- Rio Jacarey,
- Riacho,
- Riachinho,
- Arroio
Sabão,
- Arroio
Dilúvio...
“...que desce das alturas vizinhas, na direção de E., vem desembocar na lagoa (Guaíba), ao pé do montículo ocupado pela cidade.”
Dreys
- O Rio Jacareí (Arroio Dilúvio) é o principal curso de água da cidade de Porto Alegre.
-
As pessoas não se dão conta que este rio Jacareí (arroio Dilúvio), divide a
cidade de Porto Alegre em duas em toda a sua extensão, Zona Norte e Zona Sul.
Bucólicos moradores das margens do Riacho
O Rio e suas Pontes
O nosso rio Sena...
Este rio o único de Porto Alegre, divide a cidade ao meio, Norte e Sul.
- O rio Jacareí (rio dos jacarés), considerado um
arroio, nasce no município de Viamão, na Lomba do Pinheiro, Zona Leste da Cidade, na Represa da Lomba do
Sabão.
- Distribuídas
pelos 18 quilômetros e mais de mil hectares de mata nativa no Parque Saint
Hilaire, no limite entre Viamão e Porto Alegre, estão algumas das principais
nascentes do arroio. São pelo menos 50 pontos de água vertentes do solo. Para
encontrá-los, é preciso percorrer trilhas no mato fechado.
- O rio Jacareí recebe vários afluentes como os arroios
dos Marianos, Moinho, São Vicente e Cascatinha e deságua no limite entre os
parques Marinha do Brasil e Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia), é o
único rio de Porto Alegre, depois de percorrer perto de 20 quilômetros,
dividindo a cidade de Porto Alegre em duas, deságua no Lago Guaíba.
- Antigamente na altura da Avenida João Pessoa, o Rio Jacarey (Arroio Dilúvio) desviava-se para direita e fazia uma ferradura junto a atual Praça Garibaldi (
formando a Ilhota).
Ilhota, ponte ao fundo de acesso entre o Menino Deus
- Voltava a seu leito e desviava-se a direita novamente
depois da Avenida Getúlio Vargas e percorria um trajeto de 2.900 metros,
correndo junto a Rua João Alfredo.
Cidade Baixa
- Passando por trás do prédio do Pão dos
Pobres.
Pão dos Pobres
- Depois corria à esquerda sobre o leito da 1ª Perimetral por baixo da Ponte de
Pedra, que existe ainda hoje, seguia a Rua
Pantaleão (Rua Washington Luis).
Ponte de Pedra
Testemunha
- Acompanhando acanhadamente o desenvolvimento da região, o Riacho testemunhou fatos históricos da cidade, como a chegada dos açorianos, que ali se estabeleceram, devido à guerra jesuítica que os impedia de seguirem até às Missões para onde estavam sendo enviados.
- O Riacho também
presenciou a chegada dos alemães e italianos, e até mesmo a primeira batalha da
Revolução Farroupilha, travada na ponte da Azenha.
Dia a Dia
- É impossível não pensar na característica relação
de amor e ódio dos moradores das áreas ribeirinhas com o Rio Jacarey (Arroio
Dilúvio).
- Para toda mulher que permanece em casa, há no
estilo de vida muito mais do elemento da intimidade com o local: as conversas
com os vizinhos, o observar dos transeuntes, a percepção com riqueza de
detalhes de tudo que faz o lugar ao longo do tempo que passa.
- O antigo Riachinho, que mudou de nome e também de
traçado, devia também estar muito presente no dia a dia de seus moradores:
“Muito próxima estava a família do arroio. O arroio onde se
lavava roupa, onde se pescava, onde se coletava água potável para abastecer a
casa, era também o mesmo arroio que inviabilizava a locomoção urbana usual, o
mesmo arroio que empapuçava as ruas de chão batido, e que por vezes devia
também alagar ligeiramente a casa.”
Dividida em Duas
- Porto Alegre foi crescendo como as cidades tradicionais brasileiras em sua fase colonial, a cidade acrópole. A Rua Duque de Caxias era o divisor de território desta cidade, ponto mais alto da península que avançava sobre o Guaíba.
- O lado sul, que
abrigava o Riacho, região com uma densidade de ocupação muito baixa, acolhia
uma população de excluídos da sociedade, devido ao afastamento da mesma por
causa da exposição do local ao forte vento minuano.
- O desenvolvimento
do comércio, do porto e da indústria exigia a ampliação da margem norte da
cidade, onde havia as melhores condições de navegabilidade, tanto quanto à proteção
dos ventos quanto à profundidade.
Rio Jacarey
Nomes
- O Rio Jacarey, atual Arroio Dilúvio assim era chamado desde a sua nascente na zona leste de Porto Alegre, a represa da Lomba do Sabão, também conhecido como Arroio do Sabão, até onde corria na mesma direção à Av. Bento Gonçalves, antiga estrada do Mato Grosso.
- O Rio Jacarey, atual Arroio Dilúvio assim era chamado desde a sua nascente na zona leste de Porto Alegre, a represa da Lomba do Sabão, também conhecido como Arroio do Sabão, até onde corria na mesma direção à Av. Bento Gonçalves, antiga estrada do Mato Grosso.
- Então, seguia chamando-se
de Arroio da Azenha até a confluência com o Arroio Cascata, lugar conhecido como
Ilhota.
- A partir deste
ponto, recebia o nome de Riacho, ou Riachinho.
- Caracterizado por um traçado de curvas muito fechadas, percorria cerca de 4 quilômetros em seu trajeto pela cidade.
- Caracterizado por um traçado de curvas muito fechadas, percorria cerca de 4 quilômetros em seu trajeto pela cidade.
Sesmarias iam até as margens do Guaíba
Em 1732, antes de ser povoada, a área onde Porto Alegre viria a surgir foi dividida em três grandes fazendas, ou “sesmarias”, terras concedidas pela Coroa Portuguesa para produção agropecuária.
- No mesmo ano do
início da concessão de sesmarias no Rio Grande do Sul, em Tramandaí- os
primeiros europeus e descendentes se estabeleceram na área do atual município
de Porto Alegre. ‘
- Eram eles Jerônimo de Ornellas, Sebastião Francisco Chaves e Dionísio Rodrigues Mendes.
- Nascido na Ilha
da Madeira, em Portugal, Jerônimo de
Ornellas se estabeleceu na região depois de viver em Guaratinguetá, no
interior da Província de São Paulo.
- O núcleo inicial
do povoado viria a se instalar, duas décadas depois, na península, limite oeste
da propriedade de Jerônimo de Ornellas.
- As terras de Ornellas faziam divisa ao norte com a
fazenda do tenente Francisco Pinto
Bandeira, tendo o Rio Gravataí como divisa; ao sul com as terras de Sebastião Francisco Chaves, o limite
era o Rio Jacareí (Arroio Dilúvio), e, a leste, com as terra de Francisco Xavier Azambuja.
- A sesmaria de Ornellas englobava os atuais bairros: -
Centro, Bom Fim, Independência, Moinhos de Ventos, Petrópolis, Floresta,
Santana, Rio Branco, Passo da Areia, Cristo Redentor, São João e Navegantes.
Em 1733, Chaves se estabeleceu ao sul do Rio Jacareí (Arroio
Dilúvio). A sede de sua estância ficava nas imediações do atual bairro Glória
(Gruta da Glória).
- As terras
abrangiam os atuais bairros: Praia de Belas, Menino Deus, Azenha, parte de
Santana, Partenon, Stº Antônio, Medianeira, Glória, Teresópolis, Nonoai, Stª
Teresa e Cristal.
