Os chamados Tiros de Guerra era uma forma que o Exército
Brasileiro tinha de formar reservistas, permitindo que o convocado ao serviço
militar possa conciliar a instrução da caserna sem se afastar dos estudos ou do
trabalho civil.
Os tiros de guerra ensinavam os rudimentos da arte de matar
para não ser morto.
Estes grupos contavam até com alunos de ginásio nas
fileiras, com batalhões de guerra, a que não faltava uniformes militares, até
armas, quartéis e disciplina de caserna.
Os escoteiros de hoje não representam em nada em face do“Prussianismo”
daqueles tempos.
Todo esse alvoroço castrense tinha em vista o mandamento
latino:
“Si vis pacem para bellun”
"se
queres paz, prepara-te para a guerra",
do escritor
latino Publius Flavius Vegetius Renatus
O Tiro de Guerra, conhecido como TG, é uma instituição
militar do Exército Brasileiro encarregada de formar reservistas para o
exército.
Os TGs são estruturados de modo que o convocado possa
conciliar a instrução militar com o trabalho ou estudo.
A organização de um TG ocorre em acordo firmado com as
prefeituras locais e o Comando da Região Militar. O exército fornece os
instrutores, fardamento e equipamentos, enquanto a administração municipal
disponibiliza as instalações.
- Existem atualmente mais de 200 TG's distribuídos por quase
todo o território brasileiro.
Na década de 1900,
somente o Clube de Tiro 4, localizado em Porto Alegre (RS), possuía
stand de tiro próprio que estava localizado no Tiro de Guerra No 4.
No Rio Grande do Sul o Tiro 318 tinha seu stand nos
arrabaldes do São João, no quarto distrito, zona norte de Porto Alegre, área
atual Colégio Concórdia.
Missão
- Os Tiros-de-Guerra tem por objetivos: Preparar munícipes
conhecedores dos problemas locais, interessados nas aspirações e realizações de
sua comunidade, e cidadãos integrados à realidade nacional;
- Preparar reservistas de 2ª Categoria (Combatente Básico de
Força Territorial), aptos a desempenharem tarefas limitadas, na paz e na
guerra, nos quadros de Defesa Territorial, GLO, Defesa Civil e Ação
Comunitária;
- Líderes democratas, atentos aos ideais da nacionalidade
brasileira e à defesa do Estado Democrático de Direito.
Origem
- Os Tiros-de-Guerra são uma experiência brasileira vigente
desde 7 de setembro de 1902, quando Antônio Carlos Lopes fundou, na cidade do
Rio Grande-RS, uma sociedade de tiro ao alvo com finalidades militares e,
depois de 1916, foram impulsionados pela pregação patriótica de Olavo Bilac –
Patrono do Serviço Militar -, sendo conseqüência, sobretudo, de um esforço
comunitário municipal.
- Os Tiros-de-Guerra (TG) são Órgãos de Formação da Reserva
(OFR), que possibilitam a prestação do Serviço Militar Inicial, no município
sede do TG, dos convocados não incorporados em Organização Militar
da Ativa (OMA), de molde a tender à instrução, conciliando o trabalho e o
estudo do cidadão.
TIRO
A etimologia da palavra vem do latim “tiro”,
termo usado para descrever “novato”, jovem soldado
e recruta.
Missão Extraída do R 138 - Regulamento dos Tiros-de-Guerra.
Foto: Hugo Peretti, acervo de Marcelo Peretti
O IDEALIZADOR E CRIADOR DO TIRO DE GUERRA
BRASILEIRO
Em 07 de setembro de 1902, à tarde, a idéia surgiu no Rio
Grande do Sul por intermédio de Antonio
Carlos Lopes que fundou uma sociedade de tiro ao alvo com finalidades
militares, na cidade de Rio Grande (RS).
