas que a transplantaram para
longe dos olhos da cidade.
Da “Ilhota”, não restou praticamente nenhum
resquício, apenas o traçado irregular de algumas ruas indicando por onde
passava o velho Riachinho (Rio Jacareí).
É pequeno em território, mas de grande
simbolismo histórico-cultural.
Ilhota
Cultural
Lupicínio Rodrigues
foi o filho mais ilustre da Ilhota.
Ali nasceu, em 1914, e morou por cerca de quarenta anos.
Além de Lupi, a
Ilhota foi berço de manifestações artísticas da cidade, como o Carnaval e o Samba.
O texto do projeto de lei diz que a iniciativa busca
resgatar a vida cultural de Porto Alegre entre as décadas de 1940 e 1960.
O perímetro abrange o Centro
Municipal de Cultura, a Praça
Lupicínio Rodrigues e o Ginásio
Tesourinha.
O
Novo Bairro
A “Ilhota” agora
um bairro.
A antiga ilhota nasceu e viveu Lupicínio Rodrigues e é oficialmente um bairro de Porto Alegre.
A lei foi publicada
no Diário Oficial.
Um naco de
terra foi suprimido do Menino Deus para dar origem ao novo arrabalde, tentando
reconstituir os limites do antigo lugarejo.
A iniciativa
é uma justa homenagem ao autor de Se
acaso você chegasse.
É, todavia,
contraditória sob o aspecto geográfico. Afinal, a ilhota não existe mais.
Ficará sendo como é hoje o Guaíba. Chamamos de rio, mas não é rio, é lago.
Passaremos a chamar de Ilhota um pedaço de terra que não é uma ilhota, mas uma
fração de continente.
Em abril 2015, o Projeto altera o Menino Deus e cria
o Bairro Ilhota
Está em
tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, projeto de lei de autoria da
Mesa Diretora que propõe a alteração dos limites do Bairro Menino Deus e a
criação do Bairro Ilhota.
A proposta,
se aprovada, modifica a Lei nº 2.022, de 7 de dezembro de 1959. Além do
presidente da Câmara, vereador Professor Garcia (PMDB), também integram a Mesa
Diretora os vereadores Mauro Pinheiro (PT), Delegado Cleiton (PDT), Guilherme
Socias Villela (PP), Any Ortiz (PPS) e Márcio Bins Ely (PDT).
A zona do Bairro Ilhota seria compreendida pelos
seguintes limites e logradouros públicos, conforme descrito no projeto:
"Com ponto inicial na Avenida Erico
Verissimo, no Ginásio Municipal Osmar Fortes Barcellos (Tesourinha), esquina
com a Rua Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, segue pela Avenida Érico
Veríssimo até encontrar a passagem de pedestres localizada entre o Centro
Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicinio Rodrigues e a Praça Augusto César
Sandino; daí, segue pela passagem de pedestres até encontrar a Rua Marechal
Setembrino de Carvalho; daí, segue pela Rua Marechal Setembrino de Carvalho até
encontrar a Praça Lupicinio Rodrigues; daí, segue para a esquerda, contornando
a Praça Lupicinio Rodrigues, até encontrar a Rua Almirante Álvaro Alberto da
Motta e Silva; daí, segue pela Rua Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva,
por sua numeração de lado ímpar, até a convergência com a Avenida Érico
Verissimo".
As Homenagens
De acordo com
o vereador Professor Garcia (PMDB),
a alteração objetiva fazer uma homenagem ao centenário de Lupicinio Rodrigues, nascido na Ilhota, comunidade do Bairro Cidade
Baixa, em Porto Alegre, no dia 16 de setembro de 1914.
Falecido no
dia 27 de agosto de 1974, Lupicinio – ou Lupi, como era mais conhecido –
estaria completando, neste ano, 100 anos de vida.
"Esse projeto busca resgatar a vida cultural de
Porto Alegre entre as décadas de 1940 e 1960, uma vez que o Bairro Ilhota irá
abranger o Centro Municipal de Cultura, a Praça Lupicinio Rodrigues e o Ginásio
Tesourinha", explica
Garcia.
Personalidades
Tesourinha
Personalidades
Lupicínio Rodrigues
Nome completo Lupicínio Rodrigues
Também conhecido(a) como Lupe
Nascimento 16 de setembro de 1914
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Data de morte, 27 de agosto de 1974
(59 anos)
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Compositor
Período em atividade década de 1920 — 1973
Lupicínio
Rodrigues (Porto Alegre,
16 de setembro de 1914 — Porto Alegre, 27 de agosto de 1974) foi um cantor e
compositor.