- Dionísio Rodrigues Mendes estabeleceu a
sede da sesmaria no local onde se formaria mais tarde o bairro Belém Velho.
Por volta do ano de 1740, quando ainda cercado por farta vegetação, e
de águas límpidas, desenvolveu-se em sua foz um pequeno povoado de índios e
pescadores.
Em 1752, chegaram à localidade cerca de 60 famílias
portuguesas provenientes do Arquipélago dos Açores que ganharam autorização de Ornelas para plantar nas terras
próximas ao rio Jacareí e a Lagoa de Viamão (Lago Guaíba).
Em 1785, possuía 300 cabeças de gado, 12 cavalos e 25
potros. Morava com os filhos e alguns genros, todos vivendo da lavoura e da
criação.
- Suas terras
incluíam os atuais bairros: Vila assunção, Vila Conceição, Pedra Redonda,
Cavalhada, Tristeza, parte de Ipanema, Vila Nova e Belém Velho.
- Um pequeno promontório do Guaíba é chamado até hoje Ponta do Dionísio. Ali ficava o porto de sua estância.
Riacho - 1896
Calado
- O Rio Jacarey (Arroio Dilúvio) tinha bom calado a
partir da foz junto a Ponta da Cadeia e os barcos menores atracavam ali, perto
da ponte. Por este motivo ela ficou sendo chamada de Ponte dos Açorianos.
A Ilhota
No final de 1904 ao início de 1905,
a Ilhota surgiu após obra da Intendência Municipal de Porto Alegre.
- O objetivo do intendente José Montaury (1858-1939) era de dar maior vazão a dois arroios que
estavam atingindo ruas da região, como a Rua Arlindo (região do Colégio
Protásio Alves à Praça Garibaldi).
- Em seu lugar havia o Riacho, apelidado Riachinho,
que era o mesmo Arroio Jacareí do século XIX, cujas curvas acentuadas
delimitavam uma zona que se alagava muito quando chovia.
- A memória popular optou por chamar esses arroios
de Dilúvio e Cascatinha, porém eles tiveram outros nomes:
Dilúvio:
- Arroio Jacareí, Arroio do Sabão, Arroio da Azenha, Arroio Dilúvio, Riacho e
Riachinho foram as alcunhas do primeiro.
Cascatinha:
- Arroio das Águas Mortas, Cascata e Cascatinha foram do segundo.
- Com o término da obra, criou-se uma região ilhada,
mas bem localizada, próxima do centro da Capital.
- A obra de José
Montaury criou um veio onde a água mal circulava, tornando-se um fétido
berçário de mosquitos que os porto-alegrenses denominaram “braço morto do Riacho”.
- A obra originou um curso d’água próximo ao
encontro dos dois arroios, formando uma ilha na região.
- Nascia a “Ilhota”.
Garotos pescando na região do Partenon - 1910
Enchentes do Riacho
- Quem olha o Arroio Dilúvio hoje não o imagina passando entre chácaras de leite, plantações ou nos fundos das casas, cercado por abundante vegetação e com águas límpidas.
Pescadores no Rio Jacarey - 1932
Até o final da década de 1950, o Rio Jacareí (Arroio Dilúvio) realmente
fazia juz ao seu nome. Sofria dois tipos de enchentes: própria, provocada pela
queda pluvial, e outra produzida pelo Guaíba, que represava suas águas, e
podendo ainda as duas acontecer ao mesmo tempo.
- A cada
chuva mais forte os moradores dos bairros às suas margens, especialmente do
Menino Deus, Azenha, Cidade Baixa e Santana, viam as águas invadirem suas moradias.
- Só depois de
muitos dilúvios e com o crescimento de Porto Alegre é que as águas do arroio
foram domadas por meio da sua retificação e canalização.
- Devido as freqüentes enchentes, o Rio Jacareí ou
Riacho, popularmente passou para Arroio Dilúvio.
A Bacia
- A sub-bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) tem uma área total de 83,74km2, sendo 83% pertencente ao município de Porto Alegre e 17% ao município de Viamão.
- A população de Porto Alegre contribuinte à
sub-bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) é de 446 mil habitantes, que
corresponde a um terço da população da cidade.
- O Rio Jacarey (arroio Dilúvio) nasce nos limites
dos municípios de Porto Alegre e Viamão, e percorre uma extensão de 17.605m até
a foz, escoando suas águas no sentido leste-oeste.
- Próximo às cabeceiras se junta aos arroios Vitorino,
Taquara, Pequeno Casa Velha e Sem Nome para formar a Represa Lomba do Sabão.
- Seguindo seu percurso, recebe importantes
contribuintes: pela margem direita, são seus afluentes principais os arroios
dos Marianos, Beco do Salso e São Vicente e pela margem esquerda, os arroios
Mato Grosso, Moinho, Cascata e Águas Mortas.
- No final do percurso lança-se ao Guaíba, entre os
Parques Maurício Sirotsky Sobrinho(Harmonia) e Marinha do Brasil).
Morfologia
- A reconstrução da morfologia natural da sub-bacia, feita através de cartas topográficas do final do século XIX e início do século XX, mostra o canal meandrante do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) drenando um vale de fundo chato que se abria entre a Crista de Porto Alegre e a Crista da Matriz em direção ao lago Guaíba.
- O relevo da sub-bacia do Rio Jacarey (arroio
Dilúvio) é bem diferenciado. Os divisores ao sul são demarcados pelos terrenos
íngremes dos morros Santana (311m) e da Polícia (290m), encimados por campos
com matacões e matas.
- À jusante da
sub-bacia estão localizadas as terras baixas, formadas pelos terraços e
planície fluviais do Rio Jacarey (arroio Dilúvio), com altitudes que variam
entre 4m e 10m.
- Os divisores da sub-bacia ao norte são demarcados pelo
topo dos morros da Crista e da Matriz. O Rio Jacarey (arroio Dilúvio) possui
três estados morfológicos desde a região de nascentes, nas colinas no limite
com o município de Viamão, até desembocar no lago.
- No segmento das cabeceiras e nas vertentes que
delimitam a sub-bacia, os afluentes ainda possuem canais pouco sinuosos, leitos
pedregosos e algumas quedas d’água que ajudam a erodir os terrenos altos.
- O trecho intermediário, situado no vale principal,
inicia-se no bairro Agronomia, onde a estreita planície fluvial, com cerca de
500m de largura, estende-se até o Morro Santo Antônio. Nesse intervalo, são
drenadas as águas da maior parte dos afluentes do arroio Dilúvio.
- No segmento final, o curso apresentava-se, antes
da retificação, sob forma meandrante e percorria
uma planície fluvial com 2,5 km de largura, entre as encostas da Crista de
Porto Alegre e da Crista da Matriz.
Banhado
- Esta planície fluvial era constantemente inundada na época das cheias, quando o volume de água ultrapassava a capacidade de transporte do canal. Por essa razão, originalmente, a planície fluvial do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) era formada por banhados que se estendiam desde a área ocupada hoje pelo bairro Menino Deus até o Parque Farroupilha.
- A foz do arroio na enseada da Praia de Belas era
marcada por bancos de areia que se formavam paralelos a margem. Esses bancos
eram constantemente retrabalhados pelo fluxo do canal ou pela subida do nível
do lago ocasionada pelo vento ou por inundações periódicas.
Dados Técnicos
- A extensão canalizada e retificada do arroio Dilúvio está estimada em 12 km, dos quais 10 km, compreendidos entre a Av. Antônio de Carvalho e o Guaíba, tem calha central localizada entre as duas pistas da Av. Ipiranga. A seção de montante a Av. Antônio de Carvalho possui uma calha central em alvenaria de pedra de 8m de largura por 2m de altura e taludes laterais com grama com 2,5m de altura e inclinação de 1:1,5.
