SAUL CASTRO
Prezado James(?) P M,
Aqui em Florianópolis, onde moro há 42 anos, acabo de receber mensagem de amigo que apresentou-me a edição do blog correspondente ao Zoológico do Menino Deus.
Entusiasmante teu trabalho de resgate/divulgação de tanta coisa a
respeito da preciosa P. Alegre e adjacências de épocas mais recuadas.
Meus parabéns!
SAUL CASTRO
À época de estudante em POA (1953 – 1963), convivi muito (fomos companheiros de moradia e colegas na Escola de Engenharia), na segunda metade da década de 1950 (Anos Dourados), com o Carlos Alberto (Beto), neto do Cel. Ganzo, que me contava histórias do avô, inclusive a informação dessa iniciativa do Zoológico.
CIA. TELEFÔNICA
Nesse tempo o Cel. Ganzo ainda continuava um pouco ativo na Telefônica de Fpolis. (CTC), cujo executivo principal era, então, o pai do Beto. Por sinal, no link (https://soundcloud.com/r-dio-no-rs-6/carlos-alberto-ganzo-fernandes), pode-se ouvir uma interessante entrevista radiofônica do Beto, contando a biografia do avô Juan.
ENGENHARIA
Já o Lincoln Ganzo de Castro foi meu professor. No curso de engenharia tinha-se uma cadeira de Arquitetura, para que os alunos de engenharia aprendessem a avaliar o projeto arquitetônico antes de edificá-lo. O Lincoln era o titular da cadeira.
Voltando ao blog e à demanda por eventuais comentários, vão a seguir alguns meus:
ZOO
- Sobre Zoológico, acho que faltou destacar aquele postal de 1912, já colorido. Na posse de minha família de origem, no RS, há um postal de meados dos anos 20, exibindo a ponte Hercílio Luz e eu já achava surpreendente que fosse colorido, quanto mais esse do blog sobre o Zoológico, da década anterior. Quem enviou foi um familiar maragato, refugiado em Fpolis. para fugir às represálias por conta de sua liderança oposta a Flores da Cunha, ao tempo da Revolução de 1923, cujo líder maior (maragato, fundador do Partido Libertador) era o insigne Joaquim Francisco de Assis Brasil, objeto de outro item do blog que pretendo acessar.
Como comentou um conhecido, naquele tempo as pessoas se escondiam em Fpolis., rsrs...
SUGESTÃO
- Sugiro que no corpo do blog seja impressa a data de elaboração de cada um dos itens, para situar melhor os acessantes.
HIPODROMO
- Percebi a intenção de uma edição sobre os hipódromos, havendo mesmo a indicação de outro versando também sobre turfe. Nessa minha época em POA fui um aficionado do Hipódromo dos Moinhos de Vento e ainda tenho na memória (83 anos) a realidade do “Esporte das Rédeas” no período, incluindo nomes de tratadores, de jockeys e de cavalos, alguns destes com respectiva filiação, acrescendo-se acessos à sede social na rua Andrade Neves para fazer apostas nos sábados pela manhã, a sede tendo por local o prédio que havia abrigado o famoso Clube dos Caçadores, destaque da vida noturna de POA aí pelos anos 10 / 20 /30. Encerrei a “carreira turfística” quando o hipódromo mudou-se para o Cristal. No Moinhos de Vento dava para perder todo o curto dinheiro de estudante e voltar a pé para casa. Já o Cristal ficava muito longe. Anos mais tarde, tive circunstancial participação num “evento turfístico”.
ILUMINAÇÃO
Como engenheiro da General Electric, fui responsável pela
negociação e venda dos transformadores utilizados nas instalações de iluminação
do H. Cristal, possibilitando realização de corridas noturnas.
- Pegando um gancho na menção ao Clube dos Caçadores, talvez eu tenha algo a contribuir na história do meretrício nos anos 50 /60, principalmente em relação ao “logradouro do pecado” representado pela rua Voluntários da Pátria, à época. Não cheguei a conhecer a rua Washington Luiz na sua identidade anterior, que atendia pelo nome do “deposto” Cabo Rocha, cedendo o posto a um Presidente da República, este destituído por Getúlio Vargas, poucos dias antes do término do mandato presidencial. A Cabo Rocha foi também rua do pecado, mas, ao que parece, nunca teve essa sua, também, importância histórica difundida.
EXPOSIÇÃO DE 1935
- Uma candidatura a tópico do blog que considero relevante, é o resgate da história da Exposição Farroupilha, em 1935, comemorativa do centenário da epopeia de quando o Rio Grande do Sul tornou-se República de Piratini. Esse evento e o respectivo local que sediou a exposição tornaram-se precursores do Parque de Exposições do Menino Deus, que passou a sediar as prestigiadas exposições anuais agropecuárias do RS.
GREVE
- Um item menor que merece inserção em algum item futuro do blog, é a greve de um dia, havida em Porto Alegre. Achava que tinha sido no período de Brizola prefeito, entre 1956 / 58, mas no item desta série em preparo sob o tema geral Meretrício, consta que teria sido em 1954, época em que eu já vivia meu segundo ano em POA. Nesse dia o comércio fechou as portas e, a certa altura começou a acontecer um desfile popular na Rua da Praia, com os participantes dando gritos de mobilização até o populacho converter-se numa espécie de turba auto estimulada, que passou a desfilar pelas ruas do centro.
Em dado momento aflorou uma motivação destrutiva que partiu para o quebra-quebra, p. ex., dos vidros de vitrines. Prosseguindo, os manifestantes resolveram exercitar uma espécie de antiamericanismo que resultou em ações destrutivas mais acentuadas em alguns alvos escolhidos, notadamente a Importadora Americana, loja de judeus e American Boite, casa de “tolerância” na Rua Voluntários, isso no exercício de um nacionalismo que seria hilário se não houvesse causado prejuízos a quem não tinha nada a ver.
PARADA DOS BIXOS
Finalizando e por falar em desfiles populares na Rua da Praia, um
notório que não sei se ainda sobrevive, capaz de render item ou parte de um,
era a Parada dos Bixos (assim, com X), comemorativa dos ingressantes na
Universidade Federal, a cada início de ano.
Como não li o conjunto dos itens do blog, talvez minhas
sugestões resultem redundantes em relação a abordagens já feitas. Aí é só
desconsiderar.
Saul Cardoso
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