O Bonde da História
* Rio de Janeiro 1859 –
Porto Alegre 1864/1970 – Santos 1971*
Bonde em Porto Alegre - Outros Modais
Bonde em Porto Alegre - Outros Modais
Bonde Elétrico Imperial ou Chopp Duplo - 1908
No Brasil só Porto Alegre possuiu
__________________
Mundo:
América do Norte – Washington*Nova
York*Chicago*Seattle*Toronto*Montreal*
Europa - Paris*Londres*Madrid*Moscou*
África - Cairo*Pretória*
Ásia - Tókio*Hong Kong*Shanghai*Délhi*
Oceania
- Camberra*Wellington*
América Central
- México*Panamá*
América do Sul - Buenos
Aires*Caracas*Bogotá*
__________________
Brasil:
Salvador*Rio de Janeiro*Recife*São Paulo*Belo Horizonte*Manaus*Santos*
Rio Grande*Pelotas*
Porto Alegre*
“Acabaram-se os bondes
amarelos…
frase me saiu em decassílabo, viste?
E o metro clássico já faz
adivinhar um soneto.
Ficou neste verso único.
E deixo o bonde depositado em
meu ferro-velho sentimental.
Aqui. Parado. Sonhando. Quem
sabe se um dia…”
Mario Quintana
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O Bonde Amarelo
Porto Alegre, capital
do estado do Rio Grande do Sul situa-se no Delta as margens do Lago Guaíba na
ponta norte da Lagoa dos Patos, uma gigante baía dentro do continente com cerca
de 200 km
de comprimento e 60 km
de largura.
- A população da cidade passou de 50.000 em 1800, 100.000 em
1900, para mais de 1.5 milhões em 2000, e o transporte público teve que se
aprimorar no passar dos anos, acompanhando este crescimento populacional.
- Por fim seus bondes amarelos, que
também foram pretos e vermelhos se foram para sempre. – Será!
Século XIX - 1800
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Bonde a Burro – Trilhos de Madeira
- Porto Alegre sempre foi um Porto próspero, e dois
comerciantes locais, o brasileiro chamado Estácio
da Cunha Bittencourt e o francês chamado Emílio Gengebre, abriram uma linha de bondes de tração animal,
puxados por mulas.
- A Linha Menino Deus
foi a “segunda
estrada de ferro urbana no Brasil”, precedida somente pela linha da
Tijuca no Rio de Janeiro, capital do Império, que foi aberta em 1859.
Em 01 de novembro de 1864,
foram iniciadas as obras de colocação dos trilhos de madeira.
Em 1865, foi inaugurado o
serviço, a qual foi aberta a linha entre a foz do Riacho junto ao Guaíba,
próximo ao Centro da cidade e o Arraial do Menino Deus.
- Os pequenos veículos de tração animal corriam em trilhos
de madeira, e tendiam a descarrilar quando chovia. Este veículo a vapor que
puxava um carro de passageiros e que fracassou pela lentidão, enguiços e
ruídos. O povo apelidou os veículos de "Maxambombas",
que era como o carioca chamava sua máquina a vapor, mas aqui em Porto Alegre tem se a
certeza que estes veículos utilizavam tração animal, como os bondes que o
sucederam.
Não se tem conhecimento de nenhum
registro fotográfico conhecido da Maxambomba.
Em 1866, na edição do jornal
satírico "O Século" foi publicada a charge da Maxambomba, no qual o
chargista Miguel de Verna satiriza
dizendo que:
"É preciso ser marinheiro de longo curso para não
deitar carga ao mar", numa clara
alusão aos sacolejos e ao desconforto que os passageiros eram submetidos
durante as viagens naquele veículo.
Na fotografia, aparecem os trilhos
que serviram a Maxambomba. Eram de madeira e muito irregulares como se pode
observar na imagem. Ao fundo a Igreja do Menino Deus.
Fotografia: 1880
Bonde a Burro – Trilhos de Ferro
Em 1872, no ano do
primeiro Centenário de Porto Alegre, a cidade recebeu um grande presente do
Governo Imperial, é autorizada a instalação de uma empresa ferro carril.
Na época Porto Alegre tinha 44 mil habitantes e 6 mil
moradias.
- A nova empresa adotou o sistema inglês da Bond and Share
(origem da palavra “bonde” no Brasil).
Em 19 de junho de 1872, é
fundada por Decreto Imperial, de S.M.I. D. Pedro II, a nova companhia, Carris de Ferro Porto-Alegrense - CFPA,
que adquiriu bondes novos de John
Stephenson em Nova
Iorque , EUA.
- Sete meses de obras para instalação dos trilhos, instalou
novos trilhos de ferro com medidas em metro ao longo do mesmo percurso da linha
anterior com trilhos em madeira.
Em 04 de janeiro de 1873,
é inaugurada a linha Menino Deus, um bonde puxado não por burros, mas como a
ocasião pedia por uma garbosa parelha de cavalos brancos que conduziu
autoridades civis, militares e religiosas desde a Praça da Argentina, junto ao
Caminho da Várzea (atual Avenida João Pessoa) no Centro, até o Arraial do
Menino Deus, que se ornamentou e as pessoas aplaudiram a passagem do veículo e
das autoridades.
- Foi a primeira viagem em bonde da Cia. Carris que começou
a transportar os porto-alegrenses, início de uma “Era Histórica na Capital”.