- Entre a Av. Antônio de Carvalho e a Rua Cristiano
Fischer o canal apresenta uma calha central com fundo natural e paredes
laterais com 15m de largura e 2m de altura em alvenaria de pedra. Possui
taludes laterais em lajes de grês com 2,5m de altura e inclinação de 1:1 e
talude superposto em grama, também com 2,5m de altura e inclinação de 1:1.
- Entre a Rua Cristiano Fischer e a Av. Borges de
Medeiros a seção possui as mesmas características, variando somente a calha
central que passa a ter 20m de largura por 2m de altura, em alvenaria de pedra.
- A partir da Rua Vicente da Fontoura, devido a
declividade e conseqüente aumento de velocidade de escoamento, existe uma série
de degraus com altura média de 1m e em conjunto de três a cada 200m, aproximadamente.
- A seção do canal entre Av. Borges de Medeiros e o
Guaíba não é definitiva, havendo necessidade de execução das paredes laterais e
taludes.
Saneamento
- Ao longo da história da ocupação urbana, a sub-bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) foi intensamente modificada. O arroio foi canalizado e teve seu curso natural retificado.
- Alguns afluentes desapareceram sob a cidade e seus
canais passaram a integrar o sistema de esgotamento pluvial. A drenagem pluvial
de todos os bairros integrantes da bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio)
depende diretamente do desempenho hidráulico do canal do arroio.
Assoreamento da
Calha
- O processo de urbanização que se verifica ao longo de seu curso provoca o carreamento anual de cerca de 50.000m3 de detritos, com o conseqüente assoreamento da sua calha, diminuindo com isso as condições de vazão. As causas principais do assoreamento do arroio Dilúvio são a inadequada ocupação do solo, o decapamento vegetal dos terrenos, especialmente das encostas e morros, o recapamento do solo com pavimentos e edificações e a não embalagem e entrega do lixo.
- O Rio Jacarey (arroio Dilúvio), escoadouro das
suas águas pluviais superficiais, que um dia serviu como fonte de abastecimento
e irrigou plantações, tornou-se também o receptor natural das águas servidas
geradas por significativa parcela da população que ocupa sua área de drenagem.
- Na bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) situa-se
o percentual mais significativo de redes coletoras de esgotamento sanitário do
tipo separador absoluto, em relação as demais sub-bacias da cidade. O esgoto
sanitário é conduzido pelas margens direita e esquerda do arroio, com destino
final na estação de bombeamento de esgoto da Baronesa do Gravataí, sendo
lançado no Guaíba, por emissário sub-fluvial, no canal de navegação. Apesar do
expressivo percentual de redes coletoras implantadas na bacia do Rio Jacarey
(arroio Dilúvio), isto não tem garantido a melhoria da qualidade da água do
arroio. Especialmente em trechos de urbanização mais recente, onde a coleta e o
afastamento dos esgotos não acompanhou a expansão populacional, a carga
afluente ao arroio é significativa. Além disso, muitas economias desta
sub-bacia, por problemas técnicos e/ou culturais, não efetuaram as ligações do
esgoto à rede cloacal, mantendo seus efluentes ligados à rede pluvial, que os conduz,
junto com as águas de chuva, diretamente para o Rio Jacarey (arroio Dilúvio).
Obras e Ações
- Dentro das atribuições que lhe competem, o DMAE vem fazendo grandes investimentos na ampliação de redes coletoras e tratamento de esgotos da cidade. Na sub-bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio), a mais importante de Porto Alegre, o DMAE definiu uma série de ações e medidas a serem implantadas, buscando amenizar o quadro de poluição deste corpo receptor e promover a melhoria da qualidade de vida de sua população. Foram previstas várias obras de esgotamento sanitário, dentre as quais destacamos as mais importantes, já executadas e/ou em fase de implantação. Sistema de esgotamento sanitário da sub-bacia do arroio Vitorino.
- O interceptor do arroio Vitorino foi parcialmente
construído e conectado ao arroio Dilúvio acima da ponte da divisa entre os
municípios de Porto Alegre e Viamão, com lançamento da carga para fora da
represa, e conexão à rede de esgoto da micro-bacia de drenagem D20, na Av.
Ipiranga, em frente à Av. Joaquim Porto Vilanova, interligando-se ao sistema
Ponta da Cadeia. Neste interceptor também foi conectada a rede cloacal do Beco
dos Herdeiros havendo, portanto, concentração de esgoto, pois não foi exigido
dos moradores a colocação de tanques sépticos. O Loteamento Santa Paula, lança
seus efluentes na rede pluvial que deságua no arroio Dilúvio, logo abaixo da
barragem Lomba do Sabão.
Sistema de
Esgotamento Sanitário
- O interceptor do arroio Vitorino ainda não foi concluído mas já foi implantada rede cloacal no Loteamento Jardim Franciscano e arredores. As casas foram ligadas à rede cloacal sem tanque séptico, aumentando, portanto, a contaminação das águas da barragem, devido à concentração do esgoto e ao lançamento no arroio Taquara.
- Na Vila Mapa também foram executadas extensões de
rede cloacal conectadas ao pluvial, que deságua no Dilúvio a montante da Escola
de Agronomia.
- Ampliação da rede de esgotamento sanitário entre a
Escola de Agronomia e a ponte da Rua Cristiano Fischer Foram executadas 62
extensões de rede de esgoto cloacal totalizando 9.184m e efetuadas 705 novas
ligações às redes já existentes.
- Nas vilas Pinto, Divinéia, Mato Sampaio e Fátima,
as várias extensões de redes de esgoto cloacal executadas foram conectadas em
redes pluviais e sangas que estão ligadas ao arroio Dilúvio através da galeria
pluvial implantada na Av. Joaquim Porto Vilanova.
- Ampliação da rede de esgotamento sanitário entre a
ponte da Rua Cristiano Fischer e a passarela da Rua Santa Cecília Foram
executadas extensões de rede de esgoto cloacal totalizando 10.043m e efetuadas
723 novas ligações às redes já existentes.
Em 1999, foi
desvinculada a contribuição mais importante dessa região, o efluente do complexo
da PUC, que era lançado à margem esquerda do arroio Dilúvio. Ampliação da rede
de esgotamento sanitário entre a ponte da Rua Santa Cecília e a ponte da Av.
Getúlio Vargas.
- Foram executadas 45 extensões de rede de esgoto
cloacal totalizando 6.083m e efetuadas 451 novas ligações às redes já
existentes. Com recursos do PROSEGE, o DMAE implantou interceptores e 65.043m
de redes coletoras de esgoto cloacal, sendo posteriormente efetuadas 4.700
ligações. Ampliação da rede de esgotamento sanitário entre a ponte da Av.
Getúlio Vargas e a ponte da Av. Borges de Medeiros.
- Foram executadas 5 extensões de rede de esgoto
cloacal totalizando 941m e efetuadas 9 novas ligações às redes já existentes. A
contribuição mais importante desvinculada da rede pluvial foi a da Fundação de Recursos
Humanos, localizada na Av. Praia de Belas.
Retificação do Rio
A chamada “obra do século” constava do Plano Geral
de Melhoramentos do engenheiro João Batista Maciel, de 1914, mas só seria
iniciada durante a Administração de José Loureiro da Silva, logo após a grande
enchente de 1941.
Pelo trajeto antigo, o Dilúvio dobrava à direita logo após a
Ponta da Azenha, percorrendo um trajeto através do bairro Cidade Baixa, passando
sob a Ponte de Pedra até o Guaíba, junto à antiga Casa de Correção. Cada
temporal imediatamente provocava o transbordamento do arroio e o alagamento dos
bairros do entorno.
