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segunda-feira, 2 de julho de 2012

PRAÇA DA HARMONIA


Praça da Harmonia
O Jardim dos Poetas Provincianos

Aqui já foi o centro da Villa de Porto Alegre


- Segundo Pereira Coruja, não teria senão, de um lado, o estaleiro de Francisco Batista dos Anjos, e do outro, “uma carreira de casinhas de capim e de telha com fundos para o rio”.

A Praça da Harmonia tem atualmente o nome de Praça Brigadeiro Sampaio, mas ela já teve outros nomes na sua longa história pontilhada de tristezas, alegrias, esplendor e abandono.

- Quando se anda pelas proximidades do Museu do Trabalho na Volta do Gasômetro, no início da Rua da Praia (atual Rua dos Andradas), vais encontrar uma praça com grandes árvores e uma estátua no centro.

- A estátua é de um militar empunhando a espada num gesto de quem comanda um ataque. Trata-se de uma homenagem ao brigadeiro Antônio de Sampaio, um cearense que lutou bravamente na Guerra do Paraguai.

Ponta das Pedras
Primeiro Cemitério

Por volta de 1752, quando os casais de açorianos aqui chegaram, o local da Praça da Harmonia onde hoje está a atual Praça Brigadeiro Sampaio, foi o primeiro cemitério de Porto Alegre.

- Era uma região deserta, afastada do centro da povoação que começava a nascer. As pessoas só se aventuravam a chegar até ali quando havia algum enterro, ou então no dia de finados. O local era evitado pelos mais supersticiosos. Diziam que as almas penadas rondavam entre as árvores pedindo orações.

- Conhecida, nos início da colonização da vila, como Largo da Forca, caracterizava-se como um lugar ermo, de mau aspecto, onde ocorriam as execuções de condenados à morte. Segundo Pereira Coruja, não teria senão, de um lado, o estaleiro de Francisco Batista dos Anjos, e do outro, “uma carreira de casinhas de capim e de telha com fundos para o rio”.

Praça dos Poderes

Em 1772, e assim foi ao longo de 20 anos, o Governador José Marcelino de Figueiredo mudou a capital de Viamão para Porto Alegre.

- A região do antigo cemitério foi reabilitada. Marcelino ali instalou o Palácio do Governo, a Câmara de Vereadores e a cadeia. E foi morar numa casa ao lado do Palácio, bem defronte ao matagal por onde andariam rondando as almas penadas.

- O local foi se tornando cada vez mais movimentado. O Governador mandou então limpar o matagal, surgindo ali uma praça ainda sem nome. Uma espécie de ponto de descanso. As pessoas que iam tratar assuntos com o Governador ou com os vereadores encontravam abrigo à sombra das árvores num terreno limpo. Não havia mais notícias de almas penadas. Mas isso foi por pouco tempo. Uma nova legião de fantasmas logo estaria assombrando aquele local.

- Naquele tempo havia pena de morte no Brasil. Morte por enforcamento. E aí ocorreu em Porto Alegre a primeira condenação à forca.

- O preto Luis, escravo de Antônio Francisco Pereira Jardim, seria executado. Mas ainda não existia uma forca na vila. Assim, o juiz Vicente Ferreira Gomes enviou um ofício à Câmara solicitando que fosse providenciada uma forca para que se cumprisse a sentença com a maior brevidade.

- Como era a primeira vez que aquilo acontecia, a Câmara decidiu enviar uma cópia do ofício ao Governador pedindo instruções. A Câmara não encontrava amparo legal no seu Regimento para a instalação da forca. O Governador então ordenou que a Câmara mandasse levantar a forca o quanto antes, no lugar que julgasse mais conveniente.

Largo da Forca

Após vistoriar alguns locais, os vereadores decidiram erguer a forca na Ponta das Pedras, onde atualmente fica uma parte da Praça Brigadeiro Sampaio. O local ganhou então o nome de Largo da Forca. Foi seu primeiro nome.

- Depois da execução do preto Luis, outros condenados foram ali enforcados. Entre eles um negro chamado Lucas. Quando ele foi empurrado pelo carrasco, a corda rebentou. Aquilo foi interpretado como um sinal de inocência.

- E logo um irmão da Santa Casa cobriu o negro Lucas com a Bandeira da Misericórdia. De acordo com os costumes da época, ele deveria ser perdoado. A corda rebentada era um aviso da justiça divina à justiça dos homens. Mas o juiz que comandava a execução resolveu não respeitar o costume, nem ligar para a justiça divina. E ordenou o enforcamento.