- Embora fossem carros relativamente leves, abertos nas
laterais, a dupla de animais precisava de reforço nas subidas.
- Outra parelha ficava no pé das ladeiras, ajudava a puxar o
bonde até o topo e depois era levada de volta ao ponto de espera.
- Era comum, os passageiros descerem para ajudar os muares,
condutores mal preparados ou mulas teimosas.
- Os bondes tinham apelidos, o sem toldo era o “Vagabundo”, outro era o “Guaíba”,
por ser grande.
Em 1873, aconteceu uma
das maiores enchentes da história da cidade e interrompeu a linha por meses.
- O primeiro depósito de bondes de Porto Alegre Companhia Carris de Ferro Portoalegrense foi construído
no Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa), quase esquina com a 1º de Março (atual Sarmento Leite), com três arcos
de entrada, para a passagem dos bondes, foi
construída a garagem e oficinas em um terreno quase na esquina da João Pessoa
com a 1º de Março (atual Sarmento Leite).
- A primeira, em 1908, quando se
formou a Companhia Força e Luz;
- A segunda, em 1928, quando o
sistema de bondes em Porto Alegre passou ao comando da Bond and Share.
Fotografia tomada em 1873, mostra
as primeiras viagens dos bondes puxados por burros no bonde da linha Menino
Deus.
A fotografia é do Estúdio Ferrari
Em 1874, novos percursos
foram abertos, um saindo do Mercado Público e outro da Igreja da Matriz,
passando pela Várzea (atual Parque Farroupilha), neste ano ficaram prontas as
ligações entre a Várzea e o Cemitério da Azenha e entre o Mercado e a atual
Avenida São Pedro na Floresta.
- Nesta época eram transportados
40 mil passageiros por mês.
Em 1875, os proprietários
da empresa entraram em confronto com a autoridade municipal, exigindo aumento
de tarifa acima do estabelecido.
- Mas perderam a briga.
Durante os anos 1880, uma
terceira companhia foi criada, Carris
Urbanos de Porto Alegre - CUPA, instalou trilhos com medidas padrão de 1.435 mm e abriu novas
rotas de bonde em outras partes da cidade.
The lithograph below shows a tram passing a
German trade fair in 1881 (col. Metropolitan Museum of Art , New York )
Nas duas fotografias acima,
tomadas no final do século XIX por Virgilio Calegari, podemos observar o fim da
linha de bondes do Menino Deus. Em ambas, aparece a velha igrejinha e os
trilhos da parte final do percurso que iniciava na Várzea.
Foi a primeira linha de bondes de
Porto Alegre.
Nota:
- Quando da implantação dos bondes
elétricos o fim da linha foi extendido e passou a ser a esquina da José de
Alencar com a Avenida Praia de Belas.
- A linha Cemitério foi uma das
mais antigas implantadas pela Companhia de Carris de Ferro Portoalegrense.
O bondinho subia a rua do
Cemitério (Oscar Pereira) e chegava nas proximidades do Cemitério da Santa Casa
cujos muros brancos aparecem ao fundo na fotografia (1890 aprox.). A linha era
a mesma do Partenon, mas tinha um desvio para o cemitério.
Em 1888, no mapa é possível observar as linhas operadas pela
Companhia Carris de Ferro Portoalegrense. Na linha pontilhada aparece a antiga
linha da Maxambomba.
Retirado e Modificado do Livro:
Cento e Onze Anos de Transporte - Sec. dos Transportes - 1976
Em 1893, a concorrência se instalou, com a instalação da CUPA,
quem ganhou foi a cidade, abriram-se várias linhas novas, que serviram os atuais
Moinhos de Vento, Floresta, Partenon (onde o Hospício São Pedro existia desde
1884), Bom Fim, Santana e São João.
Nota:
- Muitas das primeiras linhas atendiam interesse dos
loteadores, a associação entre a companhia de bondes e os proprietários de terras
não demorou a acontecer, tem o caso de Manoel
Py, então dirigente da Companhia Carris de Ferro, direcionava os trilhos
para essas áreas, que logo se transformariam em loteamentos.
Doava terras para a abertura de ruas, em seguida mobilizava
recursos para que fossem instalados os trilhos, assim foi com a Medianeira,
Navegantes, Glória e São João.
Em 15 de janeiro de 1893, o presidente do estado (governador) Julio de Castilhos
acompanhado do intendente (prefeito) José Montaury de Aguiar Leitão, inaugura
as operações da Companhia de Bondes Carris Urbanos.
Em 1895, os pontos de partida das linhas,
conforme:
- As duas fotografias acima mostram
o local de partidas dos bondes em frente à Praça da Alfandega.
- O outro local era a parte
fronteira à Capela do Divino ao lado da Igreja Matriz. Observar que na
fotografia de baixo é possível ver as duas bitolas de trilhos utilizadas. Os
trilhos que aparecem a esquerda (bitola de 1,4m) são mais largos do que os da
direita (bitola de 1m). Observar também que o bonde que aparece à esquerda (da
Companhia de Bondes Carris Urbanos) é bem mais largo do que o que aparece à
direita (da Companhia Carris de Ferro Portoalegrense).