Antônio Carlos Lopes (1870-1931),
Idealizador e criador dos Tiros de Guerra no Brasil
A Sociedade de
Propaganda do Tiro Brasileiro inspirou o Marechal Hermes da Fonseca, gaúcho, Ministro da Guerra, a criar por Lei de
05de setembro de 1906, a
Confederação de Tiro Brasileira, quando a idéia do riograndino Antônio Carlos Lopes já havia se
propagado com a criação entre outros dos Tiros de Guerra:
Nº 1 em
Rio Grande ;
Nº 2 em Santos;
Nº 3, em
São Paulo ;
Nº 4, em
Porto Alegre.
Tudo isto antes que em abril 1906, fosse criado no Rio de
Janeiro (RJ) o Clube de Tiro Federal, inspirado em modelo também trazido da
Suíça, pelo prefeito do Rio de Janeiro Dr. Furquim
Werneck, o primeiro presidente do Tiro Federal.
Este daria origem ao Tiro de Guerra nº 7, em cuja rede, no
QG do Exército, no Rio de Janeiro, teve lugar em 10 de dezembro de 1916, o 1º
Sorteio Militar, assunto sobre o qual foi publicado em A Defesa Nacional
nº 729, jan/fev 1987, alentada e ilustrada pesquisa básica, com 31 indicações
bibliográficas sob o título "Serviço Militar Obrigatório no Brasil – sua
implantação através do 1º Sorteio Militar (p. 120/138)."
O Serviço Militar Obrigatório implantado depois de uma luta
de 42 anos, desde sua legalização não cumprida, editada em 1874, por empenho do
Duque de Caxias, Ministro da Guerra
e Chefe do Gabinete dos Ministros. Idéia que iniciou a implementar, mas que foi
abandonada com sua saída da vida pública.
General Bellarmino de Mendonça e seu Estado Maior, formado por Tiros
Nacionais. Brigada composta por Linhas de Tiro, no encontro nacional na Capital
Federal, Praça da República, Rio de Janeiro, 1910
A partir de 1916,
a pregação cívica do poeta Olavo Bilac em prol do serviço militar obrigatório trouxe grande
impulso a essa instituição e transformou-se, com o apoio do poder municipal, em
um tipo de organização militar tão essencial à formação de reservistas
brasileiros.
Assim sendo foram criadas várias linhas de tiro,
estrategicamente localizadas em cidades maiores de cada região, que davam maior
proteção aos cidadãos.
Olavo Bilac é,
por isso, considerado o Patrono do Serviço Militar.
O propagandista Olavo
Bilac ao ser inquirido - O que é o Serviço Militar Obrigatório?
"- É o triunfo da Democracia. É o
nivelamento das classes sociais. É a escola da Ordem, da Disciplina, da Coesão.
É o laboratório da dignidade e do Patriotismo. Ë a instrução primária, a
educação cívica e a higiene obrigatória. É a caserna, como filtro admirável,
onde os homens se depuram e se apuram".
O Sorteio Militar propiciou ao Brasil, um Exército de Paz
compatível e um enorme Exército em Reserva, inclusive contando, já em 1910, com
a vitoriosa oficialização da idéia do Coronel Antônio Carlos Lopes em 1906, com cerca de 10.000 atiradores.
Exército em reserva capaz de atuar como elemento de
dissuasão. Ou de alimentar um esforço de guerra prolongado, na eventualidade
indesejável da ocorrência de uma guerra, evento tão presente e vivo na História
da Humanidade, como a que estava tendo lugar na Europa, a 1a Guerra Mundial
1914/18.
O Sorteio Militar executado 14 anos depois da criação da
Sociedade de Propaganda do Tiro Brasileiro, se constituiu, com o reforço dos
atiradores, em ponto de inflexão para o surgimento de um Exército com caráter
nacional, por formado e alimentado por filhos saídos do seio do povo, em número
suficiente e bem adestrados, para como parcela armada deste povo, atender a
Defesa do Brasil.