Projetado como escoadouro pluvial, o Dilúvio sofre os efeitos do
crescimento, tornando-se um verdadeiro esgoto a céu aberto.
- A retificação do Riacho, como era conhecido, mudou profundamente o mapa de Porto Alegre, onde o Rio Jacarey (Arroio Dilúvio) sempre aparecera desaguando no sul da península, esta intervenção deu origem à atual Avenida Ipiranga, que rasga a cidade de leste a oeste, uma nova e importantíssima radial para a cidade, com cerca de doze quilômetros canalizados.
A implantação do novo canal demorou mais de 30 anos
para ser finalizada e pode ser considerada uma grande cirurgia urbana. Através
de um olhar mais apurado sobre área que abrange os primeiros quatro quilômetros
de sua implantação a partir da foz junto ao Lago Guaíba.
- Na história de Porto
Alegre, nenhuma obra alterou tanto a paisagem quanto a retificação do Arroio
Dilúvio.
Em meados do séc. XIX, os aterros e os diversos trapiches ali foram
sendo construídos.
Em 1889, Proclamada a República, esses problemas
tornaram-se foco do governo, já que, de orientação positivista, encontrava o
progresso como objetivo, e enxergava o urbanismo como base para isso.
- Foi, então, que o
primeiro intendente republicano de Porto Alegre, Alfredo Augusto Azevedo, criou a Secretaria da Intendência, onde, dentro de suas sete seções, estava
a seção de Engenharia.
Em 1896, o vice-intendente, Luiz Faria dos Santos, transforma em Diretoria de Obras, a antiga seção de Engenharia.
Em 1905, para
aumentar a vazão do arroio, que transbordava rapidamente nas chuvaradas, o
Intendente José Montaury abriu em
1905, um canal em linha reta na altura da famosa “Ilhota”, que fazia um “U” diante da Praça Garibaldi, onde se juntava as
águas do Arroio Cascata (que deu o apelido a Av. Aureliano de Figueiredo Pinto
de Cascatinha).
- Outros projetos sugiram, mas coube ao Intendente (Prefeito)
Loureiro da Silva canalizar o Arroio
Cascata e retificar o Dilúvio. Antes de contar com recursos federais, que só
seriam liberados em 1941, ele iniciou as obras de retificação entre a João
Pessoa e Praia de Belas.
A Citação
- No Relatório e Projeto de Orçamentos para 1914, que José Montaury apresenta ao Conselho Municipal em 1913, já cita o projeto de retificação e canalização do Riachinho.
Desde 1839, projetos de canalização da várzea tentavam
resolver esse problema, porém, quatro são conhecidos:
- O projeto Maciel (1914),
- O projeto Schneider (1925),
- O projeto Medáglia (1930),
- O projeto e Ari de Abreu Lima (1935).
Em 20 de junho de 1912, dando continuidade à essa política, José Montaury solicita a elaboração do Plano Geral de Melhoramentos, primeiro plano urbanístico da cidade, à Comissão de Melhoramentos e Embelezamentos de Porto Alegre se instalou.
- Dois tipos de
propostas eram feitas, uma manteria o curso original do Riacho, e outra não
levaria em consideração o seu leito.
Em 1921, o atual porto de Porto Alegre foi inaugurado.
Mas somente em 1939, com o intendente Loureiro da Silva na presidência do município, que as obras de
retificação e canalização do Rio Jacareí (Arroio Dilúvio) foram iniciadas.
A partir do ano 1940, a margem sul do Guaíba também começou a sofrer aterros.
- O primeiro
distrito foi sendo tomado por uma alta densidade populacional, os bairros cresciam
e com eles os problemas de infra-estrutura e saneamento.
Enchente de 1941
- Uma impressionante conjugação de fatores
climáticos, geográficos e meteorológicos provocou a maior enchente da história
de Porto Alegre.
Nos meses de abril e maio de 1941, durante
22 dias as águas do Guaíba transbordaram sobre a cidade a uma altura que alcançou
4,76 metros.
Cais do Porto
- Além das chuvas incessantes, as cheias dos rios
Jacuí, Taquari, Caí e dos Sinos se dirigiam à Capital em uma velocidade de 60
quilômetros por hora.
- Mesmo com o fim das chuvas, um vento sudoeste
empurrou as águas da Lagoa dos Patos de volta a Porto Alegre, o Rio Jacarey
(Arroio Dilúvio) pressionado transbordou os bairros mais baixos.
- No total, 70 mil pessoas – quase um quarto da
população – ficaram desabrigadas, 600 empresas suspenderam suas atividades, e,
pela primeira vez, as águas alcançaram a Rua da Praia, no coração da cidade.
- Uma grande rede de solidariedade foi formada para assegurar abrigo, remédios e alimentação aos flagelados.
Início das Obras de Retificacão
- Para a realização da obra de retificação do Jacarey, foi escolhida a opção em que o leito do arroio era desconsiderado, devido ao seu traçado mais racional que resultava em menor extensão, maior declive e, por tanto, maior capacidade de vazão e menores seções, gerando maior economia.
- Retificado o trecho de 2.900 metros em direção do Gasômetro ficou com 1.300 metros desaguando na Praia de Belas.
- No projeto, 70 metros de largura eram previstos.
- No projeto, 70 metros de largura eram previstos.
- Desses, 50 metros
destinavam-se ao espaço útil em suas margens, onde seriam construídas sobre
dois diques de pedra, com chapas de tráfego para veículos e passeios para
pedestres, duas avenidas laterais. Os metros eram reservados para o leito do
arroio.
- Vinte anos foram
necessários para total canalização e retificação do arroio mais a construção
dos dois lados da nova Avenida Ipiranga.
- Quatro anos para
o desvio do leito e construção das pontes.
- Na sua execução,
o Município contou com o auxílio do Governo Federal, por meio do extinto
Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS).
Urbanistas e Historiadores
concordam, esta foi a obra do século XX.
Até 1942, a retificação do arroio Dilúvio até o Guaíba pode ser medida em números:
204 Desapropriações de terrenos,
160 Mil metros cúbicos de terra removidos,
17 Pontes,
12 Quilômetros de canalização,
Construção da Avenida Ipiranga,
Eliminação de uma rua, a Rua 28 de Setembro.
- A obra acabou com os constantes alagamentos nas
baixadas da Santana, Azenha e Cidade Baixa, valorizou a região e facilitou o
acesso da Zona Sul ao Centro.
Obras - Ponte da avenida João Pessoa- 1950
- O desvio do leito e a construção das primeiras
pontes, consumiu quatro anos de trabalho.
- A obra toda, retificação e canalização do Dilúvio,
desde onde hoje está a PUC, e a construção dos dois lados da Avenida Ipiranga,
durou quase 20
anos.
Avenida Ipiranga
- A Avenida Ipiranga estabelece uma integração notável entre diversos bairros de Porto Alegre e vem concretizando-se como um corredor de serviços e comércio, crescendo de forma fragmentada e irregular, sofrendo uma acentuada transformação urbana desde a implantação dos planos diretores.
Arroio Dilúvio e Avenida Ipiranga junto a Ponte da Azenha
- A Avenida
Ipiranga tornou-se uma nova e importantíssima radial, segue por 11 km ao longo
do arroio, faz a conexão de dezenas de bairros, quase equivalendo-se à uma
perimetral.
- Com sua
construção toda área tornou-se valorizada, acolhendo inúmeros investidores e grande
região que o riacho acolhe teve como resultado o progresso.