- A partir daí, os mais supersticiosos passaram a evitar aquele local, pois os fantasmas e as almas penadas estavam de volta, pedindo orações, ameaçando com vinganças ou então chorando e jurando inocência.

- O terreno era coberto de vegetação rasteira, largado ao abandono. Nem mesmo a armação da forca se via naquele local. Ela era retirada depois de cada execução, para não chocar as pessoas de bem com a imagem ameaçadora.

O Largo da Forca só recebia cuidados da Câmara quando alguém estava prestes a ser executado. A praça era então capinada. Erguia-se a forca. Abriam-se os acessos para que o povo pudesse presenciar o suplício do condenado. Terminada a execução, o local voltava a ser um terreno baldio, mal cuidado, temido e amaldiçoado.



Em 1821, é realizada em Porto Alegre a execução por enforcamento de um condenado no Largo da Forca (Praça da Harmonia), junto ao Arsenal de Guerra, esta forca não estava montada, era confeccionada pela situação.
- O primeiro executado foi, um tal “preto Joaquim”, por ter matado sua “Ama” .

Ritual do Condenado a Forca

- Numa manhã de julho, deve ser uma manhã gelada. Guardas, que fazem parte da escolta, retiram da prisão um jovem condenado à morte por parricídio e o conduzem até a Santa Casa, no alto da colina. Os praças estão fardadas a rigor: - ponche de pano azul, manta de lã. Camisa de algodão, blusa de brim, calças brancas e chapéu de barbicacho. Empunham espadas nuas, para evitar a fuga do preso. Marcham a pé, menos o comandante, que vai a cavalo, à frente.

Cortejo atravessa a cidade

- Diante da Santa Casa, uma pequena multidão está reunida para ver o condenado. No oratório, ele é aguardado por familiares e por um padre. Pouco depois, chegam o juiz das execuções, o escrivão, o meirinho e irmãos da Santa Casa vestidos com seus balandraus (capas). Lida a sentença, o carrasco retira-lhe as algemas, manieta-lhe os braços e veste-lhe um amplo casacão de algodão branco. O comandante da tropa entra no oratório e comunica que a força está formada.

- O condenado sai, no centro de um quadrado de soldados, seguido pelo sacerdote e por um irmão da Santa Casa.

- O cortejo entra na capela de Nosso Senhor dos Passos, onde o condenado assiste, genuflexo, à missa em intenção de sua alma. A seguir, inicia-se a marcha para o Largo da Forca, na Praça da Harmonia. Determina a lei que o cortejo atravesse a cidade. Esta tem pouco mais de um quilômetro de extensão entre a Santa Casa e a Praça da Harmonia; e a largura é de pouco mais de quinhentos metros, contados entre a Rua da Praia e a Praça da Matriz.

- O cortejo desce a ladeira que liga o Largo da Misericórdia à Rua da Praia. Noutro tempo, o trecho entre o Largo da Misericórdia e a Rua da Ladeira, chamava-se Rua da Graça. A Rua da Praia, propriamente dita, começava na Praça da Alfândega e ia até a Pua da Passagem. A principal artéria comercial e residencial da cidade, a Rua da Praia se estende à margem do Guaíba. Predominam sobrados toscos e desgraciosos que abrigam estabelecimento comerciais no térreo e residências no segundo pavimento. O calçamento é de pedras irregulares. Diante de cada casa, há pelo menos dois frades de pedra. O escoamento pluvial se faz pelas sarjetas.

- A rua está apinhada de gente nos passeios. Há espectadores à porta de todas as casas comerciais e à janela das residências. O cortejo avança devagar, horrendamente devagar, em meio a um silêncio pesado, enquanto o meirinho faz o pregão: - “Vai se executar a sentença de morte natural, na forca, proferida contra o condenado.” O cortejo é seguido por cães vadios, que de resto, infestam a cidade.

- Chega-se finalmente à Praça da Harmonia, grande extensão às margens do rio, na ponta da península. Trata-se de área pantanosa que anos depois será aterrada. Durante a noite, limpou-se a vegetação rasteira e construiu-se o cadafalso, diante da igreja das Dores. No público presente, predominam escravos e escolares, mandados a fim de escarmentá-los com o exemplo do que acontece aos infratores dos mandamentos e das leis.

- No cadafalso, o meirinho lê a sentença pela última vez e o padre reza em voz alta o “Creio em Deus”. Num gesto rápido, o carrasco coloca o laço no pescoço do condenado e retira o alçapão sob seus pés. O corpo se contorce e afinal se imobiliza.

- Foram enforcados em Porto Alegre 22 homens na Praça da Forca, sendo 16 negros escravos, a maioria dos crimes eram de ofensa.