Idéia que guardava coerência com o seguinte pensamento
pioneiro do Cel. Antônio Carlos em
07 de setembro de 1902:
"O Brasil possui o direito de aspirar a formação de
instituições, as quais, nascidas no seio do povo, o preparem no conhecimento e
uso das armas, para que a Pátria, no momento de perigo, lhes confiará para a
sua defesa".
Tiros de Guerra em Estrela-RS, 1917
Memorial da Aepan-ONG
Memorial da Aepan-ONG
A idéia do Tiro de Guerra Brasileiro
Antônio Carlos Lopes
com cerca de 20 anos fora testemunha dos sangrentos episódios, em Rio Grande do Sul,
decorrentes da Guerra Civil (1893/95), combinados com a Revolta na Armada
(1993/94).
Depois de cursar Farmacêutico – Químico em Ouro Preto (MG), foi
até a Suíça para estagiar em seus famosos laboratórios.
Lá teve a sua atenção despertada pelo sistema de Defesa da
Suíça, onde cada suíço recebia instrução de tiro e uma arma que guardava em
casa, ficando em condições de atender à convocação militar, caso, necessária.
De volta ao país, foi que concebeu sua idéia de Defesa do
Brasil, com pequeno dispêndio, e com potencial de mobilizar em emergências
grande número de reservistas atiradores, habilitados no uso de armas de fogo.
A iniciativa de Antônio
Carlos foi providencial e antecipou-se de muito a 1ª Guerra Mundial que
ocorreria 12 anos mais tarde.
Neste espaço ele percorreu o Brasil as suas expensas,
distribuindo o seu livro “O problema das reservas do Exército”, assunto
sobre o qual tinha noção exata da gravidade da ausência das mesmas no Brasil.
E escreveu o livro famoso “O Tiro Brasileiro”, com mais de
200 gravuras instruindo como construir-se um stand de tiro, o manejo e
nomenclatura das armas e como funcionar um tiro de guerra.
Seu livro foi aprovado e adotado por ordem do Ministro da
Guerra Marechal Hermes da Fonseca, o
modernizador do Exército de 1905/14, e adotado por todos os tiros de guerra.
Olavo Bilac em
sua campanha 1915/16 em favor do Serviço Militar, no início da 1ª Guerra
Mundial, de Antônio Carlos
proclamava:
"Para que haja pátria é necessário que
haja consciência, coesão e disciplina. E é justo isto que vem fazendo Antônio
Carlos Lopes na cidade de Rio Grande, com a fundação da Sociedade de Propaganda
do Serviço Militar".
Significação histórica de Antônio Carlos
Como se pode concluir foi relevante a iniciativa do patriota
Antônio Carlos Lopes em 07 de
setembro de 1902, ao criar a Sociedade de Propaganda do Tiro Brasileiro, a raiz
histórica dos Tiros de Guerra do Brasil,
que em 1910 já dispunham de 10.000 atiradores à disposição do Exército, o qual,
até 1916 não dispunha de reservas efetivas, conforme demonstramos em nosso
artigo citado.
E foi no contexto adverso de um exército profissional sem
reserva que se situa, com expressivo destaque, a grande iniciativa de Antônio Carlos Lopes.
No dia 20 de setembro de 1911, o Correio do Povo noticiou:
“Uma companhia de guerra do batalhão do Ginásio Anchieta
formará, à tarde, prestando continência ao Presidente do Estado Dr. Carlos
Barbosa.
Após as continências, a companhia de guerra, comandada pelo
aspirante a oficial Arthur O. Travassos Alves, fará uma marcha de resistência.”
Em 07 de setembro de 1936, foi inaugurado uma herma, ao
fundador dos Tiros de Guerra, na fronteira a Delegacia Fiscal, tendo em suas
extremidades os escudos do Brasil e Rio Grande do Sul guardados por duas
figuras de um leão e uma leoa, o autor do projeto foi o arquiteto e escultor W.