Fotografias: Irmãos Ferrari - 1885
Em 1895, Manoel Py, cedeu espaços ao poder
público para o prolongamento da atual Avenida Franklin Roosevelt e para a
abertura de praça e ruas, como Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraná, Amazonas e
outras. Lucrou loteando os terrenos ao longo de suas vias.
cel. Manoel Py - 1920
Em 1896, No mapa de baixo podemos observar o traçado das linhas das
duas companhias e os locais onde chegavam os bondes de tração animal
Retirado e Modificado do Livro:
Cento e Onze Anos de Transporte - Sec. dos Transportes - 1976
Os bondes saiam da Rua dos
Andradas, em frente a Praça da Alfandega, faziam o contorno pela sete de
setembro passando em frente ao Mercado Público e seguiam para o Caminho Novo.
Na fotografia acima um deles passa
em frente à Doca ao lado do Mercado.
Na fotografia abaixo aparece em
detalhe o bonde da foto de cima.
Fotografia: Irmãos Ferrari - 1895
nNo final do século XIX, Na
fotografia acima podemos ver o bondinho iniciando seu trajeto pela Voluntários
da Pátria em direção ao Arraial de Navegantes.
Na fotografia abaixo o bondinho já
passando pela Voluntários da Pátria nas
proximidades da Rua Ramiro Barcellos.
Até 1899, novas linhas foram
instaladas para a Glória e Teresópolis.
Século XX – 1900
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Bonde Elétrico
Este cartão postal
mostra o bonde de medidas padrão (esquerda) e os bondes de medidas em metro
(direita) na Rua dos Andradas por volta de 1900
Na fotografia acima ele passa na
Rua Duque de Caxias quase na esquina com a Marechal Floriano depois de sair do
ponto de partida em frente a Capela do Divino.
Na fotografia de baixo ele passa
na Pantaleão Telles (atual Washington Luis) para contornar a península e ir ao
centro da cidade na Praça da Alfandega.
Fotografias: Irmãos Ferrari - 1900
Em 24 de janeiro de 1906, a Companhia de
Carris de Ferro Porto-Alegrense - CFPA e a Companhia de Carris Urbanos de Porto Alegre – CUPA, se fundiram e
formaram a nova Companhia Força e Luz
Porto-Alegrense - CFLPA, que mais tarde passou a operar todas as rotas de
bonde e serviços elétricos na cidade.
A CFLPA começou a eletrificação do sistema de bondes,
estabelecendo medidas padrão de 1.435 mm , bitola.
Em 22 de agosto de 1906,
foi encomendado 37 bondes elétricos da United
Electric Co. em Preston, Inglaterra. (United Electric foi renomeada em 1918
e se associou com a Dick, Kerr & Co.),
foram numerados de 1 a
37.
A fotografia abaixo,
tirada na Inglaterra antes que embarcassem para o Brasil, mostra um dos 35
carros de 8 bancos, que foi numerado de 1 a 3.
- Os bondes 36 e 37 eram de dois andares, com 8 bancos no
primeiro andar e mais 7 colunas de assentos no teto.
Esta foto do nº 36 foi tirada na Inglaterra
- A cidade de Porto Alegre foi a única do Brasil a utilizar
bondes de dois andares, apelidados de “Imperiais”,
também conhecido pela população como “Chopp
Duplo”. Eles serviram durante poucos anos, pois não tiveram boa aceitação,
mas faziam sucesso.
Em 10 de março de 1908,
inaugura o Sistema Eletrificado Ferro
Carril, os bondes 36 e 37 de dois andares, inauguram a linha de bondes
elétricos em Porto
Alegre.
- A viagem inaugural do Imperial foi no fim da tarde no
bonde 37 (Venâncio Aires) saiu do Caminho da Várzea (Avenida João Pessoa) até a
Rua Luis de Camões no Partenon.
O Cartão postal abaixo
mostra a mesma esquina da Rua dos Andradas que a terceira imagem acima, mas
após a eletrificação.
O segundo andar do
bonde de dois andares foi coberto. Um bonde de um andar se aproxima à distância
- Os bondes elétricos de Porto Alegre tiveram boa acolhida
por parte do público, pois diminuíram o tempo das viagens, e aumentou o número
de viagens aos seus destinos.
As linhas iniciais eletrificadas, foram:
- Menino Deus, Partenon, Glória e Teresópolis.
Este cartão postal mostra um dos bondes de um andar na Rua Voluntários
da Pátria
Em 1914, circulou o
último bonde de tração animal, que atuavam desde o dia seguinte à viagem
inaugural, os burros e as mulas pegaram no pesado, por mais de 60 anos.
Entre 1909 e 1920, a United
Electric enviou para CFLPA mais dois bondes de dois andares, numerados 38 e
39, oito bondes pequenos e abertos, numerados de 40 a 47, e quarenta bondes
fechados, numerados de 48 a
87.
Uma foto tirada pelo construtor do bonde 67 do último grupo
Em 1920, as linhas
existentes eram:
- Menino Deus, Partenon, Glória, Teresópolis, Moinhos de Vento, Navegantes e São João.
Bonde na Rua Marechal Floriano - Porto Alegre - 1920
Nos anos de 1920, os
bondes abertos foram fechados e os quatro bondes de dois andares foram
transformados em bondes com um andar.
