Bem Vindo

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terça-feira, 23 de julho de 2013

Exposição Brazileira-Allemã - 1881

Exposição Brazileira - Allemã
 
Porto Alegre - 1881

Província do Rio Grande do Sul

Em 04 de outubro de 1881, em Porto Alegre, inaugurava a segunda Exposição Commercial e Industrial do Rio Grande do Sul, ou Exposição Brasileira-Allemã, uma exposição internacional de agricultura, indústria e comércio.

Foi parte do ciclo de exposições industriais realizadas pelo governo provincial do Rio Grande do Sul em 1866, 1875, 1881 e 1901.

Organizada por Carlos von Koseritz, foi a primeira Exposição Mundial realizada no Brasil. Nela foram expostos tanto produtos alemães, quanto brasileiros, dando ênfase nos produzidos pelos colonos alemães no Brasil.

O grande objetivo da Exposição era divulgar os produtos brasileiros para os enviados dos principais mercados da Alemanha e, em contrapartida, apresentar aos brasileiros os produtos fabricados pelos alemães.

A exposição foi realizada na Chácara da Harmonia, localizava-se na Rua da Olaria (atual Lima e Silva), exatamente onde hoje encontra-se o Supermercado Zaffari Lima e Silva, de propriedade de Carlos Trein, fato que gerou críticas a Koseritz, acusado de tirar vantagens financeiras.

Carlos von Koseritz era o presidente da exposição, mas estava ombreado por grandes homens, como: - Frederico Haensel, Ramiro Barcelos, Graciano Azambuja, Gaspar Rechsteiner, além de Ter Brügger e Carlos Jaensen.

A Sociedade Central de Geografhia Commercial de Berlim, através de sua filial em Porto Alegre, divulgou o evento na Alemanha, obtendo junto a várias e importantes indústrias a presença de seus produtos, alguns já conhecidos e premiados na Europa.

Várias províncias enviaram amostras de seus principais produtos, destinados à possível exportação para o mercado alemão.

Toda a movimentação de transporte das cargas era gratuita para os brasileiros, patrocinada pela Província do Rio Grande do Sul.

O Presidente da Província, autorizado pela Câmara, determinou um crédito de 40 contos de Réis para auxiliar nas despesas da Exposição.


A primeira Exposição Internacional em todo o Império do Brazil.

Exposição brasileiro-alemã, em 1881
[col. Metropolitan Museum of Art, Nova York]

De sucesso estrondoso e excelente público, a segunda Exposição Commercial e Industrial do Rio Grande do Sul, ou Exposição Brasileira-Allemã conquistou admiradores, mas não calou os opositores, que insistiam em chamar o Palácio de Exposições de “uma gaiola de estacas e sarrafos” e que, na realidade, era um grande chalé de 2 mil metros quadrados, com vários pavilhões, bandeiras a enfeitar-lhe a entrada e todo ajardinado, como pode-se notar pela gravura acima.

Linhas de bondes puxadas a burro foram colocadas pela Intendência de Porto Alegre da Praça da Alfândega até a Rua da Olaria, onde se realizava o evento.
O público adquirira os bilhetes, individuais ou familiares, sempre nominais.

(Carlos von Koseritz (Dessau, 07 de junho de 1830 — 30 de maio de 1890) foi empresário, político, jornalista e escritor teuto-brasileiro).

Carlos von Koseritz

Em 1881, Koseritz lança-se no que seriam seus maiores projetos: 

- Exposição Brasileira-Allemã -

Para organizar a exposição se contrapôs ao cônsul alemão Wilhelm Ter Brüggen, que também era um dos proprietários do Deutsche Zeitung e parte do seu conselho de administração.

Apesar do sucesso de público que teve a Exposição, Koseritz enfrentou também a má vontade dos comerciantes alemães de Porto Alegre, que receavam a aproximação entre o público e seus fornecedores, temendo que soubessem dos preços reais das mercadorias que vendiam. 

Sofreu ataques dos jornais, dizendo que tirava vantagens financeiras da Exposição e que fora por pura camaradagem que escolhera a chácara de seu amigo Carlos Trein para a realização do evento.