Dreshler, na plana do pedestal está escrito:
“A Antonio Carlos Lopes
Homenagem dos Tiros de Guerra no Centenário
Farroupilha”
Em novembro de 1940, na comemoração do bicentenário de Porto
Alegre, os Tiros de Guerra 4 e 318 de Porto Alegre, colocaram uma nova placa
comemorativa no monumento.
Sua patriótica iniciativa lhe valeu o título de Coronel Honorário do Exército e a construção em Porto Alegre , por
iniciativa dos Tiros de Guerra nº 4 e nº 318 e, em Rio Grande , sua terra
natal, e do Tiro de Guerra nº 1, duas hermas para perpetuar a sua memória na
gratidão nacional.
Fruto de acordo entre as prefeituras locais e o Comando da
Região Militar, os Tiros de Guerra têm por objetivo formar reservistas de 2ª
Categoria – ou seja, um combatente básico de força territorial, apto a
desempenhar tarefas na paz e na guerra, em defesa de nossas fronteiras, na
defesa civil e em ações comunitárias. São organizados para serem pólos
difusores do civismo, de cidadania e do patriotismo.
Desfile Tiro de Guerra - 1928
REFORMA MILITAR 1898-1945
A partir de 1874,
coma adoção do Regulamento de Ensino voltado para o bacharelismo militar, o
nosso Exército, em conseqüência e sem dispor de reservas, atingiu índice
operacional inferior ao da guerra do Paraguai.
Em 1898, teve
início a Reforma Militar que se prolongou até 1945, coroada com o desempenho da
FEB que apresentou índices elevados de operacionalidade, ao lutar contra ou
aliança com representações dos melhores exércitos do mundo. Havia dado um
grande salto operacional desde Canudos.
A seguir a visualização da criação do Tiro de Guerra
Brasileiro dentro do contexto histórico das principais ações da Reforma
Militar, até 1922 – Centenário da Independência.
Em 1898, em
viagem a Europa o Cap. Tasso Fragoso trouxe da Europa a idéia da necessidade de
um Estado-Maior para o nosso Exército e Antônio Carlos Lopes, da Suíça, a idéia
do Tiro de Guerra Brasileiro para a formação de reservas para o Exército que
não as possuía, dado o seu caráter profissional.
Em 1898, foi
criado o Estado-Maior do Exército e a Fábrica de Pólvora sem fumaça, em Piquete
(SP).
Em 1899, a criação pelo EME da Revista Militar que defendeu o
Serviço Militar Obrigatório.
Em 1900, plano de
Reforma do Exército do Mal. João Nepomuceno Medeiros Mallet, visando um
Exército com todas as características do Povo Brasileiro.
Em 07 de setembro de
1902, o CORONEL HONORÁRIO DO EXÉRCITO ANTÔNIO
CARLOS LOPES FUNDOU EM RIO
GRANDE , A SOCIEDADE DE PROPAGANDA DO TIRO BRASILEIRO, IDÉIA
QUE ELE PROPAGOU PELO BRASIL.
Em 1904, o
Ministro da Guerra, em
artigo Reforma do Exército, apelou a seus companheiros para
reformular o Ensino do Exército "como questão de vida ou morte para os
destinos do Brasil e do próprio Exército".
Em 1904,
fechamento da Escola Militar da Praia Vermelha, templo do bacharelismo militar,
seguido da sua extinção.
Em 1905, adoção
do Regulamento de Ensino do Exército, ponto de inflexão do bacharelismo para o
profissionalismo militar e criação das ECEME, ESAO e Escola de Sargentos.
Em 1905, o
General Hermes da Fonseca realizou as Manobras no Curato de Santa Cruz, que não
se realizavam desde 1885.
Em 1906, criação
da Escola de Guerra em
Porto Alegre , para implementar o Regulamento de Ensino de
1905 e formadora até 1911, das gerações que consolidaram a Reforma Militar.
Em 1906,
oficialização dos TIROS DE GUERRA já em desenvolvimento desde a criação do TIRO
BRASILEIRO por ANTÔNIO CARLOS LOPES.