O bonde 70, abaixo, em
1957 é da série 48-87 da United Electric mostrada no bonde 67 acima. O "T" identifica a linha TERESÓPOLIS
Outra foto do bonde 70 da United Electric na linha TERESÓPOLIS
Nos anos 1920, circularam
os bondes elétricos com reboque, os reboques eram na verdade antigos veículos
de tração animal convertidos para esta nova função. Os reboques eram chamados
de "Operários", por conta
de sua tarifa mais baixa, mas o povo os apelidou de "Caradura".
Vemos duas composições
de bondes elétricos com reboque cruzando na Rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre , nos
anos 1920
Bonde com reboque na Rua 7 de Setembro - Porto Alegre – 1920
Vemos na imagem um
bonde elétrico com reboque trafegar pelo Largo Montevidéu, em Porto Alegre , no ano
de 1920
Em 1925, a CFLPA encomendou dez bondes fechados da Ateliers de Construction Energie em
Marcinelle, Bélgica: - cinco de vagão único, numerados de 88 a 92, e cinco de vagão
duplo, numerados de 101 a
105.
Em 1926, o Governo
Brasileiro dissolveu a Companhia Força e Luz de Porto Alegre e formou
companhias separadas para transporte e serviços:
- A nova operadora do serviço de transporte por bondes era a
Companhia Carris Porto-Alegrense - CCPA.
Em 13 de novembro de 1928, a CCPA foi adquirida pelo conglomerado americano, Electric Bond & Share, criando a Companhia Carris Porto-Alegrense/ Electric
Bond & Share – CCPA/ EBS,
- A empresa prestadora do serviço, a Companhia de Carris
Porto Alegrense/ Electric Bond & Share, iniciou um programa de modernização
da frota, com a aquisição, a partir de 1928, de veículos de diversos
fabricantes.
Em 31 de dezembro de 1928, a nova CCPA/EBS encomendou 20 bondes de vagão de eixo duplo
da J. G. Brill na Filadélfia, EUA,
que foram numerados de 106 a
125 em Porto Alegre.
Bonde Brill 117 da sua
série, levemente modificado, fotografado na Av. João Pessoa em 1957. Na placa
de identificação lê-se MENINO DEUS
Em 1929, a CCPA/EBS comprou 32 bondes "Birney" de segunda mão da cidade de Baltimore, EUA, que
foram numerados de 126 a
157, e oito do mesmo tipo da Eastern
Massachusetts Street Railway, perto de Boston, EUA, que foram numerados de 158 a 165. Todos haviam sido
construídos pela Brill no início dos anos de 1920.
Em 1933, a CCPA construiu 10 carros "Birney" por si própria, os chamou de Millers e os numerou de 166 a 175.
Em 1934, adquiriram 20
bondes de segunda mão da Richmond
Railways, em Staten
Island , Nova Iorque, EUA, que haviam sido construídos pela Osgood-Bradley em Massachusetts nos
anos de 1920. Eles sofreram bastantes reformas em Porto Alegre e foram
numerados em uma nova série de 1
a 20, para substituição.
Nesta foto de 1957 é
possível ver o bonde Staten Island 12 com cores bem diferentes. Este bonde está
designado para a AUXILIADORA.
Em 1935, houve a mudança
de mão de circulação, pois os bondes trafegavam na mão esquerda, por conta da
influência dos ingleses, que implantaram o serviço de bondes elétricos.
Em 1936, a CCPA comprou mais 20 bondes da Eastern Massachusetts Street Railway, construídos em 1923 pela Kuhlman, que foram numerados de 21 a 40.
Em 1937, eles juntaram 14
Baltimore Birneys, foram construídos
sete bondes de lado curvo e eixo duplo, que foram apelidados de "Texanos" e numerados de 41 a 47.
O número 47 é designado DOM
PEDRO II.
No ano de 1940, trouxe
consigo quatro bondes grandes de York, Pensilvânia, EUA. Três unidades
principais construídos pela Brill
foram numeradas de 176 a
178, depois de 101 a
103; um "Eletromóvel"
construído Osgood-Bradley foi
numerado 179, e depois 100.
O bonde Brill 102,
ex-177, fotografado na Av. Protásio Alves, perto do fim da linha PETRÓPOLIS
Em 1940, também chegaram
doze bondes de 12 janelas que da Perley
Thomas Car Works em
High Point , Carolina do Norte, EUA, construiu para a cidade
de Miami em 1925. Eles foram numerados de 180 a 191 em Porto Alegre , e
depois renumerados de 88 a
99.
Uma foto do ex-bonde de Miami, número 98 em Porto Alegre ,
designado AZENHA
Em 1946, mais 25 bondes
de eixo duplo, construídos pela Osgood-Bradley,
em 1927 para a Worcester Street Railway em Massachusetts, EUA, foram enviados
para Porto Alegre. Sua nova numeração em Porto Alegre foi de 126 a 150.
Ex-bonde da Worcester, número 137 em Porto Alegre ,
fotografado em 1957
Com os 130 bondes Americanos,
89 Ingleses e
10 da Bélgica,
e suas adaptações realizadas nas
oficinas da Cia. Carris.
- Com o
programa de importação de veículos pela Eletric Bond & Share, tornaria
Porto Alegre a Meca para entusiastas de Bondes Norte Americanos nos anos de
1950 e 1960, um verdadeiro Museu a
céu aberto.
Um ticket da CCPA – "válido até 1968":
Ficha da CCPA:
Na década de 1950, a concorrência dos ônibus e lotações com os bondes começava a se intensificar.