Em 1832, a construção de uma cadeia pública é iniciada e abandonada nos alicerces.

Praça do Arsenal

Em 1856, uma parte do terreno foi ocupado pelo prédio do Arsenal da Marinha, a área foi aterrada, ajardinada e arborizada, e o Largo da Forca passou a chamar-se, oficialmente, de Praça do ArsenalUm ano após os vereadores sugerem a construção de um Mercado. 

- Era uma forma de apagar a triste memória que rondava o local.

Em 03 de novembro de 1857, ocorreram as últimas execuções em Porto Alegre, no Largo da Forca (Praça da Harmonia).

- Foram levados ao patíbulo os réus Domingos Batista, Sargento Félix e o pardo Florentino. Os dois primeiros eram acusados do latrocínio do súdito português Manoel Tavares, e o terceiro assassinara o seu senhor Antônio Soares Leães.

Nota:
- Sobre Domingos Batista, corria a história de que, às vésperas da execução, pessoa amiga de sua família mandara-lhe um grande pão-de-ló recheado com uma navalha. Ao encontrar a arma, Batista jogou-a ao chão, exclamando:

- Estão enganados: não me degolo; prefiro morrer enforcado.

Igreja das Dores - séc. XIX

- Segundo o historiador Walter Spalding, o Largo da Forca ficava na atual Avenida Padre Tomé, entre a Avenida Mauá e a Rua dos Andradas, em frente à Igreja das Dores.

- Para Spalding, o nome Praça da Harmonia, nas proximidades do Largo da Forca, foi dado ao logradouro, pela Câmara Municipal, em memória ao fim dos enforcamentos. 

- De acordo com o historiador Sérgio da Costa Franco, o Largo da Forca se situava onde está, hoje, a Praça Brigadeiro Sampaio (antes Praça da Harmonia).

Em 1857, os vereadores sugerem a construção de um Mercado.

Em 1858, a Praça da Harmonia, também conhecida como “Praça dos Namorados”, o presidente da Província Ângelo Ferraz, dizia em correspondência que aquele lugar era o ponto mais destacado para a visão dos que entravam no porto, e o que mais penúria exibia.
”Em nenhum outro ponto do litoral fez o cólera mais estrago do que nesse distrito, talvez pela falta de asseio de suas praias”, lembrava Ferraz.

Em 1858, os estaleiros são removidos para o Caminho Novo e o presidente da Província Ângelo Muniz da Silva Ferraz planeja a urbanização da área, incluindo um cais junto ao Guaíba e um chafariz, pronto em 1859.

A praça foi melhorada sob três alegações:
1 – de que “era o ponto mais destacado para a visão dos que entravam no porto e o que mais penúria exibia”,
2 – a epidemia de cólera (1855) tinha feito ali muitos estragos pela “falta de asseio e mísera situação”,
3 – “porque a cidade não possuía um lugar de refrigério e de passeio”, além da Praça da Independência (hoje Praça Argentina), concluída há pouco.

Primeiro Chafariz

Em 1859, o chafariz é instalado com água puxada mediante bomba manual, movimentada pelos presos da cadeia, já em ruínas após dois anos.

- O trabalho para urbanização na Praça da Harmonia (antigo Largo da Forca) foi árduo, principalmente para os presidiários da cidade. Além dos vasos de mármore trazidos do Rio de Janeiro, havia ali uma bomba manual que puxava água do Guaíba à força dos braços dos presos, retirados da cadeia em revezamento e escoltas especiais.

No final dos anos 1860, o chafariz, abastecido por canos que ligavam aos reservatórios da Matriz.

- Para a construção da Harmonia o aterro avançou um pouco sobre o leito do Guaíba.

- A Cidade começou a se preocupar com o embelezamento de suas praças, sobretudo com a arborização, até então desprezada. As melhorias foram feitas nas Praças da Harmonia (antigo Largo da Forca, depois Praça do Arsenal, atual Brigadeiro Sampaio),
Praça Dom Pedro II (da Matriz, atual Deodoro da Fonseca),
Praça da Alfândega (antiga Quitanda),
Praça do Paraíso (Conde D’Eu, atual Praça XV),
Praça da Independência (atual Praça Argentina), a abertura de novos espaços de convivência, alternativos aos largos de reuniões e primeiras festividades religiosas.

Praça da Harmonia

Em 1860, a forca foi extinta em Porto Alegre e a então Praça do Arsenal ganhou um novo nome, dado espontaneamente pelo povo e passou a chamar-se Praça da Harmonia, celebrando o fim da pena de morte.