Quando o Deutsche Zeitung, por influência de Ter Brüggen, publica um artigo contra a exposição, Koseritz pede demissão e lança seu próprio jornal, o Koseritz Deutsche Zeitung.


Do Rio Grande do Sul vieram produtos de várias cidades: de Passo Fundo foi trazido trigo, de Três Coroas artigos da indústria de couro, linho, algodão, licores destilados a vapor e tijolos ocos vieram de Santa Cruz do Sul, fumo de Taquara, etc.

Participaram na seção de fotografia, Santiago da Costa, Luiz Terragno, João King, Eduardo Borowski  A. Steckel, Balduino Röhrig e Augusto Amorety.
Vindo a ganhar medalha de ouro nesta mostra Augusto Amoretty.

Da época:
Na exposição brazileira-allemã, a importante fábrica Petersen e Cia expunha, entre seus numerosos produtos bellissimas meias de seda rio-grandense.
Entre os produtos, actualmente expostos, destacam-se lindíssimos chalés, pelerines, meias, mantas, luvas.

A exposição teve uma parte artística, com obras variadas abrangendo pintura, desenho, escultura ornamental e fotografia, além de marcenaria, tornearia, trabalhos manuais (bordado sobre papel e navios em miniatura) e artesanato indígena.
Entre os artistas estavam Frederico Trebbi, Balduíno Röhrig e Pedro Weingärtner, este lá participou de sua primeira exposição coletiva.

Os fotógrafos Luigi Terragno, Augusto Amoretty, Eduardo von Borowski, Santiago da Costa, João King, A. Steckel e Balduíno Röhrig.
Vindo a ganhar medalha de ouro nesta mostra Augusto Amoretty.

Escultores de mármore, como Adriano Pittanti, expondo um premiado "lavatório-toalete de mármore (pedestal, mesa, bacia, colunas e moldura para espelho)".

A Livraria Americana de Pelotas recebeu o primeiro prêmio, por suas edições.

No total foram 923 expositores, com 2 264 objetos classificados, boa parte de originário de outras províncias e do exterior.

Os melhores participantes foram premiados com medalhas comemorativas, premiação esta que levou a desacordos entre a população brasileira e de origem alemã.

Medalha Comemoratva - Frente

A Exposição Brasileira-Allemã durou cinco meses de outubro de 1881 a fevereiro de 1882, em Porto Alegre/RS.

Medalha Comemorativa - Verso

Mas depois de muitas brigas entre os participantes das competições e o júri, alguns premiados nos concursos devolveram suas prendas, em protesto.

Após uma acirrada discussão entre os alguns organizadores da Exposição e o público a respeito de uma corrida de cavalos, houve um grande incêndio no Palácio de Exposições e tudo foi perdido. Sobraram apenas os escombros dos pavilhões.

Neste incêndio, Koseritz perdeu sua coleção etnográfica, que contava com peças belíssimas dos índios brasileiros e que foi objeto de seu estudo e tema de um livro, além de outras coleções de zoologia, mineralogia e botânica.

A maior Feira de seu gênero em todo o Império Brasileiro.

Seu presidente foi CARLOS VON KOSERITZ.

Fontes:

RAMOS, Eloisa Helena Capovilla da Luz. O cenário Leopoldense entre 1850 e 1930 Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 17, n. 2, p. 90-97, ago/dez 2002
Catálogo da Exposição Agropecuária e Industrial do Rio Grande do Sul de 1901.
SCHUPP, Pe. Ambros. A Missão dos Jesuítas Alemães no Rio Grande do Sul. Coleção Fisionomia Gaúcha, num. 4. Editora Unisinos, São Leopoldo, 2004.
Revista Província de São Pedro, n.18, 1953. Edição Eletrônica
Krawczyk, Flávio. Arte Incidental - As mostras de artes plásticas em Porto Alegre entre 1875 e 1903
Carola, de Sílvia Meirelles Kaercher; Ed.Novitas/ 2011

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