Em 1908,
reorganização do Exército pelo Marechal Hermes da Fonseca:
- Leis do Serviço Militar, do Sorteio Militar, do
Voluntariado, e da criação dos Tiros de Guerra, Criação das Brigadas
Estratégicas, construção de novos quartéis e rearmamento do Exército com fuzis
Mauser, metralhadoras Madsen, e canhões Krupp. Armas adquiridas com as respectivas
fábricas de munições.
Em 25 de novembro de
1908, é apresentado na Praia Vermelha, ao Ministro da Guerra Mal. Hermes da
Fonseca, como primeira Reserva do Exército, o Tiro de Guerra nº 7.
Em 1910, envio
pelo Presidente Marechal Hermes da Fonseca de oficiais para estagiarem no
Exército da Alemanha até 1912. Os tiros de guerra atingem 10.000 atiradores.
Em 1910, fundação
da Revista dos Militares na 3ª RM (RS).
Em 1913, fundação
da Revista A Defesa Nacional pelos jovens turcos, que em maioria estagiaram do
Exército da Alemanha.
Em 1913, criação
da Escola Militar do Realengo, reunindo as diversas escolas existentes de
formação de oficiais.
Em 1915, campanha
pró-adoção do Serviço Militar Obrigatório no Brasil em plena 1a Guerra Mundial,
e levado a efeito por Olavo Bilac e nela cooperando Antônio Carlos Lopes, até
1916.
Em 07 de setembro de 1916,
criação da Liga de Defesa Nacional (LDN), 14 anos depois da criação do Tiro de
Guerra Brasileiro.
Em 10 de dezembro de
1916, primeiro Sorteio Militar no Brasil.
Em 1918, Brasil
envia à França, 22 oficiais para absorção de doutrina militar vendo e
combatendo.
Em 1918, Extinta
a Guarda Nacional e as PM se tornam forças auxiliares e reservas do Exército.
Em 1919, criação
da Missão Indígena na Escola Militar sob a direção de oficiais que haviam
cursado o Exército da Alemanha, e, fundado a Defesa Nacional. Missão que atuou
até 1921.
Em 1920, contrato
da Missão Militar Francesa para o nosso Exército.
Em 1922, Centenário
da Independência do Brasil.
Em Ordem do Dia do atual 4º BE Cmb em Itajubá é assinalado:
"O Exército está organizado à moderna A
instrução é baseada em ensinamentos da 1ª Guerra Mundial. Esta equipado com o
que de melhor produz a indústria bélica mundial. A tropa habita quartéis
higiênicos e confortáveis. Os arsenais funcionando no reparo de armas bem como
as e fábricas de munições. Já dispõe de carros de combate, esquadrilhas aéreas,
e das escolas ECEME, ESAO e de Sargentos. Realizou as manobras de Saicã da 3ª
RM. Ocorreu concentração rápida para atender emergência interna, A CONVOCAÇÃO
DE VÁRIAS CLASSES DE RESERVISTAS NA PARADA DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA. FOI
NOTÁVEL. O Exército está em boa situação e se prepara para o desempenho de sua
missão: - A Segurança da Pátria."
Até 1969, a formação do atirador era realizada no período de 80
semanas.
A partir de 1970, a
formação foi dividida em 1° e 2° semestres.
Tiro de Guerra - 1935
Formação do Atirador
O objetivo dos TGs é formar reservistas de 2ª categoria
aptos ao desempenho de tarefas no contexto da Defesa Territorial e Defesa
Civil.
Monumento ao Reservista
A formação do atirador é realizada no período de 40 semanas,
com uma carga-horária semanal de 12 horas, totalizando 480 horas de instrução.
Há um acréscimo de 36 horas destinadas às instruções
específicas do Curso de Formação de Cabos, e um terço desse tempo é direcionado
para matérias relacionadas com ações de saúde, ação comunitária, defesa civil e
meio ambiente.