Em 1950, haviam os
veículos fechado do tipo de dois trucks, que foi adquirido pela administração
norte-americana com a finalidade de modernização da frota.
A imagem mostra um
bonde da Cia. de Carris Porto Alegrense trafegando pela Av. Borges de Medeiros,
em Porto Alegre ,
em 1950.
Em 29 de novembro de 1953,
foi aprovada na Câmara Municipal de Porto Alegre a encampação pela Prefeitura
de Porto Alegre do controle acionário da empresa americana CCPA/ Electric Bond &
Share.
Em 19 de fevereiro de 1954,
os americanos retornaram a operar no transporte da cidade. O novo Departamento Autônomo de Transportes
Coletivos – DATC.
Nota:
- Informou que até 1961, 89 milhões de passageiros foram
transportados pelos bondes em 105 Anos do sistema.
A imagem mostra um
bonde Brill Birney (1928), da DATC, linha Navegantes.
Parado em frente à
Escola Normal 1º de Maio, em
Porto Alegre – 1963
A imagem mostra um
bonde Brill (1928) da DATC, linha Auxiliadora - 1963. Está na Praça 15 de
Novembro
Trolleybus
No dia 07 de dezembro de 1963,
o DATC decidiu substituir o transporte sobre trilhos por ônibus (pois os bondes
eram considerados muito lentos) e inaugurou a linha Trolleybus, cinco unidades Massari
deslocaram-se entre o Gasômetro e o Menino Deus, pelas ruas onde os bondes
de tração animal originaram as linhas de bonde 102 anos antes.
- Planejava-se instalar 100, mas foram comprados 9, sendo
quatro usados. Entre os investimentos, era necessário readaptar a voltagem das
redes dos bondes.
Vemos na imagem um bonde Brill (1928) da DATC, linha Partenon - 1968
A imagem mostra um
bonde Perley Thomas (anos 30 e 40) da DATC,
linha Azenha - 1968.
Em 1969, a linha instalada do Trolleybus foi encerrada.
Os trólebus acabaram vendidos para a cidade de Araraquara,
São Paulo.
Rua Riachuelo - 1969
O Grande Erro
A Mudança de Modal
O Passeio da Saudade
- Exceto pela cidade de Santos, SP, em 1971, Porto Alegre
foi o último grande sistema de bondes a encerrar as atividades no Brasil.
Assim, Porto Alegre
foi a segunda a instalar o sistema de Bondes no Brasil e a penúltima a encerrar
a atividade.
Em 08 de março de 1970, 62
anos depois da inauguração do primeiro bonde elétrico, o Prefeito Telmo Thompson Flores, jornalistas e
convidados percorreram as linhas Partenon, Glória e Teresópolis.
- Naquele dia, os passageiros não pagaram passagem, o DATC utilizou o último bonde o número 113 em Porto Alegre.
Em 1970, logo após a desativação do sistema de bondes de Porto
Alegre, aparece a garagem e oficinas da Companhia Carris Portoalegrense na
esquina da Sarmento Leite com João Pessoa. A seta vermelha está indicando o
módulo original construído em 1873.
Em 09 de março de 1970,
começou o trabalho de retirada da rede, dos trilhos ou sua cobertura com
asfalto.
- Foi uma morte anunciada, pois nos anos 1950, os ônibus
transportavam mais e mais passageiros. As distâncias ficaram maiores com a
expansão e desenvolvimento da cidade e os bondes muito lentos, foram ficando
para trás.
- A maior parte da frota de bondes foi destruída, mas o DATC
guardou o modelo Texano número 46 e vários modelos Brills, incluindo o 113 e o
123.
Em 1970, o bonde número 113 o último a operar, encontra-se
agora no Museu Joaquim José Felizardo,
na Rua João Alfredo, em
Porto Alegre.
- O número 123
está atualmente na recepção do escritório da Cia. Carris Porto-Alegrense
na Rua Albion.
Outros Sistemas
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Aeromóvel
No dia 11 de abril de 1982,
o primeiro trecho de 0.6 km
em estrutura elevada, do nada convencional Aeromóvel
de Porto Alegre (tipo de VLT), operado pela Coester, começou a transportar passageiros, em nível experimental
pela Av. Loureiro da Silva, contendo duas estações, partindo da Estação
Gasômetro até a Estação Loureiro da Silva junto ao prédio da Receita Federal.
Trem Metropolitano
Em 04 de março de 1985,
os primeiros 27 km
do Metrô de superfície, operado pela
Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre
S.A. - Trensurb, foram
inaugurados. As medidas são de 1.600
mm e os trens foram construídos pela Nippon Sharyo, no Japão.
São 6 estações em Porto Alegre :
Estação Central Mercado,
Estação Rodoviária,
Estação São Pedro,
Estação Farrapos,
Estação Aeroporto,
Estação Anchieta.
- A linha foi estendida e está em operação nos dias de hoje,
atende Porto Alegre e outros 5 municípios da Região Metropolitana diretamente.
Durante os anos de 1990,
o bonde número 123 foi colocado na Praça XV de Novembro, no Largo Glênio Peres,
sobre trilhos ali instalados, como lembrança do passado recente, depois foi retirado.
A fotografia abaixo
foi tirada em Julho de 1994. Um pedaço do trilho permaneceu, mas a fiação aérea
foi retirada há muito tempo atrás.