- Para Spalding, o nome Praça da Harmonia, nas proximidades do Largo da Forca, foi dado ao logradouro, pela Câmara Municipal, em memória ao fim dos enforcamentos.

- Apesar de ter ganho um novo nome, o local continuou sendo um terreno baldio e mal cuidado onde pequenos casebres serviam de moradia às pessoas mais pobres da cidade.

Em 1865, o vereador José Martins de Lima “seu fiel protetor” assumiu com o povo o compromisso de reabilitar a praça. Começou com uma nova arborização, mandando plantar 94 árvores.


- Ao cabo de um ano a praça já apresentava novo aspecto. O coreto do tempo do Governador Ângelo Ferraz foi reconstruído e uma novidade incorporou-se aos novos divertimentos.

Ringue de Patinação

- Um ringue de patinação com piso de madeira foi construído, onde rapazes e moças deslizavam mostrando suas habilidades e, no dizer de um cronista da época “aproveitando” os tombos para iniciar um namoro.

- As quedas eram pretextos para pegar na mão das mocinhas e ajuda-las a levantar-se.

Luis Terragno mostra a Praça da Harmonia por volta de 1865
Terragno foi o primeiro fotógrafo a utilizar a estereoscopia em Porto Alegre

Glamour

- Ao lado do ringue de patinação foi instalado um quiosque onde se bebia um chope geladinho, acompanhado de saborosos petiscos. Foi a época de ouro da Praça da Harmonia, reunindo ali, democraticamente, ricos, pobres e remediados.

- Era o ponto chique de Porto Alegre, um local de encontros e bate-papos nos tranqüilos fins-de-tarde, apreciando o pôr-do-sol do Guaíba.

Segundo Chafariz

Em 1870, outro chafariz foi instalado pela Hidráulica Porto-Alegrense na Praça da Harmonia. Este chafariz foi colocado no mesmo lugar onde anteriormente havia uma fonte pública que bombeava água diretamente do Guaíba. Este bombeamento era feito pelos presos da Casa de Correção que ficava ao lado.

Praça da Harmonia com o chafariz ao fundo

Em 1875, com o final da Guerra do Paraguai, o local recebe o nome de Praça da Harmonia, comemorando a paz que deveria reinar entre os países da Bacia do Prata.

Urbanizada - 1890

Praça da Harmonia vista do Guaíba - Ferrari - 1894

Em 1878, a Câmara concede licença para implantação de um rinque de patinação (skating rink), pelo prazo de cinco anos, “formando para este efeito um grande circo”, alterando o nome da Praça para Praça Martins Lima, falecido naquele ano.

Praça Martins de Lima

- Quando o vereador José Martins de Lima faleceu, a Câmara decidiu mudar o nome da Praça da Harmonia que passou então a chamar-se Praça Martins de Lima, em homenagem àquele que tinha conseguido dar ao local o tratamento que merecia.

- O povo, entretanto, continuou chamando de Praça da Harmonia.

1894

Em 1911, a Praça da Harmonia foi destruída, utilizada como depósito de materiais para a construção do Cais Mauá.

Antes das obras do novo porto - 1910

A partir de 1920, a Praça da Harmonia começou a ser descaracterizada, até ser totalmente destruída, pois virou canteiro de obras para a construção da continuação do novo Porto da cidade, o Cais Central, a praça nunca mais recuperou o seu aspecto glamouroso.

Praça da Harmonia como Canteiro de Obras -1918

Em 1924, podemos observar abaixo em que se transformou a velha praça após se tornar canteiro de obras da empresa que construía o novo cais.

- Bem ao fundo aparece a Casa de Correção e ao lado, o terreno já terraplanado onde se iniciaria, em seguida, a construção da Usina do Gasômetro.

Campo de obras - 1924

Praça Três de Outubro

Em novembro de 1930, a Praça Martins de Lima muda de nome por decreto de intendente (Prefeito) Alberto Bins que passou a chamar Praça Três de Outubro, em homenagem a revolução que levou Getúlio Vargas a presidência da república.

- Mesmo com a conclusão das obras do porto, a área não fora devolvida ao município, encontrando-se ocupada por barracões de repartições militares e de depósito de material e pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem.

O Verso

Em 1936, a Praça da Harmonia (atual Praça Brigadeiro Sampaio), destruída e nunca mais refeita, durante a construção do Caís Mauá, teve seu verso:

Praça da Harmonia
- Fragmento “Poemas da minha cidade” de Athos Damasceno Ferreira:

Ela foi o jardim dos poetas provincianos
- a velha Praça da Harmonia,
- rodeada de frades de pedra, alumiada de lampiões a gás,
debaixo das paineiras, com estátuas de louça à beira das aléias e bancos,
sob a fronde amorosa das tílias...