- A construção da
Ipiranga e retificação do Arroio, a exemplo de Franco, é considerada por muitos um importantíssimo trabalho de
recuperação urbanística para a cidade.
Materiais e Métodos
Programa de Monitoramento
O programa de monitoramento das águas do arroio Dilúvio, realizado com freqüência trimestral, teve início em janeiro de 1996 e estendeu-se até o final de 1999.
Estabelecido em função das obras de esgotamento sanitário
previstas para esta sub-bacia, a escolha dos locais de amostragem levou em
conta a área de abrangência dos investimentos e os principais pontos de
lançamento de cargas.
Assim, foram definidas oito estações de amostragem,
localizadas ao longo do curso do arroio. As amostragens seguiram as orientações
técnicas do Guia de Coleta e Preservação de Amostras de Água (CETESB, 1988),
sendo também observadas as indicações do Standard Methods for the Examination
ofWater and Wastewater (APHA, 1995).
A metodologia analítica empregada no exame das
amostras de água seguiu as recomendações do Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater (APHA, 1995), à exceção do nitrato, que foi
analisado pelo método do ácido fenoldissulfônico, constante na 12a edição
(APHA, 1965).
Os teores médios de oxigênio dissolvido das águas
das estações D1, D6a, D9b e D9a variaram de 6,0mgO2/La 4,5mgO2/L. A partir da
estação D11 até a foz, a concentração média de OD diminuiu, mantendo-se em torno
de 3,0mgO2/L.
Ao longo do curso do arroio foi observada tendência
de redução dos teores de OD, fazendo com que as águas do Dilúvio, da estação
D11 até a foz, apresentassem, ocasionalmente, condições de anaerobiose, como as
observadas nas amostragens de janeiro de 1996 e abril de 1997.
A ausência de oxigênio nas águas pode ser atribuída
à menor declividade do trecho final do arroio, que provoca a estagnação do fluxo,
dificultando a oxigenação do meio, e à concentração das cargas lançadas ente as
estações D11 e D12, devido à implantação de redes coletoras de esgoto cloacal
na sub-bacia do arroio Cascatinha.
De acordo como estabelecido na legislação proposta
para o oxigênio dissolvido, as águas das estações D1 e D6aapresentaram nível de
qualidade compatível com a condição de classe 4, enquanto que a partir da
estaçãoD9b o maior aporte de cargas fez com que as águas do Dilúvio fossem
caracterizadas como “fora de classe”, em percentuais crescentes em
direção a foz.
O valor médio de nitrogênio amoniacal das águas do
arroio Dilúvio manteve-se em torno de 10mgN/L, à exceção da estação D1, que por
ser o local que recebe menor contribuição de águas servidas, apresentou média
ligeiramente inferior, de 6,49mgN/L.
A mesma tendência foi observada em relação aos
valores máximos de nitrogênio amoniacal, que variando de 12,22mgN/L na estação
D1 a 24,36mgN/L na estação 39, deram às águas do Dilúvio, conforme legislação
proposta, condições semelhantes as do esgoto doméstico da cidade.
O nitrito, com poucas variações em seus valores
médios, apresentou comportamento constante ao longo do curso do arroio Dilúvio,
oscilando entre 0,466mgNO2/L a 0,690mgNO2/L, o que demostra o permanente processo
de degradação da matéria orgânica afluente a esse curso d’água.
Os valores máximos de nitrito, compreendidos entre
0,971mgNO2/L e 1,698mgNO2/L, conferiram às águas do Dilúvio a condição de
classe1 da Resolução CONAMA n° 20/86.O nitrato, produto final da degradação da
matéria orgânica nitrogenada, apareceu em concentrações médias que oscilaram
entre 0,58mgNO3/L e 1,21mgNO3/L.
O valor máximo de nitrato de 6,22mgNO3/L, determinado
na estação D9a, demonstra que o arroio ainda mantém parte de sua capacidade de autodepuração,
apesar das contribuições que recebe ao longo de seu curso, conferindo às águas
das estações monitoradas condição de classe 1 da Resolução CONAMA n° 20/86.O
fosfato total apareceu em menores concentrações nas águas da estação D1, onde
foi determinada a média de 1,60mgPO4/L.
A partir daí, os teores médios começaram a aumentar
até atingir o pico de 6,20mgPO4/L, na estação D9b. Entretanto, essa média mais
elevada se deve à influência do valor máximo de fosfato total das águas do
arroio Dilúvio, de 22,93mgPO4/L, que caracteriza uma carga de choque lançada
neste ponto de amostragem, já que o valor subsequente, de 10,54mgPO4/L, foi
semelhante aos máximos encontrados nas estações de jusante. Dessa forma,
pode-se dizer que nos pontos localizados à jusante da estação D9b, as concentrações
médias de fosfato total das águas do Dilúvio oscilaram entre 3,96mgPO4/L e
5,65mgPO4/L e que o ponto D11 foi o que apresentou a melhor distribuição normal
de dados para essa característica.
De acordo com o estabelecido na legislação proposta
para fosfato total, as águas dos pontos D1, D6a e D11apresentaram condição de
classe 4, enquanto nas demais estações de amostragem do Dilúvio as concentrações
máximas de fosfato foram compatíveis com as normalmente encontradas no esgoto
doméstico da cidade. O sulfeto analisado nas águas das estações de amostragem
do arroio Dilúvio não foi detectado ou apareceu em concentrações menores que
0,1mgS/L, durante todo o período de monitoramento.
Mesmo assim, essas águas foram consideradas como
classe 3 porque o limite de detecção do método analítico empregado, de0,1mgS/L,
é superior ao valor de 0,002mgS/L estabelecido para as classes 1 e 2 da
Resolução CONAMA n°20/86.Em relação ao percentil 80 calculado para coliformes
fecais, a estação D1 foi a que apresentou o menor índice, de 1,3.105 NMP/100mL,
seguindo-se a estação D6a com 9,6.105NMP/100mL. Nos demais pontos monitorados,
o percentil 80, um pouco mais elevado, manteve-se entre l, 8.106 NMP/100mL
e7,0.106 NMP/100mL.
A acentuada variação na densidade de organismos de
origem fecal, verificada em cada estação de amostragem, levou à obtenção de
desvios padrão crescentes da estação D1 em direção à foz. Essa variação pode
estar associada à concentração de cargas geradas pela população contribuinte,
no trecho final do arroio, à influência de lançamentos localizados, à
ocorrência de períodos de precipitação pluviométrica e de estiagem ou ao
processo natural de decaimento bacteriano.
De acordo com a legislação proposta, durante todo o
período de monitoramento, as densidades de coliformes fecais observadas nas
estações de amostragem do arroio Dilúvio, mantiveram-se dentro da faixa
normalmente encontrada nos esgotos da cidade.
Comparação com o período anterior 1993/1994O
progressivo comprometimento da qualidade das águas do arroio Dilúvio,
verificado nos últimos anos, pode ser comprovado através da comparação dos
percentuais de ocorrência nas diferentes classes da legislação proposta referentes
no período 1996/1997 com os índices obtidos no período 1993/1994, apresentados
na publicação n° 54 do DMAE, Avaliação da Evolução de Alguns Parâmetros
Físico-Químicos e Microbiológicos no Arroio Dilúvio(1994), nos pontos de
amostragem coincidentes, estações D1, D6a, D11, D12 e 39.A análise dos dados
percentuais apresentados nas tabelas numeradas de XIV a XVIII mostra que as
águas do Rio Jacarey (arroio Dilúvio) vêm sofrendo um gradual comprometimento
sanitário ao longo do tempo. Isto pode ser constado pelo fato das
características DBO5, DQO, OD, nitrogênio amoniacal e coliformes fecais, representativas
de contribuições de natureza orgânica, apresentarem percentuais de ocorrência
cada vez maiores nas classes de águas de pior qualidade.