Finalidade
- A Seção de Tiro-de-Guerra tem por finalidade coordenar os
trabalhos desenvolvidos nos Tiros-de-Guerra do âmbito da 1ª Região Militar,
sendo responsável pela seleção dos convocados que residem nas áreas tributáveis
para os Tiros-de-Guerra, bem como pela seleção dos instrutores e auxiliares de
instrução.
Instruções para Instrutores TG
Categoria: Tiro de
Guerra
- Legislação Pertinente
- Portaria nº
325/Cmt Ex, de 06 de julho de 2000;
- Portaria nº
033/DGP, de 29 de agosto de 2000;
- Decreto nº 2.040,
de 21 de outubro de 1996 (R-50);
- Portaria nº 01,
de 02 de janeiro de 2002(R-138);
- Tempo de serviço mínimo na guarnição (04 anos), de acordo
com o inciso III do Art. 65 da Portaria 033-DGP, de 29 de agosto de 2000 (IR
30-31);
- Tempo de permanência no Tiro de Guerra:
- 02 (dois) anos, com possibilidade de recondução por mais
01 (um) ano.
Os Tiros de Guerra (TG) Órgãos de Formação da Reserva (OFR),
possibilitam a prestação do Serviço Militar Inicial, no município sede do TG,
dos convocados não incorporados em Organização Militar
da Ativa (OMA), de molde a atender à instrução, conciliando o trabalho e o
estudo do cidadão.
Além de propiciar a prestação do serviço militar inicial, os
TG devem:
I - contribuir para estimular a interiorização e evitar o
êxodo rural;
II - constituir-se em polos difusores do civismo, da
cidadania e do patriotismo;
III - colaborar em atividades complementares, mediante
convênio com órgãos federais, estaduais e municipais, no funcionamento de
ensino profissionalizante em suas dependências e na utilização das mesmas em
práticas cívicas, esportivas e sociais, em benefício da comunidade local e,
IV - mediante autorização dos Comandantes Militares de Área:
a) atuar na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e na Defesa Territorial b)
participar na Defesa Civil e c) colaborar em projetos de Ação Comunitária.
Objetivos dos TGs A instrução dos TGs deve ter por objetivo a preparação de:
I - munícipes conhecedores dos problemas locais,
interessados nas aspirações e realizações de sua comunidade, e cidadãos
integrados à realidade nacional.
II - reservistas de 2ª Categoria (Combatente Básico de Força
Territorial), aptos a desempenharem tarefas limitadas, na paz e na guerra, nos
quadros de Defesa Territorial, GLO, Defesa Civil e Ação Comunitária.
III - líderes democratas, atentos aos ideais da
nacionalidade brasileira e à defesa do Estado Democrático de Direito.
A patriótica iniciativa de Antônio Carlos Lopes lhe valeu o título de Coronel Honorário do Exército e
a construção em Porto
Alegre , por iniciativa dos Tiros de Guerra nº 4 e nº 318 e, em Rio Grande , sua terra
natal, e do Tiro de Guerra nº 1, duas hermas para perpetuar a sua memória na
gratidão nacional.
Monumento ao Primeiro Tiro de Guerra, 1937
Placa de inauguração do monumento
Fontes:
BENTO, Cláudio Moreira. Serviço Militar Obrigatório no
Brasil – sua implantação através do 1º Sorteio Militar. A Defesa Nacional nº
729, jan/fev 1987 p. 120-138, com 14 ilustrações. (pesquisa básica sobre o
assunto).
ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO. História do Exército Brasileiro–perfil
militar de um povo, Rio de Janeiro: Sergraf IBGG, 1972.v.2 .p.801/813
(Contribuição do Exército aos 150 anos da Independência do Brasil de cuja
coordenação o autor participou como adjunto do Presidente da Comissão de
História do Exército Cel. Francisco Ruas Santos).
SOUZA, Álvaro Tavares de. Antônio Carlos Lopes – criador do
Tiro de Guerra Brasileiro. O Rio Grande, Rio Grande, 4 nov 1979.
Cláudio Moreira Bento
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