- Lupicínio Rodrigues nasceu pelas mãos da
parteira-benzedeira Júlia “Dona Quimbá” Garcia, às 21h30min de uma
quarta-feira, 16 de setembro de 1914.
- Ele deixou uma composição que nunca foi gravada,
de 1937, intitulada Ilhota. O samba é uma das quase 300 canções.
- Consta que a casa da Travessa Batista, 97, ficava
onde hoje é a praça Lupicínio Rodrigues, atrás do Ginásio Tesourinha
Lupe, como era
chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção, músicas
que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor
perdido.
O
Termo
Foi o inventor do termo “dor-de-cotovelo”,
que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar,
pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada.
Constantemente abandonado pelas
mulheres, Lupicínio Rodrigues buscou em sua própria vida a
inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos.
Casa de Lupicinio na Ilhota
De 1935 a 1947, trabalhou como bedel da Faculdade de
Direito da UFRGS.
Nunca saiu de Porto Alegre, a não ser
por uns meses em 1939, para conhecer o ambiente musical carioca. Porto Alegre
era seu berço querido e todo o seu universo.
Boêmio, foi proprietário de diversos
bares, churrascarias e restaurantes com música, que seguidamente ia abrindo e
fechando, tudo apenas para ter, antes do lucro, um local para encontro com os
amigos.
Torcedor do Grêmio, compôs o hino
tricolor, em 1953:
Até a pé nós iremos / para que der e vier / Mas o certo é
que nós estaremos / com o Grêmio onde o Grêmio estiver. Seu retrato está na
Galeria dos Gremistas Imortais, no salão nobre do clube.
Deixou cerca de uma centena e meia de
canções editadas; outras centenas que compôs foram perdidas, esquecidas ou
estão à espera de quem as resgate.
Encontra-se sepultado no Cemitério
São Miguel e Almas em Porto Alegre.
Obras:
Aves daninhas
Cadeira vazia
Cevando o amargo
Ela disse-me assim
Esses moços, pobres moços
Exemplo
Felicidade
Foi assim
Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
Judiaria
Loucura
Maria Rosa
Migalhas
Nervos de Aço
Nunca
Quem há de dizer
Se acaso você chegasse
Se é verdade
Sozinha
Torre de Babel
Um favor
Vingança
Volta
Zé Ponte
Discografia
Francisco Egydio (C/ Walter Wanderley e Seu Conjunto) - Vive os Sucessos
de Lupicinio Rodrigues - LP 1963 (Odeon)
Jamelão - Interpreta Lupicinio Rodrigues - LP 1972 (Continental)
Lupicinio Rodrigues - Gravações Originais - LP 1974 (Discos Copacabana)
Lado A_____________________________Lado B
01 Felicidade______________________01 Vingança
02 Se acaso você chegasse__________02 Namorados
03 Aves daninhas___________________03 Inah
04 Os beijos dela___________________04 Não sou de reclamar
05 Nunca__________________________05 Nossa senhora das graças
06 Jardim da saudade_______________06 Amor é um só
NELSON COELHO DA CASTRO, GELSON OLIVEIRA, BEBETO ALVES, PAULO GAIGER,
NEUSA ÁVILA, PERY SOUSA, NANCI ARAÚJO - Coompor Canta Lupi - LP 1989
Vários Interpretes Revivendo 4 CDs - CD (Cedar Revivendo)
Thedy Corrêa Loopcinio - CD 2005 (Orbeat)
Joanna
- Joanna canta Lupicínio - (1994, BMG Ariola / 400.000 cópiasTesourinha
Osmar Fortes Barcellos - O Tesourinha
Nascido em 03 de
dezembro de 1921
Em Porto Alegre (RS),
Brasil
Falecido em 17 de
junho de 1979 (57 anos)
Local da morte Porto
Alegre (RS), Brasil
Pé Destro
Apelido Tesourinha, A
Flecha
Informações Profissionais
Posição Ponta-direita
Clubes Profissionais
Anos Clubes Jogos e Gol(o)s
1939–1949 Internacional 149 (176)
1949–1952 Vasco da Gama
1952–1954 Grêmio
1954–1957 Nacional
Seleção Nacional
1940–1944 Rio Grande do Sul 7 (6)
1944–1950 Brasil 23 (10)
Osmar Fortes
Barcellos, mais conhecido como Tesourinha
(Porto Alegre, 3 de dezembro de 1921 — Porto Alegre, 17 de junho de 1979), foi
um futebolista brasileiro que atuava como ponta-direita.