Os percentuais de ocorrência de fosfato não puderam
ser comparados, tendo em vista que os limites adotados para essa característica
não foram os mesmos para os dois períodos de estudo. Mesmo a estação D1,
considerada como o local de águas de melhor qualidade e que em 93/94
apresentava condição “fora de classe” apenas para coliformes fecais, no período
de estudo mais recente mostrou índices de ocorrência de24% dos valores de
nitrogênio amoniacal e de 44% dos dados de organismos de origem fecal dentro da
faixa normalmente encontrada no esgoto de Porto Alegre.
No período anterior, o OD que apresentavam condição
de classe 2 e as características DBO5 e DQO, com condição de classe 3, passaram
a classe 4 em 96/99.A estação D6a, que em 93/94 já apresentava características
de esgoto em relação aos coliformes fecais, teve triplicado o percentual de
ocorrência nesta condição no período de estudo mais recente. O nitrogênio amoniacal,
que anteriormente apresentava condição “fora de classe”, no período atual
mostrou índice de ocorrência de 63% dentro da faixa normalmente encontrada no
esgoto da cidade.
As características DBO5 e DQO, que em 93/94 apresentavam
condição de classe 4, passaram à condição “fora de classe” em 96/99. Em relação
ao OD, como os casos críticos de anaerobiose não se repetiram no período atual,
as águas desse local de amostragem, que antes apresentavam condição “fora de
classe”, passaram para a classe 4.As águas da estação D11, que no período
anterior, já apresentavam características de esgoto em relação aos coliformes
fecais, apresentou a totalidade de seus dados nessa condição no período de
estudo mais recente.
O nitrogênio amoniacal, que anteriormente
apresentava condição “fora de classe”, teve 58% de seus dados dentro da faixa
normalmente encontrada no esgoto de Porto Alegre. E manteve-se em condição
“fora de classe” quanto às características DBO5, DQO e OD, porém com
percentuais menores do que os observados no período anterior, sugerindo uma
leve recuperação da qualidade dessas águas.
A estação D12, que anteriormente já apresentava 50%
dos valores de coliformes fecais semelhantes aos encontrados nos esgotos, teve
seus índices de ocorrência aumentados para 100% no período atual.
A DQO dessas águas também manteve-se com
características de esgoto. Confirmando o maior comprometimento desse local de
amostragem, as caraterísticas DBO5 e nitrogênio amoniacal tiveram seus níveis
aumentados, fazendo com que essas águas passassem da condição “fora de classe”
para a condição de esgoto, enquanto o OD manteve-se na condição “fora de
classe” em percentuais semelhantes nos dois períodos estudados.
Nas águas da foz do arroio Dilúvio, os índices de
coliformes fecais, característicos de esgoto, passaram de 40% no período
anterior para 94% no período atual. As caraterísticas DBO5, DQO e nitrogênio
amoniacal também tiveram suas concentrações aumentadas, fazendo com que essas
águas passassem da condição “fora e classe” para a condição de esgoto. Quanto
ao OD, as águas da estação D12 permaneceram na “condição fora de classe” em
percentuais semelhantes nos dois períodos de estudo.
Em junho de 2011, a imprensa divulgou que a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) — ambas com instalações de ensino situadas na avenida
Ipiranga, às margens do arroio — decidiram propor junto à prefeitura uma
parceria para a revitalização do Dilúvio.
- Para isso, as
duas universidades pretendiam adotar o modelo utilizado para recuperar o arroio
Cheonggyecheon, em Seul, capital da Coreia do Sul. Assim como o Dilúvio, este
arroio coreano corta um grande área urbanizada de sua cidade, tendo sido
bastante poluído no passado.
- Desde sua
recuperação, finalizada em 2002, o Cheonggyecheon tem apresentado águas limpas,
à beira das quais a população local encontra áreas de lazer arborizadas.
- UFRGS e PUCRS
criaram um portal onde o projeto será gerenciado. Foi publicado um marco
conceitual do programa, seguido de um Plano de Ação.
Em 2016, o projeto era reportado como estagnado; a
prefeitura alega falta de recursos.
Ecobarreira
Em 2016, uma "ecobarreira" foi instalada por iniciativa privada (empresa Safeweb) na foz do no Arroio Dilúvio, visando a coleta do lixo flutuante que desembocaria no Lago Guaíba. Quase 20 toneladas de resíduos foram retirados logo nos dois primeiros meses de operação.
Redes Sociais
Em 2010, o "Movimento Arroio Dilúvio" foi criado e desde então vem usando diversas ferramentas da internet para fomentar o debate sobre a despoluição e limpeza do arroio.
No Facebook a página "Eu quero o
Arroio Dilúvio Despoluído e Limpo" se destaca.
Um projeto ativista
que luta pela despoluição do arroio Dilúvio chama-se "Águas Brasileiras".
Fatos Notórios
- Constatou-se que, em um período de dois anos (2009 a 2010), ao menos 20 carros caíram no arroio Dilúvio pela falta de cordões de calçada com altura suficiente devido aos re-capamentos de asfalto que fizeram ao longo dos anos os mesmos perderem altura sem ter correções feitas pela prefeitura.
Em novembro de 2009, o arroio ficou cheio e barrento por causa de
uma chuva forte, e um grupo de surfistas, ignorando a poluição do Dilúvio,
surfou em suas ondas
Pontes
Tipos de Ponte
Pontes de Pedra, as regras para a construção das abóbodas aplicam-se naturalmente à construção de arcadas.
As pontes de armação metálicas são de aplicação
secundária depois do emprego do ferro fundido na sua construção.
Pontes
Fortificadas, as pontes da Idade Média eram quase
sempre fortificadas, construída principalmente por Roma, defendida por torres,
para dificultar uma invasão de surpresa.
Ponte
de Alta Carga, consta de pilares sustentando uma
dupla galeria, sobre a qual repousa o estrado da ponte. Cada um dos pilares
repousa sobre um pilar de alvenaria, passando 9 metros acima do nível da água,
o custo de pedra seria inviável.
Pontes Cobertas,
são pontes principalmente para lugares em que neva, para manter a passagem
livre, são de madeira e telhado baixo de telhas de barro. Principalmente
encontrada na Suíça.
- Várias são as pontes que transpõem este curso
d’água natural, para desaguar no Lago Guaíba, sua rota foi alterada pelo homem,
retificado, com suas várias pontes é a nossa Veneza, no passado e no presente:
- Várias são as pontes que transpõem este curso d’água natural, para desaguar no Lago Guaíba, sua rota foi alterada pelo homem, retificado, com suas várias pontes é a nossa Veneza, no passado e no presente:
Pontes
Desativadas sobre o Riacho
Ponte da Azenha
- A primeira ponte foi construída no século XVIII,
para facilitar o comércio pelo português Francisco Antônio, conhecido como
Chico da Azenha, dono da azenha de trigo, com seu moinho d’água que a construiu
junto rio Jacareí. Esta talvez foi a primeira ponte sobre o rio Jacareí
(Riacho) de Porto Alegre.
- A segunda ponte foi construída em 1880 em
alvenaria.
Ponte
de Pedra
- A primeira ponte sobre o Riacho foi feita em
madeira em 1777, ligando ao sul do Povoado e permaneceu lá até 1846, quando
iniciou a obra da nova ponte, agora de pedra, junto a atual 1ª Perimetral.