Século XXI - 2000
Bonde Histórico
Em maio de 2003, a Trensurb, o Ministério das Cidades, a Prefeitura de
Porto Alegre, a Carris, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e
a Associação Cultural Amigos do Bonde firmaram convênio visando realizar
estudos e projetos para viabilizar a implantação do Projeto “Bonde Histórico de Porto Alegre”.
A fotografia abaixo,
de dois Brills não identificados e do Texano 46, foi tirada em Outubro de 2006,
em um parque perto de Gravataí, 30
km a leste de Porto Alegre
Projeto Bonde
Histórico – a Trensurb trabalha para trazer de volta o charme dos bondes
para a capital dos gaúchos.
- Encampado pelo Projeto
Monumenta, que prevê uma série de ações para revitalizar o centro cultural
da capital gaúcha, a ação propõe reintroduzir o tradicional veículo, desativado
em 1970, com uma rota que vai do Mercado Público até a Usina do Gasômetro,
valorizando, assim, uma região de grande potencial turístico da cidade.
- Para captar estes recursos, a Associação Cultural Amigos
do Bonde irá encaminhar uma solicitação de Apoio a Projetos, na modalidade de
mecenato, junto ao Ministério da Cultura, assim que o projeto de engenharia e
operacional estiver concluído pela Trensurb. Definindo os custos exatos do
mesmo, à Trensurb, caberá a gestão do projeto.
Confira o traçado da
via, a localização das estações de embarque/ desembarque e outras informações
acessando o link abaixo:
Curiosidades no Transporte:
“Ônibus”
Em 1926, o primeiro ônibus começou a circular em Porto Alegre.
“Bonde da Polícia”
Bonde norte-americano fabricado em 1927 e que pertenceu a
Companhia Carris Porto-Alegrense foi reformado em agosto de 2007 pelo Departamento de Polícia de Trânsito do Rio
Grande do Sul. O veículo que já transportou os habitantes de Nova York, de
Boston e da capital gaúcha, agora serve de local para o atendimento das
ocorrências criminais no trânsito de Porto Alegre.
"Choro composto em um bonde"
Em 1917, o músico Octavio
Dutra (1884-1937) embarcou em um bonde da Cia. Carris em Porto Alegre
sentiu-se inspirado e começou a rabiscar em uma folha de papel. Nascia, há 90
anos, o "Choro composto em um bonde”, que você escuta neste vídeo que
mostra fotos antigas dos veículos elétricos da Carris na capital do Rio Grande
do Sul. Músico exímio, compôs cerca de 500 canções, entre valsas, choros,
polcas e outros ritmos. Recordista nacional de direitos autorais em gravações
de discos no ano de 1915 formou um grupo, o Terror dos Facões, que é
considerado um dos melhores da história do choro brasileiro.
“Carnaval no Bonde”
Na década de 1950 e 60 durante o período de carnaval, havia
o Bonde do Carnaval, onde as pessoas
fantasiadas que se deslocavam para os desfiles ou bailes, começavam a festa
junto aos bondes. – Bons Tempos!
“Bondes
Abandonados”
Estão espalhados por vários locais
os ainda resistentes bondes ignorados em Porto Alegre.
Bonde + Aeromóvel + Portais da Cidade + VLT + Lotação +Táxi + Ciclovia
+ Metrô =
Cidade Perfeita
Bonde Turístico
Corredor Cultural
Por Filipe Wells
O Ministério do Turismo assegurou R$ 400 mil para projeto de
retomada do veículo Substituídos por outras formas de transporte coletivo em
1970, os bondes ganharam ontem um novo impulso para voltar às ruas da Capital.
O governo federal garantiu R$ 400 mil – de um total de mais
de R$ 1 milhão – para o estudo de viabilidade da retomada do veículo como
atração turística, prometida desde o começo dos anos 2000. O anúncio ocorreu
durante encontro entre a Prefeitura e a Trensurb.
A idéia é de que seja criada uma linha de bonde elétrico que
passe pelos principais pontos turísticos e culturais do Centro Histórico, como Praça XV, Mercado Público, MARGS, Memorial
do RGS, Santander Cultural, Museu Hipólito da Costa, CCMQ, Área Militar, Igreja
das Dores, Cais Mauá e Usina do Gasômetro.
Nas estações, deve haver quiosques com informações sobre as
localidades visitadas e acerca da história deste meio de transporte em Porto Alegre.
Dois carros antigos devem ser restaurados para voltarem a
circular em um trajeto de 3,3 mil metros de trilhos e via aérea simples.
Apesar de a promessa de retomada do bonde já ter cerca de
uma década, foi só no final de 2009 que ganhou consistência. Isso porque a
prefeitura pediu a inclusão da proposta no Programa
Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).
– É um equipamento diferente. Remete ao passado, tem um
aspecto lúdico – afirma o secretário municipal de Turismo, Luiz Fernando
Moraes.
O superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb,
Humberto Kasper, cita Santos, no litoral paulista, como um exemplo em que a
implantação teve sucesso.
– O bonde traz vida. As pessoas se deslocam muitas vezes só
para andar nele – afirma. Além de avaliar o impacto da inserção do bonde, o
estudo de viabilidade servirá como base do projeto de implantação da atração
turística.
Ainda não há previsão de prazo para que o veículo retome as
ruas.
Zero
Hora.com
O Bonde da
Capital
“... E deixo o bonde depositado
em meu ferro-velho sentimental.