Carreira
Tesourinha, que teve o apelido tirado de um bloco carnavalesco
no qual participava chamado Os Tesouras. Começou a carreira jogando em um clube
amador de Porto Alegre, o Ferroviário, time da Ilhota, sua ex-vila na capital
do Rio Grande do Sul, hoje batizada de Praça Garibaldi.
Em 1939, foi convidado
por um olheiro do Internacional a fazer testes no clube, sendo aprovado. No Internacional, Tesourinha estreou no dia 23 de outubro de 1939, em uma vitória de
seu time sobre o Cruzeiro por 2–1, em partida válida pelo Citadino de Porto
Alegre.
Seu primeiro gol como profissional só viria a ocorrer em um amistoso
com o Força e Luz em 14 de dezembro daquele ano, no qual o Internacional venceu
por 7–0, sendo Tesourinha autor de um dos gols.
Devido à concorrência com o consagrado Carlitos, Tesourinha foi deslocado para a ponta direita, onde teve exitosa carreira. Consagrou-se no chamado Rolo Compressor, como foi denominada a equipe do Internacional da década de 1940 hexacampeã gaúcha e tida como como "imbatível".
Em 1944, foi convocado
pelo treinador Flávio Costa para a
Seleção Brasileira, onde Tesourinha estreou
em um amistoso contra a Seleção do Uruguai, no dia 14 de maio, marcando um dos gols
da vitória brasileira por 6–1.
No ano seguinte, seria titular nas seis partidas da Seleção Brasileira no Campeonato
Sul-Americano de Seleções, sendo eleito o melhor atleta da competição.
Em 1949, participou de
nova edição do Sul-Americano de Seleções, desta vez sendo campeão e novamente
escolhido como melhor atleta. Tesourinha marcou 7 gols neste campeonato.
Ainda em 1949, Tesourinha transferiu-se do Internacional
para o Vasco por uma quantia considerada uma fortuna na época.
Estreou no dia 4 de janeiro de 1950, em partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo, na qual o Vasco venceu a Portuguesa de Desportos por 5–2 e Tesourinha marcou um gol cobrando falta.
No clube carioca, fez parte do lendário Expresso da Vitória.
Atuou no Vasco até o ano de 1952.
Estreou no dia 4 de janeiro de 1950, em partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo, na qual o Vasco venceu a Portuguesa de Desportos por 5–2 e Tesourinha marcou um gol cobrando falta.
Na seleção, foi titular absoluto por cinco anos seguidos.
Tinha participação certa na Copa do Mundo de 1950, formando o ataque titular ao
lado de Zizinho, Ademir, Jair e Chico,
mas sofreu uma grave lesão nos meniscos na véspera que o deixou de fora da
competição.
Em 1952, Tesourinha foi contratado pelo Grêmio, ficou conhecido por quebrar um
tabu histórico de ter sido o primeiro atleta negro da história a jogar no
clube. Tesourinha fez a sua estréia
no Grêmio no amistoso do dia 16 de março daquele ano, em uma vitória por 5–3 sobre
o Juventude, em Caxias do Sul. Tesourinha marcou dois gols na partida.
Encerrou a carreira em 1957, jogando
pelo Nacional de Porto Alegre.
Ainda ensaiou seguir a carreira de técnico, ao dirigir o Futebol Clube Montenegro em 1960.
Títulos
Internacional
Campeonato Gaúcho:
1941,1942,1943,1944,1945,1947 e 1948.
Vasco da Gama
Campeonato Carioca:
1950.
Seleção Brasileira
Copa Roca: 1945
Copa Rio Branco: 1947
e 1950
Copa América: 1949
Taça Oswaldo Cruz:
1950
Prêmios Individuais
Melhor jogador da Copa
América: 1945 e 1949
O que Restou da Ilhota
- Pouco restou da Ilhota de Lupi e Tesourinha. A
referência geográfica do novo bairro é o triângulo formado pelas avenidas
Ipiranga, Érico Veríssimo e Getúlio Vargas.
PRAÇA GARIBALDI
(antigo potreiro da Várzea, depois praça da Concórdia até 1907) - Virgílio
Calegari, 1912: construção do monumento em homenagem a Giuseppe e Anita
Garibaldi, confeccionado por marmoristas de Carrara (acervo do Museu Joaquim
José Felizardo);
Adriana Bednarz,
2013 (acervo Porto História PH).
- A Praça Garibaldi, no bairro Cidade
Baixa, é uma referência que permite situar a ILHOTA; marca o local que
delimitava a fronteira entre o espaço interno da vila e o espaço exterior
urbanizado.
- A Praça Garibaldi era um lugar de
sociabilidade. As famílias iam se refugiar nas noites quentes de verão e ali
também ocorriam encontros amorosos, folias de carnaval e conflitos entre
marginais e a polícia.