Pontes
da Estrada de Ferro Riacho/ Tristeza – Ponte 1 e 2
- Eram duas pontes em ferro da estrada de ferro
Riacho/Tristeza que margeava a orla, ligava o Centro a Zona Sul da Cidade, a
primeira ponte junto a foz do Riacho, após a retificação a segunda junto a
Praia de Belas, com a desativação da linha e retificação do arroio Dilúvio,
foram demolidas.
Ponte
da Rua da República
- Esta ponte estreita era sobre o Riacho quando este
atravessava a Rua da República.
Ponte
de Ferro da Rua 13 de Maio
- A primeira ponte sobre a Avenida 13 de Maio (atual
Getúlio Vargas), foi feita em ferro, onde passava o bonde, da primeira linha
ligando a Estrada da Várzea (atual João Pessoa ao arraial do Menino Deus.
Pontilhões
Nos séculos XVIII e XIX, havia pontilhões em madeira espalhados pelo caminho do Riacho para a passagem de pessoas, animais e carga, entre um lado e outro da cidade.
Pontes Atuais
- A extensão canalizada do Arroio Dilúvio é de aproximadamente 12 quilômetros e existem atualmente (2017) 17 pontes (a primeira, no Menino Deus, foi construída em 1850) e cinco travessias para pedestres.
- A engenharia moderna com o emprego do concreto armado ou injetado, tem mostrado na construção de pontes uma audácia, que as facilidades atuais tornam possível.
- Mas o estudo comparativo, o mérito dos antigos construtores é maior onde realizavam ao mesmo tempo obras de grande valor prático e artístico.
2) Ponte
de Pedra
Em 1845, o
presidente da Província, então Conde de
Caxias (o Duque de Caxias), teve a decisão de substituir a velha ponte de
madeira sobre o Riachinho (como era conhecida a foz do Riacho) por uma de
pedra, isto era um sinal que a expansão urbana seria estimulada.
- A construção da Ponte de Pedra iniciou em princípio
de 1846, quase junto a foz do Riachinho que desembocava no Guaíba, foi
construída por João Batista Soares da
Silveira e Souza que era o maior empreiteiro de Porto Alegre no século XIX.
Dois anos depois, a ponte já dava passagem, mas só
seria concluída em 1854.
Construção que possui três arcos planos com
pilastras, era a saída da cidade do Centro para a Zona Sul aos antigos Areais e
Chácaras, o deslocamento era na diagonal pela Rua Cel. Genuíno ou pela Rua do
Riacho (atual Washington Luiz), uma vez que a Av. Borges de Medeiros ainda não
existia. Após a abertura da Avenida Borges de Medeiros e a retificação do
Arroio Dilúvio, a ponte de pedra perdeu sua função.
Na década de 1970, como
tratamento paisagístico, recebeu um espelho d’água sob seus pilares, mas o
espelho ficou alto e cobre a beleza das linhas dos pilares, hoje localizada
junto ao Largo dos Açorianos. Foi tombada pelo município em 1979.
Localização: Av. Loureiro da Silva (1ª Perimetral),
esquina Av. Borges de Medeiros, Cidade Baixa.
3) Ponte
Beira Rio
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Edvaldo
Pereira Paiva, Praia de Belas.
4) Ponte
Marinha do Brasil
- Esta ponte está no projeto de duplicação da
Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira Rio), Praia de Belas.
5) Ponte
Borges de Medeiros
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Borges
de Medeiros, Praia de Belas.
6) Ponte
Praia de Belas
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Praia
de Belas, Praia de Belas.
7) Ponte
Múcio Teixeira
- Esta ponte está localizada junto a Rua Múcio
Teixeira, Menino Deus.
8) Ponte
Getúlio Vargas
- A primeira ligação era um pontilhão, primeiro de
madeira depois de ferro, e fazia a ligação para o Areal do Menino Deus.
A ponte da década de 1960, tem
traços marcantes em pedra. Esta ponte está localizada junto a atual Avenida Getúlio
Vargas, Menino Deus.
9) Ponte
Cascatinha
Ponte Erico Veríssimo
- São duas pontes, nos dois sentidos, Bairro/Centro,
construídas em concreto. Esta ponte está localizada junto as Avenidas Aureliano
de Figueiredo Pinto e Érico Veríssimo, Cidade Baixa.
10) Ponte
da Azenha
- Várias foram as pontes desta ligação, a primeira,
de madeira, foi feita pelo dono de um moinho local, tinha como objetivo ligar
Porto Alegre a Viamão. Teve importância fundamental para o desenvolvimento da
Cidade.
- Esta ponte de ligação entre a cidade de Porto Alegre
e Viamão, teria grande importância na noite de 20 de setembro de 1835. A tomada
da Ponte da Azenha pelos rebeldes farroupilhas, considerado o início oficial da
Guerra dos Farrapos, foi um fiasco, das forças Imperais.
Esta ponte está localizada junto a Avenida Azenha,
bairro Azenha.
Na noite de 19 de setembro de 1835, avisados
de que forças estavam acampadas além do Riacho (e estavam; haviam feito a
travessia desde a cidade de Guaíba e acampado na elevação da atual Avenida
Oscar Pereira), o governo da província enviou a ponte da Azenha uma patrulha
comandada pelo Visconde Camamu, que
desceu com a tropa pela Estrada da Várzea (João Pessoa), quando essas forças se
aproximaram, foram recebidas a bala por 30 homens comandados pelo capitão Manuel Vieira da Rocha, o Cabo Rocha.
O cavalo do visconde se assustou, deu meia-volta e
saiu em disparada, atropelando a patrulha, que debandou.
Resultado: um morto e quatro feridos, inclusive o Visconde de Camamu.
Estava dado o batismo de fogo sobre a Ponte da
Azenha, nesta noite Porto Alegre é tomada pelos Farrapos.
Nova ponte em alvenaria é construída no local em
1900, pelo intendente José Montaury.
- Atualmente existe uma ponte em pedra, com florões em
suas extremidades, iluminação especial e placa comemorativa, construída em
1935, inaugurada em 1936, pelo intendente major Alberto Bins.
Esta ponte está localizada junto a Avenida Azenha,
bairro Azenha.
11) Ponte
João Pessoa
- Na década de 1930, cinco palmeiras foram plantadas
sobre ela, dando-lhe uma aparência exótica, e talvez a única do mundo.
Esta ponte está localizada junto a Avenida João
Pessoa, Azenha.
12) Ponte
da Santana
- Esta ponte está localizada junto a Rua Santana,
Santana.
13) Ponte
da Ramiro
- Esta ponte está localizada junto ao eixo Avenida
Ramiro Barcelos e Rua São Luiz, Santana.
14) Ponte
da Silva Só
Ponte U-63
- São duas pontes, nos dois sentidos, Zona Leste/
Oeste, localizada junto a Avenida Silva Só (2ª Perimetral), Santana.
15) Ponte
da Vicente da Fontoura
- Esta ponte está localizada junto a Rua Vicente da
Fontoura, no sentido Norte/Sul, Petrópolis.
16) Ponte
Veador Porto
- Esta ponte está localizada junto a Rua Veador
Porto, no sentido Sul/Norte, Santo Antônio.
17) Ponte
Euclydes da Cunha
- Esta ponte está localizada junto ao eixo da Rua
Euclydes da Cunha com Rua La Plata, no sentido Norte/ Sul, Petrópolis.
18) Ponte
Barão do Amazonas
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Barão
do Amazonas, sentido Sul/ Norte, Petrópolis.
19) Ponte
Guilherme Alves
- Esta ponte está localizada junto a Rua Guilherme
Alves, sentido Norte/Sul, Petrópolis.