Aqui. Parado.
Sonhando.
Quem sabe se um dia …”
Um dia o poeta Mario Quintana escreveu os versos que profetizavam
o futuro.
Ainda não há uma data final, mas o projeto Bonde Histórico
está nos trilhos e percorre um cronograma com marcos importantes previstos.
Passados 40 anos do dia 08 de março de 1970, quando os
freios pararam as últimas rodas do último bonde em Porto Alegre , o
retorno está delineado e abrange um plano maior de recuperação do centro da
capital.
O antigo veículo elétrico, agora com as vestimentas de um
plano turístico, é tratado na prefeitura como âncora do projeto Corredor
Cultural, um dos tantos que fazem parte do programa Viva o Centro, área pela qual circulam mais de 400 mil pessoas por
dia.
No caso do Corredor
Cultural, base do trajeto de uma nova linha de bonde, é preciso mudar a
cara das ruas e dos prédios. O que já foi bom ou é bom agora precisa ser
realçado, ganhar consistência para atrair as pessoas. E tem muita coisa
interessante. Só para citar três exemplos: a Casa de Cultura Mario Quintana, o
MARGS e o Memorial do Rio Grande do Sul.
Alguém imagina quantos minutos ou horas dá para gastar
nestes lugares sem sentir o tempo passar? Criar um ambiente agradável é
imprescindível, e para se ter uma rápida idéia do que isso significa:
– A Rua Sete de Setembro, que já foi de cinema e de bancos,
deverá ser bem redesenhada. A calçada será alargada para receber bares e
restaurantes, e os proprietários de prédios serão estimulados a tornar as
fachadas atraentes.
Faltam muitas respostas para o projeto, inclusive as
técnicas. Como os porto-alegrenses do novo século reagirão ao bonde é uma das
dúvidas.
Convidamos os escritores Moacyr Scliar e Luis
Fernando Veríssimo para um exercício de imaginação sobre este velho futuro
que se aproxima. Os dois apostam em soluções tecnológicas para problemas como,
o ruído excessivo, um Veríssimo mordaz comenta: - a chance de se repetir hoje
alguma cena glamourosa de tantas décadas atrás:
– “Glamourosa quem sabe, mas como Porto Alegre ainda tem
muitas carroças, puxada a cavado, imagina-se que um acidente com um bonde e uma
carroça será uma espécie de apoteose nostálgica”.
Sem ironias, a realidade é que por trás da nova paisagem
ficará escondido um trabalho exaustivo de pesquisa sobre o que precisa ser
feito nos leitos das ruas para implantar os trilhos, os melhores lugares para
as estações do bonde, sinalizações especiais e sobre como será a convivência
com automóveis e ônibus pelas ruas do percurso previsto.
Graças à verba de um convênio com a União, o projeto já está
sendo tocado.
Se o bonde andar mesmo, daqui a algum tempo poderemos
descobrir se Scliar tinha razão neste comentário:
– “Muitos romances devem ter nascido em
bondes,
e nada impede que isso aconteça de
novo…”
Zero
Hora.com
__________________
Provável Trajeto Bonde
Turístico:
Saída do antigo Abrigo dos Bondes, seguindo pela Rua Sete de
Setembro, Rua General Portinho, Rua dos Andradas e Rua General Salustiano onde
será executado um terminal. O trajeto de volta passa pela Rua General
Salustiano, Rua dos Andradas, Rua Vigário José Inácio e Avenida Otávio Rocha,
novamente Praça XV de Novembro.
Diretrizes formuladas pelo Grupo de Trabalho do Programa Viva o Centro, composto pelas
seguintes secretarias: SPM, SMAM, SMIC, SMC, SEASIS, EPTC e PGM.
Processo para captação do projeto executivo através de Lei Renout em andamento, com captação
de recursos junto a estatais.
Investimento:
Custo estimado do projeto R$
600.000,00
Custo estimado da obra: R$ 17.000.000,00
__________________
Propostas:
Aproveitar o projeto de revitalização do Cais Mauá e
integrá-lo com o Projeto Bonde Histórico.
Corredor
Cultural ou Anel Cultural
O traçado do bonde vai até próximo à Usina do Gasômetro
segundo o projeto. A partir daí pela minha proposta seguiria em direção ao
caís, sendo interligado com os trilhos ainda existentes junto aos armazéns.
Daria para fazer também uma ligação entre o Cais Mauá e a
Praça da Alfândega pela Avenida Sepúlveda, fazendo assim com que o trajeto seja
circular.
Imaginem pegar o bonde no abrigo da Praça XV, passar em
frente ao Mercado Público pelo Largo Glênio Peres, Prefeitura, Av. Sete de
Setembro, entrar na Praça da Alfândega em frente ao Santander Cultural, em seguida
o bonde dobra pela Av. Sepúlveda entre o Memorial do Rio Grande do Sul e o MARGS,
indo em direção ao Pórtico Central do Cais Mauá, virando em direção ao Largo do
Gasômetro (percorrendo os trilhos ainda existentes entre os armazéns e a Avenida
Mauá, fazendo assim ainda mais jus ao nome Bonde Histórico.
O trajeto de volta seria o original do projeto, desde o
Gasômetro pela Rua da Praia, descendo a Rua Vigário José Inácio e Av. Otávio
Rocha, Abrigo de bondes da Praça XV.