O Álvaro, o Felipe, o Dionélio, o Eduardo,
O Wamosy, o De Souza... andaram por ali...

Eles liam Samain,
                            Rodenbach,
                                              Verlaine...

Ao fundo, junto ao plinto e ao gradil da amurada,
o Guaíba embalava, às vezes, um veleiro...

E a noite camarada e cheirosa de orvalho
Acordava violões, nas esquinas, cantando...

Que é dos poetas que, um dia, ó velha praça morta,
embriagaste com o filtro amável dos teus luares,
das tuas sombras cariciosas,
dos teus silêncios confidentes?...

Década de 1940, a área da antiga Praça da Harmonia é ocupada com instalações do Exército.

Em 1941, a quarta grande enchente em 15 anos foi a mais avassaladora de todas. Correios e Telégrafos, o Mercado Público, a Prefeitura, o Cais do Porto, a Estação Ferroviária, o Aeroporto Municipal e a Usina do Gasômetro ficam alagados.

Em 08 de maio de 1941, a enchente chegou ao ponto mais crítico, quando a régua da administração portuária atingiu a altura recorde de 4,74 metros na Praça da Harmonia.

Em 1963, estavam sendo ultimados os preparativos para fazer-se o renascimento da tão decantada Praça da Harmonia.

O Empenho do Povo

- Nesta Praça deveria ser criada a Alameda dos Poetas, podendo ser de imediato ser transladado para lá o busto de Eduardo Guimarães inaugurado em 1944, na Praça Dom Feliciano, antiga Praça da Misericórdia.

A sugestão é do jornal Correio do Povo na edição de 06.07.1963.
- Visava como sugestão erguer-se um monumento a Alceu Wamosy, entre os demais poetas provincianos, já que ele fora um dos grandes adoradores e freqüentadores da Praça da Harmonia nos velhos e bons tempos.

Em 1965, é promovida uma campanha para o restabelecimento da praça, diante de tanta insistência com o antigo nome, levantou-se na imprensa e na Câmara de Vereadores, um forte movimento para que o nome dado espontaneamente pelo povo, fosse consagrado oficialmente.

- Primeiro o estado e depois o exército retiram os estabelecimentos mantidos naquele espaço que é re-urbanizado, já com novo nome - Praça Brigadeiro Sampaio, em homenagem ao patrono da infantaria brasileira.

Novamente Praça da Harmonia

Em julho de 1965, por uma lei votada foi oficializado o nome de Praça da Harmonia.

Praça Brigadeiro Sampaio

Em 1975, apesar dos apelos do povo e do reconhecimento dos vereadores, a praça mudou de nome mais uma vez.

Jornal Correio do Povo 17.08.1980:
- Com a inauguração do Monumento ao brigadeiro Antonio de Sampaio (1810-1866), Patrono da Arma da Infantaria do Exército, na nova Praça Brigadeiro Sampaio (antiga Praça da Harmonia), esta de volta a cidade.


- Área verde de grande valor com 9.945 m totalmente re-urbanizada, mas sem o glamour de outrora.

- A Comissão presidida pelo general Ramão Menna Barreto, levantou os fundos necessários para a confecção do monumento e urbanização da nova praça, feito pelo Exercito.




- Atualmente a Praça da Harmonia está delimitada pela Rua dos Andradas, Siqueira Campos, General Portinho e Primeira Perimetral (Avenida Presidente João Goulart).

Praça Brigadeiro Sampaio
Sempre Praça da Harmonia

- Esta praça nunca mais encontrou o glamour dos bons tempos em Porto Alegre.

Fontes:
Terra, Eloy. As Ruas de Porto Alegre. AGE. 2001
Datas Rio-Grandenses, de Coruja Filho (Sebastião Leão).
Datas Rio-Grandenses, de Coruja Filho (Sebastião Leão)
Augusto Porto Alegre, A Fundação de Porto Alegre
Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS)/Prefeitura Municipal, 1988

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Foto: Praça da Harmonia em 1894. Acervo Museu da UFRGS




2 comentários:

  1. Em 1973 prestei serviço militar no quartel localizado nesta praça,mas só depois de muito tempo que fiquei sabendo que este local ocorria enforcamento de pessoas.Isso confirma alguns pontos que poderia comentar sobre este local.

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  2. Em 1973 prestei serviço militar no quartel localizado nesta praça,mas só depois de muito tempo que fiquei sabendo que este local ocorria enforcamento de pessoas.Isso confirma alguns pontos que poderia comentar sobre este local.

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