Em 1975, o Projeto Renascença
transformou a Ilhota. Reformulou o bairro através da construção do Ginásio
Tesourinha e do Centro Municipal de Cultura e Teatro Renascença. A avenida
Érico Veríssimo cortou a vila ao meio enquanto o processo de urbanização
valorizou os terrenos da área desocupada, onde na década de 1980 se
multiplicaram os condomínios de classe média.
- Os moradores foram transferidos
para a recém criada VILA RESTINGA, situada na periferia de Porto Alegre.
Curiosidades
Por apresentar um físico franzino quando contratado pelo
Internacional, Tesourinha foi autorizado
pela diretoria do clube a retirar meio quilo de carne e dois litros de leite
por dia em uma padaria próxima ao Estádio dos Eucaliptos, para que pudesse
adquirir massa muscular.
Foi o primeiro atleta negro da história a vestir a camisa do
Grêmio, em 1952.
Na partida amistosa de despedida do Estádio dos Eucaliptos,
em 26 de março de 1969 (Internacional 4 x 1 Rio Grande), Tesourinha entrou em campo pelo Internacional tendo, na época, 47
anos de idade. Entrou apenas no segundo tempo, substituindo Bráulio. Ao final
da partida, Tesourinha retirou as
redes
Notas:
Carlos Garcia
Site: Nonada Jornalismo Cultural Investigativo
Jornal Zero Hora
Jornal Correio do Povo
Arquivo
Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho
Gostaria de saber de onde saíram as referências sobre a Ilhota.
ResponderExcluirMorei de 1960 (quanto tinha 4 anos) até 1985 num prédio da Getúlio Vargas em cujos fundos se estendia a Ilhota. Vários colegas meus no Grupo Escolar Cel. Afonso Emílio Massot eram moradores da Ilhota. Eu jogava futebol com a turma na Ilhota. Bons tempos.
ResponderExcluirDos 5 aos 6 anos eu frequentei o Jardim de Infância que havia na praça Garibaldi.
ExcluirIlhota uma lembrança boa da minha infância, gostei muito de lembrar desse momento!!!!
ResponderExcluirComo era o nome da rua que agora se chama Avenida Érico Veríssimo?
ResponderExcluirNão existia rua onde é a Érico Veríssimo. Ela passa exatamente onde era o antigo leito do riacho. Mas talvez você esteja perguntando sobre a Rua Arlindo, que era bem próxima.
ExcluirNa minha infância (e parte da adolescência), até 1967, morei exatamente na Rua Arlindo. Ela iniciava na confluência das ruas José do Patrocínio e Sebastião Leão, e prolongava-se pelo bairro Menino Deus, mais ou menos no mesmo trajeto da atual Érico Veríssimo.
ExcluirGARIVALDINO FERRAZ - Brasília/DF
Excelente postagem.
ResponderExcluirVivi dos 3 aos 16 anos na Rua Arlindo, um dos limites da Ilhota (a garotada chamava Ilhota do Norte, em uma referência aos gibis do Bolinha e Luluzinha, que separavam as turmas de moleques como pertencentes às zonas sul e norte). A "Ilhota do Sul", menor ficava no outro lado do Dilúvio.
Não concordo com as descrições sobre a população e precariedades do local. Talvez por ter residido na "periferia" da vila, não percebia os conflitos citados no texto. O atendimento de saúde, penso que era muito melhor do que temos atualmente. Eu tinha problemas de amigdalite e era frequentemente atendido pelo SAMDU (Serv de Atendimento Médico Domiciliar de Urgência). Lembro que em duas ou três oportunidades que fui a um armazém onde havia telefone (acredito que seja o prédio rosa que aparece no Google Maps, na esquina da José do Patrocínio com Lopo Gonçalves) chamar o SAMDU, não demorava 15 minutos e chegava a ambulância com médico, assistente e o motorista. Faziam o atendimento, medicavam e deixavam medicação para o tratamento. Quando necessário, removiam para o hospital.
Havia o problema de saneamento, mas lembro que em 1967 tínhamos água encanada. Energia elétrica, não lembro de não haver em minha casa (de madeira, construída sobre pedras-ferro com uns 30/40 cm de altura para prevenir as enchentes).
Em 67, minha mãe optou por financiar um lote em Cachoeirinha (no meio do mato) porque lá havia transporte coletivo mais eficiente do que na Restinga, e ela trabalhava no Restaurante Universitário (o mesmo existente quase em frente à Fac Direito da URGS, na João Pessoa).
Gostaria que mais pessoas participassem e expusessem seus comentários aqui!