Assim teria uma ótima integração de todo o projeto de
revitalização do centro, "levando a Rua da Praia novamente à beira do Guaíba
de bonde, via Cais Mauá.
Poderia ainda haver uma linha de bondes modernos (os VLT que
vemos por varias cidades pela Europa) compartilhando a mesma via. Afinal apenas
2 bondes antigos serão reformados para circular nesse projeto.
O VLT iria cobrir a capacidade ociosa dessa linha,
integrando-se com o Trensurb, o Portais da Cidade e a futura linha 2 do metrô -
criando assim um interessante Multi-modal de Transporte Público no centro,
completamente integrado com sua revitalização.
Ninguém Pensa,
Ninguém Planeja,
Ninguém Projeta,
Ninguém se Comunica,
Coloca uma idéia
na cabeça, e pronto, é isto.
- Falta
continuidade, visão e planejamento.
Faltou mencionar os Floristas, que fazem falta no entorno.
Falta o Charme!
Lembranças sobre os trilhos da Capital
Por
Mario H. Miotto
- Mario morava no Bom Fim, próximo do Instituto de Educação.
Utilizei bastante os bondes do Menino Deus, pois cursei o CPOR situado na
encosta do morro Santa Tereza. A pé, por meio da Redenção, eu ia para a Rua da
República e, por ela, até a Rua José do Patrocínio, onde tomava o bonde que
iniciava a viagem no abrigo da Praça XV, atrás da Casa Guaspari.
O bonde subia a Av. Borges de Medeiros, passava sob o
viaduto da Rua Duque de Caxias, dobrava à esquerda na Praça Gen. Daltro Filho e
seguia pela Rua José do Patrocínio. Dobrava à direita na Rua da República até a
Rua João Alfredo, pela qual chegava à Av. Getúlio Vargas, terminando seu
percurso na José de Alencar, próximo da Av. Praia de Belas.
Em vias com canteiro central, como a Borges e a Getúlio
Vargas, a linha do bonde era ao longo dos canteiros, e o embarque e desembarque
eram pelo lado esquerdo do veículo, que não tinha portas. Nas demais vias, era
pelo lado direito. Até o início dos anos 1950, os bondes eram o único meio de
transporte coletivo em
Porto Alegre , em função da exclusividade de que gozava a
Companhia Carris Porto-Alegrense.
Nesse tempo, foi encontrada uma "brecha" que
permitiu a operação de microônibus, sendo que no Menino Deus a empresa se
denominava Trevo, que, posteriormente, como outras, passou a operar com ônibus.
Nos bondes, viajavam pessoas comuns, de humildes a bem
vestidas, senhoras de bolsa e salto alto, gente chique mesmo. Os homens cediam
lugar para as damas, e os jovens também cediam lugar para pessoas mais velhas.
Coisas quase inimagináveis atualmente. O cobrador, uniformizado com roupa
caqui, calça, casaco, camisa, gravata e quepe, percorria o bonde de um extremo
ao outro. Nas paradas, ele saía de um extremo e entrava pelo outro. As cédulas,
ele dobrava no comprimento e colocava no vão entre dois dedos de um das mãos.
As moedas, muito comuns na época, eram acomodadas na outra mão, com os dedos
unidos, formando quase uma concha, como uma pilha.
O cobrador andava, tendo que lembrar quem havia pagado e quem
não, e fazia um movimento com as moedas que tilintavam, avisando aos
passageiros, que ele estava chegando, para prepararem o dinheiro.
Companhia
Carris Porto Alegrense
Em 2010, 137 anos da
inauguração do sistema de bondes, fundada em 19 de junho de 1872.
Em 2008, também marcou outras comemorações importantes:
- No dia 15 de janeiro 1873, 115 anos do início da operação
da Cia. Carris Urbanus.
- Em 1906, da fusão da Cia. Carris Urbanus com a Cia. Carris
de Ferro, surgiu a Companhia Força e Luz, que teria o monopólio do transporte
por bondes na Capital e seria responsável pelo fornecimento de energia
elétrica.
- Em 1926,
a empresa passa a receber o nome definitivo: Companhia Carris Porto-Alegrense.
- Em 10 de março 1908, 100 anos da primeira viagem de bonde
elétrico de dois andares na Capital.
- No dia 18 de março, há 20 anos, o projeto Memória Carris
teve início.
- No dia 31 de março, os 35 anos da inauguração da atual
sede da companhia, na Rua Albion, bairro Partenon.
- Em 13 de novembro, há 80 anos, a Carris passou a ser
administrada pela empresa norte-americana Electric
Bond & Share, o controle acionário durou até 1953, nesta época foi um
grande desenvolvimento no setor.
- Em 29 de novembro de 1953, foi aprovada na Câmara
Municipal a encampação pela Prefeitura, há 55 anos.
Assista o vídeo institucional da Companhia Carris
Porto-Alegrense, a mais antiga empresa de transporte coletivo do Brasil em
atividade.
Fontes:
Jaime Muller
Sites
Blogs
MARIO HELVIO MIOTTO |
Ex-morador do Bom Fim, secretário municipal de Trânsito e Transportes de
Piracicaba (SP)
site
www.portoalegre.rs.gov.br e livro Memória Carris - Crônica de uma História
Partilhada com Porto Alegre, organizado por Cinara Santos da Silva e João
Timotheo Esmerio Machado (1999)