20) Ponte
3ª Perimetral
- Esta ponte está localizada junto a 3ª Perimetral
na alça de acesso a Avenida Ipiranga, Jardim Botânico.
21) Ponte
Salvador França
Ponte 3º RCG
- São duas pontes, nos dois sentidos, Zona Norte/
Sul, duas para veículos e outra para o sistema integrado por corredor de
ônibus, junto à 3ª Perimetral.
Esta ponte está localizada junto a Avenida Salvador
França, Jardim Botânico.
22) Ponte
Cristiano Fischer
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Prof.
Cristiano Fischer, Partenon.
23) Ponte
Fr. Germano
- Esta ponte está localizada junto a Rua Fr.
Germano, Partenon.
24) Ponte
Joaquim Villanova
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Joaquim
Porto Villanova, Partenon.
25) Ponte
Antonio de Carvalho
- Esta ponte está localizada junto a Avenida Antônio
de Carvalho, é a última ponte do sistema viário da Avenida Ipiranga, integrando
as zonas Norte, Sul e Leste de Porto Alegre, Partenon.
26) Ponte
Jardim Carvalho
- Esta ponte está localizada no Jardim Carvalho,
fora do sistema viário da Avenida Ipiranga, liga a Ipiranga a Bento Gonçalves.
Travessia para
Pedestres no Riacho
- Existem acessos para pedestres atravessarem o Arroio Dilúvio, estes pontilhões foram colocados, em áreas onde há uma distância muito longa entre uma ponte e outra, ou fluxo grande de pessoas.
-
Pontilhão da Zero Hora/ Colégio Protásio Alves
-
Pontilhão da Rua São Vicente
-
Pontilhão do Zaffari Ipiranga
-
Pontilhão da Gonçalves Lebo
-
Passarela sobre o arroio na PUC (em ferro)
-
Pontilhão da PUC (desativada)
-
Pontilhão da Rua Albion/ Carris (em ferro)
Outras Pontes
Centro de Porto Alegre
Centro de Porto Alegre
- No Centro de Porto Alegre, os terrenos próximos ao Guaíba (rio) eram arenosos e alagadiços, e vários córregos desciam a Rua Formosa (atual Duque de Caxias) para os dois lados, água jorrava entre as pedras no local do atual teatro São Pedro e a água seguia em direção a Rua Direita (atual General Câmara), no século XIX foi canalizado.
Em 1777, havia
construído a ponte sobre o Rio Jacareí, Riachinho (Arroio Dilúvio), ligando as
áreas mais ao sul.
- Agora chegara a vez de erguer pontes na parte
central da Freguesia.
Em 1782, a
Rua Direita (atual General Câmara), ganhou a sua ponte.
Em 1790, foi
a vez das pontes da Rua da Graça (nome da Rua da Praia a leste da Ladeira) e da
Rua do Cotovelo (atual Riachuelo), que por isso passou a ser chamar Rua da
Ponte.
Em 2001, no
Fórum Social Mundial para a circulação junto a orla do Guaíba foi construída a
ponte de madeira, com toras de eucalipto tratado, junto ao canal de acesso da
casa de bombas (DNOS) da elevatória do Anfiteatro Por do Sol, a qual foi
removida em 2012.
Conclusões
- Apesar dos esforços do poder público em promover a melhoria da qualidade de vida da população que habita a bacia do Rio Jacarey (arroio Dilúvio), a ampliação do sistema de esgotamento sanitário nesta região não conseguiu reverter o quadro de poluição em que se encontram as águas do arroio.
- Confirmando o que historicamente tem sido
constatado, o comprometimento do arroio Dilúvio vem aumentando progressivamente
de montante para jusante, refletindo o descompasso existente entre as demandas
decorrentes do rápido crescimento populacional que tem se verificado nessa área
ao longo dos últimos anos e os recursos financeiros disponíveis para o
saneamento global da região.
- A estação D1, apesar de ser o local de melhor
qualidade de água dentre os locais de amostragem estudados, vem reproduzindo o
quadro evolutivo apresentado pelos demais pontos de jusante. Nesta região, a
implantação do sistema de esgotamento na sub-bacia do arroio Vitorino desviou
as cargas anteriormente afluentes à barragem Lomba do Sabão, lançando o
efluente concentrado diretamente no arroio Dilúvio, à montante da estação D1, o
que tem contribuindo para a degradação da qualidade das águas deste local de
amostragem.
- A situação mais crítica de poluição, observada
junto à estação D9b, pode ser atribuída à existência, neste local, de um
extravasor de esgotos que lança o efluente diretamente nas águas do Dilúvio e
que por condições técnicas não pode ser ligado ao interceptor de esgotos
implantado ao longo da Av. Ipiranga.
- Dentre os cinco pontos de amostragem que puderam
ter seus percentuais de ocorrência comparados com os do período anterior,
apenas a estação D11 mostrou uma leve recuperação de qualidade de suas águas no
que diz respeito às características DBO5, DQO e OD, o que pode ser relacionado
à implantação de interceptores e grandes extensões de redes de esgoto cloacal
na sub-bacia do arroio Cascatinha, que encaminham para a EBE Baronesa do
Gravataí os esgotos anteriormente lançados.
- Assim, o completo saneamento da bacia do arroio
Dilúvio, com o resgate da qualidade natural de suas águas, só será alcançado
quando for atingido o equilíbrio entre as demandas da população e a oferta de
serviços de infra-estrutura urbana na região, através de ações que conciliem a
preservação e proteção ambiental.
Recomendação
- Que seja retomado o Programa de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas do Município de Porto Alegre, iniciado em 1992, conciliando o trabalho integrado do poder público com a participação das comunidades envolvidas e definido, dentro de um planejamento global, as prioridades e metas a serem alcançadas a médio e longo prazos visando a preservação e proteção deste importante recurso hídrico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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methods for the examination of water and wastewater. 12th ed. New York, 1995.
2.AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard
methods for the examination of water and wastewater. 19th ed. Washington, DC,
1995.
3.CETESB. Guia de coleta e preservação de amostras
de água. São Paulo: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, 1987. 150p.
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20, de 18 de junho de 1986.Estabelece classificação para águas doces, salobras
e salinas do Território Nacional. DOU, Brasília –DF, de 30 de julho de 1986.
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parâmetros físico-químicos e microbiológicos no arroio Dilúvio. Porto Alegre:
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EXCELENTE TRABALHO
ResponderExcluirAdorei ler toda a história resgatada neste trabalho de pesquisa excelente. Agradeço muito por todo o esforço e por compartilhar.
ResponderExcluirChove à dois dias em Porto Alegre. Estamos em isolamento social face a pandemia da Covid-19. São 4 horas da manhã e acordei com o som forte das águas do Dilúvio. Abri a janela e vi uma das quedas com muito volume de água, a ponto de desaparecer as garrafas plásticas e outros objetos que normalmente se batem junto a uma espuma intensa que se forma devido ao desnível do Dilúvio. Por curiosidade procurei no Google alguma informação sobre a Av. Ipiranga e o Riacho. Grata surpresa ao me deparar com esse rico trabalho sobre o Rio Jacarey. Adorei. Parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho, ficou excelente. Ótima fonte de informação e muito bem compilada.
ResponderExcluirComo era o Riacho Ipiranga, ficou de fora o povoado da Ilhota e Vila DTO....continuação da Azenha em direção ao Guaíba...excelente matéria...desde o Parque Saint Hilaire e a Represa da Lomba do Sabão, hoje desativada para captação pelo DMAE.
ResponderExcluirExcelente pesquisa e divulgação da história de Porto Alegre 👍 Parabéns!
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